Disclaimer: Naruto não me pertence, e sim a Masashi Kishimoto.
Rate: M, por conter cenas e palavreados impróprios.
Aviso: Fic hentai, inapropriada para menores de 18 anos.
Pode conter spoiller do mangá.
Casais: InoxSasuke – InoxGaara – InoxDeidara
Sumário completo: Mesmo sendo noiva do Kazekage, Ino questiona-se se já esqueceu Uchiha Sasuke por completo. Após uma missão fracassada no País do Trovão, a jovem Yamanaka é seqüestrada pela Akatsuki e torna-se escrava da organização. Seu rancor cresceu ainda mais por descobrir quem matou seu pai. E em meio a tantas batalhas, sangue e ódio, floresce o mais belo e verdadeiro sentimento: o amor.
x—x
A Arte do Amor
Capítulo Um: Talvez Um Amor Por Gratidão.
- Sasuke-kun, por que não assumimos logo nosso relacionamento? – Murmurava uma jovem loira entre luxuriosos beijos com seu amado. Suas longas madeixas encontravam-se presas em um alto rabo-de-cavalo, porém cada vez mais desgrenhadas pelas mãos do rapaz. Sua respiração era descompassada e seus esguios dedos eram apertados contra os ombros do jovem com certa audácia e desejo. – Não agüento mais esperar para deixar claro a todos que você é só meu.
No mesmo instante o moreno afastou-se da moça, já se virando e passando uma das mãos nos cabelos deixando-os ainda mais arrepiados. Fitou os olhos azuis com certa ironia, dando então um sorriso de lado.
- Ora Ino, simplesmente porque não há relacionamento algum. – A jovem arregalou os orbes celestes demonstrando certa tristeza e abaixando sutilmente a cabeça. – Acho que sempre deixei claro que não sinto nada por você, apenas tesão. Esse "relacionamento" é baseado apenas em sexo. – Falava o Uchiha tentando mostrar mais uma vez o principal e único interesse em estar com a loira. – Se bem que nem isso você está disposta a me dar.
- Não me sinto preparada! – Disse a jovem em um tom exaltado, tentando lutar contra as finas lágrimas que insistiam em cair. – O que mais quero é me entregar a você, Sasuke. Porém ainda não me sinto segura o suficiente... Não sei se a hora é agora e queria fazer amor com você tendo certeza do que sente por mim. Não quero ser só mais uma em sua cama, só mais uma em sua vida. – Dizia enquanto passava suas mãos em seu rosto a fim de limpar a maquiagem levemente borrada.
- Sendo assim, acho melhor colocarmos um ponto final nisso tudo. Não quero me prender a ninguém, sou muito novo para isso, quero apenas aproveitar o tempo que perdi. – Falou com o costumeiro timbre indiferente, encostando-se na mureta atrás de si. – E você deveria fazer o mesmo.
- Não, Sasuke-kun. Por favor, não termine comigo! – Ino já se encontrava desesperada com a remota idéia de não poder mais sentir o gosto dos lábios do rapaz mais cotado de toda Konoha. – Me desculpe pelas bobagens que disse, prometo que não irá se repetir.
- Não estou terminando, justamente porque não há nada para terminar.
- Tudo bem, que seja! Vamos continuar com nossos encontros, não irei mais te amolar com meus pensamentos bobos.
- Não quero nada sério, por favor, não me entenda mal.
- Eu entendi perfeitamente o que você quis dizer. – Gesticulava a garota, passando as mãos nos cabelos hora ou outra tentando não demonstrar seu nervosismo tão a finco. – Aceito que continue como está. Estou satisfeita com isso. – Ambos sabiam que Ino apenas aceitara essa situação por medo de perder o jovem Uchiha, na verdade estava insatisfeita com todo esse sofrimento que causava a si mesmo em pensar que seu amor de infância estivesse dormindo com outra garota a não ser ela.
- Lembrança de merda!- Resmungava Ino enquanto colocava o travesseiro no rosto, protegendo os olhos dos primeiros raios de sol daquela manhã. – Já se passaram quase dois anos e por que ainda penso em você? – Virou-se de lado, espreguiçando-se.
Passou mais alguns minutos admirando o teto de seu quarto enquanto perdia-se em seus pensamentos que estavam bem longe daquele lugar. Resolveu então levantar e tomar café. Andou até o banheiro, se despindo e em seguida entrando em um banho frio a fim de despertar. Afastava o sono enquanto a água caía-lhe pelos ombros descendo por todo o corpo arrepiado. Ao desligar o chuveiro enrolou-se uma toalha lilás, seguindo novamente para seu quarto, que era uma suíte.
Passou por uma bancada preenchida de fotos em variados porta-retratos. Prendeu os olhos em um, na qual se encontrava ela junto de Sasuke, Sakura e Shikamaru em algum festival da Vila. Abaixou-o com certa brusquidão. Ao fazer, olhou para o fino anel de ouro e diamantes em sua mão direita. Lembrou-se de Gaara e de que agora era uma moça comprometida. Não devia mais pensar onde errou em seu "relacionamento" com o Uchiha e deveria ter olhos apenas para seu noivo, o atual Kazekage de Suna.
Vestiu-se com suas costumeiras roupas roxas e prendeu os úmidos cabelos loiros em um rabo alto. Desceu as escadas até a cozinha, onde preparou um café amargo, tomando tudo em um só gole, já se dirigindo para a Floricultura.
A Floricultura Yamanaka foi a única coisa que herdou de sua família, desde quando seu pai foi morto por um dos membros da famosa organização assassina intitulada Akatsuki. Sua mãe passou todos os bens que pertencia em Konoha para seu nome, e mudou-se para uma cidade interiorana próxima da Vila, junto de uma irmã também viúva. Como Ino trabalhava como ninja, não tinha tempo suficiente para cuidar da loja. Daí então contratou Kyoko, uma bonita mulher que beirava seus trinta anos e vivia sozinha no país. Esta possuía exóticos olhos verdes e incríveis cabelos cor de mel, lisos e compridos. Era carismática e desde sua entrada na Floricultura, as vendas aumentaram de uma maneira assustadora, já que Kyoko era apaixonada por flores e fazia arranjos até mais belos que a própria dona do estabelecimento.
Ino tinha que admitir que Kyoko era boa naquilo que fazia, e graças a sua ajuda ainda não tinha vendido a Floricultura na qual mal tinha tempo para cuidar como deveria. Abriu a porta da loja e deu de cara com sua ajudante, sorrindo-lhe como sempre.
- Bom dia Ino-san. Já de pé? – Olhou para a moça a sua frente. Porém logo voltou os olhos para o jeitoso vaso de margaridas que enfeitava. – Hoje a manhã está linda, não acha?
- Bom dia Kyoko. Para mim está como todos os outros dias. – Deu de ombros. – Você se lembra de que temos cem arranjos de rosas brancas para entregar à senhora Shimazu na próxima semana?
- Claro. Faltam apenas quinze!
- Mas já? – A loira assustou-se com a quantidade de arranjos na qual sua ajudante já havia feito em apenas quatro dias. Kyoko apenas assentiu com um sorriso bobo e Ino continuou com o diálogo. – Muito bem, receberá adiantado esse mês pelo feitio. Estou indo trabalhar, qualquer problema me procure, hoje não irei ao hospital. Até!
