– Capítulo 1 –
Uma noite chamada 'Mistério'
NA:O começo é narrado em terceira pessoa, mas depois passa a ser narrado ora por Gina, ora por Draco. O cap 1 é bem curtinho, mas espero que gostem! Beijinhos, G. Granger
E não importa o quanto dure a noite, as máscaras sempre caem no final.
Era sábado à tarde, mas todas as meninas já estavam em seus dormitórios. O motivo? Um Baile de Máscaras Preto e Branco. Inauguração da nova loja de vestes a rigor de Madame Malkin em Hogsmeade, na casa de festas do povoado. Todos os alunos do quarto ano pra cima haviam sido convidados, e o professor Dumbledore obviamente concordou.
O objetivo era estar fabulosa e não ser reconhecida. Uma noite onde o impossível não existia e o improvável acontecia. Loiras se tornavam ruivas, ruivas se tornavam morenas e morenas se tornavam loiras. Tudo no mais perfeito estilo.
Gina havia transfigurado seus cabelos, tornando-os castanhos claros, com umas leves mechas cor de mel. Sempre gostou de seus longos e lisos cabelos ruivos, mas naquela noite ela não devia ser ela mesma. Manteve seus olhos castanhos, e olhou mais uma vez para seu vestido. Era com certeza o presente mais lindo que Fred e Jorge poderiam lhe dar (NA: quem quiser ver mais ou menos como é o vestido, tirem os espaços e é o da esquerda, só que branco ao invés de verdinho: C:\Users\smd\Pictures\ secret. jpg). E por coincidência, era um dos mais novos modelos de Madame Malkin.
Fez pequenas tranças laterais, e prendeu seus cabelos em um coque, baixo e levemente frouxo. Esfumaçou seus olhos suavemente com o preto, e iluminou-os com o prata. Pintou os lábios de vermelho, e criou um leve ar de saúde em suas maçãs. Vestindo seu vestido e seus scarpin pretos, saiu satisfeita e decidida de seu dormitório, já vazio. Colocou a máscara preta e rendada em seu rosto e sorriu. Aquela seria a melhor noite de todas.
Draco já estava pronto. Permanecia loiro, embora não tão platinado. Não havia gostado tanto de si mesmo moreno, não que ficasse feio, é claro, já que isso era impossível, apenas não combinava. E de modo algum ficaria ruivo. Ruivos lembravam Weasleys e Weasleys lembravam gente pobre e sem classe, e Draco Malfoy tinha muita, muita, classe. Seus olhos acinzentados, quase prateados, brilhavam astutos através da máscara preta, que combinava com seu traje a rigor. Ele saiu da sala comunal da Sonserina, rumo ao hall de entrada, onde McGonagall estaria esperando todos os alunos às 20 horas.
Naquela noite, por uma noite, não importava se você era rico, pobre, loiro, moreno, ruivo, popular ou pouco conhecido, tampouco se você era grifinório, lufa-lufa, corvinal ou sonserino. Nada disso importava. Naquela noite ele não precisava se preocupar de ser um Malfoy, e com isso segurar toda a carga, classe e responsabilidade que isso trazia. O único objetivo era se destacar e tornar aquela noite a sua noite. E isso, ele sabia fazer. Muito bem. Levantou uma sobrancelha e sorriu maliciosamente. É, aquela noite com certeza prometia.
Gina entrou na Casa de Festas de Hogsmeade, mas mal teve tempo de apreciar toda a beleza do local. Quando estava prestes a cruzar a porta do Salão, sentiu um puxão em seu braço esquerdo. Um rosto animado e bonito a encarava. O assistente executivo de Madame Malkin. Ele seria aquele cara perfeito, se não, ahn, digamos... "jogasse no outro time". "Você é perfeita," ele disse, e abriu um sorriso ainda maior para Gina e pediu a ela para segui-lo. Sem entender nada, ela o fez.
