Um dia mais que perfeito
Era domingo de uma linda primavera, e Hermione acordou tarde, embora não fosse esse seu costume. Também, pudera, a noite anterior fora muito "agitada", e já passava das 4 horas da manhã quando finalmente dormiu.
Ela abriu os olhos de maneira preguiçosa e encarou o ruivo que roncava alto ao seu lado. Sorriu abertamente, fitando o homem com jeito de menino. "Meu marido", pensou, imaginando se ainda estava dormindo em seu dormitório em Hogwarts.Tinha medo de acordar desse sonho tão lindo, o qual desejava desde seus 11 anos.
Rony se mexeu na cama, balbuciando algo como "aceito" e "eu te amo", fazendo com que o sorriso no rosto da menina aumentasse ainda mais. Ela não conseguiu tirar os olhos do ruivo, e começou a se lembrar do dia anterior.
Podia dizer que seu casamento não tinha sido em nada parecido com que ela imaginara. Ficou intrigada de como um dia em que tudo deu tão errado, poderia ter sido tão perfeito.
FLASHBACK: O dia anterior Hermione acabara de acordar na casa de
seus pais, e saltara da cama com uma velocidade tão grande, que
parecia que estava atrasada para prestar seus NOM'S em Hogwarts. - Droga de relógio! – gritou ela, correndo para o banho,
enquanto atirava seu pijama pelo quarto. Ela tomou um banho
rápido, pois sabia que iria tomar outro depois do almoço, assim que
chegasse a Toca para se arrumar. Desceu as escadas, encontrando seus
pais tomando seu café da manhã. - Bom dia, filha – disse
a Sra. Granger. – Preparada pro grande dia? - Espero que
sim! – respondeu Hermione. – Mas temos tanta coisa para fazer!
Será que vai dar tempo? Será que vai chover? Sabia que não daria
certo fazer o casamento ao ar livre! Que idéia a minha! O
desespero da garota foi interrompido pela risada do Sr. Granger, que
quase se engasgou com o chá que tomava. - Posso saber o que
é tão engraçado? – perguntou Hermione, cerrando os olhos,
demonstrando toda a sua raiva para o pai, que a olhava com um sorriso
nos lábios. - Sua avó me disse que sua mãe ficou do mesmo
jeito no dia do nosso casamento – respondeu o Sr. Granger. – Não
se preocupe minha filha, tudo irá dar certo. - É melhor que
dê! – respondeu a garota. O café da manhã transcorreu
sem maiores problemas, com o Sr. e a Sra. Granger se mantendo
calados, para não aumentar o nervosismo que a filha sentia. Quando
terminaram, todos se dirigiram para a Toca, onde Hermione iria se
aprontar para o casamento. Foram recebidos pela Sra. Weasley, que
levou Hermione até o quarto de Gina, deixando o Sr. e a Sra. Granger
com o Sr. Weasley na sala, onde o pai de Rony iniciava uma conversa
animada sobre tomadas. - Amiga! – gritou Gina, antes de se
atirar em Hermione e a envolvê-la num abraço apertado. – E daqui
a algumas horas, minha cunhada! Finalmente! Está nervosa? -
Não?! – respondeu Hermione de forma insegura. – Estou esperando
por isso desde meus onze anos. Por que estaria nervosa? -
Então tudo bem – respondeu a ruiva. – Você lembra como fiquei
nervosa no meu. É normal. Mas se você diz que não está, eu
acredito – a ruiva tentava esconder o sorriso que a situação
gerava nela. - E onde está Harry? – perguntou Hermione. –
Ele vem, não é? -É claro! – Gina ria. – Só você pra
achar que ele não viria ao seu casamento com o Rony. Acho que depois
de vocês dois, é a pessoa que mais aguardava esse momento. Gina
pegou no braço da amiga e a levou para o banheiro, dizendo: -
Vamos, está na hora de começarmos! Dei uma de Hermione Granger e
programei tudo que temos que fazer até o casamento. Vamos começar
com um tratamento de pele completo, relaxamento e almoço. Depois do
almoço, cabelo, maquiagem e finalmente o vestido. Lembre-se de que o
casamento vai ser às cinco da tarde, e embora seja uma tradição
dos trouxas a noiva se atrasar, é melhor que não seja muito. É
capaz de Rony morrer do coração e você ficar viúva antes mesmo de
