Nota Inicial da Fanfic: Pra quem lembra... Eu consegui os 7 primeiros capítulos de volta... *-* Mais explicações lá em baixo.

Disclaimer: Inuyasha não me pertence tá legal? :D

Dedicação da Fic: Dedico essa fic a Anny Taishou, sei que te prometi uma onê-shot, mas eu achei ela tão sem graça e quando recuperei essa fic quis dedicar a você *-*


Jardim Secreto

Capítulo I: Plano de Fuga.

Era provavelmente o dia mais quente daquele ano, afinal estávamos no verão. As folhas verdes das árvores, as águas cristalinas que desciam das nascentes refletiam a luz insana do sol. Quente! Estava muito quente. Pouca brisa, poucas nuvens no céu. Abafado. Na verdade, sufocante. Nada iria fazer aquele maldito calor pára de torturar as pessoas. Ou, pelo menos, os deuses podiam ter misericórdia das donzelas que eram obrigadas a usarem kimonos enormes. Grandes laços, kimono por cima de kimono e pra quê? Só para um olhar masculino não ter certo "desejo" ao ver as moças passeando pelo castelo?

Era triste demais para ser verdade.

E mais uma vez as serviçais arrumavam o lindo Kimono de Rin. Ela tinha quantos anos mesmo? Certo! Na época, 13 anos. Segundo as empregadas ela não passava de uma laranja verde. Não era madura. Não era mulher. E o pior estava demorando pra ser.

Podia até está fazendo um dia lindo lá fora. Mas, certamente não era o dia mais bonito que Rin presenciara.

Estava chato demais ali. Só haviam yokais passeando por todo o castelo. Arrumando os quatros, polindo as espadas ou dando brilho no piso de madeira. Era, de fato, o castelo mais bonito que existia.

- Rin! Você já está virando mocinha! Precisa criar corpo de mulher para atrair um grande homem. – Disse uma serviçal. – Agora prenda a respiração novamente que vou apertar mais o kimono.

Todos os dias eram assim. Todo o dia Rin morria e ressuscitava. Prender a respiração! Hump! Como era difícil vida de "donzela".

Maquiagem, perfumes, kimonos feitos de seda cara, jóias... Tudo isso pra quê? Rin se perguntava todos os dias isso a ela mesma. Ficar bonita pra quê? E pra quem? Se ninguém a haveria mais do que uma humana. Por que ela não podia ser ela mesma?

- Sesshoumaru-sama comprou mais um kimono pra você Hime Rin. – Uma linda yokai de olhos azuis falou enquanto arrumava o cabelo de Rin. – Poderia usar na festa que vai ter na próxima lua crescente.

Rin nada respondeu.

Odiava festas, odiava ficar trancafiada naquele maldito castelo. Como ela queria que aquele castelo fosse feito de areia e ela uma grande onda que viria e acabaria com tudo. Parecia até que ela era uma boneca de porcelana nas mãos daquelas yokais. Todas sempre tão cuidadosas com Rin. Se preocupando quando seria a primeira vez que Hime Rin sangraria. Tão lastimável. Faziam-na de fantoche, de boneca. E aquilo não a agradava nenhum pouco, pelo menos, a própria humana.

- Já terminei o seu penteado Rin-chan. O que achou? – Perguntou a yokai aguardando a resposta.

- Bonito.

- Só bonito? – Realmente a yokai parecia preocupada com aquilo.

- Lindo! Perfeito! – Respirou cansada. – Posso ficar sozinha agora? – Ela olhou séria para Yokai.

- Pode sim! Mas, lembre-se terás aula de flauta depois do almoço, então não se atrase. – Dizendo isso, a yokai saiu do quarto deixando Rin sozinha.

Sozinha. Adorava ficar... Sozinha. Sozinha com seus pensamentos, na sua mente onde era livre, com a brisa que passava na varanda de seu quarto. Adorava se sentir assim... Calma como a nuvem, leve como o vento e livre como a água da nascente. Um passarinho a voar.

A pequena princesa olhou-se novamente no espelho. Quanta maquiagem para uma menina. Exageros! Definitivamente aqueles kimonos eram exageros de Sesshoumaru. Aquelas jóias... Pra quê? Odiava se sentir um presente. Um grande embrulho de presente de aniversário. Um bolo de vários andares esperando ser comido. Ou melhor, Rin achava que era um monumento que dava motivo de admiração a todos daquele inferno chamado de era só uma menina, era tão difícil de entender?