A porta do Salão da Casa de Festas se abriu, o hall de entrada já estava incrível, mas a decoração interna estupenda. Um palco de vidro cobria uma extremidade do salão, seguida por uma passarela e uma pista de danças, também de vidro, todas iluminadas por uma luz azul vindas de baixo. O céu refletia as estrelas do exterior, o que Draco imaginou que havia sido projetado por alguém de Hogwarts. Diversas máscaras estavam espalhadas, e havia flores coloridas por todo o salão, o que contrastava maravilhosamente com as vestes pretas e brancas dos estudantes. Na outra extremidade havia um rico buffet, com a melhor (aliás, segunda melhor, depois da Mansão Malfoy, é claro, pensou Draco) variedade de pratos, massas e sobremesas, tudo magicamente conservado em temperatura ideal. Uma grande escada de mármore claro descia até o primeiro andar, onde havia sofás, pufes, mesinhas e um grande e luxuoso bar, onde, infelizmente, pensou Draco, só poderia consumir, no máximo, cerveja amanteigada. A boa notícia era que havia tantas garotas bonitas que não via por que se preocupar em beber, ou deixar de beber, naquela noite. E falando em garotas bonitas, um holofote brilhou sobre a passarela e o desfile de Madame Malkin, com as mais lindas garotas de Hogwarts, começou.
Uma forte luz ofuscou seus olhos e ela subiu na passarela. Oh, por Merlim! O que eu estou fazendo aqui? Ela respira fundo, amaldiçoa mil vezes estar usando uma criação única de Madame Malkin e todo o quadribol extra que fez no verão e com um olhar forte e determinado, avança pela passarela.
Ele não consegue tirar os olhos dela. É claro que todas as garotas que estavam desfilando eram bonitas. E todas aquelas eram de Hogwarts? Draco não podia dizer quem era quem, afinal era um Baile de Máscaras, não era? Mas não, ela não era como as outras. Havia algo poderoso nela. Poderia ser no sorriso que mostrava que ela não estava confiante, mas sim que autoconfiança não era nada mais que o traço marcante nela, como se fizesse eternamente parte dela. Mas não. O que a diferenciava eram os olhos. Não eram azuis ou verdes, o que normalmente impressiona as pessoas. Não. Eram castanhos. Mas brilhavam como o sol depois de um dia de chuva, era como se o último fio da esperança que te prende ao seu maior objetivo estivesse ali. Era um olhar que te fazia tremer dos pés a cabeça, e ao mesmo tempo se sentir em casa, acolhido, compreendido e protegido. Eles eram quentes, você nunca conseguiria mentir olhando no fundo deles, nem se você fosse um sonserino ou um Malfoy, ou até mesmo os dois, como ele. Mas mais que isso, eles eram determinados e persistentes. Eles sabiam o que queriam, e não mediriam esforços até atingir seus objetivos. Eles não paravam por nada. E ele não parava de encará-la.
Ele sentiu o coração parar por um momento como se pudesse enxergar tudo que aquele olhar trazia, e ao mesmo tempo não saber de nada. Mas ele sabia de uma coisa, ele precisava dela. Naquela noite.
Gina percebeu que não havia porque ter medo ou sentir insegura. Essa não era ela. Ela podia estar diferente e em um lugar onde todos estavam diferentes, mas a verdade é que no fundo ela continuava a mesma. Era a Gina confiante de sempre, e ela podia fazer isso. Porque ela sabia que era capaz. A verdade é que todos de alguma forma são capazes, o que lhes diferenciava era o tempo que cada um demorava em perceber que o que estivera tentando encontrar, estava dentro de si o tempo todo. E embora muitas pessoas e obstáculos aparecessem para tentar provar o contrário, Gina sabia que se ela confiasse verdadeiramente em si mesma, nada conseguiria derrubá-la. E mesmo se derrubasse, ela saberia sempre como se levantar, porque ela tinha a si mesma do seu lado. E isso, acredite, fazia toda diferença.
