Nome: Cama de Gato
Autor: Suryia Tsukiyono
Pares: Tudo que posso dizer é que Aya, Ken e Omi estão envolvidos nisso.
Classificação: Angst, Romance, Lemon, (um pouco de comédia? o.O" vou pensar sobre isso)
Avisos: Esta fic pode conter cenas fortes e um pouco depressivas, por isso estejam preparados.
Cama de Gato
Por Suryia Tsukiyono
Parte I
Aquele forte cheiro de mofo no local frio e úmido o estava deixando doente. Mas nada era mais incômodo que o duro aço das algemas que apertavam seus pulsos. Além de tudo, seu corpo estava dolorido, havia recebido alguns chutes e socos quando se recusara a entrar naquele lugar.
Muito pior que tudo isso, era a dor e a sensação de vazio que dilacerava seu coração naquele instante, sua vida havia perdido o brilho, a razão de ser, tudo o que queria era ser afagado e acalentado, mas não existia mais nada a que se apegar, sua vida havia se tornado miserável e sem sentido depois daquela fatídica noite.
"Ei, garoto!", um homem chamou de maneira forte e impaciente, mas logo percebeu que o garoto loiro a sua frente não se moveu, parecia não estar escutando ou então fingindo que não estava. "Garoto! Estou falando com você!", gritou mais alto e rude quando o menino pareceu não lhe dar atenção.
Só então Omi levantou a cabeça saindo do fundo de seus pensamentos e voltando a triste realidade.
"Encoste naquela parede e tire a roupa! Anda logo, estou com pressa! Tenho mais um fila de meliantes como você para livrar dos piolhos e desse fedor horroroso", apressou o homem ficando mais impaciente ao notar a aparente desmotivação do garoto que sempre andava a passos lentos e com o olhar fixo ao chão. Estava acostumado ao olhar assustado e atento dos presos que chegavam quase todos os dias, mas aquele jovem não parecia muito interessado em saber qual destino lhe caberia dali por diante. Seu olhar era apático e quase sem nenhuma expressão.
Omi não se importou com a ordem que havia recebido e tão logo teve os pulsos liberados das algemas tratou de se livrar das roupas, mas sem nenhuma pressa. Em outra ocasião ele até se sentiria envergonhado com tal situação, mas agora nada mais era importante. Quando finalmente estava nu, foi surpreendido por um jato muito forte de água fria lançado diretamente sobre ele. A pressão da água era tanta que seu corpo ficou dormente e Omi chegou a pensar que iria se afogar pela quantidade de água, pois mal conseguia respirar. Tentou proteger o rosto com os braços, mas nada adiantava. Depois de minutos que mais pareceram uma eternidade, o jato cessou, mas o loirinho já não conseguia sustentar o peso do próprio corpo sobre suas pernas, sua cabeça doía e sua mente estava confusa, agarrava-se ao mais tênue fio de consciência que ainda lhe restava.
Ficou imóvel durante alguns minutos até sentir que sua visão se fazia nítida novamente, então percebeu o passo de dois homens vindo em sua direção, mas não conseguiu se levantar do chão ainda molhado. Os dois homens se ajoelharam ao seu lado e um deles segurou e levantou o seu rosto.
"Esse aqui não é muito jovem para estar aqui?", disse um deles.
"Parece que não, aqui diz que ele acaba de completar 18 anos", respondeu o outro consultando uns papéis.
"Ahhh, mas que falta de sorte...", debochou. "E o que foi que ele fez?".
"A ficha diz que foi assassinato, aliás vários deles...".
"Mas que filho da mãe! Com essa carinha bonitinha ninguém diz que é um assassino", analisava o homem enquanto segurava fortemente o rosto do jovem arqueiro. "E então? feliz com o seu novo lar?", perguntou em tom irônico, mas não obteve nenhuma resposta de Omi que apenas contemplava o vazio. Irritado com o olhar inexpressivo do menino o guarda o obrigou a se levantar e o encostou contra a parede.
