Digimon não me pertence
Título: Boa Noite
Gênero: Family
Anime/Mangá: Digimon
Personagens: Yamato e Takeru
Classificação: K
Boa leitura!
BOA NOITE
O garoto tirou a franja loira dos olhos e tentou se concentrar no que escrevia. Bateu a caneta contra o bloco de papel um tanto irritado, as ideias não estavam fluindo. A meia luz do abajur, ele divisava as duas linhas da nova canção que escrevia. Pessímas.
Estava sentado na cama, com a caderneta no colo, ainda usava o uniforme da escola. Olhou para o irmão mais novo deitado ao seu lado, adormecido. Os cabelos loiros espalhados pelo travesseiro; e Patamon aninhado na bagunça dos cabelos, ressonava levemente.
Yamato sorriu para si mesmo, quando fora a última vez que passara algumas horas com seu irmãozinho? Irmãozinho? Há muito tempo Takeru deixara de ser um irmãozinho. Ele tinha crescido tanto, se tornado mais forte e mais determinado, mais do que Yamato jamais seria.
Agora ambos estavam crescidos e tinham suas vidas e quase não passavam o tempo juntos. Yamato estava no colegial, ocupado com a banda e as garotas que morriam de amores por ele. Já Takeru se dedicava aos esportes, aos estudos, os amigos e ainda precisava batalhar no Digimundo. Yamato não entendia porquê o irmão havia sido escolhido novamente. Por que teria que passar por tudo aquilo? Todo o sofrimento, a dor e as batalhas... Seu irmão não estava pronto para isso.
Ingenuidade de sua parte, claro que Takeru estava pronto para enfrentar tudo isso. Takeru tinha uma coisa que Yamato não possuia, esperança. Era ela que o motivava, que dava forças ao jovem digiescolhido para continuar. Yamato se lembrava de cada desafio, cada provação que eles haviam passado no Digimundo e diferente dele, Takeru havia enfrentado todos os desafios de frente. Havia perdido Patamon, virado refém de Pinnochimon e sido derradeiro e decisivo para derrotar Piedmon. E ainda havia sido escolhido novamente para salvar o Digimundo. Yamato não teria forças para tudo isso, gostava da sua vida agora, onde ele só precisava se dedicar à música.
Colocou a caderneta no criado-mudo ao lado da cama e ajeitou-se nos travesseiros. Acariciou os cabelos dourados do irmão. Takeru sempre seria seu irmãozinho, sempre precisaria de sua proteção e segurança.
"Yamato..." resmungou o menor sem abrir os olhos.
"Estou aqui Takeru", respondeu o adolescente.
"Você não vai dormir?" perguntou, mas ele mal esperou a resposta e adormeceu novamente.
Yamato retirou o uniforme e pegou um travesseiro extra e alguns lençóis e foi dormir no sofá da sala. Ainda tentou terminar a letra da canção que havia começado, mas estava sem inspiração. Deixou a caneta e caderneta sobre a mesinha de centro e adormeceu quase imediatamente.
O jovem acordou assustado, no meio da madrugada, quando sentiu algo passar por cima de suas pernas e se ajeitar no pouco espaço que restava no sofá. Sentou-se de chofre e pela luz do luar que entrava pela janela da sala, pode perceber as formas de Takeru encolhido no sofá, abraçado a Patamon. Yamato viu o garoto adormecer imediatamente, após se aninhar no móvel, Patamon sequer havia acordado. Puxou as cobertas e cobriu a criança. Teria bem menos espaço para dormir agora, dividindo o sofá com o irmão, mas sorriu para si mesmo no escuro, Takeru era só uma criança, a sua criança.