se casar. Após ter uma série de poções aplicadas no
rosto, Hermione se encontrava deitada na cama de Gina, apenas de
toalha, escutando uma música suave. Gina havia feito uma massagem
relaxante com óleos especiais bruxos na garota, e ela ficou
extremamente feliz com o resultado. Nunca havia sentido sua pele tão
suave, e fazia tempo que não ficava tão relaxada. -Ai! –
gritou a menina, assustada pelo barulho que vinha da janela do
quarto. Ela tirou a toalha que cobria seu rosto e pode ver a enorme
coruja parda que pousara no parapeito da janela. Hermione se
levantou e caminhou até a janela. Tomando cuidado para que ninguém
a visse de toalha, ela abriu a janela e retirou a carta que estava
presa na perna da coruja. Ao abrir e começar a ler, o coração da
garota disparou. Cara Hermione, Obrigado pelo
convite. É lógico que faço questão de estar presente em seu
casamento. Só espero não lhe causar problemas com o seu futuro
marido, pois ele não gosta muito de mim. De seu grande
amigo, Viktor Krum. PS: Desculpe a demora para
responder, pois levei um balaço na cabeça durante os treinos de meu
time de quadribol aqui na Bulgária, e só recobrei a consciência
agora. Você não deve ter ficado sabendo, pois o pessoal do time
abafou o caso, com medo da torcida perder a confiança no time antes
do começo da temporada. - Ele vem. E agora? – disse
Hermione baixinho. Lembrou-se da briga que tivera com Rony
quando ela disse que havia convidado Krum. O ruivo não admitia que
ele viesse, e seria recebido a socos por ele se resolvesse aparecer.
Mione o acalmou dizendo que ele não respondera e provavelmente não
viria ao casamento. Mas com a resposta de Krum, dizendo que viria ao
casamento, tudo havia se complicado. Tinha que fazer alguma coisa,
pois não admitiria que nada saísse errado no dia mais importante da
sua vida. Hermione procurou suas roupas e as vestiu
rapidamente, pensando em sair do quarto para encontrar Rony. Quando
estava quase pronta, Gina entrou no quarto e, vendo Hermione se
vestindo, perguntou: - Onde você vai? - Preciso
falar com seu irmão, é urgente! – respondeu Hermione. – É
sobre o casamento. E bem capaz dele nem se realizar se eu não falar
com Rony! - Como assim, Hermione? – perguntou Gina. – O
que houve? - É o Krum! – respondeu Mione. – Ele está
vindo pra cá! - Ai, meu Deus! – Gina entendera o desespero
de sua amiga. Afinal, conhecia o irmão. – E o Rony não sabe, não
é? Hermione simplesmente fez que não com a cabeça,
enquanto mantinha a expressão de pavor em seu rosto. - É
melhor você ir falar com ele. Se ele só souber disso na hora do
casamento, é capaz de aprontar uma baita confusão. - Onde
está seu irmão? – perguntou Hermione a Gina. - Está no
quarto dele, com o Harry – respondeu a garota. Hermione
acabou de se vestir e correu em direção ao quarto do noivo. Subiu
as escadas rapidamente, parando a poucos metros da porta. Ela
respirou fundo, tentando recuperar o fôlego, quando ouviu as vozes
que vinham do quarto. Reconheceu-as como de Rony, Harry e Jorge, que
conversavam num tom alto. - Nervoso, Roniquinho? – dizia a
voz de Jorge, zombeteira como na época em que Fred ainda era vivo. –
Afinal, sua liberdade acaba daqui a algumas horas. – Hermione
sorriu ao ver o cunhado feliz, pois mesmo após alguns anos da morte
do irmão, Jorge não se recuperara totalmente, mas como começara a
dizer fazia alguns meses, Fred não gostaria de vê-lo triste. -
Roniquinho você sabe quem é! – disse Rony, alterado pelo
nervosismo. – E não me enche, tenho que decorar meus votos! -
Calma, Rony – a voz de Harry soava tranqüila, mas Hermione notou
que era um esforço para tentar acalmar o amigo. – Daqui a pouco
você estará casado com a mulher da sua vida, e será muito feliz. - Estou calmo!! – Rony quase gritou a frase. -
Ainda bem – disse Jorge, rindo alto. – Senão seria capaz de voar
no pescoço de um certo búlgaro, caso ele aparecesse. - Cala
