Disclaimer: Quem criou esse Universo paralelo foi JK Rowling – e sua criatividade invejável. O mérito é dela. Entretanto as personagens centrais, aqui, são baseadas em um jogo de rpg – o qual, infelizmente, não durou muito –, com um amigo.
Capítulo I.
Inverno.
Lembro-me bem quando vi Rain pela primeira vez. Eu tinha, apenas, oito anos e um mundo inteiro pela frente, acreditava que tudo estava concentrado em minhas mãos e freqüentava os lugares mais luxuosos que a sociedade podia me mostrar. Era noite; sem luar e podiam-se ver flocos de neves rodopiando, pousando graciosamente sobre o chão de granito. Os arbustos pareciam esqueletos refletidos a luz que expelia das velas pairando no jardim. Um garoto mais alto que eu – uma cabeça, acho – estava sentado num banquinho, sozinho e quieto; seus olhos castanhos pueris estavam pregados no chão.
"Ei." O chamei. Minha voz estava estranha e trêmula - naquele momento não entendi o motivo. "Por que está aí?"
"Estou esperando o último floco de neve cair." Ele me respondeu com uma naturalidade estonteante.
"Por quê?" Perguntei.
"Porque, quando o último floco cair, podemos fazer um pedido e ele vai acontecer." Rain me encarou nos olhos, pela primeira vez. Foi tão mágico esse momento que senti meu coração dar um pulo e o ar sofreu de escassez, foi como se tudo não passasse de imaginação. Não se explicar, mas desde aquele momento estávamos enlaçados, não tínhamos mais saídas. Íamos ser confidentes.
"Posso esperar com você?" Dei um passo relutante, saindo da área coberta do jardim. As pequenas partículas de neve caíram sobre minha face e fizeram minhas bochechas corarem.
Ele assentiu.
Fui até ele, interrompendo meu caminhar por saltos, e, por fim, sentei ao seu lado.
"Será que vai demorar muito?" Sussurrei, observando a neve dançar no vento.
"Não sei."
"Posso segurar sua mão?"
Ele lançou um olhar estranho e depois assentiu, estendendo a mão a minha frente. Meus dedos finos e pálidos enroscaram nos dele. Um sorriso tímido interrompeu em minha face... Até hoje não sei se ele sorriu também, me preocupei a olhar o céu, esperando ansiosamente pelo último floco atingir o chão.
"Sou Rain." Se apresentou.
Nunca pensei que esse nome seria tão essencial em minha vida. Ia ser o qual chamaria quanto estivesse feliz ou triste.
"Sarah."
Nós havíamos feito um pacto inconscientemente; nós íamos ser assim para sempre. Nossas almas ingênuas não perceberam o tamanho do amor que cresceu em nosso peito depois daquelas palavras disparadas. Nós éramos crianças – ainda.
Quando estava quase adormecendo – o frio e o cansaço triunfava sobre minha fragilidade -, Rain perguntou o que eu ia pedir. Apertei mais sua mão contra a minha assim que respondi:
"Que você nunca me solte." Nunca – queria ficar assim por toda eternidade, se fosse possível.
