Disclaimer: Inuyasha não me pertence. Esse fanfic tem o único objetivo de divertir.
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TUDO PELA HERANÇA
Por: Madam Spooky.
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Capítulo 1 - A Festa
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- Madame Kaede vai dar uma festa. - disse Inuyasha lendo a notícia no jornal enquanto enchia um copo com cerveja barata. - A velha nem se lembrou de nos convidar e justo nós que somos os únicos sobrinhos dela.
Do outro lado do apartamento de um cômodo só, com os braços apoiados na janela que tinha vista para os muros gigantescos de um presídio de segurança máxima, Miroku olhou para o irmão e sorriu.
- A festa é em homenagem a nossa prima Kikyou, lembra-se dela?
Inuyasha abriu a boca deixando escapar um resmungo ininteligível. Claro que ele se lembrava, saíra com ela uma vez quando eram mais jovens em uma tentativa de agradar a velha Kaede.
- Eu acho que a Kikyou não ia gostar de ver na festa dela o cara que a deixou plantada na porta de uma boate em seu primeiro encontro enquanto dirigia por ai completamente bêbado com duas mulheres que nunca vira na vida. - disse Miroku com ar divertido.
Inuyasha cruzou os braços descontente. Ele lembrava muito bem daquela noite e não acontecera como Kikyou fazia questão de contar por ai. Ela fora dançar com outro cara deixando-o sozinho no balcão e foi ai que as duas mulheres o abordaram. Elas conseguiram deixa-lo tão bêbado que ele não fazia idéia do que tinha acontecido até acordar no dia seguinte em um quarto barato de hotel, com a pior dor de cabeça que já sentira na vida, sem o casaco de couro, os sapatos e a carteira.
- Não se preocupe com isso, Inuyasha. - continuou Miroku, agora com uma expressão mais séria. - Tia Kaede não nos convidaria de qualquer maneira. Lembre-se que ela nunca se deu bem com o nosso pai e sempre nos jogou na cara que ele perdeu todo o dinheiro que tinha com jogatina e mulheres deixando como herança apenas seus dois filhos imprestáveis: nós. Se estamos quebrados, pelo menos não é nossa culpa.
Os dois ficaram em um silencio incômodo, ambos querendo dizer mais alguma coisa sobre o assunto, porém sem saber exatamente se valia a pena. Inuyasha foi quem falou primeiro:
- Se eu tivesse tanto dinheiro quanto aquela velha, sairia desse pulgueiro para sempre. - ele disse mais para si mesmo que para o irmão. - Eu viajaria pelo mundo e nunca mais voltaria a este país.
Miroku balançou a cabeça com um suspiro de censura. Talvez o fato de estarem quebrados fosse culpa deles sim, afinal, o único emprego que ele conseguira com seu pouco estudo fora um serviço mal pago como entregador em uma loja de departamentos. Quanto a Inuyasha, apesar de ter começado a faculdade, nunca conseguira passar mais de uma semana no mesmo trabalho por causa de sua incompetência e falta de interesse até que desistiu argumentando que não nascera para empregos comuns. Agora tudo o que sabia fazer o dia inteiro era ver televisão e esvaziar garrafas de cerveja. Aquele lugar sequer seria limpo se Miroku não vivesse lá.
- Continue sonhando, irmão. A velha Kaede jogará todo o dinheiro no mar antes de nos deixar um centavo.
Nenhum dos dois disse mais nada aquela tarde. Miroku logo voltou para o trabalho enquanto Inuyasha continuou no apartamento ocupado no que sabia fazer melhor: nada.
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Kagome Higurashi encheu a bandeja redonda de prata com canapés e se dirigiu ao salão de festa em um ritual que já repetira cinco vezes naquela noite. Em seguida começou a andar entre os convidados de modo a deixar os tira gostos ao alcance de quem os desejasse.
- Kagome! - era a voz de Sango do outro lado da sala.
Estava acenando disfarçadamente de modo a não deixar os outros garçons perceberem, pois elas não tinham permissão para conversar em horário de trabalho. Kagome respondeu com um sorriso e caminhou disfarçadamente até onde a amiga estava. Chegando lá, começaram a sussurrar uma de costas para a outra de modo a parecer que continuavam servindo os convidados.
- Você já viu a senhorita Kikyou? - perguntou Sango animadamente.
