Disclamer: Tudo da JK, sem fins lucrativos.
Respeite seu Superior!
Mais um passeio a Hogsmeade. Ela sempre gostava dos passeios ao povoado local. Mais hoje ela não estava com humor para ficar junto de ninguém. A dias seu humor vinha variando horrivelmente. Não sabia os motivos disso, não estava com vontade de descobrir. Não estava com vontade de ver ninguém, de encarar uma alma viva a sua frente. E mesmo o castelo estando cheio de alunos do primeiro ano e do segundo, aquilo não era bem um problema, como monitora podia ralhar com todos eles e os mandar sumirem. Como ela estava fazendo agora mesmo, enquanto saia do salão principal.
- Ei, Froister não grite tão alto nos corredores! – O garotinho que estivera gritando um segundo atrás com o amigo para pedi-lo para esperá-lo , se virou assustado. Assustou-se mais com a expressão no rosto da sextanista.
Por trás dela pode ser ouvida a voz de outra pessoa. Uma voz arrastada e com um tom divertido.
- Ei, Weasley não grite tão alto nos corredores!
Decidiu por ignorá-lo. Todos sem exceções, deveriam estar em Hogsmeade. Droga! Ela pensou frustrada e saiu andando sem se virar pra trás.
- Ei, Weasley não ignore seu superior!
Tá, ela queria ignorá-lo mas aquilo já era demais. E por conta de suas variações de humor, juntamente com o sangue de Weasleys não foi possível conter sua língua afiada.
- Como é que é? – ela exclamou em um tom descrente – Meu superior? - Tentava digerir a palavra pelo tom de voz que usava.
- É, afinal sou chefe dos monitores não? E você é uma delas. – ela falava tudo num tom divertido.
- O que é que você ta fazendo aqui? Porque não some? Ou vai arrumar um pirralhinho e abusar do seu poder senhor chefe dos monitores? – o sarcasmo com que proferiu as últimas palavras era perceptível para qualquer um.
- O que você está fazendo aqui? Não está em Hogsmeade por quê? – Tinha uma sobrancelha erguida. Apenas uma. Parecia levemente interessado na resposta.
- Não te interessa. – ela falou gelada.
- Ué, cansou e babar o caminho por onde o Potter anda? – ele falou sarcasticamente.
- Eu nunca babei por ele Malfoy – ela falou cruzando os braços. E olhando feio pro Malfoy. Ele ergueu a sobrancelha de novo, dessa vez num sinal de descrença. – Tá, quando era pequena quem sabe... Mais afinal porque eu estou explicando isso pra você? - E colocou o dedo na altura do peito dele. Logo depois se virando para ir embora.
- Porque eu perguntei Weasley. – foi a vez de ela olhar pra ele descrente. E ele disse. – Tá não perguntei perguntando, mais perguntei sem perguntar. Enfim, perguntei de uma maneira ou outra. Acho. – ele agora estava confuso.
Ela simplesmente começou a rir. Quer dizer, foi engraçado. Não era comum ver Draco Malfoy confuso, ainda mais com palavras. Ele ficou lá olhando pra cara dela como se ela fosse doida.
- O que foi Weasley? – ele perguntou perdendo um pouco de compostura e indiferença. Mas ela não conseguia parar de rir. Isso sempre acontecia com Gina, ela começava a rir e demorava algum tempo pra ela parar se algo fosse realmente engraçado. E ver Draco Malfoy se atrapalhando todo daquele jeito, perdendo toda a compostura era engraçado. Muito engraçado. Qualquer um ia achar.
- Qual é Weasley, pára de rir. – ele agora estava ficando um pouco corado. Ela tentou se controlar. Mas ao ver ele com cara de emburrado, começou a rir de novo. Ficou lá, em pé, rindo cada vez que olhava pra ele.
Ele por sua vez, foi chegando perto dela. Quem ela achava que era pra rir dele? E aquilo já estava o irritando profundamente. Sem contar que não tinha mais graça nenhuma.
- Você não vai parar Weasley? – ele falou agora num tom calmo. Voltando a velha indiferença.
Ela sacudiu levemente a cabeça, fazendo um 'não'. Ele ficou parado ali, apenas olhando pra ela por uns segundos. Os cabelos dela ficaram esvoaçando enquanto ela balançava a cabeça negativamente.
- Então terei que tomar medidas drásticas. – ele então se aproximou dela e segurou sua cintura.
