Depois dos terríveis acontecimentos do ano anterior e das piores férias da sua vida, Harry Potter finalmente consegue retornar a Hogwarts, agora com quinze anos. Porém o quinto ano não vai ser tão tranqüilo quanto espera. Descobertas sobre o passado, sonhos perturbadores, novos professores, viagens a uma outra dimensão, um novo plano de Voldemort e um forte clima de romance no ar. O menino que sobreviveu enfrentará tudo isso com a ajuda dos seus inseparáveis amigos, Rony e Hermione.
Disclaimer: Alguns personagens, lugares e citações pertencem a J.K. Rowling. Essa estória não possui fins lucrativos.
Dedicatória: Gostaria de dedicar essa fic à minha mãe, a quem eu admiro muito, à minha tia Rê, que curte Harry Potter como eu, aos meus cinco sobrinhos, fofuras da minha vida, e às minhas amigas de todas as horas: Anna Maria e Gisele. Não posso deixar de dedicar à minha beta-alfa-amiga-coruja-reader, Pichi, que realmente me deu a maior força e que revisou detalhada e minunciosamente cada palavra e letra (valeu por tudo, Pichitinha!) e para a tilida Mile também. Dedico também àqueles que me mandaram e-mails, resenhas e que, de alguma forma, me encorajaram e continuam encorajando a escrever. E, é claro que ao amor da minha vida, por que sem ele eu não seria nada (Te amo, Alie!). Muito obrigada mesmo gente.
Capítulo Um - As Piores FériasO relógio marcava três horas da manhã e Harry ainda não havia conseguido dormir. Era realmente horrível estar sendo obrigado a ficar com os Dursley quando tantas coisas terríveis poderiam estar acontecendo no mundo bruxo. A verdade é que as férias eram sempre a pior época do ano para Harry. Era um menino bruxo, na realidade já estava ficando um rapaz, havia três horas que tinha completado quinze anos e, embora ainda conservasse nos olhos verdes uma grande inocência, tinha crescido bastante e agora estava quase tão alto e forte quanto um adulto pode ser.
A principal razão para Harry odiar tanto as férias era o fato de que morava com seus tios e seu primo, Duda, e esses eram terríveis com ele. Além disso sentia muita saudade da sua escola, de seus amigos e de jogar quadribol. Harry era órfão e por ter apenas a irmã de sua mãe como parente fora, ainda bebê, morar na casa dos tios. Seus pais haviam sido assassinados por um terrível bruxo chamado Voldemort que, além de matá-los, tinha deixado uma cicatriz em forma de raio na testa do menino. Por isso ele era famoso em todo o mundo bruxo. Harry Potter era o menino que sobreviveu.
Depois de viver onze longos anos na casa dos seus tios Harry recebeu finalmente uma carta da Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts e foi então que descobriu que era também um bruxo, como sua mãe, Lílian, e seu pai, Tiago, foram. À partir de tal dia sua sorte começou a mudar.
É verdade que seus anos em Hogwarts não tinha sido lá muito tranqüilos. Harry havia novamente encarado o temido Lord Voldemort, o qual quase todos os bruxos chamavam de Você-Sabe-Quem, outras vezes: no seu primeiro e segundo anos. E no terceiro tinha enfrentado sérios problemas. Porém, mesmo assim, Hogwarts havia lhe dado os melhores momentos da sua vida pois fora lá que conhecera seus melhores amigos, Ronald Weasley e Hermione Granger.
Rony era o sexto filho de sete irmãos Weasley, todos muito ruivos. A família Weasley era, para Harry, a melhor do mundo. Eles não eram lá muito ricos mas eram gentis e os pais de Rony, a Sra. Molly e o Sr. Arthur Weasley, tratavam-no como a um filho. Havia também a pequena Gina Weasley, a única filha dos Weasley. Irmã caçula de Rony, uma grande fã de Harry, além de ter uma certa quedinha por ele.
Hermione era uma menina muito inteligente, grande amiga de Harry. Já o havia tirado de diversas encrencas ao longo de todos os anos anterior na escola. Era filha de trouxas, pessoas que não pertencem ao mundo mágico e, portanto, compreendia bem a vida que Harry levava com seus tios.
O quadribol era algo que também fazia grande falta. Era o esporte preferido do mundo bruxo e uma grande paixão para Harry. Um jogo de quadribol era jogado por sete jogadores, montados em vassouras voadoras: um goleiro, dois batedores, três artilheiros e um apanhador, sendo a última a posição de Harry desde seu primeiro ano em Hogwarts, no time da sua casa.