- Tudo bem, Ino-san. Tenha um bom dia. Até logo. – E continuou seu trabalho.
x—x
- Não agüento mais analisar esses pergaminhos idiotas! – Bufou abaixando a cabeça na mesa em meio a vários papéis espalhados e desorganizados. – Não temos nada melhor para fazer, Shikamaru? Quando Tsunade-sama nos enviará para uma missão que seja útil?
- Como você é problemática. Pare de gritar, ainda são nove horas da manhã. – O rapaz encontrava-se estirado em um sofá preto no canto da sala do antigo Time 10, que agora era chamado de Shikamaru Time. A Godaime havia o escolhido para o cargo de líder por ser incrivelmente inteligente e um ótimo estrategista. – Prefiro ficar por aqui a sair para missões, é muito cansativo. – Terminou enfim dando a última tragada em seu cigarro antes de apagá-lo em um cinzeiro próximo.
- Shikamaru tem razão. Mas variar de vez em quando é bom. Além de não agüentar mais trabalhar com esses papéis, estou cansado de receber missões de rank baixo. – Completou Chouji, fechando o time. O Akimichi possuía orbes castanhos, junto de seus cabelos também acastanhados.
- Cale a boca, seu babaca preguiçoso. O que mais poderia esperar de você, hein? Para você tudo isso é muito fácil, já que mais resmunga, dorme e fuma do que trabalha. – Ino estava mais impaciente do que o normal. "Merda de dia!". – Detesto missões de escolta, principalmente quando se trata de velhos extremamente ricos e sem vergonha.
- Esse é o preço por ser bonita, Ino. Tem todos os homens aos seus pés, mesmo que sejam velhos e feios, como a maioria. – Dizia divertido desviando de uma caneta que Ino havia jogado.
- Idiota! – murmurou, colocando alguns papéis em frente ao rosto, e rindo logo em seguida.
x—x
Os rapazes e Ino arrumavam a papelada antes do intervalo do almoço. A Yamanaka retirou de sua cartucheira uma pequena escova e um espelhinho, arrumando suas loiras melenas.
- Desculpe, mas hoje não almoçarei com vocês. Combinei com Sakura e as outras garotas.
- Sem problemas. – Respondeu Shikamaru. – Só vê se não atrasa muito, hein?
- Não irei atrasar, prometo. – Deu um suave beijo no rosto do amigo. – Vejo vocês mais tarde.
- Até... – respondeu Chouji.
Saiu da sala fechando a porta atrás de si. Caminhava pela repartição e atraia olhares de todo público masculino. No auge de seus vinte anos, Ino era uma das garotas mais bonitas de toda Konoha. Caminhava balançando levemente os quadris feitos na medida certa. Possuindo invejáveis pernas e fartos seios. Um rosto fino e delicado, chamativos olhos azuis e lábios provocantes. Sua imagem era um misto de delicadeza e sedução, onde mais parecia um anjo com corpo de demônio. Parou em frente a uma porta batendo duas vezes.
- Olá Ino-chan. Como você está? – Perguntava um rapaz loiro e eufórico à sua frente, com um largo sorriso simpático.
- Bom dia, Naruto. Estou bem. A Sakura está por aí ou já desceu para o almoço? – Enquanto o moço preparava-se para responder sua pergunta, espiava discretamente a amiga sentada em cima de uma mesa, conversando com Sasuke que não demonstrava muito interesse no assunto.
- Está sim. Sakura-chan! – Disse por fim abrindo a porta por completo. – Ino está te esperando para o almoço.
- Olá testuda, podemos ir? Estamos atrasadas. – Seu tom possuía certa impaciência, principalmente por ter encontrado com Sasuke logo cedo.
- Claro, porquinha. – Desceu da mesa abanando uma das mãos. – Até logo rapazes.
Sakura apenas encostou no ombro da loira enquanto caminhavam para o restaurante. Eram amigas de infância porém a amizade havia passado por várias turbulências graças ao Uchiha. "Quase acabei com uma amizade por sua causa, imbecil!". Sakura era uma das melhores amigas de Ino, assim como ela, era médica e havia ensinado tudo que sabia sobre medicina para a loira. Depois que a Yamanaka e Sasuke romperam, há dois anos, as garotas voltaram a se falar. Porém a garota de cabelos róseos ainda não havia desistido do rapaz, continuando a alimentar aquele amor infantil e platônico.
Caminharam até o primeiro andar do prédio, dirigindo-se até o restaurante, em uma mesa em que se encontravam mais duas garotas. A primeira era Hinata, uma tímida kunoichi que pertence ao Clã Hyuuga, o mais antigo da Vila. Uma moça meiga e simpática, porém extremamente tímida. Possui uma beleza exótica, na qual faz parte seus orbes perolados característicos de sua linhagem sanguínea e longos e lisos cabelos negros. A segunda era Tenten, um ano mais velha que as demais, possuindo tanto os olhos como os cabelos cor de chocolate.
- Olá garotas. – Disse Sakura animada. A Haruno era uma moça simplesmente encantadora, com seus curtos cabelos róseos e olhos esmeralda, corpo esguio, porém provocante. – Desculpe pela demora.
A conversa iniciou-se com assuntos sobre trabalho e missões. Sakura contava animadamente sobre seu treinamento com Kakashi e as técnicas medicinais que aprimorava junto de Shizune, também pupila de Tsunade. Falava sobre os meninos de seu time e de como Sai era irritante.
Hinata contava sobre as missões junto de seu time e de como trabalhara durante aquela semana.
Tenten apenas elogiava Neji, e como o rapaz havia se dado bem no exame para a entrada no esquadrão da ANBU.
A cada dez palavras que Ino proferia, onze eram reclamando de como tudo estava ruim. As missões andavam fracas, o trabalho pesado, o treino chato e a floricultura lotada de entregas. Defendeu apenas o hospital, alegando que era o único lugar que a acalmava.
- Que nervosismo todo é esse, Ino? Está de TPM? – Perguntou a Haruno arrancando risos das demais garotas presentes.
- Deve ser. Estou muito estressada ultimamente. Acho que preciso de férias.
- Quando Gaara-sama vêm para Konoha, Ino-chan? – Perguntou Hinata timidamente. – Faz tempo que não o vejo. Sinto falta da Temari-san. Há muito não a encontro também.
- Amanhã de manhã já devem estar aqui. Pelo menos é o que dizia na carta que me mandou na segunda-feira. E devem ficar para o aniversário de seu pai, Hinata.
- Fico feliz com isso. – Sorriu em resposta.
Passaram em torno de quarenta minutos conversando sobre a vida, quando o sinal tocou anunciando o fim do almoço. As pessoas já se levantavam indo para suas respectivas salas. As meninas continuaram conversando por mais alguns instantes, enquanto combinavam sobre a saída da noite. Iriam a um bar famoso da Vila, onde seus amigos costumavam encontrar para beber e jogar conversa fora, divertir e claro, paquerar.
