PRÓLOGO
POV Gina
Sinceramente eu não sei como chegou a esse ponto. Sério! Como eu posso estar sentada na sala do meu apartamento tomando café com Draco Malfoy? E ele está chorando! Bom, tecnicamente ele não está chorando, mas posso ver as lágrimas em seus olhos, então isso diz que ele choraria a qualquer momento não é? Bom, enfim! O mais absurdo da história ainda é que ele me pediu em casamento e mais uma vez eu digo que tecnicamente ele não me pediu em casamento, ele exigiu! Simplesmente entrou em meu apartamento e disse que eu precisava casar com ele, assim sem mais e nem menos! Como se nunca tivéssemos tido nossas rixas na escola, como se nossas famílias não se odiassem! Simples assim! Ignorando tudo!
Eu larguei a xícara de café sobre a mesinha, ainda estava com as pernas trêmulas, após ele ter afirmado pela terceira vez que eu precisava me casar com ele. Então suspirei e o encarei como se fosse uma criança de jardim de infância que precisava urgentemente de uma explicação sobre o porquê daquela cor ou daquele número. Algo idiota e tão simples que eu não podia entender, mas ele teria de me explicar.
Seu olhar mudou de angustiado para medroso, ou então triste demais, desolado. Eu não sei. Não consigo diferenciar as emoções nesse olhar de tormenta. Mas sei que bem ele não estava. Nada bem pelo que parecia, para me propor algo daquele gênero.
- Minha esposa faleceu há seis meses! – ele suspirou e olhou o chão – Eles abriram um inquérito sobre sua morte porque aparentemente ela tomou uma dose errada de medicamentos ou possuía uma doença desconhecida, eu não sei o motivo! Eu nunca fiquei sabendo de nada!
- Eu li no jornal algo assim! Mas como isso leva a mim? – me empertiguei na ponta da poltrona ávida por respostas
- Eles abriram um inquérito no Ministério por causa da sua morte e eu sou o principal suspeito, era de se imaginar já que sou um ex-comensal da morte e nem sempre aparecíamos em público! Eles deduziram que nosso casamento não era real, que não nos dávamos bem! Acharam que as manchas roxas em seu corpo eram batidas que eu causava, deduziram tudo errado!
Ele levou as mãos à cabeça de forma desesperada. Ele estava sofrendo e isso era visível.
- Nós temos um filho, Enzo! Ele tem cinco anos e eu nunca me separei dele por mais de um dia! Ele é minha vida! Mas eles acham que eu posso machucá-lo, maltratá-lo! Eles me tiraram meu filho!
- Isso é um meio que o Ministério usa até que cessem o inquérito! – eu dei de ombros, logo ele teria o filho com ele
- Eles colocaram meu filho para adoção Weasley! – ele me encarou de novo e agora eu via as lágrimas por seu rosto, ele realmente se importava – Eu tenho um ano para provar minha inocência ou irei preso! E nesse meio tempo meu filho poderá ser adotado e eu o perderei para sempre!
- Eu sinto muito! Mas deve haver algum meio que...
- Há! – ele me cortou – É por isso que estou aqui! Preciso me casar com uma mulher de confiança e que tenha status social perante o Ministério! Não falo de dinheiro, mas de consciência, de mérito e bondade! Você tem isso!
- E por isso me procurou? Tem milhares de mulheres com as mesmas qualidades! – eu me exasperei
- Nenhuma delas faria um pacto bruxo comigo! – ele soltou a respiração de forma cansada
- Pacto? – eu o encarei de forma confusa
- A mulher que se casar comigo tem que prometer proteger meu filho até de mim mesmo com a vida! Se algo acontecer a meu filho, ela morre! E da mesma maneira eu tenho de proteger essa mulher e meu filho, com pena de morte, caso aconteça o contrário! Você é a única que se sacrificaria por uma criança! É a única que faria isso por alguém!
Eu fiquei o encarando sem saber o que responder. Ele realmente pensara em tudo sobre mim, realmente queria que fosse eu! Não era uma brincadeira.
- Eu não posso! – eu disse simplesmente e ele me encarou, mais lágrimas desceram pelo seu rosto
- Sinto incomodar! – ele simplesmente levantou e saiu do meu apartamento e eu fiquei ali parada sem saber o que fazer ou o que pensar
Porém, eu me esquecera de uma pergunta crucial para minha decisão. Corri a porta e o observei esperando o elevador. Ele estava com a cabeça apoiada para trás na parede e chorava compulsivamente agora. Ele amava o filho, isso era um fato.
- Malfoy? – ele só voltou a cabeça para mim – Você amava sua esposa?
- Mais que minha vida! – ele não hesitou em responder
O elevador chegou, ele se desencostou da parede. Eu suspirei.
- Eu me caso com você!
Ele me encarou, incrédulo, e então abaixou a cabeça e começou a chorar de novo. Eu jamais imaginara ver ele assim. Andei com passos largos até ele e o abracei pelo pescoço, achei que me rejeitaria, mas ele simplesmente me abraçou de volta se permitindo desabafar.
- Obrigado! – seu sussurro era quase inaudível, mas eu pude ouvir.
