N.A.: Rosicleide ataca novamente! Dessa vez com Vitor Krum e Rony Weasley *-*b
Explicando o título da fic, Ladrão de Sorrisos... Num pacato intervalo da escola, Ana estava explicando de um mangá (NÃO YAOI! É um milagre! OOO:) chamado O Ladrão de Óculos. Aí eu falei: "Uou, Ladrão de Sorrisos é um nome perfeito para a fic! Porque o Rony "rouba" muitos sorrisos do Krum. O Krum olha para ele e começa a sorrir que nem um bobo :3 "
Segundo a Karen, o Krum nessa fic não é aquele cara horroroso de monocelha, ele é "divo-gato-gostoso-sedução-T" -q
Nheca, se eu não assustei ninguém, vcs devem estar curiosos. Leia ai (:
Aviso da Ana: Essa fic é yaoi, ou seja, dois menininhos felizes se amando puramente. Se não gosta, não sabe o que está perdendo! :9


O Ladrão de Sorrisos

Capítulo 1

Era uma noite escura e sem nuvens na Toca, os Weasley, Harry e Hermione jantavam no jardim. Rony Weasley ouvia a conversa que Fred, Jorge e Carlinhos tinham sobre Quadribol, mais especificamente sobre a final da Copa Mundial de que iriam assistir. Eles falavam da Irlanda. Falavam da Bulgária. Falavam de Krum.

Rony já ouvira falar do apanhador búlgaro, claro. Recentemente ele havia tirado das paredes de seu quarto todos os pôsteres de seu time de Quadribol favorito, o Chudley Cannons, substituindo-as por outras com a carrancuda cara do jogador te encarando.

Porque para ele Krum era melhor que qualquer time de quadribol. Sozinho, ele bastava. Por vezes ele se considerou estúpido por se apegar tanto a um mero atleta, mas rapidamente ele se convencia de que Krum não era apenas um jogador de quadribol, era o melhor jogador de quadribol de todos os tempos. Ele nutria por ele algo mais do que simples admiração; era algo que se assemelhava a devoção, fanatismo.

Vitor Krum era admirável, maravilhoso, delirante, incrível! E aos seus olhos, tão incrivelmente charmoso... Belo, de alguma forma. Ele até então não tinha se dado conta que aos olhos de quem ama todo feito parece bonito. Mas como se disse, ele não havia se dado conta, apesar de estar mais que evidente.

- Vai ser da Irlanda – Rony ouviu Carlinhos dizer, com a boca cheia de batatas – Eles acabaram com o Peru nas semifinais.

- Mas a Bulgária tem o Krum – comentou Fred, e Rony passou a se dedicar atentamente a conversa, saindo de seus pensamentos.

- O Krum é apenas um jogador decente, a Irlanda tem sete.

Decente? Ele ouviu decente? Krum era mais do que isso, ele pensava. Mas preferiu guardar suas opiniões para si.

Mas com o tempo, ele não conseguia mais guardar aquilo para si.

O dia seguinte chegou ligeiro, a possibilidade de ver a final compensava todo cansaço pela noite passada em claro no dia anterior. Como qualquer coisa muito aguardada, as horas se arrastaram lentamente até que eles chegassem ao local do jogo. A felicidade e o nervosismo eram palpáveis na maior parte do grupo, mas Rony duvidava que eles aguardassem a mesma coisa que ele. Todos queriam ver o jogo em si, já o que lhe interessava era apenas um jogador.

Com a ansiedade ameaçando vencê-lo, ele foi dar uma volta pelo campo com Harry e Hermione, apenas algumas horas antes do jogo.

Na área irlandesa do campo, onde tudo era enfeitado em tons de verde e trevos de quatro - folhas brotavam magicamente das tendas, eles se encontraram com Simas Finnigan e Dino Thomas, dois amigos de Hogwarts.

- Gostaram da decoração? – Simas perguntou sorrindo – o Ministério não está nada feliz, repete sem parar uma tal de "segurança anti-trouxa". Mas por que não deveríamos mostrar nossas cores?

- Vocês irão torcer para a Irlanda, naturalmente? – Dino perguntou.

Não. Rony teria respondido. Ele sabia que o time irlandês era o melhor, mas torcer para a Irlanda era como uma traição a Krum. Idiota, ele pensava, ele nem ao menos te conhece. Você só será mais um entre todos da torcida adversária. Mais um entre muitos, nunca notado... Ao pensar nisso, um profundo sentimento de tristeza lhe apossou. Rony queria ser importante para ele.

Mas o máximo que estava a seu alcance era comprar uma imprecisa miniatura animada de Krum e guardá-la junto a seu peito constante e firmemente. E, dos camarotes do estádio de quadribol, observar o real Vitor Krum entrar em campo, lá longe no céu.

-x-

Vitor Krum estava no vestiário do time da Bulgária. Lá fora a multidão se agitava para ver o que eles chamavam do "jogo do século", a final da Copa Mundial de Quadribol. Aqui dentro, Dimitrov, seu capitão, dava as últimas dicas táticas e falava palavras encorajadoras a seus vacilantes companheiros de equipe.

Mas Vitor não precisava de moral, muito menos de conselhos técnicos. Um apanhador não joga em equipe, ele joga sozinho. Cumprir sua função depende somente de você, somente de sua própria determinação e concentração. E nisso Krum era perito. Todo o falatório dentro e fora do vestiário era apenas um zumbido indistinto aos seus ouvidos. E quanto mais absorto ficava, nem mais o zumbido ouvia, tudo se transformava em um calmo silêncio. Nada podia desconcentrá-lo.