a boca! – Rony continuou gritando. – Aquele idiota não vem,
senão eu o tiraria daqui a pontapés. Não quero nem ver a cara dele
por aqui! Aquelas palavras minaram a coragem de Hermione, que
voltou correndo ao quarto de Gina, sem ouvir o desfecho da conversa. A garota estava branca quando entrou, deixando a amiga
preocupada. - O que aquele trasgo fez? – perguntou Gina,
trazendo a garota para a cama, enquanto tentava reanimá-la. -
Nada – respondeu Hermione. – Não falei com ele. Antes
que Gina pudesse falar qualquer coisa, Mione contou-lhe tudo que
havia acontecido, e como teve medo de falar com Rony sobre Krum. -
Acho melhor você voltar lá e conversar com ele – disse Gina. –
Ele vai estragar o casamento quando ver o Krum. - É por isso
que você vai dar um jeito dele não ver o Viktor até o fim da
cerimônia – Mione olhou fixamente para a amiga. – Pra todos os
efeitos, eu não sei que o Viktor vêm, depois do casamento pode
deixar que eu resolvo as coisas com ele. Gina não concordava
muito com a idéia, mas como Mione estava irredutível, aceitou
ajudar a amiga. Afinal, queria que ela e Rony se casassem mais que
tudo. O resto da tarde correu como Gina havia planejado. Ela
tinha que ajudar Hermione até a hora dela descer, então combinou
com Luna e Neville para que mantivessem Krum longe da vista de Rony
até o final da cerimônia. Faltando pouco mais de meia hora
para o casamento, os convidados começaram a chegar. Eles eram
recebidos pelo Sr. Weasley e por Rony logo na entrada do jardim da
Toca. Quando Krum chegou, Luna e Neville arrastaram Rony para
a cozinha antes que pudesse vê-lo, com a desculpa de que o
responsável pelo buffet queria falar com ele. No meio do caminho,
Neville se separou deles e foi ao encontro de Krum, para tirá-lo das
vistas do noivo. Na hora marcada, Hermione começou a descer
as escadas com a Sra. Weasley e Gina. Podia ver seu pai, que a
aguardava na porta para levá-la até o altar montado no centro do
jardim. Deu tudo certo, pensou ela, depois do casamento eu não deixo
o Rony ficar com ciúme do Viktor e tudo vai terminar bem. -
O que ele está fazendo aqui?? – a voz de Rony fez Mione parar e
arregalar os olhos de medo. O plano não tinha dado certo e ela sabia
o que viria a seguir. Uma grande algazarra se formou após o
grito de Rony, fazendo Hermione correr até a porta que dava para o
jardim e passar pelo pai, que olhava assustado para fora. A cena era
exatamente aquela que Hermione queria evitar de qualquer jeito. Rony
sendo seguro por Harry e Jorge, e Krum caído, com a boca sangrando,
no meio das mesas e cadeiras montadas para a festa. Rony olhava com
ódio para o búlgaro. Viktor levantou-se e disse para Hermione,
enquanto se limpava: - Eu disse que a minha presença poderia
lhe causar problemas. Não devia ter vindo, me desculpe. -
Você sabia que ele vinha? – Rony olhou com raiva para Hermione. A garota não conseguiu falar nada. Seus olhos se encheram de
lágrimas. O que doía era que ela era a culpada daquilo. Devia ter
falado com Rony, mas o medo lhe impedira. Quando sentiu os olhos de
todos voltados para ela, não agüentou e saiu correndo para fora da
Toca, aparatando rapidamente dali. Hermione surgiu em frente
a um pequeno chalé próximo a um bosque. O local era pequeno, mas
bem cuidado, e parecia muito aconchegante. A garota entrou
rapidamente, jogando o buquê que segurava no sofá e retirando a
grinalda de sua cabeça. Sentou-se na poltrona em frente à lareira
abraçando as pernas, como era seu costume desde criança, e ficou
chorando, lembrando do rosto de Rony enfurecido ao perceber que ela
sabia sobre a vinda de Krum. A única coisa em que pensava
era em como podia ter sido tão burra. Afinal, toda a culpa era dela
dessa vez. Se tivesse falado com Rony, ele iria brigar, mas não
desistiria do casamento. Tinha estragado tudo, e não havia o que
fazer. O tempo passou e a garota não se cansava de chorar.