Parecia até que nunca viram um ser humano de tão perto. Ou simplesmente estavam tão insanos que pretendiam a torturar a fazendo de besta do que chupar o seu sangue. A morte não estava tão distante de uma verdade. Viver naquele castelo era pedir para morrer. Morrer por dentro, destruindo a alma.

Bando de zumbis mortos de fome. Uma lástima. Uma tragédia. Um desacato a vida... Isso que eles eram. Zumbis que seguiam cegamente a Sesshoumaru.

Rin tirou os brincos, as pulseiras e os colares. Pegou uma pequena toalha de rosto que estava úmida e limpou totalmente a maquiagem de seu rosto. Sorriu para o espelho e foi até a varanda ver a bela paisagem do jardim do castelo.

- Como eu tenho inveja dos pássaros. Tão livres... – Refletiu sobre a própria fala.

Ela abriu os braços e deixou a brisa, mesmo quente, levantar calmamente alguns dos fios dos cabelos que estavam soltos do coque. Fechou os olhos e respirou o ar fresco daquele fim de manhã. Ela até podia dizer que acabara de sentir orgasmo. Estava tendo prazer. Delirando... Flutuando... Livre...

E assim ficou, nessa posição querendo abraçar o vento. De mãos e braços abertos. Como queria saber voar a pequena Rin. Foi-se o tempo em que era livre. Que andava na floresta com Sesshoumaru e Jaken atrás de Naraku, mas com a derrota do inimigo não tinham mais motivos para ficarem vagando. Durante uns dois anos ficou na aldeia onde o meio-irmão de Sesshoumaru vivia. Aprendera coisas de humanos, viveu... Livre. Mas, segundo o próprio Sesshoumaru eles estavam a transformando em uma menina fraca, uma camponesa cheia sonhos impossíveis, uma mera humana. E isso Rin não era. Não era uma humana qualquer.

Ela era...

- Princesa Rin! – Chamou uma serva do andar de baixo. – Quer que Sesshoumaru-sama nos puna por seus atos de infantilidade? – Falou nervosa. – Saia daí menina!

Infantil...

Menina...

Atos...

Rin queria tanto crescer e sair daquele sufoco. Afinal porque estava lá? Sesshoumaru dera a ela escolhas. Ela podia ir embora. Ela certamente podia... Partir pra sempre. Mas cogitar essa hipótese partia o coração de Rin. Afinal tudo que ela sentia por seu amo era apenas gratidão.

Gratidão...

Seria somente isso?

Ela não sabia a resposta. Ela não sabia de absolutamente... Nada...

Rin abriu os olhos furiosa haviam tirado-a se seu momento de paz e tranqüilidade.

- Felicidade de pobre dura pouco mesmo. – Rin saiu da varanda injuriada. Odiava receber ordens daquelas yokais.

Ódio...

Um sentimento tão amargo, tão maldoso, tão... Grande. Como é que ela alimentou aquilo dentro de si? Como foi capaz de trocar a sua doçura pela amargura. E desde quando se sentia... Mal amada?

- Eu não sou boneca! – Gritou e atirou um vaso na parede o espatifando todo. – Não sou feita de panos e de linhas.

De fato, ela estava cansada dessa vida monótona, de ser presa por grades... Estava cansada de ser protegida.

- Eu sou um ser humano. De carne e osso. – Pegou mais um jarro e jogou no espelho. – Quero um momento de privacidade. Será tão difícil? – Rin pegou a xícara de porcelana e tacou na porta de seu quarto. – Eu sei que estão me ouvindo. – Espirou fundo, estava ofegante; nervosa.

Olhou o seu estado num dos cacos que restara do espelho. Fato, ela estava descontrolada e ao mesmo tempo leve. Afinal tinha desabafado. Extravasou toda a sua ira. Ela estava... Satisfeita.

Limpou o suor de seu rosto e tirou algumas mechas do seu cabelo de sua face. Não precisa daquele penteado certo? Então, Rin começou a tirar todas as fitas e enfeites que estavam dando dor de cabeça em si. Deixou o cabelo solto e andu-lado. Tirou o maldito kimono de seda fina e colocou um kimono mais leve. Estava muito quente. E ela não era um urso polar pra ficar com um monte de embrulho.