Ela avançou até o final da passarela, posou, e antes de virar-se pôde sentir, entre aquela multidão de olhares indefinidos, um par de olhos acinzentados e misteriosos nela. Sorriu, sempre adorou um mistério. E naquela noite havia muito, muito a desvendar.
Ela finalmente passou pela porta do Salão, mas, novamente, mal teve tempo de apreciar a decoração. Outro puxão em seu braço esquerdo. Algo a agarrou, e por um momento tudo que podia ver era uma boca levemente avermelhada de frio e não muito educada em meio ao mar preto e branco que preenchia o Salão.
O desfile terminara e Draco procurava a garota, a sua garota. Não, não estava falando de Pansy. Não saber quem era Pansy, ou melhor, ela não saber quem ele era, era com certeza uma das melhores partes da noite. Pena que não durasse para sempre. Mas voltando ao assunto, ele procurava a garota misteriosa em meio a tantos outros mistérios. Ele procurava Gina, mesmo que nem sonhasse quem ela realmente era. Você chamaria isso do que? Sorte, azar, tragédia, esperança ou talvez apenas de coincidência?
De todo modo, não precisou procurar muito. Viu um moreno a esmagando contra a parede, e ela não parecia exatamente querer aquilo. E sem pensar duas vezes, se jogou em direção ao cara.
(Draco e Gina POV)
Não sei se consideraria isso como chegar quase tarde demais ou exatamente na hora certa, mas a verdade era que a garota misteriosa não precisava nem um pouco de ajuda. Não porque queria que aquele idiota a agarrasse, mas porque sabia muito bem se defender sozinha. Uma certeza eu tenho, aquele idiota acordaria com dois olhos roxos pela manhã. Um deles cortesia dela, e o outro cortesia minha.
"Talvez ainda existam cavalheiros em busca de salvar donzelas indefesas, afinal," disse ela com um sorriso divertido nos lábios. Interpretei como um 'obrigada', e se não fosse um Malfoy e por isso nunca perdesse a classe, eu estaria dando pulinhos por ai só pelo fato de ela estar falando comigo.
"Não sei quanto aos cavalheiros, mas você com certeza não é uma donzela indefesa," eu disse, lançando a ela o meu olhar mais sedutor. "O olho direito dele será uma boa prova disso pela manhã."
"A gente acaba aprendendo alguma coisa com irmãos mais velhos." Opa. Eu disse mesmo isso? Tenho que tomar cuidado com o que eu digo.
"Você tem irmãos?"
"Apenas um," em Hogwarts, completei em pensamento. Respondi olhando para o chão, para ele não perceber a mentira. Ele não precisava saber a verdade, ou ele saberia imediatamente quem eu era.
"Ah, claro. E será que ele se importaria se eu convidasse a querida irmã mais nova dele para dançar?"
"Sinceramente? Ele se importaria. Mas há uma diferença: nesta noite, ele não precisa saber."
"Gosto do jeito que você pensa." Vi o sorriso deslumbrante e malicioso que ela me lançou e acrescentei: "E acho que gostarei ainda mais de algumas outras coisas."
Ela sorriu novamente e deu uma piscadinha. E aí tive certeza, eu ia adorar as outras coisas. E sem hesitar, a puxei até um canto mais reservado da pista.
(Gina POV)
Uma música mais lenta começou, e eu senti os braços dele me envolvendo. Eram fortes, definidos, mais nem um pouco exagerados. Eu podia sentir os músculos dele me pressionando, contraindo e relaxando em volta de mim. Esqueci os braços por um momento. O toque quente e macio de seus lábios no meu pescoço me fez arrepiar dos pés a cabeça. Ele mordiscou de leve e foi subindo lentamente, me fazendo morder os lábios para não fazer qualquer tipo de barulho. E então ele parou e me encarou.
