Pride and Joy
É difícil falar dessa pequena. Antes, uma ilustre desconhecida que prestava vestibular para a Academia Shinigami. Agora, minha irmã mais nova. Difícil falar dessa pequena. Essa pequena chamada Rukia Kuchiki
Uma pequena que nem deveria ser da minha família, uma vez que ela não é de linhagem nobre. Mas, para atender ao último desejo de Hisana, resolvi faze-la com que fosse uma Kuchiki. Afinal, que mal teria?
Graças à minha ingenuidade – não por ter acreditado em Hisana, e sim por ter acreditado que aqueles que junto de mim lideram o clã entenderiam a minha situação e de Hisana. Fui obrigado a jurar que seguiria todas as regras, e, graças a isso, quase a vi morrer. Melhor, quase a vi ser executada friamente na minha frente. E não fiz absolutamente nada para impedir. Não que eu pouco me importasse com Rukia... Mas sim por ser um homem de cumprir promessas. Se não fosse um certo idiota de cabelo laranja que com suas atitudes erradas não tivesse me aberto os olhos, talvez Rukia estivesse morta. E Aizen... Prefiro não falar dele. Estou aqui para falar da minha pequena, que é única e perfeita mesmo cheia de defeitos. Ela não é alta, não é muito esperta, não é melhor do que ninguém em nada. Mas, mesmo assim, ela é o meu orgulho e alegria. E é ótimo saber que posso chamar alguém como ela de "minha irmã mais nova".
Porque ela é forte, determinada, independente e, quando quer, move até montanhas para conseguir os seus objetivos. Gentil, doce e amiga, sempre se importando com os outros. Compreensiva, ativa. A Rukia é a irmã que eu sempre quis. E que Deus me deu a oportunidade de ter.
Posso parecer frio e indiferente para tudo e para todos – inclusive para ela – mas eu simplesmente me importo. Não preciso demonstrar, e é isso. Eu me importo e isso interessa. Se alguém mais sabe, já não é problema meu.
E, mesmo que não saiba, ela é o meu orgulho e alegria. Por ter aceitado sua sentença sem reclamar, arcando com as conseqüências de seus atos de modo brilhante. Por, mesmo contra a vontade de toda a Soul Society ter ido resgatar Inoue, que é sua amiga. Por todas as suas iniciativas estupendas. Por essas e muitas outras coisas, Rukia Kuchiki sempre será o meu orgulho e alegria.
Mesmo que um dia ela me deixe, ou que a roubem de mim (maldito cabelinho alaranjado!), ou que ela nunca saiba dessas palavras que aqui escrevo, ela sempre será o meu orgulho e alegria... Porque ela é a minha pequena. Porque ela é Rukia Kuchiki.
Seireitei, 14 de janeiro de 2008.
P.S.: Hoje é o aniversário da minha pequena... Acho que farei algo para ela, não sei...
Byakuya Kuchiki.
O homem fechou o caderno em que escrevia, guardou o pincel e as tintas e escondeu o caderno em um lugar em que ser humano ou shinigami algum iria procurar algum dia. Pegou o caderno novamente, olhou nas primeiras páginas e disse:
- Sinto sua falta, Hisana...
Escondeu novamente o caderno, fechou as portas do recinto onde se encontrava e saiu rumo a um lugar conhecido para ele, mas completamente desconhecido para nós. E, sempre e sempre, Byakuya amaria apenas duas pessoas: aquelas duas pequenas que ele havia tomado como suas – Hisana, que havia sido sua esposa e Rukia, que agora era a sua irmã. De muito antes e para sempre as duas sempre seriam o seu orgulho e alegria