A pequena Rin respirou fundo; pegou sua boneca de porcelana que ganhara de Sesshoumaru, alguns kimonos simples e arrumou numa trouxa grande. Grande e compacta o suficiente para seguir uma viagem a procura da liberdade.

Liberdade...

Como almejava a tal chamada liberdade. Queria se descobrir, queria se transformar em uma linda mulher... Sozinha. Queria mostrar a esses bandos de bajuladores que ela podia se cuidar por si só. Sim ela podia. Ela era... Capaz.

Rin deu um leve sorriso singelo, olhou para pequena mesinha que tinha no seu quarto. Pegou um pergaminho em branco, tinta preta e uma pena de águia e deixou um bilhete a Sesshoumaru.

Ele não ia voltar tão rápido, justamente no dia da sua fuga não é mesmo? Não... Não ia! Ele foi visitar a fronteira das Terras do Oeste. Uma vistoria e sempre isso demorava muitos dias, pois as terras eram grandes e extensas. Não devia se preocupar com isso. Dentre duas ou quatro horas seu cheiro sumiria e... Ele não teria como segui - lá. Não mesmo.

Respirou fundo, a idéia do texto estava em sua cabeça, mas como começar? Como era difícil começar algo que realmente queria evitar. Afinal, ela havia pensado? Estava certa do que ia fazer? Fugir! Fugir pra onde? Para um paraíso inexistente? Cair num poço e viajar no tempo? Caminhar na densa floresta atrás de uma verdade universal? Enfim, por que ela estava indo embora?

Certamente precisava de um motivo...

Caro Sesshoumaru- sama, saiba que pra mim é muito difícil escrever isso. Não sou boa com palavras e talvez nunca seja. Uma vez, você me disse eu que tinha escolhas. Que eu tinha que escolher entre a vida humana e a vida que eu viveria ao seu lado eternamente Às vezes, os sonhos mudam, as pessoas mudam... Posso ser uma menina ainda, mais eu quero descobrir o mundo e as belas coisas que tem nele. Na minha mente posso até fingir que sou do seu mundo, mas meu corpo não permite sentir tal honra. Não posso esquecer, sou humana. Olha para mim Sesshoumaru-sama! O que vê? Os humanos mudam! Cada primavera que passa eu fico diferente, fico... Velha. E sinceramente não quero ver a vida passar diante dos meus olhos e não fazer absolutamente nada.

Aulas de flauta. Aprender a escrever e a ler, se portar como uma rainha que nunca serei. Amadurecer antes do tempo e perder a minha infância. Pra quê? Para encontrar um Lorde ou um Conde? Um príncipe talvez! Me casar, ter filhos e esperar que a velhice me alcance e me leve deste mundo para sempre sem ao menos ter um legado digno. "Jaz aqui Princesa Rin – A protegida de Lorde Sesshoumaru Taisho". O que isso? Um modo de gratidão?

Sou eternamente grata... Não existe ouro e nem prata que pague a misericórdia que o senhor teve por mim durante anos. Lógico que reconheço, mas ficar dentro deste castelo dia e noite me sufoca, me mata aos pouco e me deprecia muito. Serás que entende? Provavelmente não! És um grande yokai... Não creio que tens algum sentimento... Não por mim. Piedade, compaixão? Pena... Se for isso, não preciso! Pode ficar. Fique com seu orgulho e soberania, não preciso de luxo e de títulos para me sentir uma Princesa.

Preciso somente ter a mente livre e ser feliz... Se quer saber, não sou feliz aqui. Sou apenas fantoche de seus empregados nem Jaken liga mais pra mim. Não implica comigo, não me dá ordens, não tem tempo para vê os avanços que faço. Nem ele e nem você. E se for pra viver assim... É melhor viver longe. Não quero sofrer. Sou humana e sou fraca, tenho defeitos e nunca serei perfeita. Nunca...

Desculpa... As lágrimas rolam de meus olhos, sinto piedade de mim. Entenda, por favor, entenda... Preciso assumir uma responsabilidade sozinha. Preciso crescer e amadurecer sozinha. Não preciso de um relógio solar pra me dizer a que horas tenho que fazer determinada coisa. Sou humana e não uma escrava...