"Sabe, uma coisa que você tem que aprender é ser educado aqui. Quando alguém fala com você é bom responder, ou você pode se dar muito mal lá dentro. Os outros presos adoram tipinhos como você. Se continuar assim não vai durar muito", avisou o homem usando um tom ainda mais debochado. Mas ao contrário do que o ele esperava Omi não demonstrou qualquer reação.
Exacerbado ele puxou o jovem pelo braço e entrou dentro de uma sala. Do lado de fora podiam ser ouvidos os sons que pareciam ser de golpes e pancadas, e também de alguns poucos gritos que se seguiam. Nenhum outro guarda ou funcionário do lugar ousou interromper e entrar naquela sala.
Quando o loirinho foi levado até sua cela e atirado dentro dela tudo o que conseguiu fazer foi arrastar-se para um canto, ficando ali encolhido. Percebeu que não estava sozinho e se sentiu desconfortável com todos aqueles olhares sobre ele, devia ser uns quatro ou cinco homens com caras nem um pouco amigáveis.
"Olhem só o que temos aqui!", exclamou um deles com o sorriso cínico no rosto. Ele se aproximou mais e deu uma boa olhada na condição deplorável em que o loirinho se encontrava. "O que você andou fazendo para receber tratamento especial logo na chegada, hein?".
Inicialmente Omi não entendeu a que o homem se referia, até que deduziu que o homem falava sobre a forma com que fora espancado minutos atrás. Ele não disse nada, apenas ignorou a presença do homem fechando os olhos, era melhor não causar nenhum atrito naquele momento, pois não havia conseguido se defender de um único homem nos minutos anteriores, o que ele poderia fazer contra cinco deles? Na condição em que se encontrava, nada... Ele mesmo concluiu.
"Deixa ele, parece que o novato não quer conversar", disse um outro fazendo pouco caso de Omi.
"Mas eu gostei dele...", falou o primeiro homem com um jeito meio insano. "Ele tem lindos olhos azuis... eu sempre quis ter olhos azuis...".
"Eu também gostei... e faz tempo que não temos diversão por aqui, ainda mais com alguém assim tão bonitinho...", concordou um terceiro homem já se aproximando do jovem com um olhar desprezível de cobiça.
Omi já não era tão ingênuo a ponto de não perceber o que aqueles homens tinham em mente, já havia escutado várias histórias sobre coisas daquele tipo acontecendo nas cadeias. Ele apenas fechou os olhos resignando-se, não era aquilo o que ele tinha sonhado para sua vida, mas sabia que não havia escolha. Além do mais, todos os seus sonhos foram destruídos naquela noite. Ainda sim ele tinha medo, ao mesmo tempo em que sabia que era algo inevitável, os sentimentos se conflitavam dentro de si. Em seu pensamento veio novamente aquela imagem.
"Aya, me perdoe... me perdoe. Espero que ainda me sobre um pouco de dignidade quando chegar a minha hora e nós finalmente nos encontraremos", ele expeliu um sussurro lânguido que podia ser facilmente confundido com uma prece.
Um dos homens o agarrou e o segurou com força, sem saber que o menino não era capaz de ter qualquer reação. Um outro tratou de tentar tirar o que sobrara de suas vestes, que mais pareciam trapos depois de tudo.
"Tirem as mãos dele!", um sujeito gritou depois de ter sido colocado dentro da mesma cela sem que os outros percebessem de tão empolgados que estavam com o novo companheiro de cela.
Os homens olharam curiosos para o prisioneiro enquanto o guarda do lado de fora avisava que o mesmo estava sendo transferido de pavilhão.
"E então? Quem se atrever a encostar nele novamente morre! Eu já perdi a conta de quantos matei e não vou me importar nenhum pouco de matar mais alguns... Já que eu vou passar o resto da minha vida nessa merda... mandar mais alguns pro inferno pode ser uma boa distração", Ameaçou o homem, fechando uma das mãos e socando a palma da outra repetidas vezes em provocação.
Os prisioneiros foram lentamente se afastando de Omi e dando espaço para o recém chegado.
"Ei, não é o cara que todos estão chamando de o Homem de Neandertal?", cochichou um deles com os companheiros.
