Disclaimer: D. Gray-Man não me pertence, infelizmente.
Candidato: Persephone Spenser
Esquadrão: One-shot para 4º Esquadrão
Anime: D. Gray-Man
Tema: Conflitos Psicológicos
Gênero: Drama
Classificação: 12 anos
Casal ou Personagem: Tyki Mikk
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O dia do Coringa
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Você já pensou que num baralho existem cartas de copas e de ouros, outras tantas de espadas e de paus, mas que existe apenas um coringa?
Eu sim. Sabe por quê? Porque eu sou esse coringa, aquele que faz a diferença, que semeia a discórdia por onde passa. Eu sou o sobressalente.
Não que isso me afete, porque isso realmente não me afeta em nada, mas eu acho divertido ser diferente.
Os coringas têm várias faces, eles podem ser tudo o que quiserem. Eles são diferentes das outras cartas do baralho, que estão sempre presas á seus números, os coringas são livres para ser o que quiserem, por isso são tão divertidos.
Eu como um bom coringa não sou diferente. Eu tenho várias faces. Uma prova disso é meu corriqueiro disfarce humano que eu uso para jogar cartas com os meus amigos.
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Também não sou valete, nem oito, nem ás. Aqui estou eu, um simples coringa. E tive de descobrir sozinho o que é ser um coringa. Assim, tudo o que sempre fiz foi andar por aí observando tudo o que os outros faziam. Em contrapartida, pude ver um monte de coisas para as quais todos os outros sempre foram cegos.
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Desde que me descobri um Noé eu me descobri um coringa também. Descobri que era diferente, que meu lugar não era em um único naipe. Afinal, quem precisa de um lugar marcado quando se pode ser especial?
O mundo em geral é como um baralho. Os humanos fracos estão sempre padronizados, presos demais á sua pobre rotina para perceber o que os cerca. Aquele que se sobressai é logo calado pela sociedade. Mas eu não.
Eu, com meus olhos de coringa, vi mais do que qualquer um poderia ter visto. Eu vi a verdadeira face desse mundo. E ela não é bonita, acredite. O mundo é sujo, é impuro, é horripilante.
E você acha que eu ligo?
Eu sou um Noé, eu sou um coringa. A sujeira do mundo não é nada comparada ao que eu posso fazer.
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Pode ser que vocês tenham visto o sol, a lua e as estrelas no céu, e também tudo o que existe e se move na terra... Mas vocês nunca viram todas essas coisas como elas realmente são.
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E é nessa hora eu penso, e se eu for realmente o mal? E se eu for aquilo que está ajudando o mundo a ser mais sujo do que nunca? O coringa nunca foi bem aceito. Nunca.
O coringa sempre foi descartado com facilidade. Ele tem serventia em poucos jogos, e mesmo nesses ele nunca vale tanto quanto o ás ou a dama. Afinal, o coringa é bom ou mal?
Afinal, eu sou bom ou mal?
De que lado um coringa deve estar?
Do próprio lado, claro.
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No caso do coringa é diferente, pois ele veio ao mundo com o defeito de ver coisas demais e de ver todas elas em profundidade.
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Você consegue ver a dualidade de ser um coringa? Claro que não, você é só mais uma carta no baralho. Um coringa está sozinho, sempre.
Ele pode escolher que lado quer servir, mas sempre está sozinho. Ele não tem um naipe para protegê-lo. Assim como eu não tenho ninguém.
Meus amigos humanos não entendem meu lado Noé. Eles não entenderiam nem se eu explicasse detalhadamente. Eles são frágeis demais.
Meu Clã não entende meu lado humano. Eles não entendem porque eu gosto tanto das cartas. Eles são fortes demais.
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Enquanto eu não decidir quem eu sou, que tipo de coringa eu sou, eu continuarei andando. Pareço egoísta, eu sei, mas pense, por um segundo, pense:
Que graça o mundo teria se não existisse um coringa para bagunçar as coisas?
Nenhuma, eu sei.
N/A: Não sei de onde isso saiu, não sei mesmo. Mas eu venero o Tyki.