Só parou quando vencida pelo cansaço, adormeceu na poltrona. Por
volta das 9 da noite, Rony aparatou em frente ao chalé. Já tinha
estado em todos os lugares em que imaginou que ela podia estar, sua
última cartada era aquele chalé que Harry havia comprado logo após
o casamento com Gina para descansarem. Acabou se tornando um refúgio
dos quatro quando queriam ficar juntos longe do resto da família,
para cultivarem sua amizade. O chalé era enfeitiçado, de
modo que somente eles ou pessoas que os acompanhassem pudessem
entrar. Quando entrou e viu a figura da menina sentada na poltrona,
dormindo ainda com o vestido de noiva, seu coração desacelerou. Um
sorriso formou-se em seus lábios, pois a encontrara afinal. Aproximou-se e tocou de leve o rosto de Hermione, dizendo
calmamente: - Mione, acorda. É o Rony. A garota
acordou assustada e olhou para o ruivo que estava em sua frente. -
Rony, me desculpe, eu devia ter te contado. Perdoe-me, não termine
tudo comigo, eu não sei viver sem você! Rony olhou de forma
curiosa para Mione. - Terminar tudo com você? De onde você
tirou essa idéia? - Achei que estava com ódio de mim. Que
veio atrás de mim pra me cobrar satisfações. Que não queria mais
se casar. - Acho que estraguei tudo de novo, não é? –
Rony se sentia envergonhado pelo que acontecera. - Como
assim, Rony? – Hermione tentava olhar nos olhos de Rony, intrigada. - A Gina me contou o que aconteceu. Que você não teve
coragem de me contar sobre a carta que recebeu, e ficou com medo que
eu estragasse o casamento - Rony olhou os próprios pés e continuou. - Acho que nunca consegui me controlar com relação ao ciúme
que sinto dele por não me achar bom o suficiente pra você. Você
sempre foi tão adulta e eu tão imaturo, que achei que nunca iria
gostar de mim como gosto de você. Hermione tentou falar mas
Rony a impediu, selando sua boca com um dedo. - Depois de
muito tempo é que entendi que você gosta de mim como eu gosto de
você, e isso não tem nada a ver com ser bom em alguma coisa, ou
como as pessoas nos vêem. Rony esboçou um sorriso, e seus
olhos azuis fixaram-se nos olhos castanhos de Hermione. A menina
sentiu que poderia viver aquele momento para sempre. - Eu
poderia ser a pessoa mais importante do mundo que você não iria me
amar mais por causa disso – continuou Rony. - Você me ama mesmo eu
sendo imaturo, brigão, preguiçoso e pobretão. Sei que cansa ter
que aturar todos os meus defeitos, mas tenha a certeza de que você é
a pessoa mais importante da minha vida. Rony acariciou o
rosto da menina, deixando uma lágrima rolar pelo seu rosto. -
Quando você fugiu do casamento, meu chão sumiu. Só pensava que não
podia perdê-la, e no porquê você tinha sumido. Quando Gina me
contou toda a história, entendi que a culpa era minha. Mas uma vez
tinha estragado tudo, e só eu podia consertar. - Mas Ron, eu
não te contei. A culpa é minha! – disse Hermione, com as lágrimas
voltando ao seu rosto. - Mas será que eu não iria estragar
tudo mesmo se você me contasse antes? – continuou Rony. Um
silêncio se seguiu, com os dois apenas se encarando. Seus olhares
respondiam todas as questões, todas as brigas e dúvidas que tinham.