Ino subiu as escadas e chegando a sua sala encontrou Shikamaru dormindo no sofá e Chouji terminando de revisar alguns documentos. Suspirou pesadamente e dirigiu-se a sua mesa tentando terminar tudo o mais rápido que conseguia para ir para casa se arrumar para a saída com suas amigas.
x—x
- Pode deixar que fecho a loja Kyoko, por hoje chega, já trabalhou demais. - Disse levando a mulher até a porta da floricultura. – Nos vemos amanhã.
- Obrigada Ino-san, tenha uma boa noite. Até amanhã. – Despediu-se a morena andando apressadamente pelas ruas.
Ino trancou a porta, subindo em seguida até seu quarto, tomando um quente e demorado banho, a fim de tirar toda sujeira e cheiro de trabalho. Secou os cabelos, deixando-os completamente soltos. Passou um pouco de blush deixando suas bochechas gentilmente avermelhadas, os lábios com um brilho rosado e os olhos com uma leve sombra azul e um forte delineador preto, seguido de rímel para deixar seus cílios bem chamativos. Vestiu uma blusinha azul turquesa, um pouco decotada, delineando seus fartos seios e as curvas restantes. Colocou um jeans escuro e justo, com sandálias altas e prateadas, brincos de argola e um bracelete também prata. Passou um suave perfume com cheiro característico de flores e saiu para a noitada.
x—x
Chegou ao bar e o lugar era iluminado por luzes vermelhas e brancas. Ao lado direito encontrava-se um extenso bar com algumas pessoas sentadas bebendo e conversando. Ao canto do estabelecimento haviam mesas ocupadas por pessoas conversando animadamente, fumando e bebendo. Ino andou até uma das mesas onde se encontrava alguns de seus amigos.
- Olá pessoal. – Cumprimentou a loira com um aceno. Os demais da mesa a cumprimentaram. Os rapazes presentes lançaram olhares luxuriosos para a bela kunoichi. Kiba logo deu espaço para a moça se acomodar ao seu lado.
- Uau, como você está linda! – Elogiava o Inuzuka fazendo com que o ego já inflado de Ino aumentasse ainda mais. Adorava ser chamada assim pelos homens, mesmo que estivesse comprometida não via problema algum no "flerte inocente" ou em uma simples troca de olhares ousada. Gostava de sentir-se desejada, não só pelo noivo, mas saber que outros caras a viam como uma beldade, a fazia sentir-se valorizada. A Yamanaka sabia da queda de Kiba por sua pessoa, mas se fazia de desentendida. – Se Gaara escutar o que estou dizendo vai ter vontade de me matar.
- Vai mesmo. – Reiterou a jovem com um sorriso dissimulado. – Mas olhar não arranca pedaço, não é mesmo, Kiba-kun? – Questionava a loira passando a ponta do indicador, discretamente no nariz do rapaz. O Inuzuka corou na mesma hora.
- Não sei se conseguiria ficar somente a olhando, Ino. – Sussurrou em seu ouvido.
- Mas vai ter que conseguir querido. Sabe muito bem que sou comprometida. – Dizia em um tom divertido. – Hoje não vai se oferecer para pagar uma bebida para mim?
- Claro que vou. Jamais me esqueceria disso. Mas hoje tenho uma proposta melhor.
- Qual? – Indagava a jovem já curiosa.
- Pago quantas bebidas você quiser, mas apenas se me deixar te levar para casa.
Ino não era boba, apesar de se fazer. Sabia as reais intenções do jovem, mas mesmo assim deixou-se levar, apenas para uma provocação ainda maior. Claro que não faria nada de errado e jamais lhe passou pela cabeça trair Gaara, mas queria jogar com Kiba e ver até onde essa brincadeira daria.
- Hum, acho que aceito. – Passou as mãos pelos cabelos jogando-os para trás. – Acho que começarei por um Martini, por favor.
Passaram-se aproximadamente duas horas desde sua chegada ao estabelecimento. E durante todo esse tempo bebia sem parar. Já se sentia alterada, assim como todos os presentes. Ria das bobagens ditas por Naruto, fato inédito de se acontecer, já que sempre achou as piadas do loiro extremamente sem-graça. Porém já estava cansada e no outro dia teria de acordar cedo para mais um dia de trabalho. Levantou-se um pouco desajeitada, sendo segurada pelo braço direito, sentindo-se ainda mais tonta.
- Pessoal, estou indo. – Despedia-se dos amigos. – Vejo vocês amanhã.
- Vou te levar em casa. – Dizia Kiba também alterado. – Está tarde e é perigoso andar sozinha e bêbada por aí.
- Não estou bêbada, estou bem, não se preocupe comigo.
- É melhor não ir sozinha mesmo, Ino-chan. – Gai-sensei pronunciou-se. – Se quiser te deixo em casa.
- Pode deixar Gai, também estou de saída e minha casa fica na mesma direção. Até amanhã.
Kiba segurava o braço da loira de forma firme e protetora, já que esta calçava uma sandália de salto alto e mal conseguia manter-se em pé.
- Além do mais, lembra-se do nosso combinado, não? – Sussurrou-lhe ao pé do ouvido.
- Claro que me lembro, não estou tonta. – Alegou enquanto virava um dos pés quase indo de encontro ao chão, porém o Inuzuka foi mais rápido a segurando ainda mais forte.
Saíram do bar e caminharam em direção à casa de Ino. A loira cantava e falava alto pelas ruas, rindo do que ela mesma dizia e contando sobre como sua vida estava mais fácil desde que contratara Kyoko para trabalhar na floricultura. Kiba sabia que a jovem estava transloucada e provavelmente não se lembraria da "importante" conversa que tiveram durante todo o trajeto na qual o rapaz apenas assentia e ria.
- Chegamos Kiba-kun. Obrigada pelas bebidas e por me trazer em segurança, Gaara ficaria muito feliz com seu gesto encantador.
- Que tal parar de falar um pouco sobre seu Kazekage, hein? – O tom de Kiba era sexy e calmo. Andava gentilmente em direção à moça, fazendo com que esta encostasse em sua porta. Segurou-lhe o rosto, aproximando os rostos cada vez mais.
- Não acho uma boa idéia! – Exaltou Ino virando o rosto bruscamente. – Estou noiva e não quero nada além de sua amizade.
- Shiiii...
- Kiba, eu não... – E foi calada por um beijo terno. Os lábios do rapaz eram macios e quentes, porém não deu espaço para explorar o beijo mais a fundo, empurrou-o bruscamente fazendo com que ele quase desequilibrasse devido ao álcool.
- O que pensa que está fazendo? – Gritou passando a mão pelos lábios de forma agressiva. Mudou o semblante surpreso para um irritado. – Já disse que não quero nada além de sua amizade e que estou noiva! E isso não é só por respeito ao Gaara, mas sim por mim também!
- D-desculpe Ino... Eu não pretendia irritá-la. – Kiba estava assustado, poderia até esperar um tapa da garota, mas não palavras tão firmes.
