-Paraíso -
Até aqui eu estava seguindo exatamente os conselhos da minha mãe e da minha irmã: descansar e relaxar, sem me preocupar com La Push ou com o bando, apenas me divertir. Tentar pensar em outras coisas que não fosse a segurança de Forks e redondezas. O vento leve e quente que passava pelo meu rosto ajudava nisso, e o belo pôr-do-sol anunciava o final de mais um divertido dia. Apesar de ser difícil não me preocupar, não era tão ruim, ainda mais onde eu me encontrava, curtindo duas semanas de praia, sol e calor no Rio de Janeiro, com todas as despesas pagas. Isso devido ao fato da minha mãe concorrer aos mais devidos sorteios que ela podia, e pela primeira vez, o primeiro prêmio veio pra ela, mas infelizmente, mamãe era alérgica ao sol. Bom, seria um desperdício não aproveitar uma viagem dessas, então ficou entre eu e Leah, mas Leah estava mais preocupada no sucesso das vendas de sua nova loja em La Push, uma loja de artigos de pesca, e ela não hesitou ao dizer para eu viajar no lugar da mamãe, já que as vendas iam de vento em popa. Pelo menos ela se mantinha mais ocupada e não irritava o bando, nem sofria pelo Sam, ainda. Apesar de saber que minha irmã não era a miss simpatia, me doía ver ela ainda sofrendo por uma pessoa que jamais, irá olhar para ela novamente. Não foram nem uma, nem duas noites que eu me acordei com o choro dela no meio da noite, tanto com ela acordada, quanto dormindo, e o pior é saber que essa tristeza toda se tornou em rancor e mágoa, que mudaram totalmente seu jeito de ser.
Mas ainda tenho a esperança de que alguém muito em breve entre em sua vida e destrua esse peso morto do seu coração. Eu daria tudo pra ver ela sorrindo como a cinco anos atrás. Leah envelheceu nesses anos de agonia e tristeza e o máximo que posso fazer é consolá-la e torcer por ela.
Pelo menos no primeiro momento da viagem tudo estava indo bem, a vinda até aqui foi tranqüila, e já se passara dois dias desde que cheguei, o hotel era maravilhoso e na beira da praia belíssima, os eventos e passeios prometiam ser fantásticos e o meu guia, mais parecido com um mordomo, falava inglês. Nada para estragar, exceto a falta de alguém por perto, o vazio na cadeira ao lado que fazia as batidas do meu coração dar eco, o mesmo peso morto que minha irmã trazia em seu coração. Não se tratava de alguém como a minha mãe, Leah, alguém do bando, ou até alguém dos Cullen, seria "o" alguém, ou melhor, "a" alguém, a minha dita alma gêmea. Eu era o único do bando que ainda não tinha tido impressão, além dos mais novos é claro, até Embry teve a sua, com uma garota da Alemanha que veio passar uns dias em La Push. E isso já faria um ano.
-Está tudo bem senhor? - perguntou Igor, o meu guia, trazendo a bandeja com suco mais perto do meu braço que descansava na cadeira.
-Oh sim Igor, nada com o que se preocupar. - respondi suspirando.
Afinal, o que havia de errado comigo? Todos estavam felizes, Sam com Emily,Paul com Rachel,Embry com Kim, Quil com Claire, bem quase todos, Claire entrava só agora na fase dos sete anos e no início da alfabetização, pelo menos para Quil era algo mágico, pois a primeira palavra que ela aprendeu a ler e escrever foi o nome dele. Bom e tem o Jacob com a Reneèsme, ou Nessie como todo mundo fala, que ao contrário de Claire, já está com aparentemente dez anos e terrivelmente apaixonada por Jacob, Edward às vezes tem de intervir, pois Jacob não tem coragem de dizer não a ela, principalmente quando ela pede pra ser beijada. Parecia algo de sangue, será que a minha família estava destinada a sofrer? Bom, pelo menos eu não tinha por quem sofrer, mas também, nem por que amar. Eu nunca me apaixonei de verdade, já sai com algumas garotas até, um número razoável para um garoto comum como eu, mas me apaixonar de verdade, nunca me aconteceu, de certo meu amor estava totalmente reservado para a minha futura e secreta amada.
-O senhor não gostaria de voltar ao hotel, senhor? - me perguntou Igor.
-É... -olhei ao redor. -Tudo bem, o sol já está baixo mesmo. Vamos então.-respondi me levantando e rumando ao hotel, Igor indo logo atrás de mim.