A escola tinha quatro casas: Corvinal, Sonserina, Lufa-lufa e Grifinória, Harry, Rony e Hermione pertenciam à última. Harry Potter era o mais jovem apanhador do século e tinha o orgulho de ter ganhado a Copa de Quadribol no seu terceiro ano. Amava jogar quadribol e as férias, passadas na casa dos tios, o impediam também de praticar o esporte. Por tudo isso as férias eram sempre horríveis para ele.
Porém estas estavam sendo especificamente piores. Harry tinha novamente enfrentado Voldemort no seu quarto ano mas daquela vez as coisas não haviam corrido tão bem como deveriam. O bruxo das trevas havia ressurgido com força total. Harry perdeu um de seus colegas da escola, Cedrico Diggory, naquele mesmo ano, morto por Rabicho, fiel seguidor de Voldemort, e sentia culpa, tristeza, medo e ansiedade. Por isso, sem sombra de dúvida, aquelas férias estavam sendo, de longe, as piores da sua vida. Desde o término do ano letivo, quando o diretor de Hogwarts, Alvo Dumbledore, havia determinado que deveria voltar para a casa de seus tios trouxas Harry aguardava, sem nenhuma notícia, a autorização para que fosse para a casa de Rony. Assim seria menos penoso esperar pelo início do ano letivo, no começo de setembro.
Harry estava pensando sobre tudo o que havia acontecido em todos esses anos quando uma pequena coruja cinzenta, como uma bolinha de tênis, esvoaçou, espevitada, do lado de fora da sua janela.
- Pichitinho! É você? Entre.
Era Píchi, a coruja de Rony, e Harry, esquecendo que era o dia 31 de julho, seu aniversário, pegou a carta, deu um biscoito a Pichitinho, começou a lê-la. Esperava ansiosamente que fosse um convite para ir logo para a casa de Rony, a Toca.
"Olá Harry,
Feliz aniversário!
Todos estão mandando lembranças para você, exceto Fred e Jorge, que mandam apenas agradecê-lo. Eu não entendi por quê." Harry riu, havia, ao final do quarto ano, dado para os gêmeos Weasley seu prêmio de mil galeões, ganho no Torneio Tribruxo, para que abrissem uma loja de logros. Mas isso era um segredo deles. "Papai está enfrentando problemas no Ministério, estão todos divididos por lá, não acreditam que Você-Sabe-Quem voltou. Mamãe mandou uma coruja para Dumbledore. Ela e Gina estão mandando uns bolos para você não passar fome aí com esses trouxas.
Abraços,
Rony."
Harry teve certeza de que a coruja que a Sra. Weasley havia mandado para Dumbledore devia ser para arrumar um meio de hospedá-lo n'A Toca. Ele já tinha aberto, contente, o presente que Rony mandara junto com o bilhete: miniaturas dos jogadores de quadribol do Chudley Cannons, o time preferido do amigo, e quando estava abrindo os bolinhos de frutas e nozes que a Sra. Weasley e Gina tinham mandado duas corujas marrons entraram voando, junto com elas vinha Fawkes, a fênix de Dumbledore. Pegou as cartas das corujas e deu pedacinhos de bolo para todas enquanto cumprimentava Fawkes, que se acomodava agora preguiçosamente sobre seus joelhos, sob um olhar de total desaprovação de Edwiges, a coruja branca do garoto.
- Olá Fawkes! Espero que sua visita seja para me trazer boas notícias.
Harry abriu a carta que a fênix trazia. Era obviamente de Dumbledore, ostentava o brasão oficial de Hogwarts e em anexo havia a sua lista de material para o quinto ano com o emblema da Grifinória e a rebuscada caligrafia da professora Minerva McGonagall, diretora da casa a qual Harry pertencia na escola.
"Caro Harry,
Estou mandando por Fawkes não só a lista do material necessário para o quinto ano como também venho lhe informar que uma bruxa amiga minha e da mais absoluta confiança irá pessoalmente buscá-lo para levá-lo até a residência dos Weasley. É mais seguro que você ande com pessoas que ainda não estejam incluídas no seu convívio. A propósito, o nome dela é Arabella e não se preocupe, você a reconhecerá quando a vir. Parabéns pelo seu aniversário!
Sinceramente,
Alvo Dumbledore."