Desde seus 16 anos, o Inuzuka crescera a admiração pela loira, já que nunca conseguira nada com a herdeira Hyuuga. Mas o que sentia por Ino não ia muito além de um arrebatador desejo carnal, já que seu coração sempre pertencera à Hinata. Não era novidade para Ino que Kiba sempre a desejara em sua cama, do jeito mais luxurioso possível. Pouco importava se ela estava noiva ou não, Gaara não vivia em Konoha e tampouco dava a atenção que a jovem merecia. Não tardava indiretas e cantadas quando estavam juntos, nunca havia gostado do ruivo mesmo.
- Mas já irritou. – Levantou uma das sobrancelhas em sinal de ironia. – Vou entrar, já está tarde. – Dizia enquanto girava a chave na fechadura da porta da Floricultura, que ficava embaixo de sua casa. – Tenha uma boa noite! – E bateu a porta atrás de si.
Kiba estava levemente irritado, mas mais do que isso se sentia um pouco sem graça pelo ocorrido. Não o quanto deveria pelas doses de whisky de horas atrás, mas ainda assim encontrava-se devidamente encabulado. Passou a mão pelos fios arrepiados e virou-se para seguir o rumo de casa. Amanhã seria um novo dia e esperava que a Yamanaka não estivesse ainda tão furiosa com toda essa situação e humildemente pediria desculpas pelo desastre da noite. Antes de partir deu uma última olhada para trás, pairando os orbes escuros no único cômodo aceso da casa: o quarto de Ino. As cortinas mantinham-se fechadas, porém a sombra da loira era perfeitamente visível. Reparou a maneira sensual de como ela retirava a blusa e o resto da roupa. Passou a língua pelos lábios sorrindo maliciosamente buscando outro pensamento pervertido. Com isso em mente partiu.
Ino estava bêbada demais para proferir palavras com sentido. Chutou longe um pé de sua sandália e passou as mãos pelo rosto, frustrada. Não podia mentir, havia adorado aquela sensação fúnebre de saber que estava fazendo algo proibido. Porém agora estava sentindo-se deveras mal por quase ter traído Gaara. Não que quisesse, já que Kiba nunca lhe interessou o suficiente para ter algo com o rapaz.
Apesar de seu jeito espontâneo e extrovertido, a jovem nunca havia saído com muitos rapazes, já que sempre fora fiel ao seu infantil amor. Depois de ter levado um fora do Uchiha, fechou-se em seu mundo entrando em uma profunda depressão, até conhecer o Kazekage. Admitia para si mesma, não era apaixonada pelo Sabaku No, mas nunca passou por sua cabeça fazê-lo de idiota. Gostava do moço, muito por sinal, mas seu sentimento nunca foi, além disso.
Depois de ter sido deixada por Sasuke, jamais pensou em amar novamente. Por mais terno que fosse seu sentimento por Gaara, estava longe de amá-lo. Havia aceitado casar-se com ele, pois havia se apegado demais ao ruivo. Ino era extremamente carente e o jovem parecia suprir suas necessidades nas vezes que se encontravam. Não que estivesse usando-o, a Yamanaka não era moça disso, mas depois da morte de seu pai e de seu sensei, se sentia constantemente sozinha.
Vivia rodeada de amigos, mas isso nem sempre lhe parecia suficiente. Sua mãe ficou muito deprimida depois de toda aquela desgraça e Ino lhe deu a maior força para que morasse com a tia em uma cidade vizinha, já que trabalhava muito e mal tinha tempo para ficar com a mãe.
De todas as pessoas que conhecia, Shikamaru era a que mais confiava. O considerava um irmão, sem dúvida alguma, e sabia que apesar daquele jeito largado e preguiçoso ele estaria sempre ao seu lado, como sempre havia sido. Ele era o único capaz de entendê-la por completo.
Como toda jovem, Ino sonhava com um grande amor. Nada comparado a dor, lágrimas e sofrimento, mas sim à felicidade. Queria algo novo em sua vida, alguém que a fizesse perder a cabeça, o rumo, os sentidos. Alguém que a amasse em primeiro lugar e a fizesse a pessoa mais feliz do mundo. Porém esse desejo sempre se dissipava quando se recordava de como já havia sofrido.
Por mais que quisesse, não tinha forças para desfrutar novamente do amor. Acomodou-se à sua vidinha pacata, onde trabalhava na repartição como ninja, analisando documentos, realizando missões e treinando com seus colegas de time. Trabalhando também como médica no hospital da vila junto de sua amiga Sakura e ajudando Kyoko quando podia nas tarefas da Floricultura. Acomodou-se ao seu relacionamento com Gaara e já estava conformada com a idéia de tornar-se a esposa do Kazekage da Areia.
Não que estivesse sendo obrigada, mas meses atrás o ruivo lhe comunicara que os velhos do conselho estavam enraivecidos com o romance dos dois, e se caso ele não a admitisse como mulher, poderia ser visto com maus olhos pela sociedade e isso poderia prejudicar seu governo. Claro que Ino não concordava com isso, mas quem disse que entendia de política? Ponderou ao pedido do namorado, porém aceitou pensando melhor na situação. Por mais que em pouco tempo tivesse que abandonar a vila, poderia finalmente viver junto de Gaara. Isso de certa forma a confortava, já que se sentia muito protegida ao lado dele.
x—x
Sua cabeça rodava em milhões de pensamentos quando se deitou, sendo coberta por um fino lençol. Ainda estava alterada pelos drinks e um sentimento de culpa a invadia a cada momento em que se lembrava do ocorrido na porta de sua casa. Estava com muito sono, o dia havia sido muito cansativo e tudo que seu corpo pedia era por um repouso mais profundo. Virou-se de lado e fitou um porta-retratos ao lado da cabeceira de sua cama.
Ela e Gaara de mãos dadas em uma das festas em Suna. Ele com sua costumeira feição séria e olhar gélido, e ela com seu doce sorriso encantador. Fechou os olhos com essa imagem na cabeça e perdeu-se em seus sonhos enquanto relaxava o corpo por completo.
x—x
O despertador bateu na parede logo que começou a tocar. Ino estava com uma dor de cabeça infernal graças às altas doses alcoólicas da noite anterior. Murmurou algo incompreensível antes de abrir os olhos que se feriam levemente pelos finos raios de sol. Levou as mãos ao rosto esfregando os olhos e espreguiçando-se logo em seguida. Com muito sacrifício se levantou e dirigiu-se até o banheiro tomando uma rápida ducha fria.
Já pronta, pegou sua cartucheira com suas armas e desceu as escadas em direção à cozinha. Preparou uma forte vitamina para tentar melhorar a dor de cabeça que ainda latejava. Bebeu aos poucos, pois o enjôo também era forte e seguiu para o trabalho.
Quando saiu de casa, Kyoko já havia chegado e estava arrumando os arranjos do casamento para entregar ainda naquela tarde. Ino avisou que provavelmente não fecharia a Floricultura naquela noite, pois depois do trabalho passaria no Hospital e Gaara chegaria naquela manhã junto de Temari.
Chegou à repartição com um péssimo humor. Mal cumprimentou as pessoas e olhou secamente para Kiba quando este fez menção de desejar-lhe um simples "Bom dia". Entrou em sua sala, já encontrando seus colegas de time trabalhando em cima de pergaminhos.
