Bom, Saint Seiya não me pertence! Espero não estar ofendendo ninguém...

Legenda:

"fala"

Tive que recolocar o prólogo, pois no meu computador apareceu com uns símbolos estranhos. Ah aproveitei pra dar uma melhorada XD.


Prólogo

Num apartamento no centro de Tóquio, o telefone toca incansavelmente. O dono do local finalmente acorda ainda sonolento e olha para o rádio-relógio.

"O quê? Ainda são 5 e 32 da manhã! Quem ligaria a essa hora? Deve ser trote, no mínimo!"

O rapaz pôs a cabeça sob o travesseiro e tentou ignorar aquele barulho irritante, em vão. Fosse quem fosse, era insistente. Resolveu atender.

"Alô?" – Sua voz era bem sonolenta.

"Residência de Shun Amamiya?"

"Sim. Sou eu..."

O rapaz assustou-se ao ouvir seu nome. Afinal, o que poderia estar acontecendo. Por que alguém ligaria para sua casa antes das 6 da manhã? Seria algum problema com o Santuário? Até poderia ser, mas ele não havia sentido nenhuma energia negativa. Nem ele soube explicar o porquê, mas rapidamente apareceu o nome de seu irmão em sua mente. Já fazia algum tempo que não se viam, desde o fim da última batalha, a guerra no Santuário contra os cavaleiros de ouro, ou, mais precisamente, a batalha das 12 casas.

Toda a sua vida passou como um flash em sua memória e a voz da mulher que estava no outro lado da linha o despertou de seus devaneios. Ele estava muito alerta quando ouviu a pergunta:

"Por acaso é parente de um rapaz chamado Ikki Amamiya?"

"É meu irmão. Meu niisan..."

Andrômeda gelou, sentiu seu coração parar e seus nervos tremerem. Infelizmente estava acontecendo algo com Ikki. Num súbito momento, ele chegou a rezar para que fosse algum tipo de confusão. A primeira coisa que lhe veio à cabeça foi pensar que Ikki tivesse sido preso por alguma besteira. Shun sabia que o seu irmão mais velho era esquentado e não duvidava nada que ele tivesse revidado alguma provocação.

Claro que poderia ser algum acidente também, mas se fosse isso, certamente seu irmão estava à salvo. Ikki sempre fora um cabeça-dura e não cairia tão fácil, ainda mais depois de todas as suas batalhas. Shun respirou fundo antes de ouvir a informação que vinha do outro lado:

"Devo informar-lhe que ele sofreu um acidente e está internado com traumatismo craniano."

"O quê?"

Agora o rapaz já estava completamente acordado. Seus devaneios haviam se extinguido. Aquela informação não poderia ser verdadeira. Sua mente parara de funcionar e agora só a outra voz conduzia a conversa.

"Foi isso que ouviu! Ele está internado no hospital..."

A voz do outro lado dizia o endereço com muita calma, enquanto Shun anotava tudo numa folha de papel. Ele tinha que averiguar, pois poderia ser um engano, uma brincadeira... Tinha que ser isso! Andrômeda não poderia perder tempo e chegou a pensar que poderia ser alguma armadilha de um adversário de seu irmão, mas não levaria sua armadura a um hospital, mesmo porque não lutaria... não machucaria ninguém!

# I #

Não demorou até ele aparecer na recepção do hospital. Muito agitado, falava:

"Meu nome é Shun Amamiya e gostaria de receber informações sobre meu irmão, Ikki Amamiya."

"Acalme-se, garoto."

Um pensamento veio à sua cabeça: como ele poderia ficar calmo sabendo que seu irmão está internado em estado grave num hospital? Aliás, nem tinha certeza se era realmente seu niisan. Depois de respirar fundo, ele tenta justificar-se:

"Desculpe, mas acabaram de ligar para minha casa..."

"Sim, é verdade, veio rápido. Bom, seu irmão está na UTI e logo o médico responsável virá procurá-lo. Agora sente-se."

"Obrigado."

Seu cérebro ainda não absorvera as informações. Como seu irmão poderia estar tão ferido? Justo ele, que sempre fora o mais forte de todos? Isso só podia ser um pesadelo... Não tinha outra explicação! Tentou se beliscar, mas o único resultado de sua atitude foi uma leve sensação de dor e uma pequena mancha roxa em sua alva pele.

"Senhor Amamiya?"

"Sim?"

O rapaz acordara de seus devaneios e fitava o homem de branco à sua frente. Tinha estatura mediana e aparentava uns 40 anos.

"Sou o doutor Makio Yamamoto e estou cuidando de seu irmão."

"Como ele está doutor?"