Kagome franziu a testa confusa.
- Se eu vi quem??
- Ah, Kagome... - Sango sorriu. - Você não presta mesmo atenção, não é? Kikyou é a neta da senhora que está dando a festa. Parece que estão dando as boas vindas a ela agora que voltou dos Estados Unidos onde estava estudando... algo assim.
- Eu não sabia... - disse Kagome. A verdade é que nunca prestava atenção nos anfitriões daquelas festas. Tudo o que importava era fazer o seu trabalho e ser paga depois. Não era aquilo que planejava fazer a vida toda, mas enquanto não conseguia dinheiro para seguir com os estudos, tinha que continuar servindo canapés e outros petiscos estranhos em lugares como aquele. - O que há com essa senhorita Kikyou?
- Ela está descendo as escadas nesse momento.
Kagome seguiu o olhar de Sango até o centro do salão onde uma jovem descia graciosamente as escadas enquanto deslizava a mão direita pelo corrimão. Tinha os cabelos negros, compridos e soltos jogados para trás deixando a mostra um rosto jovem e bonito. Ela sorria timidamente, mas mantinha a cabeça erguida em uma postura nobre e altiva. Qualquer um podia perceber que Kikyou era naturalmente bonita, mas o vestido comprido azul, colado a seu corpo, e a discreta camada de maquilagem no rosto destacava-lhe a beleza deixando-a deslumbrante.
- Ela é muito bonita. - disse Kagome sentindo-se subitamente diminuída diante daquela mulher.
- Se parece muito com você. - Sango comentou.
Kagome riu mais alto do que planejara chamando a atenção de alguns convidados que a fitaram com olhar reprovador. Ela se desculpou com um sorriso envergonhado e voltou-se para a amiga falando ainda mais baixo que antes:
- Está ficando louca, Sango? Olha para ela e em seguida para mim e meu uniforme de empregada de bufê.
Sango deu de ombros.
- Ela pode estar vestida como uma Barbie, mas o as feições são as mesmas.
Kagome sorriu. Uma Barbie... quem pensaria nisso se não Sango. Nunca conhecera alguém tão franco e desatento a superficialidades quanto ela. Olhando bem para Kikyou, talvez elas se parecessem um pouco, mas não mais do que um tecido colorido de seda se parecia com um de chita de mesma estampa.
Naquele instante, um homem acenou para Kagome e ela atravessou o salão com a bandeja afastando-se de Sango. Era um cavalheiro alto de cabelos muito claros que conversava com Kikyou cortejando-a descaradamente. Próxima aos dois, a senhora Kaede os observava com atenção parecendo um tanto contrariada.
O homem pegou um dos canapés na bandeja de Kagome e agradeceu sem olhar para ela. Ele tinha um rosto muito bonito, mas uma atitude de superioridade que o tornava desagradável a primeira vista.
- Sabe, senhora Kaede. Sua neta continua adorável, não mudou nada durante os anos que esteve fora.
Kikyou sorriu lisonjeada, mas a avó assumiu uma expressão ainda mais contrafeita. Se a intenção daquele homem era conseguir a simpatia da mulher de idade, estava falhando miseravelmente.
- O que está fazendo no país, Sesshoumaru? - ela perguntou sem nenhuma tentativa de disfarçar a irritação.
- Negócios. - disse ele sem tirar os olhos de Kikyou. - Mas fico muito feliz de poder ter vindo...
A senhora Kaede abriu a boca para responder, mas um grupo de conhecidos aproximou-se dela conversando e rindo fazendo com que desistisse. Quando se afastou para atende-los, Kikyou aproveitou a distração da avó e puxou Sesshoumaru pelo braço na direção do jardim.
Durante todo o tempo, Kagome observou sem nenhum interesse enquanto equilibrava a bandeja de canapés quase vazia entre as mãos. Os convidados que conversavam com a anfitriã não pareciam muito interessados na comida e ela aproveitou para afastar-se discretamente de modo a reabastecer a bandeja na cozinha.
- Eu odeio esses eventos. - disse entediada.
- O que é que você odeia?
Era Sango novamente. Vinha carregando um pequeno balde de gelo.
- Festas, Sango. Eu odeio festas!!
- Sei... - a amiga sorriu. - É o que você sempre diz. Mas sabe... estou certa de que não odiaria estar aqui como convidada, pelo menos eu não odiaria.