Chegamos ao hall do hotel, onde havia dois pilares enormes, um de cada lado, logo na entrada, pintados de ouro, mais a frente uma cascata artificial na esquerda e na direita a recepção com um grande balcão de mármore e belas moças atendendo os clientes. Ao redor, tudo cheirava a sofisticação, um mundo que eu não estava adaptado, mas que não me fazia nada mal. O movimento era razoável, a maioria eram pessoas bem vestidas, apressadas e com um ar arrogante. Na sala seguinte, onde havia várias poltronas de couro no centro e os elevadores mais ao fundo, se encontrava um grupo de jovens empresários, por assim dizer, pois todos estavam engravatados e cada um com sua maleta na mão, algumas moças também, mas a maioria rapazes. Me chamaram a atenção pois não pareciam convencidos, eles pareciam nervosos e cheios de expectativas.
-Quem são esses? Parecem tão jovens para já estarem no ramo de negócios. -indaguei à Igor. Ele pigarreou, como de costume, olhou discretamente para o grupo e depois virando-se para mim respondeu:
-São jovens universitários, estão em um pequeno congresso sobre comércio exterior. Não são do Rio, eles vêm do Sul, de Santa Catarina.
Apesar de não conhecer o estado que Igor falou, deu para localizar mentalmente a região que ele descrevia. Eles tinham no máximo uns 19 anos, alguns pareciam ter menos, mas notava-se a motivação de estarem aqui. Óbvio, para eles universitários, um congresso, qualquer que seja, é importante para a carreira, eu é que sei. Apesar de não ter ido para a faculdade e fazer apenas um curso profissionalizante em Seatlle, aprendi que uma experiência é sempre bem vinda e aproveitada. Posso dizer, com a maior humildade, que minha vida profissional se desenvolveu melhor do que eu esperava, minha boa cabeça em negócios me levou a um bom cargo na empresa produtora de eletrônicos, localizada em Seatlle. E com esse sucesso, ganhei minha independência. Mas não posso mentir dizendo que o fato de meu pai ser velho amigo do dono da empresa não ajudou em nada, pois o senhor Carl Watson ainda o considera seu irmão, como ele mesmo fala, afinal eles se conheceram ainda crianças e cresceram juntos, uma amizade muito forte, difícil de ser apagada. Quando meu pai faleceu o senhor Watson se ofereceu para nos ajudar no que for preciso, e posso garantir de que naquela época, nós precisávamos de toda a ajuda. A morte de papai, e logo em seguida o início das transformações em mim e em Leah, foi um período um tanto perturbado. E o senhor Watson se sentiu, de certa forma, como um tio, e logicamente me arrumou um emprego em sua empresa, a C., logo que completei o curso profissional. Comecei a trabalhar mais ou menos logo após o encontro com os ás, parece que depois daquele episódio que as coisas se acalmaram. Os Cullen foram embora, após uma despedida um tanto triste, pelo menos pra mim, já que os considerava meus amigos, principalmente Edward. Já fazia três anos desde que a mansão foi dada para mim, Edward alegou que era um presente por eu ser o único humano e lobisomem que ele fez amizade. Jacob foi com eles, é óbvio, e na última carta que ele nos mandou, dizia que estavam em Michigan, após uma temporada na Europa.
Entrei no elevador com Igor ao meu lado e subimos até o 8º andar.
-O senhor vai querer mais alguma coisa? - perguntou o homem ruivo e calvo, de estrutura mediana e magro.
-Não Igor, obrigada, por hoje é só. Vou pedir o jantar aqui no quarto. -respondi agradecendo e atirando minhas coisas na poltrona.
-Amanhã, o senhor tem um passeio de barco na praia às 10:00 horas. - ele pigarreou e resmungou checando uma caderneta.
-Ah, sim, claro. -concordei me sentando na enorme e confortável cama. -Pode vir me chamar as nove então. E obrigada.
-De nada senhor. Vejo-o amanhã. E tenha uma boa noite. -ele falou despedindo-se.
-Obrigada, até amanhã. -respondi acompanhando-o até a porta.
-E qualquer coisa é só me chamar. Boa noite.
-Não se preocupe Igor, vou ficar bem. E boa noite pra você também. -me despedi com um sorriso e tranquei a porta.
Na janela, que era de frente para o mar, o azul escuro da noite já aparecia no horizonte, e as primeiras estrelas davam sinais de vida. Algumas pessoas ainda estavam na praia, umas no mar, outras jogando vôlei, futebol, correndo no calçadão. Era realmente um paraíso e muito justamente chamada de cidade maravilhosa.Tão linda, tão simples, tão quente. Foi quando me dei conta de que não havia ligado o ar condicionado, e que aqui é sempre quente. Ao contrário de Forks, onde eu suportava o verão com meu ventilador de teto, e o inverno nem fazia diferença.
Tomei um banho demorado e pedi meu jantar, para variar eu estava louco de fome, e minhas refeições sempre superavam a de uma família tradicional americana. Na TV passava uma novela, mas como eu não sabia falar português, e meu espanhol era péssimo, não entendi nada.
Quando o garçom chegou com meu jantar, meu estômago deu um pulo.
