Fleur ocupava-se de ondular os longos fios loiros lentamente, admirava-se no espelho. Completaria 9 meses de gestão em uma semana, exatamente. Ela deveria estar de repouso, se fosse prudente, ela estaria de repouso. Mas era dia dois de maio, dia dois de maio era o dia de visitar o monumento para honrar aqueles que haviam morrido na batalha de Hogwarts. Uma data dolorosa demais para todos da família Weasley, ela tinha de estar ao lado de Willian nesse momento. O vestido negro de alças grossas era justo no seio e solto a partir dai, indo até os joelhos dela. Os saltos haviam sido extintos do seu guarda-roupa, no lugar deles estavam sapatilhas igualmente negras. – Você esta linda.. – Bill sussurrou no ouvido dela, antes de beijar o topo da cabeça dela. A francesa riu suavemente. – Você só fala isso porque ontem eu tive aquela crise de dizer que estava parecendo um dragão de tão grande.. – ela disse de forma risonha e o rapaz enrugou o nariz. Os hormônios estavam a deixando louca e o levando a beira da loucura também. – O dragão mais lindo que já vi! – ele respondeu rindo e sentou-se na cama ajustando a gravata negra. – Sabe que não precisamos ir.. – ele começou fazendo com que ela revirasse os olhos. O ruivo se calou, sabia que não adiantava teimar com Fleur, ela só fazia o que queria. Ela ajeitou um laço negro no cabelo e colocou um casaco, quem a olhasse de costas nem imaginaria que estava gravida de quase nove meses. Saíram mais cedo que os outros, uma vez que Fleur estava proibida de aparatar. Mesmo assim ao chegarem a Hogwarts, vários já estava se reunindo. – Ola.. – Bill disse aproximando-se de Rony, Hermione e Gina. – Ah.. ola.. Fleur, você não devia estar aqui! – murmurou Hermione dando dois beijos na loira. – Ainda falta uma semana.. estou exatamente onde devia estar! – ela disse calma e então sua perna foi agarrada por um menininho de cabelos azuis. – Oh.. Ola petit Ted! – ela disse de forma carinhosa para o menino sorridente. Harry veio correndo atrás dele, parecia cansado. – O grande Harry Potter ficando cansado por causa de uma criança de dois anos? – zombou Bill fazendo o moreno rir. – Espere até o bebê nascer, ai conversamos! – respondeu Harry risonhamente enquanto Ted encostava a orelha na barriga de Fleur. – Ele não ta respondendo, Tia Fleur! – ele choramingou fazendo a loira rir. – Ele não sabe falar ainda, querido.. mas logo você vai conhecer seu amiguinho.. – ela disse beijando o topo da cabeça do menino risonhamente. Fleur sentiu uma pontada no abdômen e respirou profundamente. – Você está bem, Fleur? – Gina perguntou a olhando preocupada, mas a loira apenas deu ombros. Ela não ia fazer uma grande cena naquele momento. A loira ficou de pé, acariciando o próprio ventre. – Eu vou até lá.. – ela murmurou e Ted segurou sua mão, a olhando esperançoso. O menino recebeu um sorriso da loira. Os dois seguiram até o monumento juntos. – Papai.. – o pequenino disse muito serio, cortando o coração de Fleur. – Sim, seu pai e sua mãe foram muito corajosos.. – ela disse recebendo um grande sorriso enquanto colocava uma rosa branca no pé do monumento. Abaixou-se, olhando nos olhos do pequenino. – Eles te amavam muito, Ted! – ela murmurou recebendo um abraço como resposta. O pegou no colo e o levou de volta ao local onde os Weasley estavam reunidos. – Fleur! – Bill a repreendeu, a olhando feio. – É só uma criança, Bill.. – ela murmurou sentando-se e deixando o menino em seu colo. – Você não deveria pegar peso.. – ele ralhou pegando Ted e o colocou nos ombros. A cerimonia começou com Minerva falando sobre a batalha, sobre o quão importante todos haviam sido para a vitória e sobre a falta que aqueles que haviam partido fazia na vida de todos que haviam ficado. Molly e Arthur Weasley choravam baixinho, sendo consolados pelos filhos. Fleur sentiu um novo desconforto, respirou profundamente. Foram todos para a Toca depois da cerimonia, no caminho a francesa voltou a sentir um desconforto. Bill notou. – O que está havendo, Fleur? – perguntou o ruivo a olhando preocupado. – Nada.. – ela murmurou mordiscando o lábio inferior. – Vamos, francesa, me diga.. – ele insistiu colocando a