Não fique desapontado comigo, se permitir, um dia eu volto pra provar pra você que eu sou forte e capaz . Sinto... Muito... Foi um prazer te conhecer... Lorde Sesshoumaru.

Observação: Devolverei tudo que o senhor me deu. Pois nada que tenho é meu é tudo emprestado.

Assinado: Hime Rin.

Foi tão difícil escrever aquela carta, colocar sentimentos guardados dentro do seu coração que corroia a alma e que feria o coração. Era tudo demasia.

Hipocrisia...

Tolice, talvez.

Rin deixou que as lágrimas escorressem pela sua face, colocou todos os seus sentimentos para fora. Estava em prantos. E em um momento utópico caíram sobre a mesa e adormecera. Cansada e exausta.

Estava certa. Não podia voltar atrás... Não podia.

A noite estaca caindo juntamente com o seu sereno invisível. Como o dia fora quente a noite até parecia que estava um gelo. Parecia até o deserto; de dia quente como inferno e à noite um inferno de gelo pior ainda.


Rin despertou com muito frio. Perdera a noção de quanto tempo dormira. E ainda meia zonza olhou vagamente o quarto. Estava tudo revirado. Havia passado um furacão ali. Ela tinha que sair do castelo. Tinha que fugir. Tinha que procurar a sua liberdade...

A única coisa que ainda estava sem ser quebrada era a bacia feita de porcelana que continha água. Lavou o seu rosto pálido, vestiu um kimono que a aquecesse naquele frio, pegou sua trouxa e sua boneca, foi até a varanda e chamou Ah-Um.

- Pode me tirar dessa prisão, amigos? – Ela acariciou o dragão de duas cabeças.

O animal apenas balançou as cabeças.

Ela pulou nas costas do animal e saiu voando na noite de lua cheia que estava.

Para onde ir? Certamente para longe das Terras do Oeste. Iria para o norte, já havia passado por lá. Lembrava muito bem da colina que dava a paisagem para um mar imenso, onde podia vê o sol se escondendo da lua, onde os vaga-lumes brincavam com as flores. Lindo. Perfeito. O Paraíso.

Dois dias de viagem seria. A colina das Terras do Norte era longe e mística. Longe o suficiente pra esquecer os males do coração. Esquecer que um dia se chamava Hime Rin. Pois, agora, ela era somente Rin. Uma aventureira.


Sete dias se passaram e Sesshoumaru havia regressado com Jaken. O primeiro passo que deu aos portões do castelo foi o passo definitivo pra tirar todo o seu "bom humor".

- Não sinto o cheiro de Rin. – Falou friamente.

- Sesshoumaru-Sama, ela deve está no banho! As servas devem está arrumando a pequena Rin. – Falou o Sapo verde.

Sesshoumaru andou a passos firmes e ligeiros, queria respostas, seu faro nunca havia falhado. Rin não estava no castelo. Fato!

O Lorde penetrou o grande castelo a procura as yokais que tomavam conta de Rin.

Parando na grande sala chamou as servas:

- Não se escondam de mim. Apareçam! – Ordenou severamente.

As três criadas foram se chegando aos poucos, ficando pálidas ao verem o rosto frio e sério de Lorde Sesshoumaru.

- Vou perguntar uma única vez... Onde está Rin? - O seu olhar as mendrontou mais ainda.

- Senhor! Pedimos perdão! – Uma se ajoelhou enfrente ao seu senhor.

Sesshoumaru estralou os dedos e chicoteou a empregada a deixando muito machucada.

- Não vão me fazer repetir não é mesmo? Não estou de bom humor. – Falou autoritário.

- Ela fugiu Sesshoumaru-sama. – A do meio falou.

- Fugiu? Como?

- Não sabemos ao certo Senhor! Nesse dia ela acordou estressada com alguma coisa que não sabemos... – Começou uma.

- Ela quebrou todas as porcelanas do quarto... – A que estava ferida disse.

- Achamos que ela fugiu à noite. Nesse dia, Hime Rin não comera nada e depois que a arrumamos... – Hesitou em falar; estava nervosa. – Ela não deixou que ninguém entrasse no quarto...