Como sempre, Dumbledore era um tanto quanto contraditório. Afinal como poderia reconhecer alguém que não fosse de seu convívio? As outras duas corujas eram de Hagrid - Harry reconheceu pelos garranchos - e de Sirius. A de Hagrid dizia apenas:
"Parabéns!
Estou nas montanhas com Madame Maxime, ainda não encontramos os gigantes, desculpe não enviar um presente. Não há nada por aqui e não posso mandar comida, nós mesmos temos que cozinhar e temos que poupá-la.
Hagrid."
Harry ficou agradecido, de qualquer forma, as experiências culinárias de Hagrid eram quase tão desastrosas e assustadoras quanto suas aulas de Trato com Criaturas Mágicas. A carta de Sirius trazia uma linha apenas e dizia:
"Feliz aniversário! Tentarei vê-lo em breve! Snuffles."
Sirius assinava seu codinome para não correr o risco de haver interceptação da carta. Ele era ainda um fugitivo da polícia trouxa e do Ministério da Magia. Harry ficou um pouco temeroso pelo seu padrinho ir vê-lo mas sentia tanta falta de tê-lo ao seu lado que se limitou a confiar em seu bom senso.
O garoto foi dormir um pouco mais feliz, embora estivesse estranhando a falta de uma coruja mandada por Hermione. Ela sempre mandava pelo menos "parabéns" pelo seu aniversário. Mas com certeza deveria ter tido um bom motivo para não ter mandado nada.
Antes de dormir reviu mentalmente as cartas e sorriu, tinha certeza de que logo estaria saindo daquela casa trouxa e indo para A Toca. Assim, ao som de uma sinfonia de roncos vindos do quarto de seu tio, Válter, finalmente pegou no sono.
De manhã foi acordado pelos berros de Duda. Ele tinha praticamente a idade de Harry mas para o último ele era praticamente um filhote de hipopótamo obeso. Robusto, para os seus tios. Perturbava e maltratava o primo sempre que podia mas ultimamente tinha muito medo de fazê-lo. Seus pais lhe haviam dito que o padrinho de Harry, um brutal assassino procurado, não gostaria de ver o afilhado aborrecido. Então, por pior que fosse ter que conviver com os Dursley, ele na realidade não estava realmente tendo que aturá-los, limitavam-se a responder em pequenas palavras qualquer coisa que Harry falasse e não puxavam nenhum assunto com ele. Era praticamente como morar com três múmias. Em compensação não havia mais o risco de sofrer alguma "tortura" por parte dos tios ou mesmo do primo. Duda estava berrando porque a mãe estava se recusando a levá-lo ao parque de diversões.
- MAS EU QUERO IR, VOCÊ VAI ME LEVAR...
- Dudinha, querido, mamãe não pode fazer isso, papai não está em casa e quem vai ficar aqui com o anormal - disse isso quase num sussurro - do seu primo?
- NÃO ME INTERESSA, MANDA ELE FICAR COM A SENHORA FIGG. PRENDE ELE NO QUARTO, SEI LÁ...
Realmente a idéia de deixá-lo com a Sra. Figg não era das piores. Se ela conseguisse fazer isso podia deixar o filho no parque, fazer compras e ainda tomar um chá com as amigas antes de buscar Duda. Sim, era o que faria.
Harry, que estava ouvindo tudo do seu quarto, tremeu. A Sra. Figg era uma velha que tomava conta dele quando os seus tios não o queriam por perto mas há muito tempo ela não fazia isso. A casa dela tinha um cheiro esquisito e era completamente estranha. A Sra. Figg tinha fotos de gatos espalhadas pela casa toda e sempre que Harry ia para lá fazia questão de lhe mostrar como seus queridinhos estavam crescidos e ia narrando as gracinhas que faziam, foto por foto. Realmente aquelas férias estavam se tornando inconcebíveis.
Assim que Harry desceu para o café sua tia apenas apontou para o lugar dele à mesa. Harry se sentou em frente a um prato contendo uma torrada com geléia e um copo de leite, que em algum momento do dia deveria ter estado morno. Até que para os cafés da manhã na casa dos tios esse estava bem farto. Harry estava acostumado a receber até mesmo um quarto de grapefruit no café. Ele sabia que o "tratamento cinco estrelas" era parte do esquema para mandá-lo para a casa da Sra. Figg. Então, enquanto mastigava, sua tia finalmente falou, sem sequer olhá-lo:
- Você vai ficar na casa da Sra. Figg hoje. Tenho que sair com o Duda. Vou levá-lo ao médico - mentiu.