Olhei dentro de seus olhos acinzentados, e vi que algo parecia errado. Ele era tão quente, meus seus olhos eram gelados. Tão gelados que me faziam quase congelar, me arrepiar ainda mais, se é que isso era possível. Ele parecia frio, fechado, misterioso. Um segundo se passou, e eu não conseguia mais ver o que parecia errado ali. Olhando dentro deles pude ver que ele era formado de contrastes, e o frio cortante que vinha deles não era nada menos nada mais do que o inverno para mim.
No começo era apenas mistério, mas aos poucos foi se transformando, e de repente você era capaz de ver a neve fina que tingia de branco tudo ao redor, mostrando que o frio também tinha sua beleza, e mais que isso, sua profundidade. E aos poucos esse gelo foi derretendo, lembrando que o inverno trazia nada menos que a primavera, e com ela a esperança e a expectativa do que viria a seguir. Você era capaz de ver tudo isso em um único olhar; e ela se perguntou quão difícil e quão fundo você deveria ir para conhecer de verdade uma pessoa como ele.
Como se para confirmar que ele no fundo também traria a 'primavera', ele sorriu. E olhando os lábios cheios, quentes e macios; e os dentes brancos que brilhavam como o primeiro raio genuíno de sol depois de tempestades e mais tempestades de neve; ela teve certeza de que ele era muito mais do aparentava ser. E disposta a descobrir e comprovar isso, ela o beijou.
(Draco POV)
Havia fogo em toda parte. Por Merlim, como ela era quente! Eu estava queimando, cada lugar que ela me tocava parecia reduzido a cinzas. Os lábios dela eram tão macios, gentis e firmes ao mesmo tempo. Eu nunca havia perdido o controle sobre mim mesmo. Nunca. Sempre fui o dono da situação. Mas não dessa vez. Era como se ela tivesse me virado de ponta cabeça, e de repente nada mais fizesse sentido e nada mais existisse além dela. Se ela me pegou de surpresa? Com certeza. Mas isso mudaria, logo. Era minha vez de tomar o controle e mostrar a ela algo que ela nunca esqueceria. Porque eu sou Draco Malfoy, e ninguém resiste a mim.
(Gina POV)
Foi fácil perceber quando ele se recuperou da surpresa e tomou o controle, porque de repente eu não me sentia mais no chão. Era como se ele tivesse aberto um buraco sob mim, mas ao invés de eu cair, eu flutuasse. Ou então que eu estivesse sobre uma nuvem ou até mesmo perdida no espaço, em meio a cometas, estrelas e planetas. Ou melhor, era como um jogo de Quadribol: expectativa, adrenalina, determinação e prazer em uma lufada só. Eu quase podia sentir o vento no meu rosto, como se eu realmente estivesse voando. Não era nada que eu já tivesse sentido, não sem estar em um jogo de quadribol, claro. E isso incluindo até mesmo Harry. Harry... não tinha idéia do que fazer quanto a isso! Mas não era hora de pensar nele. Não enquanto eu flutuava rumo à lua com o meu garoto misterioso. Essa noite era minha, e era bom que eu a aproveitasse enquanto ela durasse, porque, infelizmente, não duraria para sempre.
(Draco POV)
Talvez depois do que pareceram horas e horas, uma luz nos interrompeu. Viramos. Eu não podia acreditar que a festa já acabara. O tempo passou tão rápido assim? Era hora de dizer adeus àquela noite, e voltar para realidade. Lá eu era Draco Malfoy e ela... quem era ela afinal? Antes que pudesse me virar, senti uma leve brisa, e de repente ela tinha ido. Fiquei parado por um segundo. Como assim ela se fora, sem ao menos dizer seu nome? Suspirei e quando me virei para voltar ao castelo, algo caiu de meu bolso. Um pingente de pulseira, em forma de coração. Segui em direção a trilha fria que me levava de volta, guardando o pingente. Afinal, era a única lembrança que me restava.
NA: Se vocês gostaram ou não gostaram, deixem reviews! O cap. 2 tá quase terminado, mas eu só posto se eu ver que alguém está lendo! E quem lê Draco Veritas, não se preocupe, a tradução está em andamento e é minha prioridade :D Beijos!