-Gracias. -eu tentei agradecer da forma mais parecida com o espanhol. O garoto que estava me servindo, talvez um pouco mais velho, deu apenas um sorriso e desapareceu pela porta, fechando-a.
Se a paisagem era linda, a comida então, deliciosa. Nunca provei nada igual, esta certo de que minha mãe cozinha bem, mas não esse tipo de comida. Eles preparam o feijão de uma maneira tão gostosa, que no meu primeiro almoço, quando o experimentei, eu comi uma panela sozinho. E as carnes então, o churrasco deles é com a carne inteira, não em bifes, muito melhor, ainda mais para um lobisomem como eu, que está acostumado a comer animais vivos quando em forma de lobo. No espeto, aqueles animais pareciam muito melhores. Havia outras coisas também, mas em geral notava-se que os alimentos não eram enlatados, ou ensacados, como nos E.U.A. , era como se só agora eu descobrisse o gosto do arroz, de um macarrão, do brócolis, da cenoura. Era tudo diferente, e que os americanos não descubram, mas muito, muito melhor.
Após a grandiosa refeição, deitei-me e fiquei pensando no quão maravilhoso seria meu passeio amanhã, imaginando o vento forte e marinho no meu rosto, talvez desse até para eu nadar um pouco, eu teria que ver com Igor antes. De qualquer forma estaria me divertindo. Mas algo em meu peito pulsava mais forte, como se estivesse à beira de uma explosão, parecia, e eu achava bem provavelmente que era meu coração.
A minha vida era normal, em si, mas faltava algo, alguém. Talvez eu nunca tivesse um impressão, talvez eu apenas achasse minha alma gêmea. Ou será que não há diferença? Bom, as pessoas que, creio eu, não são lobisomem, dizem que encontraram sua alma gêmea, quando casam com essa pessoa, têm filhos, os criam, e se amam até o último suspiro, ou até além, na tal vida após a morte. Mas se o Sam por exemplo, não fosse lobisomem, será que ele se apaixonaria pela Emily, será que ela seria a sua outra metade, ou essa outra metade é a minha irmã, ou ainda mais, se Emily fosse sua impressão e minha irmã sua alma gêmea? Essa é a questão, mas não há um livro, um ensinamento para eu seguir, eu sou apenas mais um sem esse fascínio do amor. Na realidade eu nunca entendi muito bem essas coisas de se apaixonar perdidamente, tentei, não minto. Dei umas passeadas pela praia, procurando olhar para todas as garotas bonitas que passavam por mim, umas até retribuíram, mas eu olhava apenas para um bonito par de olhos, com longos cílios e cheios de expectativas, nada mais. Não era o brilho do sol como os outros falavam.
É, eu estava em uma tempestade astral, com nuvens pretas e trovoadas pelo céu, e pelo visto meu sol demoraria a aparecer. Ou será que não? Foi mais ou menos por aí que eu adormeci.
O dia seguinte amanheceu com um exuberante sol, e um céu límpido. Pela janela o sol já se mostrava forte e o calor já era intenso. As nove em ponto, Igor veio me acordar, trazendo consigo o meu café da manhã. Comi com tranqüilidade, me arrumei e desci juntamente a ele até a recepção.
O movimento era calmo, já que a maioria das pessoas do hotel já tinham saído. Apenas um pequeno grupo se encontrava lá. E nos direcionamos para ele.
-É o grupo que irá no passeio. - Igor respondeu, lendo meus pensamentos. Eu apenas assenti. A maioria eram pessoas idosas, que pareciam estar fazendo a vigésima lua-de-mel. Ah sim, tudo o que eu precisava era uma dose forte de amor por toda a vida, adicionado a uma pitada de declarações amorosas.
-Bom dia a todos. - começou o instrutor com um ar esperançoso. Era um homem baixo, forte e de um sorriso simpático. Enquanto ele falava, Igor me traduzia tudo. -Sou Márcio, seu instrutor do passeio de hoje. Nós vamos pegar o barco na praia, logo aqui em frente ao hotel, daremos a voltas em alto mar, passando por parte do litoral da cidade. Ao passarmos pelos principais pontos, faremos uma rápida parada, para logo após continuarmos. No final de uma hora e meia, mais ou menos, estaremos retornando ao hotel. Alguma dúvida? - nesta hora eu já não estava mais prestando atenção. Meu coração batia forte, eu sabia que estava por perto. Olhei para os lados, mas eu não a vi. Prestei atenção atentamente em cada rosto feminino que passava pela recepção, mas nada. Será que a impressão avisa quando ela irá acontecer?. O estranho era que meu coração batia descompassado, cheio de vida, tentando agarrar algo que meus olhos não captaram. Olhei novamente, e nada aconteceu. Porém, quando Igor me chamou para acompanharmos o grupo que já se dirigia para a praia, eu já não me sentia tão vazio, meu sol estava mostrando que queria aparecer.