Harry teve vontade de perguntar se ele iria finalmente ao veterinário para ser sacrificado mas achou melhor não criar uma confusão. Já que em pouco tempo seria levado para a casa dos Weasley, tinha que tentar manter pelo menos um clima pacífico para facilitar isso. Sabia que, na verdade, Duda ia ao parque e achou até que de repente seria agradável ir para casa da Sra. Figg, assim teria alguém para conversar. Seus tios não conversavam com ele, nem o primo, e Harry já havia lido todos os livros que possuía várias vezes. Até "Hogwarts, Uma História" havia tentado ler mas realmente só Hermione poderia ler um livro daqueles. Com certeza até mesmo saber que a Sra. Bigodinhos havia dado cria no sofá da Sra. Figg era mais interessante do que passar mais um dia sem ter com quem falar.
Tia Petúnia já estava com o telefone na mão para ligar para a Sra. Figg quando soou a campainha. Era o correio, havia uma grande caixa endereçada a Harry Potter, porém o pacote era absolutamente normal e não havia nada de diferente nele a não ser o selo de postagem, que era da Bulgária. A remetente, escrita com caprichosa caligrafia, era a Srta. Hermione Granger. Harry na mesma hora sorriu, com certeza era o presente de Mione. Sua tia olhou desconfiada para o pacote mas como estava se esforçando ao máximo aquela manhã para não criar uma confusão entregou o pacote para o menino dizendo, entre dentes, apenas:
- Abra no seu quarto.
Harry subiu correndo para o quarto e já estava rasgando o embrulho quando ouviu novamente a campainha soar. Só que desta vez não era o carteiro.
- Oh! Sra. Figg, que bom revê-la! Eu ia mesmo ligar para a senhora - Harry ouviu a tia falar enquanto abria o presente de Hermione, uma goles autografada pelos melhores jogadores profissionais de quadribol do mundo, incluindo, e Harry verificou a assinatura, Vítor Krum.
Harry simplesmente adorou o presente e imaginou como Mione havia conseguido mandar algo tão legal assim. E mesmo se Rony sabia que ela estava passando uma temporada na Bulgária. Então leu o bilhete que Mione havia anexado ao presente:
"Harry,
Como você pode perceber acabei vindo passar alguns dias na Bulgária com Vítor mas espero estar com você e o Rony antes das férias acabarem. Talvez possamos comprar o nosso material para o ano letivo juntos.
Feliz Aniversário!
Mione.
PS: Espero que você goste do presente.
PPS: Não comente com o Rony onde eu estou, eu mesma quero contar as novidades para ele."
Harry riu e pensou consigo mesmo que não se atreveria a contar as "novidades" de Hermione para Rony, mesmo que essa o estivesse implorando para fazê-lo. Sabia como era o amigo quando o assunto era "Vitinho" e Mione. Mesmo assim ficou feliz pois iria provavelmente rever não só Rony como também Mione antes das férias acabarem.
Enquanto isso sua tia convidava a Sra. Figg para entrar e sentar e Harry já não escutava mais a conversa das duas.
- Sra. Figg, que bom recebê-la! Desde que a senhora quebrou a perna nunca mais a vi. Como vai?
- Bem, Petúnia querida, na realidade eu não me recuperei muito bem daquele tombo, como você mesma pode ver - estava andando com o auxílio de uma bengala. - E nunca mais pude dar atenção aos meus amados gatinhos como antes. Pobres queridinhos! - a Sra. Figg era realmente uma adoradora desses bichos.
- Oh! Que coisa lamentável, querida. Mas tenho certeza que no mais está tudo bem, certo? - tia Petúnia estava com medo de que a Sra. Figg não pudesse ser capaz de tomar conta de Harry por algum motivo.
- Para ser sincera tenho tido dificuldade de me locomover e de fazer muitas coisas na minha casa - nesse momento tia Petúnia estampava seu melhor sorriso amarelo, agora claramente demonstrando o pânico daquela mulher não ser mais capaz de tomar conta do sobrinho. - É por isso que eu vim, Petúnia. Eu preciso te pedir um favor. Eu gostaria que você permitisse que o seu sobrinho, Harry, fosse para a minha casa até o começo do seu ano letivo. Ando precisando de ajuda para a limpeza e também com os meus queridinhos. Eu tinha um amigo que me ajudava mas ele está muito ocupado no momento para isso. Aí eu pensei, já que eu sempre pude ajudá-la com o menino, talvez você também possa me ajudar agora também.