Ao fazer essa pergunta, torcia por uma resposta positiva. Talvez fosse só um susto e o médico iria dizer que ele teria que ficar em repouso e observação. Na pior das hipóteses seriam 24 no hospital e mais algum tempo ao lado de alguém, tomando algum remédio ou trocando curativos, algo comum na vida deles. Shun se preparara para a lista de cuidados que deveria tomar e como convenceria seu irmão a cumprir as ordens médicas. Quase sorriu ao imaginar-se usando sua corrente para prende-lo em casa, definitivamente.

"Infelizmente a situação não é das melhores. Ele sofreu um traumatismo craniano e boa parte de seu cérebro foi seriamente comprometida. Fizemos tudo o que estava em nosso alcance, mas só um milagre pode salvar a vida dele. Mesmo assim, devo afirmar que ele não escaparia sem seqüelas."

"Não pode ser! Ikki, niisan..."

Shun começa a chorar. Seu mundo havia desabado. Não estava preparado para aquilo. O que poderia estar acontecendo a Ikki e como seria de agora em diante? Ikki era orgulhoso demais para pedir ou aceitar ajuda...

Talvez a seqüela não fosse tão trágica assim. Poderia ser algo que o deixasse com certas limitações, mas ao mesmo tempo proporcionasse uma vida ainda independente ao irmão. Poderia ser cegueira e nesse caso, já tinha a experiência de Shiryu. Andrômeda pensou também na possibilidade de seu niisan ter ficado surdo ou mudo, mas aí existia a linguagem de sinais... Ele nem notou quando o médico anunciou, em tom de derrota:

"Sinto muito!"

Andrômeda precisava saber o que o aguardava, por isso não exitou em perguntar:

"Que tipo de seqüela?"

"A parte mais atingida foi a que controla o sistema motor, o que significa que ele terá dificuldades de movimentação... Mas outras partes do cérebro foram atingidas e ainda é impossível saber o como ele acordaria caso sobreviva."

O médico informa, com angústia em sua voz. Esperava uma reação trágica do rapaz à sua frente, mas ao contrário do esperado, Andrômeda apenas respirou fundo e perguntou repleto de calma:

"Eu posso visitá-lo, doutor?"

"Claro, venha!"

Shun vestiu uma roupa especial para entrar na UTI. Seus cabelos, suas mãos... Tudo estava encoberto! Ele sentiu-se um cirurgião entrando para começar sua tarefa, tornando o pesadelo cada vez mais real. Com a visão embaçada devido às lágrimas que não cansavam de juntar em seus olhos, viu o irmão deitado na cama de hospital. Ele juntou toda a sua força e coragem para tocar o rosto bronzeado de Ikki e chamou com a voz embargada, pela angústia e vontade de chorar:

"Ikki!"

O outro não se manifestou. Parecia não estar ali e talvez não estivesse... Sua cabeça estava totalmente enfaixada na região acima da sobrancelha, em seu peito havia vários aparelhos controlando as suas funções vitais. Ikki estava recebendo a "alimentação" por sonda e respirando com a ajuda de aparelhos. O soro e a medicação eram injetados em sua veia através do braço direito.

Numa atitude desesperada, Shun segura na mão de Ikki, apertando-a de uma forma que parecia que o jovem de cabelos verdes estava querendo dar a sua energia para reanimar o irmão. Ao perceber que não há sinais de vida, Andrômeda chora, deixando que algumas de suas lágrimas caiam na mão de Fênix.

"Ikki, por favor, não me deixe, niisan..."

Shun pedia desesperadamente. Realmente era seu irmão que estava ali e estava muito mal. Sentiu uma forte angústia, algo como uma facada no coração... daria tudo para trocar de lugar com seu irmão e sofrer no lugar dele, mas, ao pensar nisso, lembrou-se de Ikki também sofreria muito se fosse o inverso. Afinal, apesar do jeito fechado e até um poço bronco do cavaleiro de Fênix, ele amava muito o irmão caçula.

Desde que se conheceu por gente, Shun acostumou-se com a companhia de seu niisan que sempre o defendia e ajudava. Ikki mais parecia um pai do que um irmão para Shun e seria capaz de morrer se estivesse no lugar que Shun estava agora... Realmente, Fênix já sofrera muito e não merecia mais sofrimento. Agora era a hora de Andrômeda ser forte e salvar a vida do irmão... Depois pensaria em como ajuda-lo a recuperar-se.

"Desculpe meu jovem, mas deve sair. Seu irmão precisa descansar."

Uma enfermeira dizia da porta. Andrômeda fez um sinal afirmativo com a cabeça e olhou uma última vez seu irmão. Ainda em choque, saiu do quarto acompanhado pela moça. Já estava só com as roupas do corpo quando se sentou numa cadeira e chorou abraçado às pernas.


Gente, esse é só um pequeno prólogo de experiência. Se a fic for bem aceita, eu continuo, tah? mts bjs e abraços a todos.

Espero que aprovem... Até mais!