Ilusões

Parte 01

Estava relaxando na banheira quando seus olhos se arregalam ao vê-lo na porta, tentou dizer alguma coisa, mas ele avançou rapidamente. Não houve tempo de detê-lo! Quando deu por si, ele já se encontrava praticamente dentro da banheira junto com ele. As mãos dele seguravam com força seus pulsos e ele continha um sorriso divertido e enigmático desenhado nos lábios.

" O que pensa que está fazendo?", Perguntou, terrivelmente irritado com a atitude do outro. Quem ele pensava que era para invadir sua casa e principalmente invadir seu banheiro dessa forma? Tudo bem que eram amigos, mas aquilo já era demais!

" Me solta logo, Milo!", Ordenou, mas o outro não parecia se importar com suas ordens ou reclamações. Sempre soube que o outro era muito brincalhão, mas invadir sua casa!

Extremamente irritado com o Cavaleiro de Ouro de Escorpião, Camus se ergue um pouco e tenta se soltar, mas todo seu esforço foi em vão. Surpreendeu-se! Desde quando Milo era tão forte assim? Suas forças sempre formam iguais! Na verdade, sempre vencia o Escorpião, pelo fato de conseguir se manter mais calmo que ele. Milo sempre se irritava facilmente! Então... Por que agora não conseguia se livrar daquelas mãos?

Elevou seu cosmo e saiu da banheira. Não estava com a mínima paciência pra brincadeira naquele dia! Estava fazendo mais calor que o normal e aquele era o terceiro banho que tomava a tarde. Tinha finalmente conseguido relaxar, após usar seu cosmo pra fazer nevar um pouco dentro do banheiro. Quando estava completamente relaxado e quando já se encontrava quase fechando os olhos pra dormir, viu um vulto e arregalou os olhos, surpreso com a pessoa que viu. Ele! Milo de Escorpião, ali! Parado em frente à porta com um sorriso travesso nos lábios. Até tentou xingá-lo, mas antes de começar a fazê-lo, o viu se aproximar rapidamente e o prensá-lo na banheira, sempre mantendo aquele sorrido irritantemente sapeca nos lábios.

Mesmo com o cosmo elevado, Camus não conseguia se livrar das mãos de Milo, que ainda o estava segurando. Aquilo já estava deixando-o pra lá de furioso! Ele estava o desafiando?

" Que merda é essa Milo! Me solta agora!", Disse as últimas palavra gritando e a única coisa que conseguiu como resposta foi um sorriso malicioso de Milo.

O Cavaleiro de Escorpião desceu os olhos. Observou a boca entreaberta, o pescoço alvo, o tórax definido, as pernas torneadas... As gostas de água escorrendo por todo aquele corpo deslumbrante... Um sorriso ainda mais malicioso se formou nos lábios de Milo e Camus arregalou os olhos! Olhou para os olhos de Milo e então olhou para onde ele estava olhando, ficando corado na hora. Por que Milo o olhava de forma tão indiscreta? Qual era a dele, reparando tanto em seu corpo assim? Com ele era indiscreto!

" O que você tá olhando? Deixa de ser pervertido, Milo! Me larga logo!", Falava exasperado e então Milo passou a língua sensualmente sobre os lábios, para a surpresa de Camus.

" Você é mesmo gostoso!", Milo disse, olhando nos olhos de Camus.

O Cavaleiro de Ouro de Aquário não sabia como reagir! Não conseguia entender o motivo de seu melhor amigo agir assim. O que deu nele? Por que brincava com ele desse jeito? E o mais importante... Por que raios não conseguia se soltar? Ele era mais forte, então... Por quê? Estava boquiaberto com as palavras e ações de Milo... Então, 'acordou' do transe em que se encontrava por alguns minutos.

Camus deu um safanão mais forte, livrando-se finalmente das mãos de Milo. Afastou-se e pegou uma toalha, que estava pendurada próxima a ele, enrolando-a na cintura. Já ia tirar satisfações com Milo, mas quando abriu a boca pra dizer a primeira palavra, não pôde acreditar no que o outro fizera. Foi tão rápido e ele ficara tão surpreso, que nem tivera tempo de reagir.

" Restrição!", Milo paralisa Camus no mesmo lugar. Sorri extremamente satisfeito por ter paralisado o tão perfeito Cavaleiro de Ouro de Aquário, Camus!

" Por que está fazendo isso?", Camus perguntou furioso. O que mais o irritava não era exatamente a ação do outro, mas o fato de não conseguir se livrar do golpe dele. Como pôde ficar completamente paralisado? Não conseguia mexer nem mesmo um músculo!

" É melhor não resistir, Camus!", Milo disse com uma voz sarcástica, o que deixou Camus ainda mais nervoso. Ficar a mercê de outra pessoa não era algo... Agradável.

O Escorpião foi se aproximando de Camus, com um sorriso muito sensual nos lábios. Vestia uma calça preta bem justa e uma blusa branca simples, parecida com a que usavam para treinar, mas ela se encontrava aberta, deixando a mostra sua pele bronzeada e seus músculos perfeitos. Aproximou-se mais de Aquário, tocando a face macia dele. Observou os fios da franja a lhe cair sobre os olhos, que eram de um lindo tom azul, que o fitava de maneira furiosa, aqueles lábios tão convidativos... Aquela face realmente perfeita!

Começou a descer a mão, passando pelo pescoço alvo, descendo mais, parando sobre o tórax. Viu Camus abrir a boca pra dizer algo, mas parecia perturbado demais para conseguir falar. Sorriu maliciosamente e avançou contra o indefeso Camus, beijando o pescoço macio dele. Camus abriu os olhos, surpreso e forçou sua voz a sair.

" O que está... O que...?", Sua voz saía trêmula e mostrava toda a sua perturbação com a ação de Milo. O coração de Camus disparou! Sentia a respiração de Milo em seu pescoço, bem como a língua dele passeando sobre o local.

" Saboreando, Camus! Saboreando!", Disse, voltando a beijar o pescoço dele. Suas mãos passeavam pelas costas malhadas do Mago do Gelo.

A língua de Milo passeava por toda a pele de Camus. Começou a descer mais, passando a beijar o peito de Aquário, que começou a se desesperar! Os dedos de Milo envolveram um de seus mamilos, apertando-o e beliscando-o. O que Milo pretendia com aquilo? Não estava acreditando no que ele estava fazendo! Seu coração estava mais disparado ainda e por incrível que pareça, Camus percebeu que seu rosto queimava. Não era possível... Ele estava corando? Começou a ficar internamente irritado com isso, mas não conseguia raciocinar direito para pensar melhor sobre o assunto.

" Por... Quê?", Perguntou, ainda desnorteado. Como seu melhor amigo poderia fazer uma coisa dessas com ele? Não conseguia tirar da cabeça a idéia de que Milo estava brincando com ele.

" Porque eu quero!", Milo respondeu com um sorriso.

Começou a empurrar o paralisado Camus em direção a cama. O Cavaleiro de Aquário tentava em vão se libertar e, Milo apenas ria do esforço inútil dele. Jogou Camus na cama e se colocou deitado entre as pernas dele. Beijou Camus de forma voraz e pedia passagem, mas Camus resistia. Então o Escorpião desceu a mão e apertou o membro de Camus, fazendo-o abrir a boca para reclamar, aproveitando a deixa, Milo invade aquela doce boca com a língua e começa a sua tão sonhada exploração. Camus tentava se afastar, mas não conseguia se mover. Começou a ficar desesperado! Tentava pensar logicamente, mas não conseguia, pelo fato de não conseguir compreender a ação do outro. Por que aquilo? Esse não era o Milo que ele conhecia e que era seu amigo.

Depois de ter explorado a boca de Camus da forma que queria, abandonou seus lábios e foi em direção ao peito, começando a lamber e morder cada pedaço que encontrava. Deixava marcas vermelhas naquele tórax branco e macio. Suas mãos passeavam por toda a pele dele, deixando marcas ainda mais avermelhadas por onde passava, por causa das unhas. Ergueu-se e olhou para os olhos de Camus com um sorriso tão sádico que o coração do Cavaleiro de Aquário pareceu falhar uma batida! Com certeza, não reconhecia mais o amigo!

Milo abriu as pernas de Camus e levou a mão direita até o joelho dele e começou a subir a mão, passando com força suas unhas, deixando aquela marca extremamente vermelha à medida que ia passeando sobre aquela pele tão branca e sedosa. Viu no olhar do outro que ele sentia um pouco de dor pelo que ele fazia e sorriu.

Atacou novamente aqueles lábios tão convidativos. Sentia-se perder o controle de tudo ao sentir o gosto tão suave e delirante de Camus. Seu beijo foi tão selvagem que deixara os lábios dele vermelhos e não somente pelo ato de beijar, mas pelo sangue que escorria deles. Sim... Ele arrancara sangue dele! Sentia desejo e frustração.

Ele nunca demonstrava suas emoções e isso era frustrante. Queira ver emoções ali, nem que fosse de dor. Abriu mais as pernas de Camus e se colocou entre elas, passando a beijar novamente aquele tórax alvo e que tanto desejava! Entre seus dedos se encontrava o mamilo de Camus, que ele fazia questão de apertar e torcer com força. Voltou a tocar no pênis dele, massageando-o de forma lenta.

" Para com isso!", Camus falou. Tudo aquilo não era real! Não podia ser! Não devia estar acontecendo!

"Por quê?", Essa era a pergunta que não saía da mente dele. Queria entender o motivo! Apenas isso...

Milo ignorava tudo o que Camus dizia. Não ouvia uma palavra sequer! Continuou a manipular o membro dele, que mesmo Camus não querendo, mostrava que estava sentindo prazer. Sorriu satisfeito e sua língua fazia voltas e mais voltas ao redor do mamilo do belo Cavaleiro.

Camus queria sumir, mas ainda não conseguia se mover. Desejava não sentir nada, mas seu membro já estava a despertar em uma ereção completa. Aquilo era vergonhoso! Sentir prazer em uma situação daquelas... Tentava ir contra seu corpo. Queria se manter racional e não sentir nada, mas era impossível. Quem estava ali era Milo, aquele tido no Santuário com maior conquistador existente. O Escorpião sorriu ao ver que o corpo de Camus já correspondia às mínimas carícias que ele proporcionava, mesmo que a mente de Camus ainda tentando lutar contra o desejo avassalador que ele estava sentindo no momento.