Eles demonstravam o quanto era grande o amor que sentiam um pelo
outro e que ele sobreviveria a tudo. Nenhum problema era grande o
suficiente para separá-los. - Prometo que vou tentar mudar,
se você me perdoar – disse Rony. - Você não precisa
mudar nada, Rony – respondeu Hermione sorrindo, sem conter as
lágrimas que caíam com mais intensidade. – Você é perfeito do
jeito que é! A pessoa mais leal, generosa, honesta e companheira que
já conheci. Aquele pelo qual me apaixonei e amarei o resto da vida. Hermione se jogou nos braços do ruivo, beijando-o. Os dois
choravam de felicidade e esqueciam, por um momento, todos os
problemas que ocorreram naquele dia, se entregando ao amor que
sentiam. Foi Hermione que trouxe Rony de volta à realidade. - E o casamento? Todos devem estar me odiando! Meus pais
estão preocupados comigo! Onde estava com a cabeça quando saí
daquele jeito? - Calma, Mione - respondeu Rony, com um
sorriso meio tímido. - Na realidade, eles estão odiando a mim. Após
você fugir, todos começaram a me acusar de ser um ogro e por te
tratar daquele jeito no dia do nosso casamento. Minha mãe só faltou
mandar meus irmãos me matarem. Foi Harry que acalmou a todos,
enquanto Gina me contava o que aconteceu. Pedi desculpas a todos,
inclusive ao "Vitinho", pelo meu jeito rude. Disse a seus pais
que não se preocupassem, pois eu ia encontrá-la, e finalmente saí
em sua procura. - Mas e agora? – Hermione parecia
constrangida pelo que acontecera. – Vamos ter que marcar tudo de
novo. Passar pelo nervosismo e pela angústia de esperar tudo se
acertar, além de ter que encarar todo mundo. - Eu toparia
tudo de novo sem problema pra ficar com você – respondeu Rony. –
Mas acho que temos outra saída. - E qual seria? – Hermione
estava cada vez mais intrigada com o ruivo. - Vem comigo! –
Rony segurou na mão da garota, arrastando-a para fora do chalé em
direção ao jardim, aparatando em seguida. Alguns minutos
mais tarde, Rony estava em frente a um altar, numa pequena capela
trouxa, esperando pela entrada de Hermione, que seria trazida por seu
pai. Ao seu lado estavam Harry, Gina, o Sr. Weasley, a Sra. Weasley,
Jorge, Gui, Carlinhos, Fleur, Neville, Luna e a Sra. Granger, que
haviam sido avisados por Rony para seguirem para lá, a fim de
presenciar o casamento. Quando lá chegaram, a Sra. Weasley
fez de tudo para que Rony e Hermione esperassem e marcassem outra
data para o casamento, mas uma frase do ruivo tinha colocado um fim
na discussão: "As pessoas mais importantes para nós estão aqui,
e não quero, nem agüentaria, ficar um minuto a mais longe da
Hermione." Quando a porta da capela se abriu, o coração
de Rony disparou. Era possível escutar as batidas mesmo estando
muito longe. A visão de Hermione caminhando ao lado do pai, em sua
direção, fez Rony lembrar de tudo que haviam passado juntos, e
concluiu que havia valido a pena. Não se lembrava de quando deixara
de ver Hermione como amiga para vê-la como o amor de sua vida.
Sempre achou que fora durante o quarto ano em Hogwarts, antes do
baile de inverno, mas já não tinha certeza. Lembrou-se da menina
que entrou na cabine em que ele e Harry estavam, quando estavam a
caminho de Hogwarts em seu primeiro ano, e do fascínio que ela
despertou nele ao realizar um feitiço sem ser de família bruxa. O
sorriso da garota iluminava a capela, e era visível a felicidade que
sentia naquele momento. O caminho até o altar pareceu uma eternidade
para os dois, tal era a ansiedade em finalmente selarem o amor que
sentiam desde que se conheciam. No caminho, foi a vez de
Hermione se lembrar das aventuras que viveram em Hogwarts, e como
tinha se apaixonado por Rony. Para ela, sempre foi claro que sentia
algo diferente pelo ruivo desde o primeiro ano. Era diferente do que
sentia por Harry, o qual sabia ser amizade. O ruivo sempre mexera com
ela, e a maior prova disso foi quando o ouviu a chamar de terror no
primeiro ano. Eles nem eram amigos e ela se admirou quando notou o
quanto a opinião dele era importante pra ela. Hermione e o
pai chegaram ao altar, onde o Sr. Granger a entregou para Rony,
dizendo: - Cuide bem dela. É meu bem mais precioso. -
Pode ficar tranqüilo, Sr. Granger – respondeu Rony. – Sei o
quanto ela é preciosa. Prometo cuidar dela e fazê-la feliz – ele
segurou na mão de Hermione e a conduziu para o altar. O
padre prosseguiu com o casamento, embora achasse estranha a maioria
das pessoas que estavam ali e o adiantado da hora, mas o pedido do
casal que havia batido em sua porta tarde da noite o emocionou, e ele
acabou concordando com a cerimônia. Quando finalmente a hora
dos votos chegou, Hermione olhou para Rony esperando algo simples.
