Albus passou as mãos pelos cabelos de maneira nervosa, o que sempre fazia seu pai sorrir e dizer como aquilo lhe lembrava o próprio pai, a letra P estava apenas a alguns nomes de chegar e logo seria sua vez de ser selecionado e as palavras do deu detestável irmão simplesmente não saiam de sua cabeça.

Desde que recebera sua carta de Hogwarts, James o vinham infernizando que ele seria da Sonserina, Albus nem mesmo tivera tento de ficar feliz por estar indo a Hogwarts antes de seu irmão gritar pela primeira vez que ele iria para a casa verde e prata.

Albus sempre soube que era diferente do resto da sua família, era mais quieto, fechado, algumas vezes ate mesmo inexpressivo, era muito discreto e não gostava muito quando os outros não o eram, o que abrangia quase toda sua família por tempo quase integral, ele sabia como palavras ditas sem pensar podiam magoar. Albus também se destacava pelo humor sarcástico e sua tia Hermione sempre dizia que era uma característica herdada de seu pai, o que de certa forma nunca entendeu, e principalmente Albus não se sentia corajoso, ele ouvia as historias incríveis da batalhas enfrentadas por seu pai e em momento nenhum tinha se posto no lugar dele, a maioria do que lhe era dito apenas o fazia pensar que nunca se arriscaria tanto. Albus ouvia as historias e em sua mente formava-se estratégias para sair das emboscadas de modo seguro.

Ele era diferente, nunca tinha sido tagarela e escandaloso como seu irmão e ele adorava o chamar de esquisito por isso, dizendo que ele era a ovelha negra da família e que entraria na Sonserina.

E por mais que não gostasse disso Albus se sentia inseguro, era verdade que ele não era como todos os Potter ou Weasley, mas também gostava de uma boa pegadinha, e admirava a imensa coragem de seus parentes, gostaria de cair na Grifinoria, de comprovar com seus próprios olhos a imagem que cada um de seus tios, primos e pais passaram para ele.

Mas ainda assim, não conseguia olhar para aquela imensa mesa vermelha e pensar nela como o Centro de tudo, a Grifinoria não era o centro de perfeição que sua família desenhava, o traidor Peter Pettigrew era prova disso, então se a casa vermelha não era tudo o que diziam porque a casa verde tinha que ser tão ruim? Afinal, Severus Snape, um dos homens que sei pai mais admirava e do qual havia herdado um dos seus nomes era um sonserino não era?

Algumas vezes ate mesmo pedia para cair na Corvinal ou ate mesmo na Lufa-lufa só para não ficar no meio daquele grande cabo de guerra que confundia sua mente.

Estava tão entretido em seus próprios pensamentos que se assustou quando seu nome foi chamado, respirou fundo e procurou acalmar todas as suas duvidas sobre a seleção, andando calmamente ate o banquinho e finalmente depositando o chapéu seletor de sua cabeça, que caiu por cima de seus olhos e o impediu de ver o resto do salão, ficando quase agradecido por isso.

Com vergonha Jovem Potter?

A voz poderosa do Chapéu Seletor ecoou por sua mente, perguntando-lhe num tom quase debochado.

Não, apenas acho que eles se empolgam demais com o destino da vida dos outros.

Uma risada grossa e quase irreal ecoou em sua mente.

Muito bem, muito bem, vamos dar uma olhada nisso, aqui...ora, ora, uma mente nada má, nada má, é inteligente e esforçado, poderia lhe colocar na Corvinal por isso, podia sim.

Albus prendeu a respiração, imaginando de seria para lá, que iria.

Também é leal e honesto, como um Lufa Lufa.

Continuou ouvindo as palavras, cada vez mais nervoso.

Diferente do que acha, você é corajoso criança, muito mais do que voce acha, só que também é prudente, também é muito determinado, como o pai.

Sorriu, emocionado pelas palavras.

Mas são outras características que tomam conta de seu caráter, é astuto, um pouco inocente claro, mas astuto e tem uma imensa vontade de se mostrar,uma ganância de mostrar que pode ser mais que um simples Potter, que pode ser mais que o padrão.