Sentia a maciez dos lábios dele sobre sua pele. Cada toque dele deixava um rastro de fogo por onde passava. Ele tentava, mas não podia mais resistir! Tentou, mas Milo é uma chama ardente da qual ele não podia fugir e no fundo, talvez não desejasse se salvar de se queimar naquelas labaredas infernais! Deixou-se levar por aquelas carícias. Sabia que era inútil resistir! Milo beijava o pescoço de Camus, enquanto suas mãos voltaram a passear por todo o seu perfeito corpo, o que já estava deixando-o ofegante. Um sorriso malicioso se desenhou nos lábios do Cavaleiro de Escorpião, quando ele fitou os olhos perdidos de prazer de Camus.

" Você é perfeito!", Falou, olhando nos olhos azuis do outro.

Os longos e sedosos fios azul-petróleo de Camus se encontravam espalhados sobre o lençol branco de sua cama. Seus olhos azuis brilhavam pelo medo e pela excitação ao mesmo tempo. Seus lábios abertos estavam inchados devido aos longos beijos trocados com Milo e o corte no canto de sua boca ainda ardia um pouco e ainda sangrava. Tinha todos os motivos para ter raiva do homem a sua frente, mas não conseguia! Não conseguia ter raiva daquele poço de sensualidade que era Milo. O olhar dele, tudo nele o encantava, quebrava todas as suas barreiras...

Desde que fôra ressuscitado por Athena após a batalha contra Hades, Camus tentava de todas as formas demonstrar seus sentimentos para Milo. O Cavaleiro de Escorpião, apesar de ser seu amigo, sempre dava mostrar de que se Camus quisesse, ele topava algo mais, mas Camus sempre soube que Milo era brincalhão e sempre cantava a todos os que ele considerava como sendo bonito ou atraente e fazia isso nem que seja só pra deixar a pessoa desconcertada. Adorava brincar! Mas isso sempre deixara Camus inseguro. Milo vivia dando indiretas e ria da cara de Aquário que o fitava sério a cada comentário malicioso. Apesar de morrer de vergonha das indiretas mais que diretas de Milo, Camus tinha que admitir qua amava cada vez que ele fazia isso.

Lembrou-se da primeira vez que pensou em se declarar para o Escorpião. Foi na época em que os Cavaleiros de Bronze invadiram o Santuário para devolver o mesmo para a nova encarnação da Deusa Athena, Saori Kido, mas ele morreu para ensinar a seu pupilo Hyoga a técnica da Execução Aurora. Lembrou-se que no momento em que disparou o golpe, ele se lembrou de Milo e de que não poderia se declarar como queira. Desejava ter pelo menos dito que o amava, mas já era tarde demais. Ele havia morrido!

Camus ficou olhando para aquelas duas safiras, que eram os olhos de Milo. Ele o desejava tanto... Depois que voltou a vida, ele tentou várias vezes dizer, mas sempre lhe faltou coragem e agora, Milo se encontrava abraçando-o e beijando de forma selvagem. Parou por uns segundos e pensou que o melhor seria aproveitar!

" Sempre imaginei como seria a textura de sua pele. Ao observá-lo, deduzia que era macia, mas ela...", Milo beija o tórax de Camus de forma suave e sensual e ao mesmo tempo o acariciava fortemente. Camus gemeu ante o toque do outro, se entregando completamente aquela criatura lasciva em cima dele.

" Mas ela é muito mais do que eu imaginei!", Completou e Camus suspirou na hora, devido aos beijos do Escorpião.

Milo voltou a beijar Camus e foi prontamente correspondido, com uma paixão avassaladoramente grande e desenfreada. O gosto de sangue ainda estava presente, mas ambos não pareciam se importar com isso. Camus desejou estar livre, para poder abraçá-lo. Teria de falar para o outro o soltar logo!

Quando seus lábios se distanciaram, Camus se viu fascinado pelos olhos azuis de Milo, perdido dentro daquelas pupilas cor de safira. Sentiu-se extremamente calmo e seguro, presenteando o Escorpião com um sorriso suave e gentil. Seus olhos brilhavam como nunca antes e Camus percebeu que não havia motivos para não falar aquilo que mais queria.

" Eu amo você, Milo!", Disse doce e apaixonadamente. Nunca pensou que conseguiria ser tão gentil e suave assim.

" Eu adoro o seu corpo, Camus!", Milo disse de maneira sarcástica.

Ao ouvir as palavras de Milo, o coração de Camus parou. Ele sentiu como se todo o seu corpo tivesse sido cortado... Não conseguia acreditar naquelas palavras. Milo devia estar brincando, só podia ser isso ou então não acreditava nas palavras dele.

" Milo, eu não estou brincando.", Disse sério, escondendo um desespero que crescia cada vez mais dentro dele.

" Nem eu, Camus!", Milo falou sorrindo maliciosamente. Camus não acreditava naquelas palavras.

" Eu adoro o seu corpo e sempre quis tê-lo. Na verdade, quem no Santuário não te desejaria? Principalmente por você ser tão difícil de se aproximar! Mas eu tinha mais chance, por ser seu amigo...", Falou como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo e nem por um momento, levou em conta os sentimentos de Camus.

" ...!" O cérebro de Camus tentava processar as palavras ditas pelo Escorpião. Então Milo estava com ele apenas por ele ser difícil? Não era porque gostava dele?

" Sempre quis provar esse corpinho!", Milo disse da maneira mais sarcástica que conseguiu, lambendo a orelha de Camus.

O Cavaleiro de Aquário estava chocado com isso. Não conseguia nem definir o que estava sentindo! Queria desaparecer! Olhou incrédulo para Milo, sentindo uma revolta e uma indignação imensa crescer dentro dele.

" SAI DE CIMA DE MIM, MILO!", Camus gritou, segurando as lágrimas que insistiam em querer se formar em seus olhos. Logo ele que era tido como uma pedra de gelo! Se Milo não o amava, ele não ia querer nada com ele! Podia estar agindo como um adolescente, mas e daí? Ele tinha 20 anos, faria 21 dali a poucas semanas. Desejava que Milo o deixasse em paz!

" Não!", Falou divertido, enquanto mandava a toalha, que nada estava cobrindo, para longe. Olhou novamente para cada curva e músculo daquele corpo, com olhos famintos que Camus jamais vira em Milo.

" Vim aqui para ter esse corpo e é isso que eu terei.", Falou, abrindo mais as pernas de Camus, que se desesperou. Ele não podia se mover, ainda paralisado pela Restrição de Milo e o outro parecia estar falando sério.

Milo olhou de forma sádica para Camus, enquanto seus dedos iam até o local que ele tanto desejava. Introduziu dois dedos em Camus sem aviso, arrancando um grito do mesmo. Começou a rir maliciosamente, enquanto movimentava os dedos dentro dele. Camus serrou os dentes pra se impedir de gritar.

Milo ergue uma perna de Camus e começou a apertá-la, deixando marcas vermelhas na coxa. Retirou os dedos de dentro de Camus e abriu o zíper de sua calça, colocando pra fora sua ereção. Debruçou-se sobre Camus mordendo o pescoço dele.

" Aaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhh!", Camus gritou, quando Milo o penetrou de uma única vez. A dor que ele sentia era enorme. Parecia que estava sendo rasgado em dois.

" Huuuummmmm... Você é tão apertado quanto eu imaginei, Camus.", Disse. Ergueu-se um pouco e fitou aqueles olhos azuis do Cavaleiro de Aquário. Viu toda a dor expressa em sua face e nos olhos do outro e se excitou ainda mais com isso.

Começou a se mover dentro de Camus, causando ainda mais dor nele. Milo se deliciava com cada expressão de dor que aqueles olhos lhe presenteavam. Camus não conseguia se manter impassível diante daquela situação. Nunca fôra de demonstrar sentimentos, mas desde que ressuscitou, ele estava mais suscetível a demonstrar emoções. Seu coração estava despedaçado.

Milo se movia mais e mais rápido dentro de Camus. Retirava-se quase completamente apenas para penetrá-lo novamente com mais força. Estava tão concentrando no prazer que sentia dentro daquele corpo, que de frio não tinha nada, que acabou por desfazer a Restrição, sem ao menos notar.

Camus sentia cada movimento de Milo e como ele o machucava. Apesar da dor que sentia, notou que poderia se mover livremente agora, mas se encontrava tão debilitado psicologicamente que nada fez. Apenas sentia Milo se movendo com selvageria e sem perceber, lágrimas escorreram de seus olhos. A dor que sentia era horrível, mas o que mais doía não era seu corpo...

" Aaaaahhhhh... Camus... Você... É... Maravilhoso... Hummmm...", Milo falou entre gemidos. Sentia um prazer enorme enquanto se movia com maestria dentro de Camus. Sentia um calor se espalhar por todas as partes de seu sedutor e belo corpo.

Milo passou a se movimentar mais rápido, sentindo as correntes elétricas percorrerem seu corpo com mais intensidade. Estava ofegante e olhou nos olhos de Camus, vendo-os molhados pelas lágrimas e gemendo pela dor que sentia. Sorriu ao ver aquelas lágrimas e se movimentou mais rápido. Milo não mais agüentou e ejaculou abundantemente dentro de Camus, agora fazendo movimentos lentos.

Sua respiração ainda estava ofegante e Milo se debruça contra o peito de Camus, a fim de se recuperar dos espasmos deliciosos sofridos pelo seu corpo. Ficou ali parado por alguns minutos e então se retirou de dentro de Camus. Levantou-se e o fitou. O Cavaleiro de Aquário ainda se encontrava na mesma posição, sem mover nenhum centímetro.

" Você é tão gostoso quanto imaginei, Camus! Pena não ter participado muito! Háháháháháháháhá!", Milo disse, vestindo a roupa.

Camus ficou apenas parado, olhando-o com lágrimas nos olhos.