- Bom dia rapazes. – Disse jogando a cartucheira em cima de sua mesa. Sentou-se e levou as mãos até a cabeça.
- Bom dia Ino, está de ressaca? – Perguntou Shikamaru enquanto esboçava um pequeno sorriso de lado.
- O que parece? – Respondeu seca. Chouji virou-se para a moça a cumprimentando gentilmente já voltando os olhos para o documento que analisava. A jovem apenas sorriu. Pegou um dos papéis e começou a ler sem interesse algum.
Mais uma vez pensou em Kiba e no ocorrido. Queria poder comentar com uma das meninas, mas a única que mais confiava era Hinata e esta tinha saído em uma missão com seu time há pouco. Olhou de esgueira para Shikamaru que parecia concentrado no que fazia. Sabia que nele podia confiar, e na primeira oportunidade que tivesse falaria com o rapaz. Por sua sorte, Chouji levantou-se dizendo que iria buscar mais alguns papéis com Shizune. Os demais apenas assentiram, e assim que a porta foi fechada Ino levantou-se rapidamente sentando em cima da mesa de Shikamaru.
- Shika, preciso falar com você...
- Ihh, o que foi? – Indagou acendendo um cigarro e estirando-se de uma maneira preguiçosa pela cadeira onde se encontrava sentado. A Yamanaka apenas fechou a cara e continuo com seu diálogo.
- Nossa, se for para me tratar assim prefiro nem falar. – E fez manha cruzando os braços.
- Não, pode falar. É que toda vez que você me olha aflita desse jeito e fala dessa maneira sei que aconteceu alguma coisa. – Completou dando mais uma tragada. – Pode falar. O que houve?
- Bem, prometa deixar em segredo, se alguém descobrir ferrou...
- Claro, sabe que pode confiar em mim. Agora dá para me contar? Já está me deixando curioso.
- Foi o seguinte, ontem à noite depois de encontrar o pessoal no bar, Kiba me levou em casa. Eu tinha bebido mais do que devia, assim como ele também, e quando chegamos em minha porta ele tentou me beijar.
- Nossa... E aí? Você correspondeu? – Depois do último detalhe o Nara até acomodou-se melhor na cadeira.
- Não correspondi, mas na verdade, ele chegou a me beijar. – Corou. – Quase cedi, mas quando percebi o que estava fazendo o empurrei e comecei a xingá-lo. Então o deixei plantado na porta da minha casa e entrei.
- Se Gaara sequer desconfiar acaba com a raça daquele moleque.
- Com certeza, disso que tenho medo, porque sei o quanto Kiba alfineta Gaara pelas costas. Isso o deixaria muito furioso sem dúvida alguma. Ainda mais pelo fato de ser muito ciumento. – Passou as mãos pelos cabelos em sinal de nervosismo e firmou mais seu alto rabo dourado.
- Sempre achei Kiba mais atrevido do que deveria, ele não tem respeito nenhum pelas meninas, é muito problemático. Se ele tentasse qualquer coisa com Temari com certeza estaria encrencado. – Apagou o cigarro em um cinzeiro situado em cima da mesa.
- Tem razão. Mas acho que no fundo eu sabia que daria nisso e mesmo assim o cutuquei até o fim. – Falou um pouco melancólica. – E agora estou me sentindo mal, por mais que minha intenção não tenha sido trair Gaara.
- Eu te entendo e imagino como se sente. Mas tente esquecer. Afinal, você não tem culpa e evitou o beijo a tempo. Isso não é traição. – Levantou-se enquanto Ino o seguia com os olhos. – Relaxa, ninguém precisa ficar sabendo. – Foi em direção à porta. – Tenho algo a tratar com Tsunade-sama, me espere para o almoço. – E saiu.
Ino estava um pouco ansiosa com a chegada do noivo, ele estava demorando. Em dois dias aconteceria a festa de 50 anos de Hiashi, pai de Hinata. Seria algo grande e chique, e os ninjas de elite de Konoha seriam convidados, inclusive a Godaime constava na lista. O traje seria a rigor, e isso significava terno e gravata para os homens e vestido longo para as mulheres. Ao pensar nisso, a Yamanaka recordou-se que combinara com Temari que iriam às compras naquela tarde, pois a Sabaku No precisava de um novo vestido. Já que a acompanharia, a jovem sabia que não resistiria aos encantos da melhor loja para roupas de festa de Konoha, sendo assim já pensava em alguma cor e modelo que lhe cairia bem.
Rabiscava alguma coisa nos papéis a sua frente enquanto fingia ler alguns documentos. Se alguém entrasse de súbito, levaria uma bela bronca por não estar trabalhando como deveria. Passou alguns minutos pensando em Gaara, e se ainda estava "apaixonada" como quando engataram o relacionamento. Saiu de seus devaneios quando escutou alguém bater insistentemente na porta.
- Entre! – Exclamou fingindo estar interessada no que lia.
- Ino! Preciso urgentemente falar com você! – Disse Sakura eufórica enquanto batia a porta atrás de si já parando em frente à loira balançando as mãos freneticamente em sinal de ansiedade.
- Nossa testuda, o que houve para estar tão feliz assim, hein?
- O Sasuke-kun! – Ino torceu o nariz ao ouvir o nome do Uchiha. – Ele me convidou para ir com ele à festa do pai de Hinata. Ai porquinha estou tão feliz! – Sentou a Haruno enquanto ainda parecia processar o que lhe havia ocorrido minutos antes.
- E você aceitou? – Perguntou-lhe a jovem sem esconder tamanha curiosidade em relação ao assunto.
- Claro! Amo o Sasuke desde que me conheço por gente. Acha que realmente desperdiçaria tal chance de conquistá-lo?
- Isso não está me cheirando bem. – Levou um dos esguios dedos ao queixo. – Sasuke é galinha e pode estar apenas tentando levá-la para cama, já que é bonita e ele tem certeza de que é completamente apaixonada por ele. – Concluiu.
- Por acaso está tentando me dizer para recusar o convite? – A moça de cabelos róseos questionou a amiga com uma das sobrancelhas arqueada.
- Não, estou apenas dizendo para tomar cuidado e não se deixar levar tanto pelas emoções. – Acomodou-se melhor na cadeira. – Você pode se machucar, e isso me preocupa.
- Me machucar? Sei muito bem como cuidar de mim mesma, Ino. – Sakura ficou estranha depois do que a Yamanaka dissera. Voltou com aquele mesmo brilho no olhar de quando brigavam por Sasuke. Parecia raivosa. – Acho que você não é a pessoa mais indicada para me dizer isso. Será que estou certa de que está com ciúme?
- Ciúme? Eu? – Questionou. - De quem? De Sasuke? – Gargalhou a jovem. – Tenho um noivo, Sakura, caso não se lembre.
- Me lembro muito bem, porquinha. – Se debruçou na mesa segurando-se com as mãos. – Mas pelo que ainda vejo você ainda sofre pelos cantos por um amor não correspondido... Ou será que estou errada? – No mesmo instante a Yamanaka estreitou os olhos.
