Uma disputa Eterna.
Capitulo 1 – Um dia que não deveria ter acontecido.
Draco olhava o teto escuro do seu quarto, que era interligado por um corredor com o salão da sonserina e estava pensando seriamente se deveria levantar ou se era melhor passar o resto do dia, fingindo dormir.
Aproveitaria do fato de ser monitor chefe e ter um quarto só pra si na sonserina, para ficar em paz.
- vamos lá pesar os pros e os contra. Se eu me levantar agora terei que aturar pelo resto do dias aqueles dois retardados, perto de mim, terei que ficar vendo a Pansy se jogar em cima de mim, se fosse outra época eu até que poderia gostar, mas ela me cansa. Terei que ficar ouvindo os murmúrios idiotas de todos os demais sonserinos e por ultimo, vou ter ouvir o Blaise dizendo para mim, que eu estou estranho.
Isso tudo se eu não sair do salão comunal, porque se eu decidir sair, com a sorte que eu to vou esbarra no Santo Potter, que para me irritar vai ficar desfilando com a vida "perfeita" dele...
Afinal voldemort fora pro saco, e só faltavam poucos comensais soltos, é uma sorte meu pai ter sido preso, na hora que Bellatrix estava o manipulando com a imperius, já que isso fora usado por meu padrinho, para defender os Malfoy.
Minha vida tem sido uma merda desde que ele se tornou o salvador do mundo bruxo...
É realmente hoje, não vai ser um bom dia, eu devo permanecer aqui, esperando ele acabar.
Mas os pensamentos nefasto de Draco foram interrompidos, pela chegada de Blaise Zambini.
O belo exemplar masculino, de pele cor de ébano, olhava para o amigo, com olhar divertido.
- pretende passar o sábado inteiro dormindo Draco? Quer dizer fingindo dormir?
- quem disse que eu tava fingindo? Você que acabou de me acordar!
Draco olhava aborrecido para o único sonserino que ele considerava amigo, e o único que tinha cérebro, além dele ali. E se viu se perguntando o porquê de ter dado a ele a senha para entrar em seu quarto, na mesma hora se lembrou que ele não tinha dado.
- como você conseguiu entrar aqui?
Blaise que havia sentado na poltrona em frente à cama de Draco, e o olhava atentamente. Ignorou a pergunta.
- se você quer mentir para si mesmo tudo bem. Mas aqueles retardados dos teus guarda-costas estão me dando nos nervos, e sem contar que minha "adorada" Pansy está de mau humor, porque você tinha prometido tomar café da manhã com ela e não apareceu, ai fica me deixando estressado com a tristeza dela.
Draco soltou um muxoxo e aproveitou para se cobrir um pouco mais.
- vamos lá Draco, você anda muito estranho, ultimamente.
Com a voz abafada pelas cobertas Draco, soltou um muxoxo maior.
- era o que me faltava você vir até aqui só pra me importunar e dizer que estou estranho. E não vai me responder?
Zambini deu um sorriso enigmático, que Draco não viu e se levantou, continuando a ignorar a pergunta.
- bom já que você resolveu perder este ótimo sábado, dormindo, vou ter que me divertir sozinho, porque ao contrario de você não gosto de desperdiçar um dia perfeito com este "dormindo", então vou me encontrar com a gatinha do momento de hogwarts.
Quando Draco ouviu o ultimo comentário de Blaise olhou para a janela e viu o ótimo dia que ele se referia e riu sarcástico.
- Ótimo dia para quem gosta de chuva torrencial, e um frio de lascar.
Zambini arqueou as sobrancelhas como que dizendo "ué, quer dia melhor para dar uns beijos e com sorte algo mais?". Que Draco fingiu ignorar. Mas a curiosidade falou mais alto.
- com quem você vai se encontrar dessa vez?
Zambini deu um sorriso largo.
- com a gostosinha da weasley.
- aff, não sabia que estava se relacionando com o baixo escalão. – Draco tinha um olhar de desgosto.
- ta dizendo o que Malfoy, você foi um dos primeiros a catar!
