Prólogo

Havia um ditado em sua terra que dizia que a raiva de um bom homem não era perigosa, mas a experiência de Draco dizia o contrário. Seus cortes sangravam, e ele sentia dificuldade de respirar. A espada de Harry estava ensangüentada, e os dois se olharam com um ódio que poucas coisas poderiam explicar.

Talvez fosse isso, história demais. Havia coisas que não se devia fazer mesmo com um bom homem. Ás vezes, perdoar exigia demais. Harry não desejava que Draco morresse – ou já o teria matado – ele queria que ficasse famoso por perder. Queria que apontassem a casa dele quando falassem de homens que não tinham tido força o suficiente. Queria humilhá-lo completamente.

Em pensar que, um dia, tinham sido mais do que amigos.

Draco era muitas coisas, mas sua maior característica era ser orgulhoso. Ele jogou-se na direção da espada do moreno, que conseguiu desviar. Sua espada era apenas um frangalho, mas isto não importava agora. Usou o escudo para bater no queixo de seu oponente, a raiva enchendo-o por dentro.

Nunca fora um bom homem, e por isso mesmo, criara muitas regras. Se Harry queria descobrir porque ele tinha tantas, era bom que estivesse preparado para um jogo sujo. Não precisava de uma espada, o sangue escorrendo no rosto do rapaz mostrava que ele estava tonto. Poderia facilmente matá-lo agora.

Mas isso não resolveria nada, nem era o que ele queria.

No fundo, Draco era fraco.

No fundo, Harry era piedoso.

E aquilo só poderia ser a ruína de ambos, e de seus povos também.