Era de manhã, na verdade, era madrugada de domingo ainda. O sol não tinha nascido, e minha mãe já me chamava para acordar...
- Minha princesa, acorde! Iremos á fazenda ter mais um intenso dia de treino.
Eu abri meus olhos, assustada, pela minha mãe estar gritando em meu ouvido e por lembrar do sonho que eu tive. Não parecia ser um simples sonho, ele era muito real para ser um sonho qualquer. Eu havia parado de pensar nele e preguei os meus olhos novamente, ignorando totalmente a minha mãe. Ela se aproximou da minha cama na qual eu estava enrolada em um cobertor vermelho sangue e disse calmamente:
- Katherine, sei que é difícil, mas é preciso que você faça isso. Um dia irá entender o porque que eu e seu pai estamos lhe obrigando a fazer tudo isso. Por favor minha filha, levante-se, coloque seu uniforme, e vá até a cozinha com sua irmã tomar o seu café da manhã. Rebekah já está acordada, ela te levará para a fazenda. Tudo bem?
Eu, ainda com os olhos fechados, apenas murmurei:
- Uhum.
Após minha mãe sair do meu quarto, eu abri meus olhos, tomei um banho quente e vesti o uniforme da família. Desci escada baixo e Rebekah estava concentradíssima assistindo o noticiário. Ela nem notou a minha presença. Silenciosamente eu me aproximei dela, por trás, e gritei:
- Booo!
Rebekah pulou da cadeira e eu cai na gargalhada. Minha irmã, se virou, olhou para mim com um sorriso tão pequeno que dificilmente seria percebido por alguém.
- Bom dia Bekah! Alguma coisa importante o jornal nos trás? – eu disse com sarcasmo.
- Bom dia Kath – De repente o seu rosto ficou sério, mais do que normalmente. –Você não aprendeu ainda que não se deve brincar com as reportagens regionais? Sabe como é, nossa cidade é muito movimentada... – Bekah sorriu.
Eu sorri para minha irmã. Em seguida, me sentei a mesa e tomei meu café da manhã reforçado, animada por incrível que pareça, Rebekah sabia fazer eu me sentir bem.
...
Chegando na fazenda, eu e Rebekah fizemos uma longa caminhada até o velho barracão dos Mikaelsons. O Sr. Papa Tradicional estava nos esperando.
- Olá minhas guerreiras! – disse Niklaus, com entusiasmo, se aproximando das filhas e as beijando na testa. – Prontas para mais um domingo divertido de treino?
- Com certeza, papai! – Disse Rebekah, puxando o saco do velho.
Eu fiquei quieta. Papai sabia que eu nunca conseguiria entender esse tipo de treinamento que toda a família deveria fazer. Era algo tradicional. Passado de geração para geração... de pai para filho. Havia mais de um século que isso era praticado na família, e segundo essa crença familiar, caso fosse rompido o treinamento em certa geração, ela sairia prejudicada, tendo uma maldição lançada nela por mais de um século. E dizem ser quase impossível essa maldição lançada ser quebrada. Enfim, para mim isso não passa de uma lenda, ou algo do tipo.
- Querida Katherine, pegue o seu arco. Vamos ver qual de vocês duas tem a melhor mira. – Disse papai com um tom de voz não muito agradável para mim. –Bekah, já sabe o que fazer.
- Eu sei.
Rebekah endireitou sua postura e olhou firmemente para o alvo, um ponto vermelho na parede de madeira velha. A flecha foi lançada firmemente e foi acertada no ponto vermelho. Meu pai sorriu para minha irmã, e ela retribuiu o sorriso. Era a minha vez... Peguei o meu arco e a minha flecha de carvalho branco, endireitei o meu corpo, olhei fixamente para a parede e lancei a flecha. Foi acertada próximo ao ponto vermelho, muito próximo. Eu estava, aos poucos, melhorando as táticas nos esportes que faziam parte do tradicional treinamento dos Mikaelsons.
...