"É, ele sim", reconheceu um outro. "Melhor ficarmos longe dele! Ouvi dizer que ele acabou com a raça do Nobunaga apenas com as mãos".
Omi percebeu a comoção que acontecia dentro da cela, mas não conseguia ter consciência do que realmente estava acontecendo. Foi quando ele viu que o tal homem parou bem perto dele, Omi levantou levemente os olhos para encarar a face do prisioneiro inesperado.
"KEENN-KUNNN!", os olhos do loirinho saltaram em espanto ao ver o jogador bem diante dele. E sem pensar muito ele se levantou o tanto que pode e agarrou a cintura do moreno abraçando-o com força. "Como é bom ver você...", nesse minuto Omi não segurou suas lágrimas, era a primeira vez que chorava depois que o seu mundo havia sido destruído.
"Também estou feliz em vê-lo, mas agora se acalme... Céus, Omi... O que foi que fizeram com você?", balbuciou Ken ao reparar em todos os ferimentos que o menino tinha pelo corpo, mas ele não obteve resposta, apenas sentiu que aos poucos o choro de Omi ia diminuindo e que a respiração parecia mais estabilizada, até que ele finalmente pegara no sono. O moreno apenas se ajeitou no chão e o aconchegou melhor em seu colo, pois sabia que Omi precisava descansar. Um sorriso bobo se formou em seus lábios, pois apesar de todos os infortúnios dos últimos dias estava feliz por ter encontrado o loirinho novamente.
Quando Omi despertou notou que estava envolvido e amparado pelos braços de Ken e sentiu-se muito seguro com isso, só então pôde dar uma boa olhada no local e nas pessoas que estavam nele, e desta vez registrar com consciência as informações recebidas do meio externo. Com a movimentação do chibi o jogador também acordou e respirou mais aliviado ao perceber que Omi parecia bem melhor.
"E então, Omi? Sente-se melhor agora?", o moreno perguntou com carinho. Era muito difícil para Ken ver o chibi daquele jeito, ainda mais sabendo tudo o que devia estar se passando com ele e mesmo que tentasse imaginar, não conseguiria saber o tamanho daquela dor.
"Estou me sentindo muito melhor", respondeu com um suspiro enquanto abraçava o amigo um pouco mais. "Ainda bem que você está aqui. Quando acordei, por um instante, eu pensei que tudo havia sido um sonho... que Aya ainda... ainda...".
"Que Aya ainda estivesse vivo...", o jogador completou ao sentir a hesitação nas palavras de Omi.
Nessa hora o abraço entre eles tornou-se mais forte e o jogador não precisava olhar para os olhos azuis para saber que eles estavam chorando. "Eu ainda não entendi como tudo aconteceu naquela missão".
"Foi tudo culpa minha, Ken-kun. Eu fiz tudo errado... eu...", assumiu o loirinho imediatamente.
"Não fale bobagens. Se alguém teve culpa então fomos todos nós... todos nós fomos imprudentes. Você sabe disso, então não queira assumir tudo sozinho", descordou ele segurando Omi pelos ombros, conhecia o menino o suficiente para saber que faria algo do tipo.
"Foi horrível... eu ainda vejo a imagem dele caído no chão da fábrica...", sussurrou Omi enquanto as lembranças dolorosamente vinham à tona mais uma vez.
"Não! AYAAAAAAAA! NÃOOOOOOOOOOO!", o grito desesperado escapou da garganta do loirinho ao mesmo tempo em que o corpo do ruivo despencou ao chão ferido mortalmente. Ele se atirou sobre o corpo tentando inutilmente reanimá-lo. No mesmo instante, luzes começaram a piscar e alarmes soaram estridentes, mas Omi não se importava com nada, ele apenas sacudia o corpo inerte de Aya e o abraçava chorando copiosamente.
"Ouh Merda!", Ken xingou ao se aproximar da cena junto com Yohji. Os dois mal podiam acreditar no que era visto por seus olhos. "Temos que sair daqui bem rápido", sugeriu o jogador tentando erguer o corpo de Aya e Omi que não o largava.
