Ela estava em abstinência, cigarro, o Halloween havia passado há algumas semanas e seu estoque de nicotina havia chegado ao fim. –Maldição. – Ela berrou para as paredes, seu grito ecoara pela casa, atingindo os tímpanos de Tate que sorriu ao ouvir o sua fúria. Até quando Violet irá suportar?
Tate balança na cadeira, para frente e para trás, seus olhos estão fixos na escuridão do porão, ele ouve passos, está descendo as escadas, o sorriso se alarga, o cheiro de Violet penetra a sua alma, ela veio atrás de cigarros. Ela veio atrás de Tate.
- Sonho com o dia em que você virá aqui por mim. - Violet acende a luz, lá está Tate a balançar naquela cadeira, Violet odeia aquela cadeira, Violet odeia a escuridão do porão, Violet odeia tudo que lembre Tate, Violet se odeia por não conseguir odiar Tate.
- Mortos não sonham. – Ela rebate e se aproxima, a raiva se faz presente, há vários cigarros destruídos ao redor de Tate. - Maldito. - Ela grita contra a face dele, Tate continua a sorrir e se vangloria da sua atitude, roubara alguns cigarros de Violet somente para ela vir até ele antes do esperado.
- Eu tenho mais Violet. – Seu hálito frio acaricia a face da garota, por um momento os narizes se roçam, novamente tão próximos e ao mesmo tempo tão distante, porque ela rompe a ligação e se afasta, lhe mostra as costas e espera que ele lhe entregue o vício desejado.
- Amanhã você volta? – Ele acende um cigarro que não foi destruído e espera que ela se aproxime como sempre faz. Violet deixa seus dedos roçarem aos dele em forma de retribuição e um sorriso de canto de lábio surge. – Não. - Tate continua a balançar e agora Violet se afasta, sentando em sua frente, degustando do vício que os unia. Violet mente, ela sempre mente, todo dia ela volta, Violet sempre volta para lhe torturar e alimentar a esperança de uma reconciliação. O vício e o sofrimento é o que mantém naquele lugar a esperar por ela.
- Eu tenho a eternidade para esperar o seu perdão. – Violet dá a ultima tragada no cigarro, e seus olhos se fecham ao ouvir aquela frase, todos os dias aquela frase lhe matava, a eternidade era tudo o que restava.
- Eu tenho a eternidade pra lhe fazer sofrer. - A escuridão volta a reinar no porão, o cheiro de evapora e Tate está novamente só. No final da história eles ainda eram dois adolescentes que se amavam, mas o orgulho o impedem de ficar juntos, mas isso nunca será um problema quando se tem a eternidade ao seu favor.