Tia Petúnia nunca havia ficado tão feliz em receber uma visita, nem mesmo quando eram os patrões do seu marido ou sua cunhada, Guida. Teve que se segurar para não gargalhar em triunfo. Ela não só se livraria de Harry naquele dia como até o final das férias. Quem sabe até mesmo no ano seguinte ele pudesse passar os dias por lá e apenas dormir lá na casa dos tios! Era bom demais para ser verdade. Tia Petúnia já tinha decidido e tio Válter ficaria orgulhoso: Harry Potter passaria o resto das férias na casa da Sra. Figg.
Ela apenas pediu para que a Sra. Figg esperasse um momentinho enquanto ia mandar Harry arrumar suas coisas e descer para acompanhá-la. Quando chegou no quarto limitou-se a dizer:
- Garoto, arrume suas coisas todas, não deixe nada de incomum por aqui, você vai para a casa da Sra. Figg. Vai ficar lá até o dia de ir para aquela sua escola de anormais.
- Mas tia Petúnia, eu não posso, eu... - nesse momento Harry percebeu que não podia simplesmente dizer que uma bruxa chamada Arabella apareceria por ali para buscá-lo a qualquer momento, que deveria ficar pois havia um bruxo maligno com seguidores à solta e daria tudo para pôr as mãos nele.
Realmente isso deixaria sua tia fula da vida ou mesmo a faria pôr um anúncio no jornal vendendo-o a Voldemort. Só lhe restava concordar e mandar uma coruja a Dumbledore explicando toda a situação.
- Então menino, ande logo! Por que você não pode? Você não tem nada de útil para fazer aqui, certo? Nunca teve...
- Está bem tia Petúnia! - disse monotonamente. - Eu disse que não poderia ir sem avisar o meu padrinho, sabe? Ele pode se aborrecer por isso. Mas suponho que possa fazer isso de lá mesmo.
Tia petúnia estremeceu ao ouvir tais palavras. Harry sabia que toda vez que mencionava Sirius os Dursley tremiam e se divertia cada vez que o fazia. Até mesmo alguns bruxos tidos como corajosos tremeriam se ouvissem o nome de Sirius Black. Sua má reputação às vezes era bem útil, embora Harry preferisse ter o nome do padrinho limpo e assim um lar de verdade, junto dele, para morar.
Sendo assim, Harry juntou todas suas coisas. Pegou seu malão, a gaiola de Edwiges - que reclamou ao ser sacudida e acordada, piando alto - e desceu calmamente as escadas.
Quando chegou na sala ficou surpreso ao ver que a Sra. Figg sorria ternamente para ele, de uma forma que nunca havia feito antes. É claro ela era gentil com ele mas nunca a tinha visto daquela forma. Talvez tivesse sido pelo trauma da perna quebrada ou talvez tivesse ganho mais uns vinte gatos de presente, ficando MUITO feliz com isso. De qualquer forma, Harry a cumprimentou educadamente.
- Bom dia Sra. Figg! Como vai a senhora?
- Oh! Harry, querido, não muito bem, como você mesmo pode ver - apontava para a bengala que segurava firmemente com as duas mãos. - Mas acho que você poderá me ajudar muito e tenho certeza que apreciará muito a sua estadia lá na minha TOCA.
Quando Harry ouviu a palavra "Toca" achou estranho mas olhou com atenção para a velha senhora que, jurava, havia acabado de lhe dar uma piscadela.
- Ahn? - disse um Harry agora muito curioso. - É claro... Que sim - sorriu amarelo desta vez.
- Oh! Petúnia, que menino adorável você tem aqui! Espero que o seu porquinho aqui - disse, olhando de cima à baixo para Duda, que ficou roxo de raiva, embora permaneceu calado - siga os exemplos do primo. Não é, querido? - disse, dessa vez, nitidamente piscando para Harry, que olhou divertido do primo para a tia, que teve que interpretar aquilo como um apelido carinhoso e apenas concordou.
- Sim, querida, ele é adorável sim... - Harry agora botava a mão na boca para conter o riso. - Olha! Ele já está pronto para ir... - dizia quase que entre os dentes, forçando um sorriso. Porém a Sra. Figg ainda tinha um último ás na manga.
- Ah! Petúnia, eu já ia me esquecendo, tenho que perguntar ao menino se ele gostaria de ir. Talvez tenha algum outro compromisso para as férias. Sabe como são os rapazes hoje em dia... - dessa vez Harry sorriu para a Sra. Figg, estava adorando o jeito como ela fazia com que a tia se apavorasse a cada frase.