- antes de ela encostar a boca e outras partes naquele infeliz do Potter, e de sair com metade dos retardados da grifinória, afinal antes ela era uma pobretona e traidora do sangue catável, agora é uma pobretona e traidora do sangue mais galinha que changalinha e com problemas sérios de quilometragem acima da recomendável.
Blaise não conteve a risada.
- Draco, é dessas que eu gosto afinal se fosse uma zero quilometro eu não teria o que eu quero.
- adios. Só não diga que eu não avisei se pegar sapinho.
Zambini sorriu para Draco e parou ao se lembrar de algo.
- Mas Draco não era você que sempre adorou o frio e a chuva? Dizendo que era muito melhor do que o calor?
- mas é claro, tudo no inverno é melhor, você pode se vestir bem e ficar agradavelmente sem fazer nada, e a chuva é ótima para se... Humm para tudo, ao contrario do calor, que parece um inferno todos suados, eca...
Blaise sorriu.
- bom tenho que concordar com você. Vê se não perde nosso ultimo ano à toa... Já basta termos nos atrasados pela guerra...
- claro que tenho, eu sempre estou certo.
- ah, se você não trocar a senha uma vez por mês, ela perde a eficiência, e não se esqueça da "adorável"...
Zambini saiu deixando Draco sozinho no quarto.
Mas ao contrario do que Draco esperava, o plano de ficar em paz no dormitório acabou ao ouvir os passos e a voz fresca de Pansy se aproximando.
- droga, aquela chata vai vir aqui me atormentar. Bem que ele me avisou...
Draco rapidamente se levanta e corre em direção ao banheiro trancando a porta.
Logo depois ouve Pansy, perguntando por ele.
- draquinho, querido, onde você ta?
Draco pensa divertido.
- na ante-sala do inferno. Com o diabo em pessoa me atazanando, quer dizer em pessoa não, já que ela não tem a categoria, mas um subordinado bem chato do coisa ruim.
Esperou em silêncio alguns minutos até perceber ela se afastando.
Logo depois se trocou sorrindo para si mesmo por ter evitado minutos preciosos dando o fora na Pansy.
Muito bem agasalhado e protegido Draco, saiu sorrateiramente para fora do salão comunal da sonserina, enquanto andava nos corredores úmidos e gelados das masmorras, Draco pensava seriamente aonde ir.
Até chegar a conclusão que o único lugar para ficar descansando era ou a sala precisa ou o banheiro da murta.
Pegou uma moeda e jogou cara ou coroa.
- coroa murta, cara sala.
Draco pegou a moeda no ar e sorriu melhorando seu humor. Iria fazer uma visita para a murta.
E pensar que um fantasma era melhor companhia que a maioria dos alunos daquela escola.
Draco abriu a porta do banheiro feminino com cautela, para poder observar se não havia ninguém presente e se assustou ao ouvir um barulho baixo de choro.
Se perguntando quem teria feito murta ter outro ataque de choro Draco entrou. Mas no mesmo instante foi atingindo por uma estranha sensação.
- esse não é o choro cansativo e irritante de Murta, é diferente.
Silenciosamente Draco foi à direção do choro, tentando decifrar o estranho sentimento que surgia nele.
Ele estava se sentindo estranhamente perturbado e comovido com o tom sincero dos soluços.
Logo percebeu que vinha do ultimo reservado e que aparentemente Murta estava consolando a garota.
Draco pensou em sair dali antes que fosse visto, porém algo naquele choro o deixava triste. Indo contra o raciocínio de ir embora Draco, entrou no reservado ao lado e sentou ficando prestando atenção no choro.
A garota não dizia nada apenas chorava compulsivamente um choro dolorido e forte.
Parecia querer desabafar toda a dor que sentia, mas apesar das lagrimas aparentemente a dor não diminuía.
Até que ouviu a voz doce e triste dela.