"Ah que ótimo! A policia... era tudo que nos faltava!", reclamou o playboy quando viu as luzes e barulho das sirenes. "Assim não vamos conseguir, Ken".
"Ele tem razão. Vamos, Omi!", concordou ele tentando tirar Omi dali, mas o menino parecia não concordar nenhum pouco com a idéia
"Não! Me deixa! Eu não vou deixá-lo! Ayaaaaaaa!".
"Omi, por favor! Vamos!", Ken continuava insistindo, queria ajudar Aya, mas no momento precisava ajudar Omi.
"Não eu não vou! Me larga!", ele ainda se recusava.
"Vamos, Ken! Ficar aqui é colocar tudo a perder! Anda logo!", agora era Yohji quem praticamente arrastava o jogador para fora do local.
"Mas e o Omi, Yohji?", questionou Ken no meio de toda confusão.
"Ele fez a escolha dele... Eu sinto muito...". Yohji a muito custo havia conseguido trazê-lo para fora.
"Ayaaa! Abra os olhos! Ayaaaaaaaa! Você não pode fazer isso comigo! Ayaaaa, abra os olhos! Deus, seu maldito! Você não pode fazer isso comigo novamente! Não pode! Ayaaaaaa!". Gritava o jovem tomado pelo desespero, era a segunda vez que tinha alguém que amava em seus braços daquela forma. E isso era mais do que ele podia suportar.
Do lado de fora Yohji e Ken ainda discutiam.
"Ken, isso é loucura! Vai ser inútil voltar lá, você sabe disso!", argumentava Yohji querendo impedi-lo de cometer mais uma besteira.
"Não importa, eu vou! Não posso deixá-lo lá! Não dá! Eu posso imaginar o que ele está sentindo. Não é fácil perder alguém desse jeito. Você não entende!".
"Eu entendo mais do que você imagina... Foi assim que eu perdi...Asuka", disse Yohji em seus silenciosos pensamentos.
Contrariando tudo o que Yohji dizia Ken correu novamente para dentro da fábrica, mas antes que pudesse chegar até Omi foi agarrado por três policiais que com dificuldade conseguiram desarmá-lo. Ao mesmo tempo dois policiais também se aproximaram de Omi para tentar capturá-lo.
"Não! Tirem as mãos de mim! Eu não vou a lugar algum! Ayaaaa! Ahhhhhhhgggg! Ahh Ayaaaaa!", o chibi resistia e esbravejava, empurrando e golpeando feito um louco cada um dos policias que tentavam dominá-lo. "AYAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA".
"Então foi isso. Eu derrubei bem mais que uns dez antes de conseguirem me prender realmente. Eu não queria sair de lá de jeito nenhum", contou Omi bastante desolado com tudo aquilo, ele melhor do que ninguém sabia o quanto lembranças podiam ser dolorosas.
"Você fez isso, Omi?", perguntou o jogador espantado.
"Eu não sabia o que estava fazendo... Mas eu apanhei muito por isso. Depois eu acho meio que perdi a consciência das coisas e tudo ficou pior".
"Eu entendo... Mas... e o Aya?", o moreninho precisava saber, algumas pontas daquela história ainda estavam soltas.
"Não sei... acho que o corpo foi deixado lá, ou se o levaram pra algum lugar... eu não faço idéia", as lágrimas agora ganharam uma nova intensidade na face de Omi. "Você não consegue imaginar o que estou sentindo... Ele morreu e eu nem ao menos pude dar a ele um enterro digno. Isso é horrível".
"Omi, somos assassinos... nossa dignidade não vale muita coisa... Sabíamos que podia ser assim desde o início", disse Ken voltando a abraçá-lo.
"Eu sei... mas não aceito isso!", retrucou convicto. "Não é justo, Ken. Não é...".
"Omi...", Ken nem sabia o que dizer. Tinha conhecimento que Aya e Omi estavam juntos há pouco tempo e imaginava que os dois nem ao menos tiveram a chance de dizer tudo que queriam um ao outro.