mão na perna dela, a acariciando de forma suave. Ela respirou profundamente. – Só um desconforto, como se ele estivesse se mexendo demais.. – ela acariciou o ventre, respirando fundo de novo. – Vamos para casa, eu aviso a minha mãe que você não estava se sentindo bem.. – ele disse a olhando preocupado e subiu a mão, acariciando o ventre dela. Chegaram no chalé e Willian mandou um patrono para a mãe, era o jeito mais rápido de faze-la receber a mensagem. Estava preocupado, Fleur podia sentir a preocupação dele. Ela tirou o vestido e colocou uma camisola, prendeu o longo cabelo numa trança e deitou-se. Bill sentou-se ao lado dela, fazendo carinho na barriga da mulher. – Você acha que é um menino ou uma menina? – ele perguntou beijando o ventre dela, antes de voltar a fazer carinho. – Eu acho que será uma menina.. – ela murmurou se mexendo desconfortável. – Ótimo, terei uma pequena veela.. – ele murmurou risonhamente, fazendo com que ela risse e então sentisse outra pontada. Quando menos esperavam, Molly entrou no quarto. – Mãe, o que você está fazendo aqui? – Bill perguntou de forma rude. – Fleur esta em trabalho de parto.. - a ruiva falou e, naquele exato instante, a francesa sentiu a bolsa estourar. – Oh mon Dieu.. – Fleur disse aflita. – Saia daqui Bill.. - a ruiva disse empurrando o filho para fora do quarto. – Eu não vou sair de perto dela.. – ele protestou ouvindo os gemidos de dor da esposa. – Willian Arthur Weasley.. saia agora deste quarto! – Molly gritou e Arthur puxou o filho para fora do quarto. – Agora, mocinha, vamos fazer esse bebe vir ao mundo.. – ela anunciou e Fleur teve vontade de chorar. – Quando vir uma contração, preciso que você empurre com força.. – a ruiva falou passando a mão na cabeça da loira e depois se posicionou. Fleur gritou e foi necessário que Harry, Rony e Jorge ajudassem Arthur a segurar Bill. Foi então que algo ainda mais inesperado aconteceu, Apolline e Jacqueta entraram no pequenino chalé. – Onde está minha neta? – rosnou a Veela para Bill que apenas apontou o quarto. As duas entraram e Fleur chorou. – Mama.. – ela murmurou e então viu a avó. – Grand-meré.. – ela murmurou de um jeito fraco e a veela acenou com a mão, sentando-se ao lado da neta. – Non, mon petit, non é horra.. – a veela murmurou segurando a mão da neta e apoiando sua cabeça. – Apolline, aider Fleur de mère.. – falou em francês, ordenando que a mãe de Fleur ajudasse Molly no parto. Depois de três horas em trabalho de parto, uma pequenina menininha loira estava nos braços de Fleur que chorava como criança. – Victoire, ma Victoire.. – ela murmurou beijando a cabeça do bebê. As avós e a Bisavó da criança sorriram. – É um belo nome.. – murmurou Jacqueta olhando de forma carinhosa para a neta. – Como.. como vocês sabiam.. e .. grand-meré.. – ela começou, mas recebeu um gesto para se calar da avó. – Eu senti que você precisava de mim.. peguei sua mama e viemos para cá.. – ela murmurou beijando a testa de Fleur de forma carinhosa. Ela podia não aprovar o casamento da neta, mas ainda a amava acima de todas as coisas. – Eu quero entrar.. – gritou Bill abrindo a porta do quarto. – Tão.. rustique.. – murmurou Jacqueta enrugando o nariz de forma desprezível, sendo ignorada por todos no quarto. – É.. é.. – o ruivo não conseguia completar a frase, os olhos cheios de lagrimas. – Essa é nossa filha, Victoire.. – ela murmurou e Bill parecia encantado demais para dizer qualquer palavra. – Significa Vitória em francês.. achei apropriado, pelo dia em que ela nasceu.. – a francesa murmurou baixinho e o ruivo riu. – É lindo.. - ele murmurou brincando com a mãozinha da filha, pequeninas lagrimas rolavam pela face do inglês. – Ela.. ela é tão linda.. – ele disse ainda entre lagrimas. Fleur sorriu. Nesse momento, Apolline tirou a mãe e Molly do quarto. Esse momento era só dos três. – Ela se parece com você.. – ele disse beijando os lábios da esposa. Os poucos fios da cabeça de Victoire eram loiros como os de Fleur. Naquele instante, apesar de cansada e dolorida, Fleur achava que não podia ser mais feliz. Ela tinha o melhor marido do mundo e um lindo bebezinho que era fruto desse amor em seus braços.