- eu não entendo o porquê de ter acontecido isso, eu recebi uma carta deles ontem, ontem Murta, eles estavam bem, falando dos planos para o feriado do fim de ano, dizendo que daqui cinco dias estariam me esperando na estação e agora eles estão mortos, e eu nem pode vê-los. – era uma voz melodiosa entrecortada por soluços do choro inevitável.
- a querida, eu não sei o que dizer. – a voz de murta estava seria e triste.
- meus pais, eu nunca mais vou vê-los, murta, nunca mais vou ouvir deles, filha se cuida, eu te amo... E sabe o que me dói mais é que eu nem me lembro qual foi ultima frase que eles me disseram, antes de vir para aqui, estava com tanta pressa, e eu não me lembro, nem se era importante ou se foi um tchau... E se foi um eu te amo e eu não ouvi, não respondi?
Draco encostou-se na divisória entre o reservado e ficou ali, sentindo um sentimento que não conseguia entender, ele estava se sentindo seu coração se despedaçar.
Nunca havia ouvido um lamento tão tocante como o choro daquela garota misteriosa. Foi naquele momento que Draco, entendeu que conhecia aquela garota.
- mas quem será? Parece-me familiar esse tom doce.
Draco compreendeu no mesmo instante de quem a voz e se conteve para não soltar um murmúrio de incredulidade.
- não pode ser ela, você deve estar enganado, como os pais dela morreram?
Mas todas às duvidas de Draco sumiram ao ouvir uma voz forte chamar pelo nome da garota.
- Hermione!
Harry entrou correndo no banheiro chamando pelo nome da amiga, e ouviu o barulho fraco de choro, imediatamente correu na direção e viu Murta se afastar abrindo caminho para que ele pudesse passar.
Harry sentiu a garganta apertar e o coração doer ao ver o estado que Hermione se encontrava sentada no chão encolhida, com marcas das lagrimas, e uma imensa tristeza nos lindos olhos castanhos.
- Mione...
Harry se abaixou e envolveu o corpo frágil da amiga em um forte abraço.
- eu quase não acreditei no que a professora Minerva me falou, e sai atrás de você, estive lhe procurando por todo o castelo...
- Harry, eles morreram...
Hermione escondeu o rosto, abraçada a Harry e continuou a deixar as lágrimas caírem, numa tentativa de aliviar sua dor.
Harry sentiu lágrimas molharem o próprio rosto e em um gesto suave pegou à amiga no colo, murmurando palavras de consolo.
- pode chorar Mione, eu estou aqui e ficarei a seu lado.
Hermione fechou os olhos, buscou apoio no melhor amigo, mas mesmo deixando os olhos fechados às lagrimas teimavam em fazer caminhos no belo rosto de Hermione, que sofria a maior dor que ela já sofrera em toda a sua vida.
Ainda com ela no colo Harry saiu do banheiro levando a amiga para o salão comunal da grifinória, muitos olhares se fixaram no casal, ao perceberem as lágrimas de Hermione e muitos comentários se espalharam por hogwarts, mas havia um olhar diferente fixados neles, um olhar de tristeza e dor, mas ao mesmo tempo com muito ódio.
Draco havia saído do reservado, ao ver Harry pegar Hermione no colo e leva-la.
Os acompanhou a uma distancia segura, mas não pode deixar de sentir ódio ao ver o Santo Potter com ela no colo. A consolando.
Fazendo o que ele queria fazer.
Ao perceber o que estava sentindo Draco, se assustou e fugiu na direção oposta a deles. Não se importou dos olhares estranhos que recaiam sobre ele, só queria se afastar deles.
- como que eu posso estar querendo consolar a sangue-ruim? Estar sentindo essa dor pela dor dela?
Draco correu o mais que pode só parando a se ver protegido no ultimo lugar que lhe restava para ficar em paz...
- eu não posso estar sentindo isso...
Ah, minha tristeza se perde diante do desconhecido...
Mas só sei que hoje, queria ser aquele, que a teu lado, está para, com carinho te reconfortar...
Fim do Capitulo Um.
Vivis Drecco ® Uma disputa Eterna. © 2006.