- Ela disse que queria... Privacidade. – Disse a yokai de olhos azuis. – Desculpa Sesshoumaru-sama. Pedimos piedade.

- Piedade? – Ele olhou em direção ao quarto de Rin. Algo dizia a ele para ir até lá. – Retirem-se. E ajudem a colega de vocês. – Caminhou até o quarto de Rin.

- Sesshoumaru-sama! Espere. – Jaken seguiu o seu mestre.

Chegando no quarto de Rin, Sesshoumaru e Jaken tiveram a verdadeira visão do inferno. O quarto todo revirado, porcelanas quebradas, poeira por todo canto, cacos de vidros, roupas jogadas no chão, caixas espalhadas... Horrível.

- O que aconteceu aqui? – Perguntou Sesshoumaru indo até a mesinha onde havia muitos pergaminhos.

- Hump! Aquela serva falou que a Rin estava estressada, vai ver ela está finalmente amadurecendo. – Falou enquanto chutava um caixa do caminho. – Aqui está horrível, não acredito que Rin fizera isso sozinha.

Limpando a poeira do local Sesshoumaru achou um pergaminho estranho escrito com uma caligrafia impecável... Provavelmente uma carta Rin.

Ao ler a carta a sua cara de surpresa foi visível. A agressividade das palavras, os pronomes usados para se referir a ele, "você", a dor e a angústia eram notórias. Rancor? Mágoa? Afinal o que Rin queria dizer com aquelas palavras. Ela estava confusa de mais e sem juízo, certamente tomara a pior decisão da sua vida. O que realmente aconteceu na sua ausência?

- O que isso significa? – Pegou a carta e começou a ler.

Uma vez, você me disse eu que tinha escolhas. Que eu tinha que escolher entre a vida humana e a vida que eu viveria ao seu lado eternamente.

- Escolhas? – Sussurrou enquanto lia mais a carta.

Na minha mente posso até fingir que sou do seu mundo, mas meu corpo não permite sentir tal honra.

- Honra? – As palavras pesavam no subconsciente de Sesshoumaru.

Olha para mim Sesshoumaru-sama! O que vê? Os humanos mudam! Cada primavera que passa eu fico diferente, fico... Velha.

- Eu te avisei que ao meu lado você nunca morreria, por que hesitou? – O pergaminho tremia nas mãos de Sesshoumaru.

Aprender a escrever e a ler, se portar como uma rainha que nunca serei. Amadurecer antes do tempo e perder a minha infância. Pra quê? Para encontrar um Lorde ou um Conde? Um príncipe talvez! Me casar, ter filhos e esperar que a velhice me alcance e me leve deste mundo para sempre sem ao menos ter um legado digno.

- No que estava pensando Rin quando escreveu essas coisas? – Sesshoumaru delicadamente virou o rosto para onde ficava o futon de Rin.

A boneca de porcelana não estava lá.

O jovem Lorde respirou fundo antes de voltar a ler a carta.

- Hump! Que menina ingrata! Quebrou tudo o que demos a ela. Humana ingrata. Onde será que ela está? – Jaken cruzou os braços com o seu bastão de duas cabeças.

Sou eternamente grata... Não existe ouro e nem prata que pague a misericórdia que o senhor teve por mim durante anos. Lógico que reconheço, mas ficar dentro deste castelo dia e noite me sufoca, me mata aos pouco e me deprecia muito. Serás que entende?

- Ela estava triste! – Ele olhou para a parede onde deveriam existir quadros de Rin feitos a tinta óleo. – Solitária. Ela se sentia solitária.

[...] mas ficar dentro deste castelo dia e noite me sufoca, me mata aos poucos e me deprecia muito. Serás que entende?

As palavras se repetiam na mente de Sesshoumaru.

- Menina desajeitada. Sesshoumaru-sama! Quando Rin voltar teremos que lhe dá um castigo. Isso não é coisa que uma dama faz! – Reclamou Jaken pegando num caco de vidro. – Ela quebrou o espelho bordado a ouro e prata.

- Jaken! – Chamou Sesshoumaru.

- Hai! – Respondeu.

- Saia. Quero ficar... Sozinho. – Disse de costas pra Jaken.

- Hai! – Jaken fez uma reverência e saiu dos aposentos de Rin.