As duas seguiram juntas para a cozinha enquanto riam da idéia. Quando poderiam ser convidadas para uma festa em um lugar como aquele?
Sango não vinha de uma família de muitas posses, para ela aquilo importava bem menos que a Kagome que já vira dias melhores em sua vida antes de uma série de acontecimentos, aos quais ela costumava se referir como uma onda de azar, a levassem a ter que trabalhar para ajudar nos gastos de casa.
- Eu não gosto quando você faz essa cara. - disse Sango com um suspiro. - Está remoendo os acontecimentos irremediáveis da sua vida nova, não é? Kagome, você está muito melancólica essa noite... Acho que seria uma boa idéia convidarmos alguns amigos para ir a algum lugar quando acabar nossa hora e você? Nós saímos as sete, não é tão tarde assim, há tempo para aproveitar antes que você tenha que estar em casa.
Kagome parou para pensar naquela sugestão se perguntando se seria uma boa idéia. Por que não? Souta e Shippo estavam na casa do pai em outra cidade e a mãe dela trabalharia até tarde. Ela abriu a boca para aceitar o convite quando um grito ecoou vindo do salão.
Sem pensar, Sango e Kagome, acompanhadas de outros garçons e alguns assistentes de cozinha curiosos, correram para ver o que estava acontecendo. Chegaram na sala a tempo de aproximar-se do corpo caído da anfitriã, Kaede, antes que um grupo maior se aglomerasse em volta dela. Ao lado da mesma, uma mulher de meia idade vestida com um espalhafatoso vestido vermelho cheio de plumas gritava histericamente:
- Ela está morta!! Ela comeu um daqueles canapés e agora está morta!! A comida está envenenada!!!
Ouvindo as palavras da mulher, os outros convidados começaram a falar entre si todos de uma vez afastando-se da comida com expressões preocupadas. Algumas mulheres desmaiaram. Um homem, já de idade, correu para fora berrando a seu motorista que estava se sentindo mal e precisava de um médico. Na confusão, ninguém parecia estar muito preocupado com o estado da anfitriã.
Sango foi a primeira a recuperar-se do choque.
- Alguém chame uma ambulância! - sugeriu. Como ninguém a atendeu, correu até o telefone e discou ela mesma para a emergência.
Kagome olhava para todos os lados sem saber o que fazer. Ora, ora, vejam só, a festa de súbito tinha ficado interessante, mas movimentada demais na opinião dela.
Sem poder ajudar em mais nada, ela ajoelhou-se ao lado da mulher caída no chão e checou-lhe o pulso do jeito que ensinavam nas aulas de primeiros socorros nos tempos de escola. Não havia dúvida, a mulher estava morta.
- Eu já chamei a emergência. - Sango tinha voltado ainda com o telefone na mão.
Kagome balançou a cabeça negativamente e falou em um tom de voz quase inaudível:
- Tarde demais, ela está morta...
As duas jovens abaixaram a cabeça em silêncio. Não conheciam bem àquela senhora, mas sentiam-se tristes por não terem podido fazer nada por ela.
As sirenes da ambulância já podiam ser ouvidas se aproximando e um grupo de convidados aflitos já faziam fila para serem atendidos com medo de realmente terem sido envenenados.
Pelo visto a noite não acabaria tão cedo...
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Do outro lado da cidade, dirigindo um caminhão cheio de pacotes a serem entregues ainda naquele dia, Miroku olhou para o céu onde uma estrela despencava deixando um rastro dourado para trás.
- Que bonito... - ele disse sonhadoramente. - Uma estrela cadente... Dizem que aparecem quando uma alma abandona esse mundo... Não! Prefiro pensar que é um sinal de boa sorte. Talvez algo de bom esteja prestes a acontecer.
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CONTINUA
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Olá!!
Esse é o meu primeiro fanfic de Inuyasha.
Eu gosto muito de fanfics ambientados em universos alternativos e tentei escrever um em que não houvesse magia, outros mundos nem youkais... Não sei quantos capítulos terá, mas espero que não muitos.
Reviews são muito bem vindos, assim saberei se devo mesmo continuar.
Obrigada por ler e até mais.
Madam Spooky =^-^x= (madamspooky@hotmail.com)