Ela parou de se sacudir e parou de rir. Levantou a cabeça e deu com os olhos cinza de Draco olhando-a seriamente. E ela estava sem ação. Mas isso foi por um segundo. Porque depois ele selou os lábios dela nos dele. Apenas para fazê-la parar de rir. Ele se dizia a todo minuto. Só que agora que estava ali, com os lábios juntos do dela, não conseguia recuar, não conseguia pensar, não conseguia sair de perto dela. E viu que precisava daquilo. Precisava de mais. Pediu passagem pra sua boca e lá estavam eles, como se não fossem pessoas totalmente proibidas, em um lugar totalmente público, fazendo a coisa mais improvável do mundo.
Estavam lá há pouco tempo? Ou há muito tempo? Ela não sabia dizer. Não sabia nem o porquê de estar correspondendo o beijo. Mas viu que era aquilo que ela queria, era nunca tinha sentido aquilo por ninguém. E não era nojo, ou desdém, era simplesmente bom ficar com ele. Era bom sentir as mãos dele em suas costas e passar as mãos pelos cabelos dele.
Ambos sentiram que precisavam respirar. E se soltaram. Não se atrevia a olhar pra ele. Ainda de cabeça baixa, e perto dele ela perguntou baixo:
- Porque fez isso?
- Ora, precisava calar a sua boca. Sua risada é legal e tudo, mais fica chata depois de muito tempo.
- Cadê?
- Cadê o quê Weasley?
Eles voltaram a se encarar e ela eu um passo pra trás, estavam perto demais.
- O Malfoy que eu conheço?
- Ahn? – ele estava com uma cara de intrigado. A cor pálida de suas bochechas ainda não tinha voltado. Estavam levemente rosadas.
- O que nunca, nunca mesmo diria que a minha risada é legal.
- E porque não?
- Porque, ora você é Draco Malfoy. – ela falou em tom decisivo como se aquilo explicasse tudo.
- E você é uma Weasley. – ele agora tinha se tocado.
- É, sou. – ela disse meio encabulada, sem ter o que dizer. – Mas voltando ao ponto inicial, porque você me beijou? – ela tinha recuperado a compostura. Era rápida com aquilo, ele pensou dando um meio sorriso inconscientemente.
- Eu já disse isso Weasley, você é meio lerda igual seu irmão? Porque o giel escudeiro do Potter é lerdo como uma porta.
- É eu sei - ela disse com um riso rápido. Aquela história de fiel escudeiro lembrara à ela um livro que havia lido na aula de Estudo dos Trouxas. Dom Quixote.– Ele demora pra entender as coisas.
- Vejo que não é de família. – ele falou com a sobrancelha erguida. Aquela sobrancelha.
- Ah não, o problema é só com o Ron mesmo. – agora ela já detia um sorriso no rosto. – Você é sempre bom assim em mudar de assunto?
- Não sei o que você quer dizer.
- Quero dizer basicamente que você é doido. – ela falou tentando segurar o riso.
- E por quê? – ele parecia perdido.
- Porque você me beijou no meio do Saguão de Entrada. – ela falou em tom decisivo.
- E daí? – ele falou com indiferença cruzando os braços. – Você correspondeu.
- E daí que qualquer um podia ver e eu não quero falar sobre a outra parte.
- A parte de você ter correspondido? – Agora o controle da situação era dele.
- É, essa parte mesmo. – ela falou agora com o rosto vermelho. Podia sentir o sangue subir a sua face. – Porque afinal foi um erro. – ela parecia querer convencer ela mesma disso.
- É, foi mesmo.
- Mas você errou antes, foi você que fez com que eu correspondesse pra início de conversa.
- Não tira sua parcela de culpa. – ele falou num misto de divertimento e aborrecimento.
Ela se virou e foi andando no corredor em direção a cozinha. Precisava de chocolate. Tinha que tirar o sabor de menta que tinha na boca. O sabor da boca dele. Ele correu e chegou aonde ela estava.
- Ei, não me dê as costas.
- Bom, como ambos concordamos que foi um erro, acho que acabou a nossa discussão.
- Nós... – ele estava arfando por conta da pequena corrida. – Não estávamos discutindo. Na verdade a gente estava conversando. – e agora a voz dele tinha adquirido um tom de confusão. Ele coçou levemente a nuca.