" Todos diziam que eu nunca conseguiria nada com você! Mas eu não apenas consegui sua amizade e confiança... Eu consegui o seu coração e hoje consegui meu prêmio máximo... Seu lindo e perfeito corpo!", Milo disse sorrindo e saindo do quarto de Camus.

Quando Camus sentiu que Milo saiu da casa de Aquário, seus olhos voltaram a derramar lágrimas, devido a tudo o que passou, todas as palavras ditas pela pessoa que mais amava. Levantou-se com dificuldade, indo em direção ao banheiro, onde tudo começou, a fim de tomar um banho e se limpar. Seus olhos desfocados miraram o espelho, vendo o reflexo de seu tão machucado corpo e mais lágrimas nublaram sua visão.

OOO

Três dias haviam se passado. Todos os Cavaleiros notaram que havia algo de anormal nas redondezas das 12 Casas Zodiacais, mas exatamente, desde a partida do Cavaleiro de Ouro de Escorpião, que foi acompanhar Athena nos exatos três dias atrás, quando coisas estranhas começaram a acontecer.

Shura havia chegado no dia anterior e pegou de relance alguns boatos que circulavam no Santuário, de que o Cavaleiro de Ouro de Aquário estaria doente e se recusava a deixar o aconchego de seu lar.

"Camus passando mal!", Shura se perguntava em pensamento. Resolveu ir visitá-lo, a fim de averiguar a veracidade daqueles boatos. Começou a subir as escadarias para a Casa de Aquário pensativo e no caminho, encontrou Aioria.

" Boa tarde, Aioria!", Disse Shura cordialmente.

" Ah! Boa Tarde, Shura! Já ficou sabendo?", Aioria perguntou. Sua feição demonstrava preocupação e frustração.

" Ouvi que Camus não está bem.", Disse sério. Ainda achava que aquilo era brincadeira, já que Camus era muito sério, sempre se cuidara muito bem e nunca ficou doente. Ficou realmente espantado quando lhe disseram que ele não saía para nada, nem para treinar.

" O pior é que ninguém sabe o que ele tem e Camus se recusa a atender qualquer pessoa.", Aioria viu o espanto nos olhos de Shura, quando ele terminou de falar.

" Não... Atende ninguém?", Shura estava realmente surpreso.

" Estamos a três dias tentando fazê-lo nos deixar entrar, mas ele não nos atende e quando tentamos abrir a porta à força, ele usa o cosmo pra nos impedir e congelar tudo em volta da Casa de Aquário.", Aioria completou suspirando.

" Mas... Se ele consegue manifestar o cosmo desta forma para repeli-los, ele não deve estar tão mal... Aliás, ele não deve estar nem doente!", Shura já não estava entendendo mais nada.

"É... Você tem razão.", Aioria diz meio pensativo.

" Até mesmo Hyoga tentou falar com ele, mas não conseguiu. Já tentamos de tudo, mas ele não fala nada nem sai de casa. Se ao menos Athena estivesse aqui para falar com ele...", Aioria estava realmente preocupado com Camus. Ele era tão certinho... Não sabia o que podia ter acontecido e Camus não estava ajudando muito para se resolver o problema. Ele sempre fôra fechado e reservado demais!

Shura estava pensativo. Não conseguia pensar em nada que pudesse deixar Camus nesse estado. Aparentemente Camus não estava doente, já que repelia todos com seu cosmo congelante. Estava perdido em pensamento, quando teve sua linha de raciocínio interrompida pelo Cavaleiro de Ouro de Leão.

" Talvez você consiga conversar com ele.", Disse esperançoso para Shura.

" Por que acha que eu vou conseguir?", Shura perguntou curioso.

" Ora, Shura! Desde a luta contra Hades, você, Saga e Camus se tornaram muito amigos! Quem sabe você não consegue descobrir o que está havendo?", Disse um pouco aborrecido. Shura parecia que não estava pensando! Será que ele não via que era a luz no fim do túnel? ò.ó

Quando escutou as palavras de Aioria, imediatamente algo veio à mente de Shura.

" E o Milo! Ele não foi falar com o Camus?", Perguntou. Shura sabia que desde que todos começaram seus treinamentos para se tornarem Cavaleiros de Ouro, Milo foi o primeiro que se aproximou do 'Senhor Perfeição', como todos chamavam Camus. Milo parecia até mesmo a sombra do francês e era o único que conseguia arrastá-lo para tudo quanto é lado. Então, era estranho que ele ainda não tenha ido falar com Camus até agora.

" O Milo foi acompanhar Athena até o Japão, mas deve voltar hoje ou no máximo amanhã.", Aioria explicou.

" Ah! Entendo.", Shura parecia meio aéreo.

" Por falar em Milo, pelo que eu me lembro, o Camus não saiu de casa desde que ele viajou...", Leão disse mais para si mesmo do que para Shura. Deu de ombros e virou-se para Capricórnio.

" Vê se consegue algo. Eu tentei e quase fui congelado... Talvez você tenha mais sorte.", Aioria disse, em seguida deu um 'tchau' para Shura, desceu as escadas reclamando algo como 'só queria ajudar' e 'não precisava ser ameaçado a virar cubinho de gelo'. Shura ergueu uma sobrancelha ao escutar as reclamações meio infantis de Aioria, balançou a cabeça para tirar a imagem do outro da mente e resolveu ir tentar ajudar o amigo.

Após subir mais alguns degraus, percebeu que vinha alguém pelo atalho das Doze Casas. Olhou e sorriu ao ver quem era.

" Shurinha!", Afrodite quase gritou ao ver o Cavaleiro de Ouro de Capricórnio, pulando no pescoço dele e se pendurando ali.

" O... Oi, Afrodite!", Respondeu sorrindo e envolvendo a cintura do outro. Afrodite parecia um garoto alegre e empolgado!

" Estava morrendo de saudades!", Peixes disse, distribuindo beijinhos pela face de Shura, que apenas sorriu.

" Eu também estava com saudades.", Falou, abraçando Afrodite mais fortemente, beijando ternamente os lábios rosas do jovem e belo rapaz.

Desde que ressuscitaram após a batalha contra Hades, Afrodite se declarara para Shura, que sempre admirou o Cavaleiro de Ouro de Peixes, mas nunca se aproximou, porque Afrodite tinha o que podia ser considerado um relacionamento com Máscara da Morte, mas eles terminaram poucos dias antes de iniciarem a batalha contra os Cavaleiros de Bronze.

Os dois ficaram se curtindo por um momento, trocando beijos e acariciando os corpos um do outro, então Shura pára e fica a observar aqueles lindos olhos azuis piscina de Afrodite. Nunca se cansaria de observá-los!

" Hã... Afrodite! Eu tô amando ficar aqui juntinho com você, mas... Eu preciso ir ver como o Camus está.", Shura falou corando um pouco. Ainda era difícil pra ele falar abertamente que adorava ficar juntinho com Afrodite, devido à timidez que era muita.

Afrodite derreteu-se ao ver a feição de seu amado Shurinha. Ele era tão tímido! Achava-o a coisa mais meiga do mundo, quando o via corando! Ele ficava tão cute cute! Uma das coisas que ele mais amava em Shura, era esse lado meigo e gentil dele, apesar de querer se mostrar forte e que não se importa com nada, ele era a gentileza em pessoa!

Afrodite se despendurou do pescoço de Shura e o olhou de forma séria, expressando também toda a sua preocupação ao ouvir o namorado falar em Camus.

" Tomara que você consiga falar com ele, Shurinha!", Afrodite falou, com olhinhos tristes. Camus sempre o xingava pelas festas que ele dava na Casa de Peixes, porque de acordo com ele, elas eram barulhentas e atrapalhavam seu sono, mas ainda assim o adorava. Às vezes o incomodada de propósito, pois tinha uma vontade enorme em vê-lo perder a paciência! Era engraçado ver o tão controlado Cavaleiro do Gelo perder a compostura e era muito raro também...

" Droga! O que pode ter acontecido?", Shura perguntava-se um pouco irritado.

" Eu não sei, mas... Ele ficou assim após a partida de Milo.", Afrodite disse sério, olhando nos olhos de Shura.

" Mas isso não é motivo pra agir assim. Ele nunca ficou assim antes e pelo que eu sei, não tá rolando nada entre eles!", Shura falou, como se pedisse que Afrodite lhe explicasse o que se passava.

" Eu não sei o que houve, Shurinha! Mas uma coisa eu te digo com certeza. Ele tenta esconder, mas eu notei pelo cosmo dele uma tristeza que...", Afrodite não pôde terminar de falar, pois foi interrompido por um surpreso Shura.

" Camus triste!", Ele ergueu uma sobrancelha.

" É. Qualquer pessoa não notaria, mas eu estive observando Camus e posso te garantir que no cosmo dele há apenas uma tristeza avassaladoramente profunda e isso ocorreu após Milo deixar a Casa de Aquário.", A Expressão de Afrodite mostrava que ele não estava brincando.

" Eu vou lá!", Shura estava por demais intrigado.

OOO

Já se encontrava lá há quase meia hora. Tocava a campainha, esmurrava a porta, mas nada de Camus atender! Já estava perdendo a paciência e pensava seriamente em usar a Excalibur e colocar aquela porta a baixo, fora que aquele frio produzido por Camus já estava o incomodando demais!

Shura bufou e ergue o braço direito, com o intuito de colocar aquela porta abaixo e imediatamente sentiu o cosmo de Camus aumentar um pouco. Parecia que ele estava criando uma barreira de frio intenso ao redor de toda a Mansão de Aquário. Por que ele fazia isso?

O cosmo de Camus parecia indiferente a tudo, na verdade, parecia frio e vazio. Shura pôde perceber que, como Afrodite tinha falado, o cosmo de Camus emitia realmente uma profunda tristeza, mas era necessário se concentrar nele para poder senti-la. Era até mesmo sufocante as emoções transmitidas através do cosmo do Cavaleiro de Gelo.

Shura respirou fundo e elevou seu cosmo, não de forma ameaçadora, mas de forma que transmitisse a Camus toda sua preocupação e sinceridade. Encostou a cabeça na porta e permaneceu de olhos fechados.