Afinal, expressar seus sentimentos nunca havia sido o forte dele.
Para sua surpresa, o garoto sorriu, parecendo confiante, pegou as
mãos da garota e iniciou seus votos. - Eu agradeço ao
destino por encontrá-la, ao meu coração por escolhê-la, aos seus
pais por você existir, aos meus pela vida que me deram, aos meus
irmãos por me fazerem enxergar que eu nunca seria feliz sem você,
ao meu melhor amigo por acreditar sempre que poderíamos ser felizes,
e à vida por permitir que a viva com você. Lágrimas
começaram a brotar dos olhos da menina, achando que Rony havia
acabado, mas ele continuou: - Mas, principalmente, agradeço
a você, Hermione. Agradeço por me amar, por me aceitar do jeito que
eu sou, o que não é fácil, por ser a pessoa mais maravilhosa que
conheço, e por nunca ter desistido de mim. Lágrimas
começaram a brotar nos olhos azuis de Rony, fazendo com que Hermione
não tentasse mais segurar as suas. - A você, eu dedicarei a
minha vida. Minha alma e meu coração já te pertencem. Assim lhe
darei meu amor e minha devoção para te fazer feliz. Você que é, e
sempre foi, a razão do meu viver, a minha melhor amiga, a força que
me fez enfrentar tudo que precisei, e será agora também minha
companheira e confidente. Prometo que o meu amor será eterno. Rony
pegou a aliança, colocou no dedo de Hermione, e terminou seus votos
dizendo: - Com essa aliança, eu selo meu amor por você. Ela
representa tudo o que sinto e o que farei pra te fazer feliz. Eu te
amo e quero que seja minha esposa para toda a vida. Hermione
chorava e sorria ao mesmo tempo, emocionada pelas palavras de Rony.
Enxugou as lágrimas como pôde e começou seus votos, segurando as
mãos do ruivo. - Espero por esse momento desde os meus onze
anos, quando, sem saber, conheci o homem da minha vida. Quando vi
seus olhos azuis foi impossível não me afogar neles e não gostar
disso. Acho que ele não gostou muito de mim no começo, mas acabou
me aceitando, e lhe sou muito grata por isso. Aprendi com ele a ser
uma pessoa mais alegre e relaxada. Ele me ensinou como ser amigo,
leal e corajoso. Mas principalmente me ensinou a ter um coração do
tamanho do mundo. Eu amo tudo em você, seu sorriso, seu jeito
brincalhão e até o seu ciúme. Hermione colocou a aliança
no dedo de Rony, e terminou seus votos dizendo: - Com essa
aliança, eu selo nosso amor. Minha vida é sua, assim como meu
coração e o meu amor. Eu te amo e amarei por toda a minha vida. Rony e Hermione se beijaram, enquanto o padre finalizava a
cerimônia. Após uma despedida rápida de todos, Rony e
Hermione aparataram para o local onde seria a lua-de-mel dos dois.
Hermione teve que ser levada pelo esposo, pois Rony preparou uma
surpresa para ela. O casal aparatara em frente a uma casa
muito bonita perto de uma praia, de onde se podia ver as estrelas e o
pôr do sol. Rony a pegou no colo e entrou na casa. Ela estava
iluminada por velas com chamas azuis, iguais as que Hermione
conjurava, e a cama estava coberta por uma fina colcha de seda e
pétalas de rosas. - Eu te amo – disse Rony. – E essa
noite vai ser inesquecível pra nós. A porta se fechou,
deixando o casal apaixonado a sós dentro da casa. FIM DO
FLASHBACK
Hermione continuava a encarar Rony dormindo, velando o sono do esposo. A barriga de Rony roncou e Hermione, rindo, resolveu ir preparar um café para os dois. Quando se levantava, seu braço foi seguro por Rony, que disse:
- Onde a senhora pensa que vai?
- Bom dia, meu amor – respondeu Hermione. – Vou preparar um café pra nós dois. Não está com fome?
- Claro que estou – respondeu Rony. – Mas isso pode esperar – Rony puxou Hermione de volta para a cama. E pela primeira vez na vida, estar com fome não fazia a menor diferença.