- Cale a boca e saia da minha sala! – Levantou um pouco alterada. – Estou noiva e quero que me respeite! O Sasuke não passa de uma lembrança que deve ser esquecida, estou pouco ligando com quem ele sai ou deixa de sair. – Apontou o indicador em direção à amiga. – Se disse aquelas coisas foi com a intenção de alertá-la. – Fitou diretamente os orbes grandes e verdes de Sakura. – Mas se pretende abrir as pernas em seu primeiro encontro com ele e cometer a maior burrice de sua vida, a escolha é sua.
A Haruno que se mantinha de braços cruzados apenas riu de uma maneira sarcástica e passou a mão pelos cabelos rosados desajeitando um pouco a bandana da vila. Deu meia volta e saiu da sala sem nem dizer uma palavra. Ino apenas sentou-se novamente dessa vez analisando os documentos enviados por Shizune. Perdeu-se em lembranças de um passado não tão distante assim.
x—x
- Afinal, o que é isso que temos Sasuke-kun? - Perguntou inocentemente enquanto afagava os cabelos escuros e macios do moreno. Ele abriu os orbes, porém manteve a expressão calma e séria de sempre. Rolou na grama acomodando-se melhor entre as pequenas plantas e puxou a jovem para deitar em seu peito.
- Apenas encontros, Ino. – Falou com seu costumeiro timbre. – Mas creio que não há nenhum problema em termos algo mais sério. – A jovem levantou a cabeça para encarar melhor os olhos do Uchiha. Será que havia ouvido direito? – Hei, não precisa me olhar com essa cara de espanto. – Passou a mão pelo rosto da jovem. – Sei que há tempos disse que não queria me envolver, mas mudei de idéia. Podemos namorar se é isso que deseja, mas sem muita melação porque odeio isso. – E suspirou cansado.
- É o que mais desejo... M-mas, você tem certeza, Sasuke-kun? Não quero que se arrependa depois e queria termi...
- Já tenho idade o suficiente para saber o que eu quero Ino. E além do mais, preciso de alguém para continuar com meu clã. Precisos de filhos para que carreguem meu sharingan, e você tem uma beleza adepta à isso. – Finalmente concluiu puxando a moça para deitar-se novamente em seu peito.
Quando escutou a última frase se sentiu um pouco usada, ainda mais pela frieza em que as palavras eram proferidas. Do jeito que Sasuke falava parecia que estava com ela apenas por ser bonita e devota a ele, assim poderiam ter filhos para a reconstrução do clã idiota. Ta certo que Ino o amava, mas tinham apenas 18 anos e ela não queria casar-se tão nova. Queria poder curtir a vida como uma adolescente normal, já bastava trabalhar a maior parte do tempo, não conseguia se imaginar cuidando de uma casa e de crianças chorando.
- Desculpa Sasuke, mas não quero me casar, isso não estava dentro dos meus planos... – Engoliu seco só de imaginar tal situação. – Ainda mais ter filhos, pelo menos não por agora.
- Relaxa, não disse que penso em realizar esses sonhos por agora, só disse que te acho a pessoa certa para isso, afinal, nos damos bem, não acha? – A jovem apenas balançou a cabeça de uma maneira afirmativa tentando digerir tudo que lhe corria pela mente. – Fazia um tempo que pensava sobre isso, já me passou pela cabeça recorrer à Sakura. – Ino sentiu-se deveras enciumada ao escutar o nome da menina que um dia já fora sua amiga. – Mas ela é irritante demais. E você consegue ser ainda mais bonita e sensual, sabia? – Passou o indicador pelos lábios macios da jovem. – E além do mais gosto de sua companhia. Não estou propondo noivado e nem nada, vamos apenas deixar rolar. Queria apenas expor algumas idéias que tinha em mente, achei que deveria saber.
- Se for assim tudo bem, fico feliz que tenha me escolhido para estar ao seu lado, Sasuke-kun! – E sorriu depositando um suave e demorado beijo nos lábios do Uchiha. – Só espero realmente darmos certo... – Voltou a encostar-se ao seu então, namorado. – Sabe, muitas vezes deixei de me declarar a você por medo ou até mesmo receio. – Fechou os olhos e enlaçou seus dedos nas mãos calejadas. – Mas gostaria que soubesse que o que sinto por você, vai além de amizade ou até mesmo um simples gostar...
E foi calada por um apaixonado beijo enquanto deitava por baixo do moreno que lhe arrancava suspiros e gemidos abafados pela proximidade das bocas.
x—x
- Fico feliz que já tenham chegado, estava ansiosa em te ver. – Murmurou no ouvido do noivo enquanto almoçavam junto de Temari e Shikamaru.
- Eu também. – Respondeu sem mudar as feições do rosto. – Uma pena não podermos passar muito tempos juntos hoje... Tenho muitas coisas a resolver com Tsunade-sama e vejo que você tem muito trabalho. – Concluiu bebendo um pouco de chá.
- Como sempre envolvido com esses problemas políticos na qual não entendo nada. – Disse num muxoxo. – Mais tarde tenho que passar no hospital.
- Que horas vamos comprar meu vestido, Ino? – Pronunciou-se Temari. – Antes tenho que ver algumas coisas sobre o próximo Chuunin Shiken. Fiquei de passar na sala da Godaime para discutir isso com Shizune-san.
- Podemos ir depois que sair da repartição, também pretendo comprar algo para mim.
- Use meu cartão. – Disse Gaara. - Escolha o vestido que quiser e compre como presente meu.
- De jeito nenhum. – Respondeu um pouco irritada. – Você sabe que não preciso de dinheiro e odeio quando você faz esse tipo de proposta. – Todos os presentes na mesa riram, exceto Gaara que nunca demonstrava qualquer emoção.
- Que problemática. O que há de errado em aceitar um presente? Não é todo mundo que oferece algo assim. – Falava Shikamaru enquanto arrancava uma gargalhada de Temari.
- O problema não é ele me dar um presente, mas sim me mandar escolher. Gosto de surpresas. Se quiser me presentear com alguma coisa, escolha você mesmo, ou será que até hoje não sabe nada sobre meu gosto?
- Tudo bem, compre com seu dinheiro, depois te dou algo a minha escolha, se é assim que prefere. – E fitou os olhos azuis.
x—x
- O que acha desse, Ino? – Perguntou Temari enquanto colocava um dos inúmeros vestidos da loja em frente ao corpo. A outra loira visualizou a peça e fez uma cara de desgosto.
- Não gostei, está muito fechado. – Arrancou-o das mãos da cunhada já procurando outro no cabide. – Acho que esse combina mais com você. – E colocou à frente da moça. – O verde realça mais seus olhos e essa fenda expõe melhor suas coxas que são bem bonitas. – Disse piscando um dos olhos. – Creio que vai levar Shikamaru a loucura na noite da festa.
- Ino, caso não se lembre estamos indo ao aniversário de cinqüenta anos de Hyuuga Hiashi. – E fez questão de frisar o "Hyuuga". – E não a um bordel.
- Deixe de ser careta, Temari. – Disse pegando o vestido e analisando de ponta a ponta. – Não há nada de indiscreto nele, está bem comportado. Não é porque estamos indo no aniversário do cara mais rico de toda Konoha que precisamos parecer freiras. – Arqueou uma das sobrancelhas. – Afinal, o que há de errado em ser sexy?
