Primeiro de tudo:

Os atores não me pertencem. Bem que eu queria. O conteúdo dessa história não tem nadinha relacionado ao roteiro 'original' da serie da Fox.

Essa é uma história de 'ficção'.. não levem muito à serio o que eu escrevo.

Comentários sempre serão bem vindos. E eu fiz um tumblr (fanficyoumeus . tumblr . com) no caso de alguem querer acompanhar por lá ou checar algumas 'imagens' que postarei ao 'longo da história'.

Boa Leitura :)


"Desculpa Lea, mas eu cansei. Basta pra mim."

Não o culpo por ter tomado uma atitude dessas. A verdade é que eu nunca consegui manter minhas mãos longe dele. Por mais que eu tentasse, por mais que eu quisesse, eu simplesmente não conseguia. E ele sabia como fazer pra me levar pra cama. Só ele sabia que bastava um sorriso de canto, um olhar mais intenso ou um simples toque na minha pele pra me deixar querendo mais. Nunca planejamos parar. Evitávamos era o correto. Era o correto porque tínhamos decidido que ia ser assim. Nenhuma parte reclamava. Às vezes acontecia, às vezes nos distanciávamos e parecia que não passávamos de apenas amigos. Mas acho que a gota d´água foi a presença exagerada do 'outro' entre nós. Em especial na ultima tour.

Vocês devem estar pensando que eu sou um tipo de pessoa que não sabe levar um relacionamento a serio, ou daquelas que quando tem a primeira oportunidade sai fazendo besteira por ai. A verdade é que um dia começamos, deveríamos parar, mas nunca conseguimos por um ponto final nisso tudo. Sempre eram reticencias.

'Eis que... aconteceu.'

Tive que aceitar. Não sabia e nem podia falar nada. Eu sabia o que eu sentia, mas não entendia como eu não conseguia dar um passo a frente pra construir um relacionamento com a pessoa que faz meu coração bater mais rápido. Constatei que você pode sim estar apaixonada por duas pessoas ao mesmo tempo. São amores diferentes. Sentimentos que você alimenta por duas pessoas que você sabe que são especiais pra você, mas que alguma das partes não vai ficar satisfeita com sua indecisão. Em especial a parte que sabe de todos os detalhes. A parte que eu não conseguia ler as emoções, só conseguia entender os momentos. Não sou boba, não sou cega de imaginar que sou a única. Ficamos nesse jogo de flerte diário pra conduzirmos melhor o nosso relacionamento no dia-a-dia. Mas no fundo eu sabia que de uns tempos pra cá ele não estava muito satisfeito com essa brincadeira.

Foi então que ele começou a me evitar. Começou a ficar frio comigo. Eu também me distanciei. Achei melhor assim, não queria mais problemas pra minha vida. Às vezes ele só estava passando por um mau momento, ou até mesmo gostando, estando, com alguém. Ideia que não me agrada, mas eu não posso ser egoísta nessa situação. Sou comprometida e brinco com fogo. Não tenho medo de me queimar. Mas no final das contas, acabei me perdendo nessa historia.

Depois que ele disse essas palavras andou pra longe. Eu não consegui responder nada no momento. E nem podia. Estávamos em um hotel, no meio de uma tour, rodeados de pessoas que nem sonhavam ou imaginavam a confusão que eu vivia. Eu poderia estar aliviada, verdade? No caso de não ter que me preocupar de ter sido a pessoa a acabar com essa situação. Mas porque ao ouvir essas palavras eu senti uma dor tão aguda no peito que me fez perder o ar por alguns segundos?

Foi respirando calmamente, deitando na cama, contando até dez que decidi que era hora de colocar um ponto final nisso tudo.

E acabar de vez com as reticências da minha vida.

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Sim. Alguns bons dias passaram. Nossas férias acabaram. Consegui colocar um ponto final em uma situação. Mas mantive segredo. Eu ainda precisava aprender a lidar com meus sentimentos pra ter certeza de que o que eu estaria a ponto de fazer daqui pra frente seria o correto. Porque era um caminho sem volta. Envolveria minha privacidade, que tento conservar ao máximo, com uma relação que muitos sonham que aconteça. Porque eu sei que seria impossível manter a 'compostura' depois que desse um passo a diante. Sabe quando você gosta de uma pessoa e tenta guardar o sentimento pra si, mas um dia acaba sufocando sem saber como lidar com esse sentimento?