O passeio pra variar foi lindo, eu já disse que Rio de Janeiro é a cidade maravilhosa? Pois bem, esta cidade me encanta. Tudo é lindo, e o astral deste povo contagia a todos. Talvez seja por isso que eu não me joguei daquele barco. Na realidade aquela sensação que eu tive antes de sair do hotel me deixou bastante intrigado. Ninguém do bando teve algo parecido, era estranho, parecia que a minha impressão estava me chamando, me avisando, me alertando. Eu cheguei a conclusão que eu não deveria ficar só dentro do meu quarto, mas ir para a piscina, para a academia, enfim, lugares onde se encontra a maioria das garotas do hotel. Cada uma que passava por mim, não continuava sem um olhar bem avaliador, algumas até faziam cara feia, porque na verdade era estranho receber um olhar inquisidor. Mas o que mais me deixou decepcionado não foi não encontrar a minha impressão naquela mesma manhã, eu sabia que logo aconteceria, mas sim o fato de não ter mais aquela sensação. Havia algo me dizendo que naquele momento ela estava por perto, mas eu não a vi. Tentei até, e o bando que não descubra, olhar para as velhinhas que estavam no meu barco, mas quando o que eu senti foi no máximo saudade da minha vó Tessie e cheiro de perfume floral, desisti da idéia.
À tarde, fiquei na piscina, apenas observando, Igor até me perguntou porque eu não preferia ir até a praia, e menti dizendo que não estava muito bom do estômago. Ao final do dia, para minha tristeza nada aconteceu, e eu já estava ficando preocupado. Primeiro: se aquela sensação não foi "pré-impressão" eu estava ficando louco; segundo: se foi, bom, eu tinha que agir rápido.Já era meu quarto dia aqui no hotel, só me restavam dez. Se eu não a achasse no fim desses dez dias, tudo bem, o pior era se eu a achasse no último, e ae?, como eu iria convencer uma garota que nunca me viu na vida, de que ela era o amor da minha vida, e que eu precisava, pelo amor dela, lá em Forks comigo? E mais, teria que mostrar a ela o que eu sou. Era complicado, com tantas garotas nos E.U.A. eu vou ter impressão com uma brasileira. E se ela não falasse inglês? Como iria ser? Mandar Igor traduzir tudo? Acho que ela não ficaria muito convencida. Mas aí me surgiu uma idéia. Ok, eu estava no Brasil, mas o hotel em que eu me encontrava recebia hóspedes de todo o lugar do mundo, poderia ser uma francesa, uma alemã, ou até mesmo uma americana, mas que por ironia do destino só fui encontrar aqui.
Eram tantas possibilidades que eu comecei a ficar tonto, pedi mais uma limonada a Igor, e ele com uma percepção enorme, me perguntou se eu estava preocupado com algo.
-Não Igor, tudo bem, eu só... bem, eu pensei que havia visto uma pessoa, mas deixa pra lá, deve ser coisa da minha cabeça. - resmunguei me levantando. -Acho que já vou subindo, estou com fome.
-O senhor quer que eu leve um lanche até seu quarto?-perguntou-me Igor, enquanto nos dirigíamos à recepção.
-Eu agradeceria muito Igor, daqui uma hora, pode ser? - respondi com um sorriso cansado na frente dos elevadores.
-Claro. - ele assentiu se virando e rumando para a cozinha. Igor era um bom homem, disposto, e responsável, o empregado que todo chefe gostaria de ter. Observei ele até entrar na cozinha, foi quando ouvi um murmurinho de vozes vindo da entrada que aumentava gradativamente. Eram os universitários, provavelmente voltavam de outro congresso. Fiquei ali observando as garotas daquele grupo. Todas eram lindas, não me aborreceria nem um pouco de ter a impressão com alguma delas, eram magras, a pele era linda, os cabelos presos num firme coque, e o perfume que exalava delas era entorpecentes, pude perceber também que tinham uma postura de rainha, enquanto passavam por mim. Ouvi o elevador abrir atrás de mim, mas continuei procurando por alguma reação enquanto olhava para os belos rostos.
E aí aconteceu de novo. Meu coração deu um solavanco e disparou, comecei a olhar freneticamente para os lados, mas maioria delas já havia entrado no elevador que estava aberto atrás de mim. Virei para olhar no elevador atrás de mim, e tudo que vi foram os mesmos rostos que passaram por mim, me ergui na ponta dos pés e não consegui distingui ninguém diferente, todas conversavam animadamente e ficava muito juntas. O elevador fechou, e foi aí que me dei conta do ocorrido. Minha impressão estava naquele elevador, mas não quando ele fechou, quando ele abriu. Olhei para as escadas, "dez dias" murmurei para mim mesmo. Girei nos calcanhares e comecei a subir os degraus.