Albus engoliu em seco, sabendo que o Chapéu estava certo, mesmo que não gostasse de admitir.

E poucas pessoas se acalmariam tão rápido como fez a pouco, ah sim, já esta decidido, não se preocupe menino Potter, nunca enviei ninguém para casa errada, você ira para...

Depois de uma pausa quase torturante, ele voltou a falar, anunciando sua decisão para o resto da escola, que já estava ficando impaciente com a demora do Chapéu.

SONSERINA!

Albus arregalou os olhos, estava ferrado!

Albus suspirou tristonho quando recebeu mais um olhar de desagrado de mais um companheiro de casa, onde tinha ido se meter?

Porque diabos começou a pensar que ir para sonserina não podia ser tão ruim assim?

Não era ruim, era horrível!

Droga, mil vezes droga, deveria ter parado de divagar sobre o quão a Grifinoria não ser perfeita, e ter seguido o comentário do pai, ter implorado para o Chapéu Seletor para o colocar lá, mas naaaaaaaao, tinha que ficar quieto e ter se enfiado no covil dos inimigos, droga vezes um bilhão!

Albus não tinha sido bem recebido, longe disso, os sonserinos o odiavam, incapazes de aceitar um Potter na sonserina, um 'traidor do próprio sangue' como era chamado, e o resto da escola o olhava com desconfiança o tempo inteiro, como se ele fosse algo anormal.

Ah, os Grifinorios era os piores, eles o olhavam como se ele fosse algum tipo de traidor, como se ele devesse estar junto com ele, e não com as serpentes e por fim tinha sua própria família, James sempre brincava dizendo que ele ia parar na Sonserina, mas quando viu que suas brincadeiras e suposições tinham realmente acontecido o sorriso lhe escapara dos lábios, e começou a olhar ele ressentido, como todos os seus outros parentes que estudava no colégio, céus.

O que ele tinha feito afinal? Alem de ter quebrado anos de tradição familiar, é claro!

Seu único consolo era a carta que seu pai tinha lhe mandado há alguns dias, na estação, antes de embarcar ele tinha dito que não se importaria em que casa seu filho entrasse, que isso não faria ele parar de amá-lo, bom, a carta tinha lhe confirmado isso, menos mal. Um parente ainda gostava dele! Que vitória!

Suspirou quando viu pelo canto de olho quando um sonserino do quarto ano colocava algo discretamente em seu suco, mais uma pegadinha que vinha sofrendo desde o primeiro dia de aula, ele ate que admirava a determinação deles em tentar lhe afligir de alguma forma, mesmo percebendo que ele nunca saia prejudicado, anos convivendo com Jorge Weasley tinha dado um resultado afinal, esperou pacientemente o quartanista se distrair e quando ele o fez trocou rapidamente seus copos, e deu um longo gole quando o sonserino voltou a olha-lo, sorrindo satisfeito enquanto achava que finalmente o tinha pego, ainda sorrindo levou a boca o copo com suco que ele próprio tinha envenenado e Albus reprimiu uma gargalhada quando viu todo o rosto do outro ser tomado por furúnculos.

Roubando uma ultima torrada Albus partiu para a primeira aula do dia, virando-se uma ultima vez para dar uma ultima olhada na sua obra prima Albus se preocupou quando viu um sorriso desdenhoso brincando nos lábios do menino Malfoy que o olhava com olhos que sabiam demais.

- Então, vi o que você fez no café! – Albus pulou de um jeito nada sonserino quando ouviu a voz arrastada de Scorpius Malfoy bem atrás dele, o menino tinha o alcançado sem que ele nem percebesse.

- Eu só revidei um ataque aberto! – ele se defendeu, se surpreendo com a firmeza em sua voz, mesmo quando tremia por dentro.

- Não estou de repreendendo – ele falou, divertido – foi muito bem feito para ele por agir daquela maneira, eu teria feito a mesma coisa se fosse comigo, então não se preocupe, não vou contar para ninguém.