" Camus, eu quero ajudar! Me deixa entrar e ver você!", Shura disse calmamente. Perguntava-se o que poderia ter deixado o tão controlado Cavaleiro de Aquário tão triste. Será que Milo tinha a ver com isso? Sentia que Camus estava tão... Abalado. Sim! Essa era a palavra certa!

Shura sente que o cosmo de Camus diminuiu e então ele consegue abrir a porta, que parecia estar fechada mesmo era devido ao cosmo do amigo. O Cavaleiro de Capricórnio entra na Mansão de Aquário, notando o quanto tudo estava mais frio que o de costume. Percebeu que Camus não se encontrava no andar térreo e subiu para os quartos. Ele devia estar deitado uma hora dessas...

Chegou em frente à porta do quarto de Camus e hesitou por um segundo, mas depois suspirou e abriu a bendita porta, ficando abalado com o que viu. O quarto se encontrava um pouco desarrumado, mas se tratando do Cavaleiro do Gelo aquilo era preocupante, mas o mais aterrador era Camus, que se encontrava enrolado em um lençol semitransparente e seu olhar nada transmitia, era completamente vazio. Ele não era de ficar demonstrando, mas aquela apatia era tão... Não tinha palavras para descrever!

Shura se aproximou cautelosamente da cama, notando aquele olhar distante e desfocado de Camus. Sentiu seu peito se apertar ao pensar no por quê ele se encontrava assim. Eles haviam se tornado grandes amigos, apesar de que a amizade deles ainda não era grande o suficiente para superar a que Camus tinha com Milo.

" Camus... O que... Houve?", Shura perguntou receoso, mas não obteve resposta. Aproximou-se mais e sentou-se na beira da cama.

" Você está passando mal? O que você está sentindo?", Perguntou aflito. Nunca o vira assim! Camus sempre foi muito controlado e não conseguia imaginar o que poderia tê-lo afetado dessa maneira.

" Me deixa sozinho...", A voz de Camus saiu baixa, em um sussurro quase inaudível.

Shura ficou completamente sem ação diante do Camus que via agora. Ele parecia mergulhado em uma tristeza sufocante e o Cavaleiro de Capricórnio não conseguiu dizer nada! Ele não tinha estrutura pra ficar dando conselhos, Camus era assim, não ele! Desnorteado por ver o amigo assim, Shura nada pôde fazer, a não ser se levantar e fazer aquilo que o amigo queria.

Ao sair da Mansão de Aquário, Shura ainda estava completamente absorto em seus pensamentos em relação ao estado deplorável de Camus, quando encontrou Saga de Gêmeos, que imediatamente o questionou sobre Camus.

" Desculpe, Saga. Mas... Eu não tenho capacidade de falar com ele no estado em que ele se encontra agora. Não sei nem o que dizer!", Falou, ainda meio perdido em seus próprios pensamentos.

Saga estava muito preocupado com Camus, mas não teve a chance de conversar com ele, devido a alguns problemas que tivera que resolver como Mestre do Santuário. O Cavaleiro de Gêmeos suspirou e colocou uma mão sobre o ombro de Shura, sorrindo.

" Está tudo bem! Vou falar com ele agora!", Saga falou confiante, entrando na Mansão de Aquário.

Adentrou sem dificuldades, apesar de ter sentido certa relutância no cosmo de Camus. Subiu para o segundo andar e entrou no quarto de Camus, indo direto até a cama. Olhou para aqueles olhos azuis vazios e ficou fitando-os por longos minutos.

Saga sentou-se na cama e levou a mão até os sedosos fios azul-petróleo de Camus, retirando-o da face do mesmo. Acariciou a pele macia dele e o olhou ternamente. Camus parecia não estar notando a presença de Saga ali.

" Camus, por que essa tristeza?", Saga perguntou ternamente. Sentiu um nó na garganta por vê-lo assim. O Cavaleiro de Aquário não respondeu e nem se dignou a olhá-lo.

Saga segurou delicadamente o rosto pálido de Camus, virando-o em direção a ele, a fim de encará-lo. Camus parecia não ter se alimentado bem nesses três dias, se é que se alimentou! Olhou para aqueles distantes olhos azuis, que estavam tão sem vida e no instante em que os fitou, Saga notou a tristeza desesperadora de se encontrar na mais terrível solidão, em um abandono sem precedentes. Ele reconhecia aquela emoção, pois já passara por isso antes! Não sabia o que o levou a ficar assim, mas entendia o que se passava no coração dele apenas por vê-lo.

O Cavaleiro de Gêmeos não suportou ficar apenas observando-o. Puxou Camus, fazendo-o se sentar e envolveu-o em um abraço, trazendo ainda mais o amigo de encontro a seu peito. Envolvia-o carinhosamente, enquanto acariciava aqueles lindos cabelos!

Camus estava se sentindo derrotado e desprotegido! Era isso que Saga via e compreendia! Passou a acariciar ternamente as costas desnudas de Camus, que não esboçava nenhuma reação. Saga observou o corpo menor a sua frente, notando vários hematomas na pele clara de Camus e se perguntou o que ou quem poderia ter feito aquilo, já que sabia que Camus não se machucaria e ele não estava treinando esses dias, lembrava-se perfeitamente do corpo dele estar em perfeitas condições quatro dias atrás.

" Camus, fale comigo!", Saga disse, gentil e suavemente, mas viu apenas Camus se aconchegar em seu peito e suspirar pesadamente.

Ao ver que Camus não o responderia, resolveu usar outra estratégia. Saga era o único que sabia dos sentimentos de Camus para com Milo e se ele falasse, citando o nome do Cavaleiro de Escorpião, talvez arrancasse alguma reação do francês. Aquela apatia de Camus o deixava muito incomodado... Camus era reservado, mas aquilo já era demais!

" O que Milo vai achar ao ver você assim quando voltar?"

Quando Saga terminou de pronunciar as palavras, sentiu um tremor de pura tensão percorrer todo o frágil corpo de Camus e ele se encolheu na mesma hora. Saga estranhou de imediato a reação do francês! Podia jurar que naquela reação havia receio... Havia... Medo!

Afastou apenas um pouco Camus de seu abraço, para observá-lo nos olhos, mas ele permanecia de cabeça baixa. Saga segurou o queixo dele, fazendo seus olhares se encontrarem e ficou intrigado com a expressão nos olhos azuis de Camus. Aquário estava com uma expressão de muita tristeza e medo nos olhos, e, Saga não compreendia aquilo... Ele ficou assim apenas por que ele pronunciou o nome de Milo? Algo muito grave devia ter acontecido!

" Camus, diga alguma coisa.", Saga falou sério, mas não o ameaçava. Sabia que ele se recolheria mais se fosse muito pressionado.

" Saga...", A voz de Camus mal saía. Sentia-se tão... Derrotado, tão humilhado!

" O que houve três dias atrás?", Perguntou seriamente, escondendo sua aflição.

" O Milo... Ele veio... Aqui...", Camus falava pausadamente. Saga notou que o tremor presente no corpo de Camus aumentara assim que ele pronunciou o nome do Escorpião.

" Sim... E o que houve depois?", Tentava estimulá-lo a continuar. Acariciava as costas dele, dando conforto e uma sensação de proteção e sentiu que ele relaxou, mas apenas um pouco!

" Eu disse o que sentia, mas ele...", Camus sentia um nó na garganta insuportavelmente doloroso. Escorou sua cabeça no ombro de Saga, sentindo que ele acariciava suas costas. Era tão difícil dizer! Mas ele precisava falar... Não conseguia entender...

Camus começou a relatar o que houve naquele fatídico dia e Saga percebeu que apensar de estar falando, Camus não parecia estar presente ali. Ele parou de falar em um certo momento e fitou os olhos de Saga, se perdendo naqueles belos olhos azul-esverdeados. Sentiu seu coração se apertar de forma insuportável! Queria se livrar daquela dor maldita, mas não conseguia. Ficava olhando para aqueles olhos tão ternos e gentis, não conseguiu resistir! Abraçou Saga de forma desesperada, como se buscasse ser protegido por aqueles braços fortes. Desejava que Saga pudesse arrancar de dentro dele toda aquela dor, mas sabia que não era possível! Cogitou por um segundo que isso não era uma atitude de um Cavaleiro de Ouro, que isso não era uma atitude que ele, que tinha seus sentimentos e ações tão bem controlados tomaria. Mas não pôde evitar! Desde que abrira seu coração aquele Escorpião, não conseguia controlar as ondas de emoções que percorriam cada fibra de seu corpo.

Não se importou com nada e nem no que o outro pensaria dele. Considerava-o um amigo agora, um grande amigo. Necessitava urgentemente daquele abraço, para se sentir seguro e foi prontamente correspondido por Saga, que o envolveu protetoramente. Gêmeos deslizada suas mãos pelas costas e pelos cabelos de Camus, em uma carícia suave e gentil, percebeu que Milo deve ter feito algo de muito grave para Camus. Não estava gostando do rumo que aquela história estava tomando!

" Me conte o resto, Camus.", Saga disse e Camus, mesmo que dificultosamente, continuou a relatar tudo o que havia acontecido naquele dia. Sentia-se seguro e estava confiando plenamente em Saga.

A cada palavra angustiada pronunciada por Camus, Saga o abraçava mais e o acariciava mais ternamente, como se tentando recompensá-lo por toda a dor que passou e não se referia a algo físico, mas principalmente ao lado psicológico, que fôra o mais prejudicado. Sentiu uma raiva imensa de Milo e sabia que se o encontrasse naquele momento, com certeza o enviaria para Outra Dimensão, se não explodisse o corpo dele primeiro! Como ele pôde magoar alguém como Camus tão profundamente? Estava completamente decepcionado com o Escorpião!

OOO

O sol se erguia brilhante no céu do Santuário. As nuvens brancas e algodoadas enfeitavam toda aquela imensidão azul e o vento soprava abundantemente, deixando o ambiente agradável.

Saga, após passar a noite inteira ao lado de Camus, conversando com ele e depois zelando por seu sono, o convenceu a sair de casa. Após o alimentá-lo... O que foi necessário quase obrigá-lo, pois ele insistia não estar com o menor apetite, foi com ele até um local mais afastado, que ficava próximo ao mar com o intuito de fazer um treinamento leve, na verdade, apenas um exercício!

