- Como todos ficwriters, comentários me motivam. Críticas e sugestões são sempre bem-vindas.
- A estória transcorre no Japão Feudal, mas não exatamente como em InuYasha.
Boa leitura!
CAPÍTULO 1
Quando o inverno chegou durante o mês de Junho e a neve começou a cair, os Yamashita começaram a sussurrar pelos cantos, guardando segredos obscuros que eram maculados demais para os ouvidos dos pequenos.
_ Venha aqui, irmãzinha – chamou Nagano. A irmã mais nova que estava embrulhada sob as cobertas cinzentas e dormia tranquilamente, mexeu-se ao ouvir a voz de Nagano. – Venha ouvir, Rin.
A garota levantou-se da cama e andou até o meio do quarto onde seu irmão estava deitado com a face pregada ao chão. Observava a movimentação dos pais e dos tios no térreo pelas frestas do piso de madeira e seus ouvidos estavam atentos a tudo que diziam.
_ Nagano – murmurou a garotinha com a voz chorosa. Ela esfregou os olhos e deitou-se ao seu lado, encostou a cabeça em seu ombro.
_ Acorde – pediu o irmão novamente. – Isto é importante!
Ela fez um barulhinho de choro, mas manteve os olhos abertos. Os dois se olharam por um instante e Rin assentiu com a cabeça. Ela tentou olhar pelas frestas.
_ Por que temos que discutir sobre isso no inverno? – perguntou mamãe Yamashita.
_ Porque é a época do ano que estão mais fracos... que não podem nos ouvir – respondeu tio Hitori enquanto bebericava a xícara com chá.
_ Quem é que está fraco? – perguntou Rin, curiosa. Nagano pediu que fizesse silêncio.
_ Não acham que está conversa é muito precipitada, não? – perguntou papai Yamashita que agitava as brasas da lareira e depois se sentou a mesa.
_ Eu acho que quanto mais cedo arquitetarmos esse plano, menos falho ele será – disse tio Hitori.
_ Não haverá furos – disse Cho, esposa de Hitori. – Eles nunca sonharão com uma coisa dessas. Nunca houve um plano como esse antes.
_ Atacaremos por onde menos esperam – comentou Hitori com um sorriso vitorioso.
_ Quem são eles? – insistiu Rin com seus dez anos de pura ingenuidade. Nagano que, por ser dois anos mais velho e um menino, estava a par de algo que ela não compreendia.
_ Não fale nada – pediu.
_ Vocês não estão pensando nas falhas! – rosnou a mamãe Yamashita e esmurrou a mesa. Papai Yamashita colocou a mão em seus ombros.
_ Vocês não estão pensando nela – disse o pai calmamente. Os olhos soturnos encarando os do irmão e da cunhada. – Só pensam nos louros.
_ Louros? – exclamou Cho – Eles mataram nossos filhos!
_ Porque vocês o provocaram – disse mamãe, chorando – E agora quer condenar nossos filhos também.
_ Cale-se, Sayuri – disse o vovô Yamashita, rispidamente. Ele estava sentado num sofá, coberto pelas sombras. – Nossa família foi ceifada quando aqueles seres monstruosos pisaram em nossas terras. Eles não só tiraram meus netos, arrancaram também meu orgulho.
_ Papai... – implorou o senhor Yamashita.
_ Está decidido – disse vovô Yamashita em tom finalizador – Ela o fará.