- Tudo bem, me dê aqui para experimentar. – Tomou novamente das mãos da jovem. – Já sabe o que vai levar? – Indagou enquanto entrava em um provador.
- Ainda não, estou em dúvida entre três... – Passava as mãos pelos vestidos pendurados à procura de algo que lhe agradasse mais. – Quando sair daí bem que poderia me ajudar a escolher algum. – Suspirou cansada. – Pelo menos sei qual sandália levarei. – Murmurou.
x—x
A lua estava alta e ambos caminhavam lentamente pelas ruas quase vazias da vila. Vez ou outra paravam para se beijar e Gaara a levava para ruelas abandonadas a fim de trocarem carícias mais ousadas. Chegando à porta da casa de Ino a jovem o abraçou pois sabia que este teria que ficar no Prédio Principal para resolver seus problemas políticos.
- Obrigada pelo jantar maravilhoso. – Levantou até ficar na ponta dos pés e depositou um suave beijo em seu noivo. – Fico muito feliz que esteja de volta.
- Também estou feliz em estar com você, Ino. – Tocou de leve a fina cintura. – Senti saudade. Mas logo terei de voltar para Suna, não posso me demorar aqui. – Passou uma das mãos nos lisos cabelos avermelhados. – O conselho da Areia está irritado com minhas vindas constantes à Konoha e isso pode prejudicar a imagem de proteção da nossa vila.
- Culpa minha, não é? – Indagou desanimada.
- Não, venho porque quero e também para conversar com Tsunade-sama, isso é bom para o fortalecimento os laços entre sua vila e a minha. – Suspirou cansado. – Acho melhor eu ir. Amanhã tenho um dia cansativo e quero estar preparado para a festa de sábado.
- Dorme aqui em casa depois da festa? – Murmurou bem baixo ao pé do ouvido de Gaara, fazendo com que este se arrepiasse ao sentir o hálito quente da loira.
- Vir aqui para dormir mesmo ou... Outra coisa? – Perguntou sério. A jovem corou violentamente enquanto pensava em que o rapaz se referia.
- Dormir mesmo. – Sorriu ainda sem graça. – Acho que ainda não estou preparada e... – Foi calada pelo indicador do ruivo que tocava seus lábios de uma maneira delicada.
- Não preciso de explicações. – Sorriu pela primeira vez naquele dia. – Te respeito e irei esperar até o dia em que se sentir pronta. Não me importo em esperar até nosso casamento...
- Obrigada, Gaara... – E se beijaram a luz da lua. – Eu te amo.
x—x
Amanhecera nublado e chuviscava, mas Ino parecia não se importar. Estava um pouco frio, e devido a isso abraçava seu próprio corpo com os braços. Parecia absorta em seus pensamentos enquanto uma fina lágrima lhe percorreu a face. Estava parada em pé a mais de uma hora em frente àquele túmulo. Perdia-se em lembranças gostosas que lhe arrancavam pequenos risos vez ou outra. A cada momento que lia a frase lapidada no concreto sentia seu coração partir de saudade.
"Descanse em paz, na certeza de um dia nos encontrarmos juntos de Deus."
Amado pai e marido
Yamanaka Inoshi
- Te amo, papai. – Deu um suave beijo na rosa branca que carregava em uma de suas mãos. – Espero realmente encontra-lo um dia... Cuida de mim e da mamãe, assim como sempre cuidou. – E depositou cuidadosamente a flor em cima de onde seu pai repousava.
Caminhou alguns passos e parou em frente a outro túmulo, o de seu sensei. Sentou-se na grama úmida, apoiando as mãos para trás enquanto observava o céu.
- Parece que finalmente perdi para Sakura, sensei. – Disse dando um sorriso fraco e desdenhoso para si mesma. – Perdi para ela no que me era mais importante. - E tombou a cabeça para baixo, fazendo com que sua franja solta caísse em seus olhos. – Sakura ganhou nossa disputa entre Sasuke. – Sorriu novamente. – Ganhou no amor, sensei. – Não fez menção de limpar as lágrimas que mesclavam com o chuvisco. – Desculpe te decepcionar. Mas prometo não perder em mais nada. – Franziu o cenho enquanto olhava novamente para as nuvens escuras. – Cuidarei de meus companheiros assim como me pediu no dia em que se foi. – Levantou-se e passou a mão pela saia para tirar as pequenas folhas que ficaram presas. – Obrigada por tudo.
Andou até a porta do cemitério e encontrou com seu time que a esperava. Shikamaru percebeu os olhos marejados da amiga e a abraçou. Antes de partirem, a jovem olhou mais uma vez para trás e fechou os olhos sentindo a suave brisa que acariciava seus cabelos.
Recordou-se de como tudo aconteceu tão de repente. Perdeu três dos homens de sua vida. Primeiro Asuma, depois seu pai e não tardou muito em chegar a vez de Sasuke. Cada um com uma dor diferente, porém dois de um jeito igual. Logo depois da morte de Inoshi e Asuma, foi a vez do Uchiha ir embora. Bem quando mais precisou dele, fora abandonada, e doía pensar. Por isso a mágoa que sentia pelo herdeiro do Sharingan. Agora saber pelo interesse de Sasuke por Sakura a deixava ainda mais confusa. Devia muito a Gaara, que tanto a ajudara, porém mesmo com o coração dilacerado, às vezes se pegava pensando no moreno.
x—x
- Quem é ela? – Perguntava Ino, trêmula, com uma voz ameaçadora apontando para a garota de cabelos negros. – Fiz uma pergunta e quero uma resposta! Quem é ela, Sasuke? – Gritou por fim.
- Não precisa se exaltar, acalme-se Ino! – Disse friamente para a loira à sua frente.
- Quem é essa escandalosa, Sasuke-kun? – Pronunciou-se a moça dos orbes esverdeados ao lado do Uchiha, pela primeira vez, vestindo apenas uma camiseta masculina segurando a porta de entrada da casa. – Ela que é a chifruda? – E riu com desdém.
- Chifruda? – Perguntou incrédula. – Quem essa vagabunda pensa que é para falar de mim dessa maneira? – Estava tão nervosa que não conseguia controlar seu tom de voz.
- Ino, me escute, não é nada disso que você está pensando e... – Porém foi interrompido por um tapa desferido em sua face.
- Não estou pensando nada, seu imbecil. – Estreitou os olhos enquanto as lágrimas escorriam. – Eu estou vendo! E vi quando essa vadia abriu a porta de SUA casa usando só a sua camiseta, Sasuke! Você acha que sou algum tipo de idiota? – Ria alto enquanto passava as mãos nervosamente pelos cabelos. – Você realmente acha que sou burra a ponto de não entender o que está acontecendo? – Olhou com desgosto para o casal parado à sua frente. – Não sou mais a mesma inocente de anos atrás. A Ino que você conhece agora é outra! Não pense que irei me ajoelhar e implorar para voltar comigo, porque agora quem não o quer mais sou EU!
- Não seja tão rude sua loira de farmácia. – Reiterou a jovem de cabelos curtos. – Cuidado como fala comigo.