Camus até parecia um pouco animado, mas dava pra notar que ele ainda estava fraco devido à falta de alimentação que não era ingerida há alguns dias, mas se sentiu melhor ao sentir aquela brisa fria vinda do mar tocar o seu rosto e corpo. Talvez conseguisse se distrair um pouco!

Saga viu que Camus, apesar de abatido ainda, parecia melhor e sorriu! Sentia que Camus estava mais confiante depois da conversa que tiveram. Eles continuavam a fazer aqueles exercícios levíssimos e em determinada hora, Camus o fitou longamente.

O olhar que Camus demonstrava agora era tranqüilo. Saga estava ali do seu lado e o Cavaleiro de Gêmeos inspirava confiança e por isso se sentia relaxado e se animou mais um pouco. Camus então vê a aproximação de uma Amazona, ele e Saga param de treinar.

" Saga, há um problema com os novos adeptos a Cavaleiros.", Disse Shina. Seus cabelos revoltosos moviam-se rapidamente devido à ação do vento.

" Qual o problema?", Saga perguntou curioso.

" Não sei bem o que houve, mas se você não for lá, o Mascará da Morte vai acabar matando um a um.", Falou, revirando os olhos impaciente ao dizer o nome do Cavaleiro de Câncer.

" Máscara da Morte está treinando os novatos?", Camus perguntou impressionado. Sabia que aquele lá não tinha paciência pra nada!

" Está sim, mas eu acho que ele não serve pra treinar ninguém!", A Amazona disse com uma certa expressão de desprezo no rosto. Desde a luta contra Hades, a lei do uso da máscara foi abolida por Athena.

Saga suspira. Máscara da Morte não tinha jeito mesmo! Olhou para Camus, que estava calado agora, vendo que o outro o fitava.

" Camus, tem algum problema você ficar treinando um pouco sozinho?", Saga estava relutando de deixá-lo ali. Shina ergue uma sobrancelha. No momento ela estava sendo completamente ignorada pelos dois Cavaleiros de Ouro.

" Não. Pode ir!", Falou baixo, ainda o olhando nos olhos.

" Prometo que voltarei o mais rápido possível!", Saga o olhava receoso. Não queria deixar Camus sozinho de jeito nenhum... Ele ainda estava muito abatido com o que houve. Maldito Milo! E maldito Máscara da Morte também!

"Hum... Tem alguma coisa acontecendo aqui...", Shina se sentia um peixe fora d'água.

" É melhor você ir, Saga.", A voz de Camus ainda era baixa. Não queria ficar sozinho, mas sabia que Saga tinha que cumprir suas responsabilidades como Grande Mestre do Santuário de Athena. Além disso, se estava acontecendo tal fato era porque ele não estava treinando os novatos.

Saga o viu caminhar até um rochedo, que ficava próximo ao mar e elevar seu cosmo apenas um pouco, a fim de esfriar o local. Gêmeos o olhou receoso! Não queria mesmo deixá-lo, mas se não fosse, Câncer acabaria matando os pobres garotos e ele não podia deixar isso acontecer!

" Vamos, Shina!", Falou por vez e foi acompanhando a Amazona de Prata, decidido a acabar com esse problema o mais rápido possível e, então, voltar para junto de Camus.

OOO

As ondas do mar se chocando contra a praia e as rochas... O som delas se quebrando, as gaivotas voando, o céu azul e as nuvens em um tom do mais puro branco... Qualquer pessoa estaria fascinada com tamanha demonstração de beleza por parte da natureza, mas o Cavaleiro de Aquário parecia não estar enxergando nada disso. Camus fechou os olhos, lembrando-se das palavras de Milo.

" Todos diziam que eu nunca conseguiria nada com você! Mas eu não apenas consegui sua amizade e confiança... Eu consegui o seu coração e hoje consegui meu prêmio máximo... Seu lindo e perfeito corpo!"

As palavras ditas em um tom sarcástico não lhe saíam da cabeça. Sempre acreditou que Milo fosse seu amigo de verdade, mas ele estava apenas interessado em ter aquilo que nenhuma outra pessoa no mundo teve... Seu coração e seu corpo!

Lembrou-se de uma conversa que tivera com Saga há dois anos. Na ocasião, ele dissera ao Cavaleiro de Gêmeos que sentia algo muito especial por Milo, mas não conseguia definir o que era.

OOO

" Ora, Camus. Você gosta dele!", Saga dizia com um sorriso divertido nos lábios! Achava tão fascinante a ingenuidade de Camus nesse assunto! Ele realmente tinha dificuldades em lidar com seus próprios sentimentos!

" Gosto?", Perguntou espantado e viu Saga sorrir lindamente para ele.

" É... Eu... Acho que gosto dele...", Disse mais para si mesmo do que para Saga. Coçava a cabeça e estava perdido em seus próprios pensamentos. Virou-se para esconder o rubor de sua face de Saga, ao notar seus próprios sentimentos em relação ao Escorpião e ao notar que Saga o olhava muito insistentemente.

Camus sentiu-se um idiota por não conseguir controlar suas emoções diante de Saga, afinal ele tinha uma reputação a zelar... A de 'sem coração, frio e indiferente'. Todos achavam que ele era feito de gelo e até ele mesmo achava isso, mas Milo sempre quebrava suas barreiras geladas e Camus percebia que perto dele, era tudo, menos um bloco de gelo!

" Devia falar pra ele o que sente! Todo mundo sabe que Milo toparia qualquer coisa com você, desde que você queira!", Saga fala, com um sorriso malicioso nos lábios, que faz Camus corar mais ainda! Ótimo! Parecia um pimentão!

" Eu... Eu não vou falar nada. Não há o que falar!", Disse, levantando-se rapidamente, acenando para Saga sem olhá-lo nos olhos. Estava morrendo de vergonha! Seu coração estava acelerado só de pensar na possibilidade de falar com aquele poço de sensualidade que era o Cavaleiro de Escorpião.

OOO

Camus suspirou e olhou tristemente em direção ao mar. Desejava voltar a ser aquele rapaz frio e indiferente do passado, que ignorava todo e qualquer sentimento, mas agora isso não era mais possível. Em seu coração já existia uma pessoa... Havia aquele lindo e sensual homem de cabelos e olhos azuis chamado Milo!

Por mais que desejasse, não conseguia tirá-lo da cabeça. Não apenas nos últimos dias, mas sim nas últimas semanas, desde que ressuscitara. Todos os seus pensamentos eram voltados para aquele moreno maravilhoso! O mais engraçado era que não conseguia sentir raiva ou ódio de Milo, mesmo ele tendo feito o que fez! O que sentia talvez pudesse ser definido como decepção, mas Camus não sabia nem mesmo dizer se era isso o que realmente sentia em seu peito.

OOO

Próximo à área de treino, um homem de longos cabelos repicados, que se esvoaçavam com a força do vento, caminhava tranqüilamente e seus belos olhos azuis percorriam todos os cantos de forma curiosa à procura de alguém. Estava tão distraído, que não notou a aproximação rápida de um certo homem de cabelos curtos num tom azul mais escuros que o seu.

" Ei! Você não olha por onde anda!", Gritou Máscara da Morte irritadíssimo.

" Nossa! Calma aí, caranguejo! Relaxa um pouco!", - Milo disse em seu tom brincalhão de sempre, fazendo sinal de paz.

" Ah... Voltou é!", ¬.¬ Máscara da Morte diz, fazendo logo em seguida aquela cara de 'mas que merda'.

" Sentiu minha falta, foi?", Milo brincou, gargalhando logo em seguida.

" Vê se, se enxerga, Milo!", Máscara da Morte bufou! Já bastava ter sido escalado parta treinar os pirralhos por causa de Camus, que não saía de casa. Levou a maior bronca de Saga e agora, lá vinha Milo com suas brincadeirinhas...

" Você é muito estressado MeM...", Milo falou, portando aquele sorriso debochado no rosto. Ao ouvir do que foi chamado, Câncer teve ímpios de mandar o Escorpião pro inferno.

" Hum... Você devia ir ver o seu amiguinho! Graças a ele, minha vida virou um inferno nesses três dias.", Câncer disse cinicamente, tentando não voar naquele pescoço.

" O Camus! O que houve?", Perguntou curioso e ficando um pouco preocupado.

" Sei lá, mas tem três dias que o iceberg não sai de casa. É uma merda!", Câncer disse furioso e socou uma rocha perto dele. Por causa de Camus, ele passou por muita raiva e nem pôde ver o...

" Ele não saiu é...?", Milo perguntou mais para si mesmo. Estava sério e o sorriso travesso e sarcástico não mais se encontrava em seus lábios.

" É.", Máscara respondeu, já imaginando mil maneiras de torturar um cubinho de gelo...

" Vou lá vê-lo...", Disse sério, caminhando em direção ao local onde havia sentindo o cosmo de Camus, que parecia bem fraco. Sabia que ele não se encontrava mais na Mansão de Aquário, o francês estava em umas das praias mais distantes das Doze Casas.

Máscara ainda praguejava algo, xingava até mesmo o vento que passava por ele de tanta raiva, mas então ouviu a voz de Milo o chamar e virou-se para o Escorpião com aquela cara de 'eu mereço'.

" MeM! Esqueci de te falar! O Misty tá te procurando! Deve tá lá na sua casa.", Falou e virou-se, indo embora. Estava ansioso pra ver Camus.

Máscara da Morte, apesar de ter ficado irritado pelo apelido de chocolate, não conseguiu xingá-lo, pois ficou imediatamente contente com a notícia e sorriu. Esqueceu-se completamente da raiva que sentia e foi apressado ao encontro daquele loiro maravilhoso, já imaginando mil formas de enlouquecê-lo.

OOO

O sol agora estava muito quente e era mais ou menos quatro horas da tarde. Camus caminhou até a sombra de um enorme rochedo, suspirando e se perguntando do por quê da demora de Saga. Amaldiçoou-se mentalmente, pois já imaginara o que aqueles pobres garotos teriam sofrido nas mãos de Máscara da Morte. Ele sempre fôra um mestre rígido, mas nunca extrapolou os limites de seus alunos, mas o mesmo não podia ser dito do Cavaleiro de Câncer.

