Um sol forte batia em meus olhos, olhava desesperadamente para todos os lados enquanto corria, a vertigem misturada com a angústia dentro do meu peito me deixava tonta á medida que eu corria por entre toda aquela imensidão vermelha.

Tique-tac

O tempo se passava cada vez mais depressa, não conseguia o encontrar, apenas não conseguia encontrar a única pessoa que eu amei na minha vida inteira, o enjoou crescia cada vez mais, sentia meu corpo querendo cair, mas não iria, teria que o encontrar a qualquer custo.

Tique-tac

As batidas do relógio agora eram compassadas com as do meu coração, as pessoas a minha volta se divertiam, como elas conseguiam? Como ainda conseguiam sorrir quando um homem bondoso e honesto seria jogado nas garras da morte?

Tique-tac

Finalmente vi um lugar ao longe, um beco escuro, uma silhueta escondida na escuridão, poderia ser? Corri depressa rezando a algum Deus para eu não tropeçar, estava soluçando quando a zoada soou marcando o ponto em que o sol estaria ao ápice, finalmente chegou o meio-dia.

Bammm Bammm Bammmm

Pude ver a silhueta andando calmamente e se transformando num belíssimo homem, homem que estava sem sua camisa, pude ver uma menina gritar e várias pessoas virando a cabeça em sua direção, Edward brilhava ao sol e eu não consegui gritar seu nome, a voz sumiu de minha garganta.

A verdade é que eu fracassei, ele se expôs e eu nem percebi quando os Volturi o levaram de vez para longe de mim, Edward conseguiu o que queria, ele morreu, e o que mais me atormentaria nos anos seguintes quando eu acordei a noite gritando por causa de meus pesadelos é que eu não consegui, não por não o ter salvado, pois a muito me perdoei, mas a não ter dito ou gritado pela última vez o seu nome, por não ter conseguido dizer que o amava, agora tudo estava perdido e a mim só restava uma vida vazia e uma morte solitária, sonhando com o dia em que o encontraria de novo no paraíso, no nosso paraíso particular onde nada seria proibido, assim como Romeu e Julieta.