- Falo com você do jeito que quiser sua piranha. Não me diga o que fazer. – Passou as mãos pelo rosto molhado devido às lágrimas. E antes de virar-se para ir embora disse em um tom de deboche. – Da próxima vez, Sasuke, escolha uma profissional melhor. Essas meninas de esquina de hoje em dia não passam de barangas sem classe. – E partiu.
x—x
Dava os últimos retoques para a festa que provavelmente já começara. Escutava vez ou outra Temari bater na porta de seu quarto dizendo que se demorasse demais teria de ir sozinha. Após terminar a maquiagem e colocar seu longo vestido e em seguida suas sandálias, sentou-se em sua escrivaninha penteando os longos cabelos loiros, quando escutou mais uma vez baterem na porta.
- Se quiser ir que vá, Temari. E pare de me perturbar. – Gritou para ser ouvida do lado de fora do quarto. – Que saco. – Murmurou enquanto passava perfume.
- Sou eu, Ino – Disse Gaara próximo à porta. – Posso entrar? Quero lhe mostrar uma coisa.
- Tudo bem, entre. – Respondeu sem nem ao menos virar-se. Ouviu o barulho da maçaneta e viu pelo espelho o ruivo entrar vagarosamente. Ele fechou a porta atrás de si e caminhou em passos lentos ao encontro da jovem. Esta apenas o acompanhava com o olhar.
O Sabaku No abriu uma caixa de veludo preta que continha em mãos, revelando um colar. Colocou-o de uma maneira delicada no pescoço de Ino, depois passando os dedos pelos cabelos da mesma.
- Oh, meu Deus! – Exclamou a Yamanaka. – Como é lindo! – Colocou as mãos sobre a jóia. – Deve ter gastado uma fortuna com isso. – Disse enquanto analisava a peça.
- Espero que tenha gostado. Isso não é nada em relação ao que sinto por você. – Depositou as mãos sobre os ombros desnudos da jovem. – Você disse para que eu escolhesse um presente sendo guiado pelo seu gosto, e assim o fiz. Espero que isso esteja à altura de sua beleza, Ino. – Sorriu de lado. – Posso dar tudo que você quiser, meu amor. Basta só você querer.
A jovem levantou-se e abraçou o noivo seguido de um beijo. O agradeceu milhões de vezes e por fim o analisou dos pés a cabeça. O ruivo vestia um terno preto com risca de giz, com uma gravata e sapatos também pretos e uma blusa social branca. Os cabelos vermelhos bagunçados de leve e os mesmos frios e inexpressivos olhos verde-água.
Ao descerem encontraram com Temari e Shikamaru os esperando na sala de estar. A outra loira batia o pé furiosamente olhando o relógio da parede.
- Até que enfim! – Bufou nervosa. – Pensei que tinha morrido lá em cima. – Segurou nas mãos da cunhada a puxando. – Estamos quase duas horas atrasados por sua causa!
- Calma Temari, como você está chata hoje. – Puxou o pulso a fim de livrar-se das mãos da irmã mais velha de Gaara. – Agora deixe me vê-la. – Disse colocando-se a frente da moça a olhando da cabeça aos pés. – Como você está linda! – E sorriu.
A mulher mais velha estava usando o vestido que Ino escolhera no dia em que foram às compras. Não era muito decotado, porém de qualquer forma revelava os fartos seios de Temari por debaixo do pano. Era longo e verde escuro, possuía fendas, uma a cada lado deixando à mostra um pedaço das pernas torneadas da Sabaku. Combinava perfeitamente com as sandálias prateadas amarradas até o tornozelo e os brincos de esmeralda. Os cabelos estavam presos em um coque firme e possuía uma presilha brilhante ao lado esquerdo.
- Obrigada. – Sorriu. – Você também está linda. E olhe só para esse colar! – Exclamou apontando para o colo de Ino. – Você tem um ótimo gosto, hein Gaara? Nunca pensei que pudesse fazer uma escolha tão certa assim.
Ino estava realmente deslumbrante. Conseguia chamar ainda mais atenção do que Temari. Usava um vestido azul, que escondia os pés e não mostrava as sandálias prateadas simples. Era estilo tomara que caia, com bordados de flores na parte do busto até a cintura, porém em um tom azul mais escuro, possuindo regiões do abdômen com um fino tecido transparente. Usava os cabelos longos soltos, que caíam como cascatas douradas pelos ombros e costas. Uma delicada pulseira cor de prata com pequenos brilhantes, que ganhara de seus pais quando completara 15 anos. A maquiagem não era muito forte, mas realçava muito os olhos, com os cílios compridos e escuros. A sombra era uma mistura de prata com azul turquesa, e os lábios brilhantes e rosados.
Mas o que mais chamava atenção era o colar presenteado por Gaara. Com a corrente fina e de ouro branco, possuía um pingente com uma beleza indescritível. Ao redor, também era revestido de ouro branco, porém dentro continha uma grande pedra de diamante azul em formato de uma gota. Combinava perfeitamente com a roupa e os olhos de Ino.
Possuía 90 quilates e fora comprado em uma das joalherias mais caras do mundo. Já havia sido de uma grande senhora feudal de uma das famílias mais ricas de Iwa (Vila da Pedra) e era cobiçado pela grande maioria das mulheres. Porém ainda assim, não chegava nem aos pés da beleza de Ino.
- Isso deve ter custado uma fortuna. – Falou Shikamaru preguiçosamente enquanto olhava abobado para o colar. – A cada dia que passa me convenço ainda mais de como as mulheres são problemáticas. – Bocejou. – Todo mundo vai cair em cima de Ino quando vir a jóia.
- Que todos morram de inveja de mim. – Dizia Ino divertida. – Por ter o colar mais lindo do mundo e o noivo também... Além de ser o grande Kazekage da Areia. – E abraçou o rapaz.
- Sim, mas para que todos morram de inveja de você, precisam vê-la primeiro. E para vê-la, precisa chegar à festa! Então vamos embora logo. – Comentou a cunhada.
O Nara saiu à frente com a namorada, vestindo um terno todo preto, com camisa branca e gravata cinza. Gaara deu o braço para Ino que aceitou e assim caminharam em direção à mansão dos Hyuuga para a grande festa do chefe do clã.
Continua...
x—x
Nota: Sei que o capítulo está um pouco "parado", mas prometo melhorar. Esse foi mais para dar uma introdução à história, já que é o primeiro. A fic será mais voltada para os casais InoxSasuke, InoxGaara e InoxDeidara (principal), mas poderão haver outros envolvendo nossa protagonista. Fora casais com os demais personagens que serão revelados ao decorrer das postagens. Espero que tenham gostado e deixem reviews, elogiando ou até mesmo fazendo críticas para que eu possa melhorar. O capítulo foi revisado, mas me desculpem caso ainda haja algum erro que passou despercebido. Responderei todas as mensagens e farei o possível para tentar agradar a todos.
AVISO IMPORTANTE: Lembrem-se de que isso é uma fic, portanto não seguirá com tanto afinco o roteiro original do Kishimoto. Não seguirei a ordem cronológica do mangá, portanto haverá certas mudanças.
Obrigada pela atenção de todos e até o próximo capítulo!
Beijos!!!