" Hum... Você parece melhor do que me disseram."

Aquela voz sarcástica e rouca chega aos ouvidos de Camus, que imediatamente sente um arrepio percorrer sua espinha e seu coração falhou uma batida. Ele se levanta rapidamente e se vira em direção àquela figura peculiar, que se encontrava atrás dele.

" Milo?", Camus praticamente grita devido ao susto. Não havia notado a aproximação dele e nem sentira sua cosmo energia.

" Dizem que ficou mal depois que eu parti...", Milo falou sorrindo safadamente. O vento balançava seus cabelos cacheados e ele os tira do rosto. Não queria ter sua visão atrapalhada.

" Não é da sua conta!", Camus falou, tentando esconder o nervosismo e o medo que começavam a tomar conta de seu corpo. E se Milo novamente tentasse... Não! Eles estavam em plena luz do dia e em uma praia. Ele não ousaria...

" Ah! Já sei! Quer um pouco de carinho, né!", Um sorriso malicioso se instalou nos lábios de Milo. Camus podia ver toda a malícia nos olhos azuis do Escorpião. Milo passa a língua sensualmente sobre os lábios.

" Vai embora!", Camus disse nervoso. Se há três dias, quando estava em forma, não conseguiu se desvencilhar de Milo imagina agora estando debilitado?

Milo olhou Camus de cima a baixo. Seus fios azul-petróleo moviam-se de acordo com as correntes do vento. A fina blusa branca de treino estava colada ao seu perfeito corpo, devido à movimentação do ar. Seus lindos olhos azuis expressavam o medo por ele e isso o excitava!

" Você parece mais delicioso hoje, sabia?", Milo disse passando novamente a língua sobre os lábios como se estivesse a saborear o mais delicioso vinho.

Camus deu um passo para trás. Tinha plena consciência de que não teria a menor chance se fosse lutar contra Milo. Estava ficando desesperado diante da figura imponente do Escorpião, que já começava a se aproximar perigosamente dele. Camus começou a desejar fervorosamente que Saga chegasse logo, pois sabia que Milo não o deixaria ir embora.

Milo ergue o dedo e dispara uma certa quantidade de cosmo em direção ao rochedo, fazendo parte dele desmoronar, o que obrigou Camus a se afastar do local, para se desviar dos pedaços de rochas que vinham em sua direção. Olhou rapidamente a procura da localização de Milo, mas ele não mais se encontrava no mesmo local.

Camus olhou em volta, procurando pelo Escorpião, mas não conseguia vê-lo nem senti-lo por perto. Seu coração batia aceleradamente e de repente, sentiu mãos fortes o agarrando por trás e segurando-o firmemente no lugar.

" Você não pode fugir de mim, Camus. Vou fazer você gemer muito...", Milo disse no ouvido de Camus, dando uma mordida no pescoço dele em seguida.

Camus sabia que estava em um local afastado e que de nada adiantava gritar e para ele, isso seria realmente vergonhoso! Teria que se safar daquela situação sozinho, mas sentia-se completamente sem forças. Cada palavra de Milo parecia machucar-lhe mais que qualquer força física empregada por ele.

" Ficou chorando a minha partida? Que meigo! Mas não se preocupe, Camus... Eu estou aqui agora.", Milo disse rindo baixinho e mordendo o lóbulo da orelha do francês.

Camus tentava inutilmente se libertar. Estava enfraquecido, devido à falta de alimentação durante aqueles três dias e seu estado psicológico não ajudava em nada, uma vez que se sentia um lixo!

Milo jogou Camus com toda a sua força em direção ao que sobrara do rochedo e o francês cai em cima do braço direito, sentindo-o doer na hora. Camus virou-se rapidamente, mas sua reação não foi rápida o suficiente para se desvencilhar de Milo, que já estava sem cima dele. O Escorpião pegou-o pelo braço, torcendo e causando mais dor em Camus, que estreitou os olhos devido à fincada que sentiu.

" Quero ver essas lágrimas, meu querido Camus. Ver seus olhos molhados dessa forma me deixa realmente excitado!", Milo disse, com uma expressão de completa satisfação no rosto. Estava amando deixar o Cavaleiro de Gelo neste estado tão perturbado! Era muito melhor do que lhe causar dor física, mesmo essa sendo por demais apreciada.

" Como pôde ser tão falso esse tempo todo?", Camus perguntou desnorteado. Ele realmente não conseguia entender como Milo conseguiu fingir tão bem que gostava dele desde a adolescência. Como ele conseguiu tal proeza? Para Camus, não havia como questionar aqueles sentimentos... Sempre que Milo dizia algo que o deixava encabulado, Camus o xingava, mas via nos olhos e no sorriso de Milo toda a sinceridade com a qual ele pronunciava cada palavra. Camus se recusava a acreditar que tudo aquilo era uma farsa, que não passava de uma mentira orquestrada pelo Escorpião.

" Camus, você é tão ingênuo!", Milo disse, rindo sarcasticamente e prensando o Cavaleiro de Aquário com o seu corpo. Desceu a mão esquerda e apertou fortemente o membro de Camus por cima da calça.

Camus se angustia com as ações de Milo. Queria que ele voltasse a ser como antes, mas o 'antes' também era uma mentira, então o que ele desejava era ser correspondido da forma certa! Queria ser amado da mesma maneira que o amava... Não ser correspondido e ouvir Milo dizer essas palavras, ignorando completamente seus sentimentos, o deixava arrasado! Nunca pensou que se abateria tanto por amar alguém, mas era o que acontecia e Milo parecia amar estar vendo seu sofrimento.

" Chore pra mim, Camus!", Milo disse sarcasticamente, torcendo mais o braço de Camus, fazendo-o soltar um pequeno gemido de dor. O braço de Camus parecia ter se deslocado.

" Saga...", Camus pronunciou baixinho o nome do Cavaleiro de Gêmeos. Sentia-se tão fraco diante desse Milo... Desejava que Saga o tirasse daquela situação, pois ele não estava em condições de fazê-lo.

" Saga!", A feição de Milo mudou drasticamente, tornando-se séria e até mesmo um pouco preocupada.

" O que ele tem a ver com isso?", Perguntou, apertando agora o pênis de Camus. Ficou extremamente irritado ao ouvir o nome do Cavaleiro de Gêmeos, apertando ainda mais Camus e fazendo-o gemer de dor.

Camus o fita, perdido dentro daquela imensidão azul, que eram os olhos de Milo. Por que a súbita irritação ao ouvi-lo chamar pelo outro?

De repente, Camus sente um cosmo estranho e maligno muito próximo a ele. Notou que Milo parecia perturbado com algo e deixou de apertá-lo tanto. Aquele cosmo lhe parecia familiar. Camus sentiu um arrepio percorrer sua espinha e por puro reflexo aumentou a intensidade de seu cosmo, congelando tudo a sua volta.

Milo afastou-se um pouco, mas não parecia ser afetado pelo frio intenso produzido por Camus, na verdade, parecia que nem havia sentido! Milo sentiu a aproximação de mais dois cosmo e estes eram conhecidos. Estreitou os olhos! Teria que mudar suas táticas de deliciosas torturas. Viu Camus se levantar subitamente e vir em sua direção, mas Aquário sente uma tontura e fica cambaleando, levando uma mão a cabeça.

Camus deixa de sentir aquele cosmo e se pergunta se foi imaginação, já que Milo não se manifestara. Por um segundo deixou de sentir a presença de Milo e depois ele o sentiu novamente, mas um pouco distante de si. Será que estava enlouquecendo? Ergue os olhos e vê Milo o fitar com uma expressão incrédula no rosto.

" Camus...", Milo diz, olhando o braço vermelho, a face pálida e a expressão de cansaço no rosto de Aquário, que não estava entendendo essa súbita mudança nas expressões do Escorpião.

" O que aconteceu?", Milo perguntou com uma preocupação que surpreendeu Camus, mas ele sabia que o outro estava apenas fingindo. Na certa, queria deixá-lo confuso!

" Não se aproxime de mim!", Camus falou receoso.

" Por que está me olhando com essa cara? Você tá com... Medo de mim?", Perguntou incrédulo.

Camus apenas o fitou confuso e se sentindo mais angustiado.

" Camus... É melhor cuidarmos do seu braço... Você não estava bem nesses três dias pelo que me disseram. Vamos?", Disse, se aproximando de Camus, que se encontrava escorado na parede do rochedo.

" Afaste-se!", Camus gritou, fazendo Milo se assustar, mas mesmo assim o Escorpião se aproximou dele e Camus não conseguiu se desvencilhar. Sua cabeça estava doendo e ele sentia fortes tonturas.

Milo segurou Camus pelo ombro de forma gentil, o que deixou o outro confuso. Estava preocupado, na verdade, quase desesperado ao ver o outro assim, tão debilitado. Mesmo tendo certeza absoluta que se tratava de um truque, Camus não conseguia evitar de ficar confuso e de certa forma esperançoso de que não passava de um mal entendido! Sua mente dizia que era uma farsa, mas seu coração dizia que aquele sentimento de preocupação demonstrado por Milo era real.

Milo segurou-o pelos ombros de forma firme, mas delicada e então olhou naqueles olhos, vendo a confusão neles. Em seguida, seus olhos percorreram a blusa rasgada de Camus, vendo os hematomas presentes naquela pele clara.

" Esses hematomas...", Dizia com incredulidade.

" Camus, você não está bem! Vamos a minha casa que eu vou cuidar de você.", Completou. Ver aquele corpo naquele estado era de partir o coração!

" Cuidar! Não! Me deixa em paz! Pare de me torturar... Você já não teve o que queria?", Perguntou se descontrolando. Não agüentava mais olhar para aquele Milo gentil e preocupado, sabendo que ele agia assim para deixá-lo mais angustiado.

" Está com febre, Camus! Eu nunca te faria mal!", Milo falou, achando que o outro... Não! Tendo certeza de que ele não estava nada bem!

Milo tentava levar Camus dali. O sol estava muito forte e não ia fazer bem para Camus, que parecia muito fraco. A pele de Camus era sensível e se ele continuasse exposto assim, poderia até pegar uma insolação. Camus se debatia e gritava para Milo se afastar e este não compreendia o porquê do amigo agir assim.