A situação é bem essa. Não foi falta de tentativa. Juro que tentei. Tentei um novo amor, tentei construir algo solido, mas não deu. Não sei se a culpa foi minha, a distancia ou a falta de compromisso de nós dois. Quando eu estou com alguém gosto de me entregar completamente, mas nesse caso nunca consegui passar de 70%. Nunca consegui me dedicar especialmente, quase que cegamente a ele. Sua companhia era agradável, mas não era algo 'agradável' que eu queria pra minha vida. Afinal eu não sou uma adolescente qualquer. Eu quero beijos inesperados de manha cedo, sexo no meio da tarde e abraços apertados no fim da noite. Eu quero viver pela ultima vez um grande amor, me apaixonar perdidamente, sorrir que nem boba e andar pelas ruas de mãos dadas mostrando pra todo mundo como eu sou feliz. Já chegou um ponto na minha vida que quero e preciso de um relacionamento maduro.

Porque cansei de procurar. Quero a pessoa certa. Quero ter a certeza de que os dias que passarmos juntos vão ser parte das memorias que compartilharemos no futuro com nossos filhos, com nossos netos. Sou sim romântica, que mulher não quer romantismo pra sua vida? Talvez por ser filha única, talvez por saber que meus pais levam uma relação incrível há mais de 25 anos, me faz querer ter historia pra contar no futuro. Sem arrependimentos. Mas a duvida ficava. Ele estaria preparado? Afinal, não sei responder uma pergunta simples. Qual é o nível de envolvimento dele quando está num relacionamento serio? Acho que nem ele saberia me responder essa questão. Mas algo me diz que vale a pena tentar achar essa resposta.

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Era agosto quando ela me surpreendeu com um abraço. Virei meu rosto tentando entender a sua mudança repentina de atitude nos últimos dias. Sim, eu já sabia da grande novidade. Confesso que fiquei surpreso. Eu não estava esperando que ela levasse um momento meu de raiva pela situação em si a sério. Mas não estava mais dando pra mim. Não aguentava mais olhar pra certas cenas nem para o sorriso amarelo de certas pessoas.

A verdade é que agora os seus joguinhos de sedução voltaram com tudo. Eu não sabia qual atitude tomar. Eu não sabia se estava preparado pra me envolver num relacionamento que não seria nada fácil. Não por ela ser uma pessoa difícil, mas pela situação em si. Nunca namorei mais de alguns meses, há tempos que não ficava com uma garota por mais de semanas e dar esse passo agora era assumir um compromisso mais que sério. Era assumir que saberíamos lidar com essa situação no presente e no futuro. Especialmente futuro. Eu sabia dos seus planos, sabia o que ela idealizava e eu tinha medo de decepcionar.

Eu acho que nunca vou entender como tal sentimento insiste em existir. Acho que é o destino, caso isso exista mesmo. Foi em uma brincadeira em 2009 que se prolongou até hoje sem ter sentido e nem razão. A tensão era grande e olha que tinha gente que não conseguia entender porque ela. Nem eu entendia. De certa forma somos opostos em quase tudo. Mas tem algo no seu sorriso, na maneira que ela me abraça que me faz querer abraça-la, toca-la e leva-la pra cama pra ali ficar por horas e horas e horas.

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E foi em um fim de noite de setembro que tudo aconteceu. Que tudo recomeçou. Foi entre um jantar, uma carona e um fim de noite na minha cama que eu perguntei do que ele tinha medo. No começo ele parecia confuso com a minha pergunta. Encarou o teto do meu quarto por um breve momento pra depois me apertar entre seus braços.

"Eu não tenho medo..."

"Eu tenho..." – confessei. Foi o que o fez girar na cama pra olhar bem nos meus olhos. – "Eu quero levar as coisas devagar..." – falei lentamente vendo a confusão em seu rosto.

"É impressão minha..." – ele deu um pequeno sorriso – "ou isso foi?..."

"Foi..." – meu coração batia acelerado. Eu não sabia como ele iria lidar com isso. Sim, eu tinha medo de levar um fora tão grande que não teria onde enfiar minha cabeça por tamanha vergonha. Não era nada fácil ser a pessoa que tentar dar o primeiro passo pra algo mais sério. Mas eu precisava tentar. Eu tinha que tentar.

"E levar devagar não seria ao contrário do que estamos fazendo?"

"Então você?" – perguntei sem completar meu pensamento. Não conseguia lidar direito com as palavras nesse instante.

"Eu não tenho medo..." – ele disse mais uma vez.

Respirei aliviada. Recostei minha cabeça em seu peito e ele passou seus dedos longos por entre os fios do meu cabelo.

"Então eu também não terei..." – repousei minha mão em seu abdômen.

E foi assim que um sorriso involuntário se formou. E foi assim que tudo começou.