Sucumbindo a própria vitória, tudo ainda era confuso.

Todos ofegavam, o silêncio instalou-se porque, talvez, ninguém tivesse entendido direito que, de fato, eram vitoriosos. Era o fim, em meio as ruínas da batalha sangrenta que acontecera há momentos, dias, talvez semanas atrás.

Eles respiravam.

Inspiravam.

E respiravam novamente pra inspirar, e assim sucessivamente.

Talvez para compensar todo o tempo em que tal ação era incerta. Talvez estivessem se acostumando a apegar-se a vida de novo.

Muitos agora trocavam palmadinhas, bradavam timidamente. Alguns companheiros se abraçavam forte, choravam, sorriam.

Mas havia duas pessoas dentre a multidão que mereciam certa atenção.

Mereciam atenção porque suas mãos estavam entrelaçadas desde que eu me lembro.

Trocaram palavras fortes em determinado momento, sim. Mas agora eles não abriram a boca.

Entreolharam-se e algumas gotículas de água podiam ser vistas nos olhos perolados dela e nos olhos azuis dele, cintilando, em sintonia.

Sorriram também.

E se abraçaram.

E desejaram, do fundo do coração,
que a partir daquele momento os braços sentissem,
os olhos vissem
e que os lábios fossem rios inteiros
sem direção.


N/A: Depois de séculos, cá estou eu. Trazendo um NaruHina que nem faz sentido direito. Obrigada a quem não desistiu de mim, mesmo deixando vocês órfãos aí. (Bia e Mea, tô falando de vocês, hmpf 3)