" Excalibur!", O golpe de Shura corta o espaço, obrigando Milo a saltar para trás, para não ser cortado pelo poder golpe do Cavaleiro de Ouro de Capricórnio. Camus permanecia no mesmo lugar, sem mover nem mesmo um músculo e portando uma expressão de desolação na face.

" Ficou louco, Shura!", Miro gritou, virando-se para Capricórnio, que vinha enfurecido em sua direção. Saga não havia contado detalhes para Shura, mas ele sabia que foi Milo que feriu Camus.

" Tá querendo me matar é?", Milo perguntou irritadíssimo.

" Se você se aproximar do Camus de novo, você morre!", Falou, sentindo uma raiva mortal de Milo.

" Quê! E por que eu me afastaria?", Milo perguntou furioso. Ele era o melhor amigo de Camus! Quem Shura pensava que era para querer mantê-lo afastado? Shura estava com Afrodite... O que poderia querer com o seu Camus? Isso já estava começando a irritá-lo profundamente.

" Você o feriu e eu não vou deixar que faça isso de novo!", Ficou em posição de ataque. Seu desejo era cortar a cabeça daquele escorpião maldito, mas sabia que não poderia fazer isso.

" Quê!", Milo estava surpreendido com as palavras proferidas por Shura. Não compreendia o que estava acontecendo! Virou-se para Camus, que estava escorado em uma rocha, trêmulo e parecendo ter dificuldades em manter-se de pé.

" Quando eu te machuquei, Camus?", Milo perguntou aflito e com um olhar perdido.

Camus se sentia mais perdido ainda. Não compreendia essa mudança de Milo! Será que o Escorpião desejava vê-lo enlouquecendo? Porque se fosse, ele estava conseguindo! Camus sentia que suas pernas estavam bambas e ele tinha uma dificuldade enorme em manter-se em pé. Sua cabeça parecia gelatina e ele se sentia tonto.

Milo e Shura se surpreendem ao ver Camus caindo. Tudo parecia estar se movendo em câmera lenta aos olhos de Milo e ele fez menção de se mover para amparar Camus, mas antes de transformar pensamento em ação, viu o frágil corpo de Camus ser amparado pelos fortes braços de Saga, que o abraçou ternamente, aconchegando o francês em seu peito.

Shura respirou aliviado ao ver que Camus se encontrava seguro nos braços de Saga. Milo, apesar de satisfeito por ver que Camus não se machucou graças a Gêmeos, não gostou nem um pouco do olhar cálido que o mesmo dispensou ao belo Cavaleiro do Gelo.

Saga, após constatar que Camus estava bem, apesar de exausto por ter manifestado seu cosmo em um nível elevado de uma hora para outra, estando com um corpo tão debilitado. Saga ergue a cabeça e lança um olhar assassino para Milo e enquanto ainda o olhava, Gêmeos acariciava os cabelos de Camus.

" Está tudo bem agora, Camus! Eu já estou aqui.", Saga disse e Camus se aconchegou nos braços de Gêmeos, ainda olhando para Milo. Olhava-o perdido e seus olhos estavam desfocados e vazios. Tão tristes...

" Você está proibido de se aproximar de Camus. Entendeu, Cavaleiro de Ouro de Escorpião?", Saga disse seriamente. Milo notou que quem falava no momento não era o Cavaleiro de Ouro de Gêmeos, mas o Grande Mestre do Santuário de Athena.

" Por quê?", Foi o que conseguiu perguntar. Sabia que não poderia desobedecer ao Grande Mestre.

" Seu cretino! Você machuca o Camus e ainda pergunta?", Shura estava furioso e decepcionado com Milo. Ponderava seriamente em desobedecer Saga e corta aquela cabecinha cínica fora.

Milo não acreditava naquelas palavras! Como Shura podia dizer que ele machucara Camus? Ele nunca faria nada que o outro não quisesse, nunca faria nada que Camus não desejasse!

" EU NUNCA MACHUCARIA O CAMUS!", Milo gritou a plenos pulmões, demonstrando uma certeza absoluta. Não havia dúvidas em suas palavras e Saga notou isso.

" Ora seu! Como ousa...", Shura não pôde terminar de falar, pois fôra interrompido pela voz controlada e autoritária de Saga.

" Shura, vamos!", Saga disse, sem deixar margem de dúvida para Shura, que entendeu muito bem o que o outro queria. Abaixou o braço e virou-se, caminhando para perto de Gêmeos e Aquário.

" Mantenha-se afastado.", Saga avisou a Milo, e saiu, sendo acompanhado por Shura, levando Camus, que antes de ir, lançou um último olhar para Milo. Um olhar de tristeza e confusão absoluta.

Ao ver que os três não se encontravam mais no seu campo de visão, Milo destrói o rochedo ao lado dele com um potente soco.

" Droga! Isso é absurdo! Tenho que dar um jeito de...", A fúria de Milo era evidente! Saiu praguejando e tendo certeza absoluta que se alguém cruzasse seu caminho, seria vítima das suas dolorosas Agulhas Escarlate.

OOO

Saga dirigiu-se ao Templo de Athena, levando consigo um apático Camus. Estava aliviado por Shura ter chegado a tempo de impedir que Milo o estuprasse novamente. Saga olha para Camus, vendo a blusa rasgada, o braço direito roxo e a pele clara vermelha, pela exposição prolongada ao sol. Suspirou.

" Vou preparar um banho pra você, Camus!", Saga disse, deixando Aquário confortavelmente sentado em uma poltrona dentro de seu quarto. Camus permaneceu calado e na mesma posição, parecendo não ter forças para se mover.

Saga saiu para preparar o banho. Achou melhor encher a banheira com uma água bem morna. Não queira por muito quente, porque sabia que Camus não gostava de calor. Suspirou e lembrou-se das palavras de Milo. Isso estava mais estranho do que parecia.

Camus viu quando Saga saiu, mas não teve forças nem para agradecê-lo. Sua cabeça doía muito. Seu coração se apertava ao se lembrar das palavras e das expressões do Escorpião e se angustiava cada vez mais ao se lembrar da mudança drástica de Milo, que de repente ficou tão preocupado e terno com sua pessoa.

" Eu nunca machucaria o Camus!"

Lembrou-se de Milo gritando com uma certeza indiscutível em suas palavras e sentiu seus olhos ficarem úmidos pelas lágrimas, que começaram a rolar por sua face pálida. Camus levou uma das mãos a face e então olhou a ponta dos dedos molhados por aquele líquido salgado. Estava chorando muito ultimamente. Quando fora a primeira vez que chorara dessa forma?

Camus forçou um pouco a mente e lembrou-se que foi um dia depois que chegou no Santuário e teve um terrível pesadelo e acordou chorando muito. Na ocasião, ele repeliu todos os que se aproximaram com a intenção de ajudá-lo. Disse que não precisava deles e depois de algum tempo, todos se afastaram, deixando-o sozinho. Viu que apenas um garoto permaneceu no mesmo lugar. O garoto de cabelos azuis levemente cacheados nas pontas que veio rapidamente em sua direção, ajoelhou-se ao lado dele e o abraçou fortemente, falando para ele não ter medo e que se quisesse chorar, ele poderia fazê-lo, pois colocar pra fora o que está sentindo o faria se sentir melhor. Camus até tentou se afastar, mas não conseguiu e algum tempo depois, sentiu as mãos do garoto acariciando seus cabelos, fazendo aquela insegurança que ele sentia desaparecer. Após se acalmar, viu o outro se afastar apenas um pouquinho, sorrir-lhe gentilmente e se apresentar como Milo, futuro Cavaleiro de Ouro de Escorpião. Sorriu ao ver a confiança com que o outro falava...

No banheiro, Saga terminou de encher a banheira e preparar tudo o que Camus precisaria. Sentia um carinho muito grande por Camus e gostava muito do jeito sério dele. Lembrava-lhe uma pessoa. Levantou-se e caminhou em direção a sala, mas parou de repente, ao lembrar-se novamente de Milo.

"Tinha algo de muito errado ali...", Saga pensou, estreitando os olhos e ficando parado por algum tempo. Tinha ouvido toda a história de Camus e sabia que ele nunca brincaria com algo sério como aquilo e os hematomas em seu corpo era mais uma prova da selvageria com que Milo o havia tratado, mas as ações e falas do Escorpião, quando Saga chegou ao local, eram de alguém realmente preocupado... Milo estava realmente, verdadeiramente preocupado com Camus! Isso era confuso...

Saga lembrou-se do olhar enciumado que Milo lhe lançara, quando ele se pôs a acariciar os sedosos fios azul-petróleo de Camus e as palavras dele de que 'nunca machucaria o Camus' vinha de dentro do coração do Escorpião. Saga suspirou. Tudo estava muito confuso, mas o que mais o intrigou, foi o cosmo que sentiu em um curto espaço de tempo... Já sentira cosmos parecidos antes e estava receoso com os pensamentos que vinham em sua mente em relação a isso!

Saiu de seus devaneios ao se lembrar de Camus sentado na poltrona, indo rapidamente até lá. Chegou na porta do quarto, vendo as lágrimas escorrerem pelos olhos de Camus e ele a fitar a ponta dos dedos de maneira desolada. Seu coração se apertou com a visão... Aproximou-se, mas viu que não foi notado. Ajoelhou-se em frente à poltrona e segurou a mão erguida de Camus, que o fitou.

" Não fique assim.", Saga disse ternamente.

" Não entendo por que ele me tortura... Por que finge uma preocupação que não sente... Por que...", Camus não conseguia mais fazer sua voz sair. Um nó na garganta e uma angustia dilacerante se apoderaram de Camus. Queria tanto entender Milo...

Saga puxou Camus de encontro a si, abraçando-o ternamente. Cortava seu coração vê-lo nesse estado! Levou a mão molhada pelas lágrimas de Camus à boca, beijando calidamente os dedos e Camus apenas fechou os olhos ante a demonstração tão terna de carinho... Tão diferente de quando Milo...