Por isso quando ele entrou no estádio lotado e a torcida búlgara se levantou com um só ser para ovacioná-lo, ele estava indiferente; indiferente aos milhares de onióculos apontados em sua direção e indiferente quando os capitães apertaram suas mãos rigorosamente. Mas assim que Mostafa apitou e o pomo de ouro foi liberado de sua caixa ele estava atento. Sua concentração se voltou unicamente à procura da pequena bolinha dourada. Seu olhar treinado passava por todo o estádio enquanto ele guiava sua vassoura para cima.

Ele chegou na altura dos camarotes. Seus olhos passaram por seus ocupantes. E em um momento sua concentração foi varrida de si, como folhas em uma tempestade de vento.

No camarote estavam várias pessoas importantes: do Ministro da Magia búlgaro e inglês a Harry Potter. Potter, aquele que sobreviveu ainda bebê ao feitiço da morte de Voldemort. Ele chamava tanto a atenção para si que o pequeno garoto ruivo sentado ao seu lado passava despercebido a multidão, que nem se preocupava em saber quem era. O garoto parecia se dar conta de sua inferioridade, pois estava encolhido em sua cadeira, como que tentando se fundir a ela e desaparecer.

Krum, ao contrário da maioria, permaneceu olhando (um tanto abobalhadamente, diga-se de passagem) para o garoto ruivo; unicamente, como se apenas ele existisse no camarote, no estádio, no mundo. Ele não sabia por que, mas algo dentro de si gritava para ir em direção ao ruivo, passar a mão em seus cabelos e lhe dizer que alguém se importava com ele, que ele não estava sozinho. Esses pensamentos o atordoaram.

E ao olhar em seus olhos, azuis claros, tristes como gelo, ele foi obrigado a desviar o olhar. Foi quando notou a plateia emudecida e Lynch correndo atrás de um familiar bater de asas dourado. Ele virou-se de costas para o menino, mas levou-o consigo em seus pensamentos.

-x-

Na correria que se deu após o ataque aos trouxas no acampamento, Rony perdera-se de sua família. Na escuridão que se seguiu quando ele, Harry e Hermione entraram na floresta que circundava o estádio, ele se perdeu dos amigos. Ele tentou achá-los, mas a sombra que reinava entre as árvores só lhe deixava ouvir os gritos das pessoas e os estalos dos galhos sobre seus pés. À medida que ele andava sem rumo os gritos se silenciaram. Ele estava sozinho.

Ou assim pensava. Ele começou a reconhecer outros passos ao seu redor, vindo em sua direção. "Que bom", pensou, "talvez essa pessoa saiba o que aconteceu". Ele caminhou depressa em direção ao som. E deu de cara com quem procurava. Os dois trombaram um com o outro e a pessoa misteriosa caiu por cima dele.

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Como Krum não enxergava nada, seus outros sentidos estavam mais aguçados que o normal. Primeiro foram os estalos de galhos quebrando ao serem pisados, anormalmente altos e definidos, denunciando a presença de outra pessoa separada, como ele, da multidão. Depois a pessoa vindo em sua direção, um corpo se encontrando com o outro, levando os dois para o chão.

Ele sentia a pessoa embaixo dele, imóvel, tensa, assustada. Sua respiração gelada em seu pescoço fazia um calor acolhedor dentro de si, chegando a ferver onde a pele de seu braço encontrava com a dele; uma pele suave, aveludada.

Ele se apoiou nos cotovelos para liberar suas mãos. Seria muita coincidência que a pessoa que tivesse trombado com ele fosse o mesmo garoto do jogo. Mas a única vez que havia sido afetado de tal maneira foi quando olhou para o garoto sentado no camarote do estádio. E duvidava que alguém mais pudesse fazê-lo se sentir assim.

Ele esticou sua mão para tirar uma mecha de cabelo macio de seu rosto, seus dedos roçando delicadamente seu rosto. E mesmo na penumbra, os olhos brilharam, inconfundivelmente azul-claros. Mas dessa vez os olhos não estavam tristes e frios, mas ardiam como uma fogueira feita de madeira trazida pela água do mar.

Algo novo cresceu dentro dele. Estar em companhia do garoto era gratificante, fazia-o sentir-se bem. Nada lhe satisfazia tanto quanto aquecer seu rosto frio e triste.

- Rony, Rony! - um chamado veio de longe. Uma voz de homem e outra de mulher.

- Estou aqui - eu o ouvi sussurrar, como se não quisesse ser achado.

Rony, era esse seu nome. Rony, amigo de Harry Potter, estudante de Hogwarts, ele contabilizou mentalmente. Ele sabia onde encontrá-lo e tinha a certeza de que iria voltar a vê-lo. Por isso ele se levantou para ir embora.

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De quem era aquele corpo forte acima do seu? Rony não fazia ideia. Não fazia ideia por que ele (pois era inegavelmente um corpo de homem) se arrepiou ao seu toque, porque ele afastou seus cabelos de um modo tão delicado e por que ele o mirou perdidamente nos olhos por um longo tempo.

Mas o que mais o intrigava era o fato não querer que a pessoa se afastasse: o movimento instintivo que o fez agarrar sua blusa numa tentativa de impedir sua saída, a esperança que fervilhou dentro de si quando ele virou a cabeça para olhá-lo mais uma vez, como que indeciso e o desespero que lhe dominou quando ele desistiu e foi realmente embora.

Sozinho. E confuso.

- Rony, quem era? - Harry havia chegado até ele, e provavelmente a tempo de ver o homem se misturar entre as árvores.

- Eu não sei. - ele respondeu triste, porque era verdade.