Ela estava se perguntando isso. Eles estavam conversando, e aquilo era realmente fácil. Não estavam brigando como dois idiotas e sim, tendo uma conversa civilizada. Não era aquilo que ela ouvira falar de Draco Malfoy. Ele nunca foi de discutir com ela, não muito. A única coisa que fazia ela ter ódio dele antigamente era Harry, ai depois a implicância dele com seu irmão, e consequentemente com a sua família; mais principalmente toda a coisa do diário de Riddle. Mas aquilo foi culpa do pai dele. Ele nem devia saber. Mas bom, uma Weasley não precisava de motivos pra odiar um Malfoy, precisava? É claro que não. Mas agora percebera que tomara raiva dele por conta de outras pessoas. Aquilo a deixava confusa.
- Mesmo assim Malfoy, nós concordamos que foi um erro. - Mais porque então não estou me sentindo culpada, estou me sentindo como se fosse certo? Ela pensava naquilo e balançou a cabeça como que querendo tirar aquele pensamento de lá. Os cabelos dela balançaram de novo por conta do movimento.
- Sabe Weasley, - disse Draco pegando o braço dela e fazendo com que ela se aproximasse dele. – Você deveria ser terminantemente proibida de balançar seus cabelos. – e assim selou seus lábios ao dela de novo.
Aquilo era bom, ela pensara de novo. E ao se afastarem, ela virou pra ele e disse.
- Sabe, eu preferia que você parasse de fazer isso.
- Por quê?
- Porque... Porque é errado. – ela falou insegura.
Ele não falou nada. E as variações de humor dela começaram de novo. Parou de andar e encostou-se a uma parede, descendo o corpo até chegar ao chão e enterrou a cabeça nos joelhos. Ele ficou olhando pra ela intrigado e se ajoelhou ao seu lado.
- O que foi Weasley?
- Se é tão errado porque eu estou achando isso tão certo Malfoy? – ela parecia desolada. Ele se sentou ao lado dela e passou o braço por cima do ombro dela.
- Eu estou me perguntando a mesma coisa. Mas porque é tão errado afinal?
- Porque... Porque sim, oras. – ela falou com os olhos marejados. Sentindo-se derrotada, encostou a cabeça no peito dele. E ouviu ele falar no seu ouvido.
- Não tem nada de errado. Nós vamos fazer isso dar certo. Depende de nós, não dos seus irmãos ou dos nossos pais.
Ela não entendia o que ele queria dizer com isso. Quer dizer, tinham dado um beijo, tudo bem dois, e ele já falava como se fosse querer namorar com ela. Com se já tivessem algum compromisso. Era estranho, mais ela sabia que não era errado, sem coração falava aquilo. Ela sabia desde o primeiro beijo que era aqueles beijos que ela queria pra sempre. Mesmo ele pertencendo a pessoa errada. Ela ia fazer ele ser a pessoa certa. Pra ela, apenas pra ela.
Ele sabia que a queria ao seu lado. Havia tido muitas meninas em sua vida, nenhuma como ela. E tinha certeza que nunca ia achar alguém que o fizesse sentir algo tão bom. Queria ficar com ela e apenas com ela. Esfregar que ela era dele na frente de todo o mundo. E Malfoys não são disso. Mas Malfoys também não são de sentirem solavancos idiotas no estômago ao beijarem uma Weasley. Era tudo estranho, novo e ele nunca tinha experimentado nada melhor.
- Froister merece uns cem pontos. Lembre-me de dar a ele quando eu o ver. – ele falou ainda sentado ali com ela. – Se bem que ele é da Grifinória e isso faria vocês vencerem a Taça das Casas. Mais quem se importa?
- Você. – ela falou rindo.
- É, pior que é verdade. Nada de pontos pro Froister.
- Tudo bem, eu mesma os dou babaca.
- Ei, respeite seu superior! – ele falou em tom divertido.
Era como se estivessem juntos desde sempre. E foi, na verdade o que aconteceu depois. Aquele dia no outono foi o dia em que fizeram a escolha mais importante de suas vidas. A mais certa de todas elas. Gina se lembrou involuntariamente daquela frase que Dumbledore sempre dizia: "Devemos escolher o que é certo, não o que é fácil". E foi isso que ela e Draco fizeram.
N/A: Espero que tenham gostado. Escrevi ela a um tempo atrás, numa tarde de férias pouco proveitosa.
huiehiuehiuehieuheiuhe.
Está sem revisão, então qualquer erro me desculpem.
Hannah