" Por favor, não chore!", Saga disse, abraçando-o mais. Com os lábios bem próximos ao ouvido de Camus, sussurrou:

" Não gosto de vê-lo triste. Quero ver você feliz!", Beijou o pescoço de Camus, sentindo-o estremecer. Viu novamente um dos vários hematomas que se espalhavam por aquele belo corpo. Afastou-se apenas um pouco, fitando-o ternamente.

" É melhor cuidarmos de você agora!", Disse, erguendo cuidadosamente Camus, que ainda fitava seus olhos. Amaldiçoou-se mentalmente por ter perdido o controle daquela forma, mas ver Camus assim, tão frágil e carente fazia qualquer um perder o controle...

Levou o Cavaleiro de Aquário até a suíte para que ele pudesse tomar um banho bem relaxante, mas temia que ele sofresse algum acidente devido à fraqueza. Permaneceu na suíte, mas virado de costas para Camus, para não constrangê-lo e para se manter controlado. Mesmo machucado aquele corpo era por demais tentador! Não arriscaria...

Após o banho, Camus vestiu uma aconchegante calça e uma blusa fina, ambas na cor branca. O tecido leve mal tocava seu corpo e quando o fazia, parecia mais uma leve carícia. Saga o levou direto para a cama, deitando-o. Ele precisava descansar!

" Vou trazer algo pra você comer.", Falou calmamente.

" Não tenho fome.", Respondeu desanimado.

" Se não comer, não conseguirá se recuperar.", Saga tentou argumentar. Sabia que Camus podia ser muito teimoso às vezes.

" Mais tarde eu como. Só quero dormir agora...", Falou, mostrando estar realmente cansado.

Saga o olhou desconfiado e preocupado.

" Eu prometo, Saga!", Camus falou, vendo que o outro não estava acreditando nele.

" Hum... Tudo bem!", Saga deu-se por vencido.

" Não consigo entender o Milo... As ações dele são tão...", Camus olhou perdido para Saga, que o impediu de continuar a falar, depositando seus dedos sobre aqueles lábios macios.

" Não diga nada. Eu vou resolver isso tudo só pra você, entendeu?", Gêmeos disse, sorrindo ternamente. Viu a confusão naqueles belos olhos azuis.

" Quando eu terminar, tenho certeza que finalmente verei um lindo sorriso desenhado nesses lábios!", Ao terminar de falar, Saga se curva sobre Camus, depositando um cálido beijo sobre a testa dele, levantando-se em seguida. Quando estava para sair do quarto, parou e fitou Camus.

" Descanse agora!", Após dizer isso, Saga fechou a porta do quarto, deixando Camus. Iria falar com Milo! Tinha que confirmar suas suspeitas e precisaria vê-lo para ter certeza sobre sua teoria.

OOO

Na Casa de Escorpião, um enfurecido Milo quebrava tudo o que via pela frente. Quem aquele Shura pensava que era para falar daquela maneira com ele? Dizer que ele ferira Camus! Aquilo era um ultrage!

" Eu feri o Camus! Ele está louco ou o quê!", Milo grita e chuta o sofá da sala.

O Escorpião suspira e se senta no chão, lembrando-se da expressão de medo que Camus tinha na face e parecia ter medo dele. Os hematomas, a blusa rasgada... Se fosse em outra ocasião, diria que ele estava até mesmo sexy com a blusa daquele jeito, mas não gostou nem um pouco de ver aquelas marcas roxas na pele clara de Camus.

Lembrou-se de Saga a acariciar os cabelos de Camus e novamente uma onda de fúria invadiu os sentidos de Milo, que se levantou e se colocou a socar qualquer coisa que via. Camus parecia tão perturbado, tão abalado... Era ele quem queria acalmá-lo, que queria aconchegá-lo em seu peito, fazer com que se acalmasse e dizer que tudo estaria bem!

O que mais abalava o Cavaleiro de Escorpião, era o fato de Camus estar com medo dele! Não sabia porque o outro se sentia assim. Suspirou e voltou a se sentar, escorando-se em uma das pilastras de seu Templo.

" Não se aproxime de mim!"

" Afaste-se!"

" Cuidar! Não! Me deixa em paz! Pare de me torturar... Você já não teve o que queria?"

Lembrou-se das palavras de medo de Camus. A expressão do rosto dele era tão... Aterradora!

" Camus... Por que você estava com medo de mim?", Perguntou por fim.

" Não seria porque você o imobilizou, ignorou os sentimentos dele e o estuprou?", A voz de Saga corta o ambiente, chegando aos ouvidos de Milo, que imediatamente arregala os olhou. O que Saga tinha dito?

" O que você disse, Saga?", Milo virou-se rapidamente para Gêmeos, perguntando com incredulidade na voz e no olhar.

" O que você escutou.", Saga disse sério.

" Você está louco? Eu nunca fiz isso! Eu nunca nem sequer beijei o Camus e você vem me dizer que eu...", Não estava acreditando no que ouvia. Passou a mãos pelos cabelos nervoso e suspirou. Todos deviam estar loucos!

" Há três dias, você invadiu a Mansão de Aquário, entrou no banheiro de Camus enquanto ele tomava banho, o arrancou de lá e usou sua Restrição para que ele não pudesse fugir ou se defender.", Viu Milo ficar pálido diante das palavras dele.

" Pirou! Eu paralisei o Camus com a minha Restrição?", Sua cabeça girava diante das palavras de Saga.

" Depois de o paralisar, você o jogou na cama, começando a beijar o corpo dele, a arranhá-lo e quando ele disse que o amava, você disse que queria apenas o corpo dele, o violentando logo em seguida.", Saga terminou o relato, olhando nos olhos de Milo, que parecia estar em choque.

As palavras de Saga invadiram a mente de Milo como se fossem navalhas afiadíssimas a lhe cortarem. Ele violentou Camus? Não conseguia acreditar nisso! Mas... Espere! Saga havia dito que Camus tinha se declarado para ele? Que o amava? A cabeça de Milo rodou mais ainda e ele foi obrigado a se sentar, para não cair. Suas pernas estavam bambas...

Depois de alguns minutos, Milo fitou um sério Saga, que parecia esperar uma resposta dele.

" Saga, eu amo o Camus!", Milo disse finalmente.

" E por isso fez aquilo? É isso que chama de amor?", Saga estava indignado com as palavras do moreno.

" Não! Eu não fiz isso!", Milo estava se desesperando. Quando fora à casa de Aquário há três dias, Camus não o atendeu e achou que o amigo não estava em casa. Ficou chateado por não poder vê-lo antes de acompanhar Athena até o Japão.

Saga se aproximou rapidamente de Milo, levando uma mão até o pescoço dele e apertando fortemente. Sentia uma raiva muito grande no momento!

" Vai mentir que não fez isso? Acha que Camus mentiria? Ele é sério demais, Milo! Se Camus diz que você fez isso, é porque fez!", Saga não estava conseguindo controlar a força que usava na mão.

Milo já estava ficando sem ar e ponderou sobre as palavras de Saga. Camus jamais mentiria! Mas Milo tinha certeza que nunca faria isso com ele. O amava e jamais o machucaria!

" Me... So... Solta... Saga.", Milo falou com dificuldades.

Saga parou de apertar o pescoço dele, mas não tirou a mão do local, esperando para ver o que o Escorpião falaria.

" Me diga... Você faria algo assim com Kanon?", Perguntou depois de respirar um pouco. Saga não sabia aonde Milo queria chegar com essa pergunta, mas resolveu entrar no joguinho dele.

" Nunca!", Respondeu convicto.

" E por quê?", Perguntou, olhando seriamente nos olhos de Gêmeos.

" Porque eu o amo.", Respondeu. Estava começando a perder a paciência com Milo. Kanon não estava mais no Santuário... O havia abandonado!

" Viu só, Saga! Quem ama, não machuca. E eu amo o Camus acima de tudo! O amo desde que éramos adolescentes... Por que eu faria isso com ele?", Falou.

Saga refletia sobre o que ele disse. Milo parecia estar sendo sincero, mas sabia que Camus não mentiria!

" Não que eu não queira ficar com Camus. Você não imagina como eu sonho em tê-lo em meus braços e sentir o gosto dele, mas eu nunca faria isso! Desejo o corpo dele, mas não é só isso que eu quero! Eu quero que ele me ame da mesma forma que eu o amo.", Falou com toda a sua força, demonstrando que não havia porque o outro ter dúvidas sobre os sentimentos dele para com o Cavaleiro de Aquário.

" E você não teve o corpo dele como desejava!", Saga falou com cinismo e viu o outro balançar a cabeça em uma negativa.

" Eu não quero fazer sexo com Camus, Saga. Se for pra fazer alguma coisa com ele, eu faria amor! Acha que eu ia querer machucar aquele corpo lindo? E principalmente... Acha que eu machucaria um coração maravilhoso como o do Camus apenas por luxúria? Pelo amor de Zeus, Saga! Eu amo aquele francês!", Milo disse quase gritando. Será que Saga não percebia que ele estava falando a verdade?

" Hum...", Saga estreitou os olhos, diante das palavras de Milo, levantou-se e fitou o Cavaleiro de Ouro de Escorpião por um longo período.

" É hora de acabarmos com toda essa palhaçada!", Disse, portando uma expressão nada amistosa na face.

Continua...

OOO

Olá!

O que vocês estão achando dessa fic até agora? Tá ficando bom? Por favor, me digam! É a primeira fic que eu escrevo uma fic de um anime! Até agora eu só fiz fics originais!

Tive o maior problema pra escrever essa fic. Tava sem pc e escrevi toda essa parte a mão em dois dias. Acho que nunca fiquei tão empolgada... Escrevia das 21 às 01 da madrugada e em dois dias tinha escrito 36 páginas a mão. É claro que elas deram apenas 18 páginas no pc, mas tudo bem ¬.¬

Eu tinha feito essa fic pra um concurso e ela não era em capítulos, mas como ficou muito grande, resolvi dividir em duas partes. À parte 02 eu vou mandar semana que vem!

Agradeço a todos os que leram e peço novamente que me mandem comentários! Eles são muito importantes! Além disso preciso saber se vocês gostaram pra poder me animar a continuar a escrever uma fic em que o Milo é um vampiro Já escrevi umas 6 páginas - Vamos gente!