Depois de um refrescante banho, eu desci escadas abaixo para o grande quintal requintado que havia em minha casa. Costumavamos fazer almoços ao ar livre nos domingos. Mas hoje havia alguém diferente. Zach Blaskiewicz. O baladeiro e milionario morador de Mystic Falls. Encostada na porta eu observei como ele conversava com meu pai. Pareciam grandes amigos. Eu caminhei em direção á eles decidida a saber o porque Zach estava tentando isso. Ser amigo de meu pai. No caminho, eu trombei com um lindo rapaz. Nossos ombros haviam se chocado. Ele era forte, o que me fez por as maos sobre o local atingido e fazer uma pequena careta.
- Oh , me desculpe. Você está bem? - Ele disse educadamente e olhando em meus olhos. Quando percebi que ele era um deus grego eu fiquei de boca aberta, literalmente. Ele sorriu para mim. - Você está...
- Sim, estou. - Eu disse o interrompendo. - Me desculpe eu estava focada em outras coisas sabe... Ahn, minha cabeça não para de funcionar e você apareceu na minha frente de repente e... hum, você sabe. - Lancei um sorriso timido. - Sou Katherine.
- Stefan. - Ele pegou a minha mao com cuidado, e olhando no fundo dos meus olhos, ele a beijou. De um jeito terno e cavalheiro.
Eu não sabia o que dizer ou fazer. Eu apenas sorri. Nossos olhos estavam conectados de uma maneira surpreendente. Nada igual a isso havia acontecido comigo. Era como se eu estivesse dentro de um livro romantico de Nicholas Sparks.
- Olha, vejo que os dois já se conheceram, Niklaus!
- Não vão precisar de mais apresentações.
- Você é bem rapido sobrinho.
Logo que escutei a voz de meu pai, eu fiquei sem graça e me posicionei ao seu lado.
- Bom, vamos ao ponto. Stefan provavelmente irá estudar com você, minha filha.
- Isso é bom. Vou te mostrar a escola. Faço parte do Conselho de Boas Vindas da Raymond E. Lee. - Eu estava tentando ser gentil e sociável. Algo que eu fazia muito bem há um tempo atrás.
Stefan apenas sorriu. Ele era tão charmoso, bonito, impecável. E o seu perfume me atria.
- Katherine, porque não vai ver sua sua mãe precisa de ajuda...? - Meu pai me olhou com m pouco de desconfiança. Ele era um velho ciumento. Niklaus havia percebido a quimica entre eu e Stefan.
...
Entrando na sala de visitas estavam Rebekah e Jeremy se beijando, e Lydia sentada em uma poltrona mexendo no celular, provavelmente escrevendo mensagens para os garotos.
- Hey, Lydia! – dei um grande abraço nela, afinal, desde criança ela e minha irmã são melhores amigas. Lydia já é da família.
– Kath, há quanto tempo não nos víamos... Três dias, talvez? - Nós rimos. Eu estava tipo: ''Uh, você de nova garota? Nãaao.''
Em seguida cumprimentei Jeremy, com um beijo na bochecha.
- Bekah, preciso te contar uma coisa... é urgente! Estou explodindo, preciso te dizer. Mas a sós. – Olhei para Jeremy.
- Tudo bem, deixarei vocês terem um momento das garotas agora. – disse Jeremy brincando - Mas logo voltarei, não consigo ficar muito tempo longe da sua irmã. Okay, Kath?
Apenas lhe respondi com um sorriso torto e Rebekah deu um largo sorriso para Jeremy, mas ainda assim, nada tão expressivo e sentimental.
- Lydia, chegue mais perto. – após Lydia sentar ao meu lado eu comecei a contar-lhes sobre a carne nova da cidade. – Bom, voces viram quem esta ai fora? Stefan. Stefan Blaskiewicz. Sobrinho de Zach. Ele parece um deus grego... ou simplesmente um herói romântico...
Contei todos os detalhes á elas, toda a excitação que senti ao conhecê-lo. Queria mais. Queria Stefan só para mim. No mínimo queria conhecê-lo melhor do que seu próprio tio o conhece. Ele será meu. Ele não é só mais um em minha vida. Eu posso sentir isso.
Playlist:
Are We There Yet – Ingrid Michaelson. (First scenes)
Secrets – OneRepublic. (Katherine & Stefan first met.)