- Não! De modo algum! Ele não se IMPORTA! - disse, olhando friamente para Harry. Enfatizou tanto a última palavra que acabou saindo mais alta do que gostaria e voltou rápido ao tom de uma conversa educada. - Harry vai adorar substituir o seu amigo, como é mesmo o nome dele? Nas tarefas. Não é mesmo Harry? - a tia olhava para ele, fuzilando-o.
Nesse momento Harry encarou a Sra. Figg, que o olhou bem no fundo de seus olhos verdes e disse, calma e pausadamente.
- Ah! Sim, o meu amigo! O meu grande amigo de tantos anos, de tantas aventuras e desventuras! O ALVO! - nesse momento Harry entendeu e apenas sacudiu a cabeça, num gesto de confirmação para a velha senhora, e disse, numa piscadela de esguelha.
- Vamos Sra. Figg! Eu realmente estou ansioso para ajudá-la.
- Certo - disse tia Petúnia, apressando-os. - Então adeus! E até logo, Sra. Figg, muitíssimo obrigada por levá-lo - esta última frase havia saído sem querer e tinha ficado de péssimo tom. Petúnia tentou consertar. - Sabe, por levá-lo para... Se divertir - ela mal podia acreditar no que dizia, estava saindo pior a emenda do que o soneto.
Enquanto isso Harry já estava na porta, segurando-a aberta para a Sra. Figg passar, apoiada à sua bengala. Quando finalmente estavam do lado de fora tia Petúnia suspirou aliviada e foi correndo se arrumar para levar Dudinha ao parque e resolver tudo que havia planejado para aquele dia. Mas antes ela resolveu telefonar para o marido e lhe dar a boa notícia.
Do lado de fora, Harry, ainda com certa dúvida, não sabia ao certo como confirmar se realmente havia compreendido o que era para compreender. Foi aí que lhe ocorreu.
- Então, Sra. Figg - disse com a voz trêmula. - O seu amigo realmente não pôde mais ajudá-la? Por quê, coitado, está doente?
Dessa vez a velha senhora riu com vontade. Olhou bem para Harry.
- Harry, querido, você pode me chamar de Arabella. Eu conheço você desde que nasceu. Alvo Dumbledore me encarregou de protegê-lo e é só o que eu tenho feito desde então. Pelo menos durante as suas férias. Você acha que Alvo deixaria você sem suporte com essa gente trouxa esquisita? Ele tem estado tão ocupado depois do ocorrido... Eu suponho que agora você tenha tantas dúvidas quanto uma cabecinha jovem pode ter mas lhe garanto que logo tudo será explicado a você, com calma, depois que você estiver com Alvo. Eu creio que no momento você deva estar um tanto quanto ansioso para rever seu amigo, Ronald Weasley, estou certa?
A Sra. Figg, ou Arabella, havia dito tantas coisas e passado tantas informações ao mesmo tempo que Harry estava até tonto. Como ela falava depressa! Estava realmente impressionado. Mas na realidade ela estava certa, estava com muita saudade do amigo - na verdade da família Weasley inteira - para ficar fazendo um interrogatório naquele momento. Sabia que mais cedo ou mais tarde todas as suas dúvidas seriam respondidas. Então se limitou a sorrir e dessa vez o sorriso realmente iluminou os olhos verdes, ele acenou que sim com a cabeça.
Já estavam no quintal de Arabella e a bengala desta estava encolhendo magicamente, sendo transfigurada até revelar que na verdade era a sua varinha. Ela sorriu para Harry e abriu a porta.
- Querido, espero que você não se importe. Eu vou enviá-lo à Toca por uma chave de portal. Depois aparatarei lá com todas as suas coisas, não quero arriscar uma viagem via Flu. Eu sei que você não teve boas experiências com isso. E embora chaves de portal não te tragam, por sua vez, também boas lembranças eu receio que esta seja a melhor maneira. Pelo menos a mais segura e garantida na minha opinião e na de Alvo.
Harry apenas assentiu. Ela continuava falando apressadamente. Arabella lhe entregou uma casca de banana e Harry sentiu mais uma vez aquela sensação estranha. O mundo estava sumindo aos seus pés, uma vertigem, um blackout e ele fechou os olhos. Quando os abriu novamente o que viu foram os rostos curiosos de sete pessoas ruivas o olhando: Arthur, Molly, Percy, Jorge, Fred, Rony e Gina Weasley, a última olhava timidamente para ele. Ele estava n'A Toca, estava finalmente em casa.