"Eu nunca pensei que passaria por isso novamente. Por quê? Por quê? Uma dor tão imensa como foi quando Ouka... Aya-kun não podia... Meu Deus... Eu superei isso da primeira vez... não posso superar uma segunda...".
"Mas você precisa, Omi!".
"Mas eu não quero...", a resposta pareceu pesada e desesperançosa.
"Você não pode desistir da sua vida assim! Não pode!", esbravejou o jogador com o desanimo do garoto.
"Aya era a minha vida...".
Ao ouvir aquelas palavras Ken se afastou de Omi e procurou não encará-lo.
"O que foi, Ken-kun?", perguntou percebendo a mudança do outro.
"Nada... eu só pensei que fossemos amigos... Não sabia que não existia espaço para a nossa amizade em sua vida".
"Ken... me desculpa, eu... eu sou um idiota mesmo", recriminou-se o garoto ao perceber que havia magoado o jogador. "É claro que somos amigos. E eu agradeço muito por você estar aqui comigo. Aliás não me disse o que aconteceu com você e Yohji".
"Yohji deve estar bem, creio que conseguiu escapar a tempo. Já eu fui apanhado quando voltava para buscar você", revelou ele ainda um pouco desanimado.
"Então quer dizer que você foi me buscar? Ken, você fez isso? Que loucura... então... a culpa de você estar aqui também é minha... Deus, por que não fui eu no lugar do Aya!".
"Deixe de bobagens, você não tem culpa de nada. Eu escolhi voltar, e uma vez você me disse que somos responsáveis pelas nossas próprias escolhas. Você melhor que ninguém sabe disso".
"Ken-kun...".
"Então pare de ficar pensando bobagem! Sei que tudo o que aconteceu foi doloroso, mas você não pode se entregar assim... Muito pelo contrário, você tem que reagir, Omi", aconselhou o moreno meio preocupado.
"Reagir para quê?", contradizia o chibi.
"Para quê? Omi, eu não pretendo ficar a minha vida toda nessa droga de lugar e não tenho nenhuma intenção de deixá-lo aqui. Então é bom o senhor ir mexendo isso que você chama de cérebro e pensar num jeito de sairmos daqui".
"Não tem jeito, e mesmo que conseguíssemos fugir... Nós iríamos para onde? Não temos mais trabalho, não temos mais casa e não podemos voltar para a Kritiker, você sabe disso!", respondeu Omi resoluto.
"E quem está falando em voltar para a Kritiker, hein? Pense, Omi. Não foi isso o que nós sempre quisemos? Uma chance de ter uma vida normal? Podemos construir uma nova vida... deixarmos todo o cheiro de morte e dor para trás...", os olhos do jogador chegavam a brilhar imaginando tal possibilidade, e aquelas palavras balançaram o coração de Omi, do jeito que Ken falava tudo parecia tão fácil, mas seria ele capaz de finalmente ser feliz? Omi não tinha certeza, mas a possibilidade também mexia com seu interior.
"Mas... não vejo como sair daqui, e além de tudo seríamos fugitivos da polícia", o loirinho ainda duvidava.
"Pelo amor de Deus, Omi! Somos assassinos treinados! Já passamos por todo tipo de situação. Isso aqui deveria ser brincadeira de criança para nós".
"É talvez... eles sabem que eu sou um assassino, mas não sabem que eu sou um hacker... então acho que podemos ter alguma chance, basta que tenha um..."
"Um computador por aqui, não é?", completou o moreno com um sorriso nos lábios. "Isso certamente tem, eu dei uma olhada na trava das portas e são todas controladas eletronicamente, então..."
"Ken, você está quase me convencendo que essa maluquice pode dar certo", respondeu Omi sorrindo pela primeira vez depois de tudo o que acontecera.
"Vai dar certo, Omi. Pode acreditar em mim".
"Eu acredito".
Os dois se abraçaram novamente, sem se importarem com os olhares curiosos e os cochichos dos outros prisioneiros na cela. Parece que os dias seriam agora um pouco mais longos para Ken e Omi até que eles encontrassem algum jeito de escaparem daquele lugar.
Continua...
Suryia Tsukiyono
julho de