Sesshoumaru ficou um pouco atrás da mesinha de Rin. Fechou os olhos e procurou sentir o cheiro da humana e saber com exatidão o que ela estava sentindo na hora. Antes de começar isso ele terminou de ler a carta e gravou cada palavra redigida por Rin...

Agora, era o momento de concentração.

[...] saiba que pra mim é muito difícil escrever isso.

- Ela estava nervosa e indecisa... – Pensou alto.

[...] vida humana e a vida que eu viveria ao seu lado eternamente.

- Ela continuava indecisa em sua opinião. – Sesshoumaru formou na sua mente imagem de como Rin poderia está escrevendo a carta. Apreensiva e nervosa; insegura e com medo.

[...] "Jaz aqui Princesa Rin – A protegida de Lorde Sesshoumaru Taisho". O que isso? Um modo de gratidão?

- Fardo!

[...] Amadurecer antes do tempo e perder a minha infância. Pra quê?

- Ela queria liberdade. Queria respirar ar puro...

Parecia que o cheiro de Rin estava mais perto, parecia que estava retornando... Ao quarto... Feito mágica.

Sesshoumaru passou a maior parte da noite relendo a carta. Destacando frases e palavras que davam pistas sobre Rin.

Preciso assumir uma responsabilidade sozinha. Preciso crescer e amadurecer sozinha.

- Amadurecer? – Questionou-se. Após isso se lembrou de que as servas a chamavam de "laranja verde". – Laranja é uma fruta, que vem de uma árvore, árvores são sinônimos de florestas e bosques, mas as laranjas trazidas para as Terras do Oeste vêm do Norte...

Ele fechou o pergaminho e olhou fixo para a paisagem que dava uma bela paisagem natural.

- Ela foi pro norte! – Concluiu.


Na colina, Rin montava a fogueira. Estava muito frio lá.

Ela colocou mais um kimono no chão e outro para se cobrir, ela estava perto de Ah-Un. Onde haveria mais calor e poderia se aquecer. Ela estava cansada de mais da viagem. Tinha quer dormir.

- Boa noite Ah-Un. – A pequena dama fez um carinho doce no animal e adormeceu.

No dia seguinte seria um novo dia...


Não muito longe dali...

A lenda conta que sobre a lua cheia apareceria uma jovem que abriria o portão do grande jardim... Ela teria um segredo? Sim! E o segredo não era o Jardim, o segredo era o que estava oculto e escondido em sua mente e em seu coração. Muitos Yokais tentaram inutilmente invadirem o tal do jardim que esconde um grande mistério... Nenhum saiu com vida. Só a princesa, a verdadeira princesa de coração puro poderá ir além dos muros altos do Jardim Secreto.

- Papi! A lenda do Jardim Secreto é mesmo real? – Perguntou um gnomo de 45 centímetros ao seu pai.

- Sim! Muito real filho. E devemos confiar que a princesa virá nos salvar. Só ela pode acabar com esses yokais que perturbam tanto a gente. Agora vamos. – O pai e o filho entraram numa casinha em formato de cogumelo que ficava no coração da floresta...

- Papi! Conta o resto da lenda?

- Conto! Conto! Depois da sopa... – Falou o gnomo pai.


Continua...


Nota da Autora: Oi gente! Aposto que tem gente feliz aew! Então levanta a mão! o/ o/ Bem, deixa eu explicar. O Jardim Secreto foi a primeira fic que postei aqui no FF em 2006, só que aconteceu algumas coisas algumas difamações e eu exclui a fic. Anos depois, 2011, descobri que tinha uma leitora que havia guardado os 7 primeiros capítulos da fic, mas só que são bem mais. Provavelmente irei demorar um certo tempinho pra postar até porque estou reescrevendo a história e tentando melhorar, na época que fiz tinha 13/14 anos, era uma pivete. :D Bem, se não for pedir muitos eu agradeceria se eu tivesse review's isso ia me deixar feliz. Sério gente sejam felizes e deixam uma review pra mim *-* não vai quebrar o braço de vocês não...


*Anny Taishou: Querida te prometi uma one, mas não deu! Confesso que não sei fazer one T_T Trágico! A one que eu fiz não ficou legal e eu acho que você não iria gostar e como você sempre comenta nas minhas fic resolvi te dá algo decente [?] pelo menos eu acho que essa fic esteja decente! .-. Gostou?