- Não tem motivos para me defender!

- Obvio que não, mas acho você bem interessante, não é todo Potter que entra para a sonserina estou certo?

- Jurava que a expressão surpresa de todos no dia da seleção era apenas por causa do chapéu falante! – ele disse sarcástico.

- Sou Scorpius Malfoy – ele disse sorrindo.

- Eu sei.

- É claro que sabe! – e ali estava o sorriso presunçoso de que tanto tinha ouvido falar.

- Acho que seu irmão não gosta muito de mim – Scorpius comentou quando James passou por eles logo após o almoço lhe oferecendo um olhar bastante mortal. Se bem que tinha recebido olhares semelhantes quando tinha se sentado com Al na hora do almoço.

- Fomos criados para odiar Malfoy's , nada mais normal – Al comentou como se falasse do tempo.

- Você não me odeia!

- Quem disse isso? – ele perguntou sarcástico, ficaram se olhando por alguns segundos antes de caírem na gargalhada.

- Vem, quero te apresentar alguém! – ele disse puxando o outro pro salão comunal, onde foram recepcionados por olhares nada agradáveis. – Gwen! – chamou Scorpius, imediatamente uma menininha negra virou-se para atender o chamado.

- Scorps! – ela sorriu, cumprimentando-os.

- Gwen, deixe-me apresentá-la, esse é Albus Potter e essa é Guinevere Zabine.

- Ah! O alien grifinorio – Gwen riu da própria piada – prazer em te conhecer Al. – Al piscou com o cumprimento, antes de finalmente responde-lo – xi, não me diga que finalmente te acertaram um feitiço, ou você é lerdo assim mesmo?

- Não, ele só esta assustado com você querida – Scorps zombou.

- Ah, se for assim tudo normal – ela sorriu feliz, e Al percebeu que ela portava um leve sotaque italiano

- Liga não Al!

- Não precisa se preocupar, eu convivo com seres piores, um certo alguém chamado Jorge Weasley para ser mais preciso – os outros dois riram.

- Soube que estão te enchendo o saco – Gwen comentou – Espero que isso não distorça a imagem que tem da gente, nem todos os sonserinos são malvados. Mimados e egocêntricos talvez, mas não malvados – ela disse estranhamente seria.

- A maioria daqui são sangue puros e ricos, isso causa um certo egocentrismo.

- Vocês também são sonserinos! – Al exclamou surpreso, por ver seus novos colegas, falando assim dos companheiros de casa.

- Fomos criados diferentes de outros sangue puros – Scorps comentou – papai não teve um pai muito presente e não queria que eu cometesse os mesmos erros que ele, então fez de tudo para que eu não fosse contaminado com os preconceitos sangues-puros.

- Eu fui criada na Itália, papai nunca se envolveu na guerra, por mais que os Zabines fossem conhecidos pela sua paixão pelas artes negras, por isso depois que tudo acabou ele foi para Itália, onde a guerra não tinha chegado, onde conheceu mamãe e me criou, voltamos recentemente para a Inglaterra, já que papai queria que eu estudasse em Hogwarts.

- Você com certeza esta se envolvendo com os melhores partidos da sonserina – gabou-se Scorps.

- E os mais modestos também! – exclamou Gwen, os três riram.

Talvez ter sido selecionado para a sonserina não tivesse sido tão ruim assim.

Esquece o que eu disse, ser selecionado pra Sonserina tinha sido uma bosta, uma completa e fedorenta bosta.

Ou pelo menos foi isso que ele pensou quando viu a matéria no Profeta Diário no dia seguinte.

A manha tinha começado normalmente, se deixou dormir ate mais tarde, sem medo de ser atacado enquanto dormia, acordou com um sorriso e foi tomar banho, cumprimentando Scorpius, que dormia no mesmo dormitório que ele, e juntos vieram tomar café, e então o correio coruja chegou.

Um Potter na Sonserina

E difícil imaginar o quanto a família Potter lutou para chegar a onde estão hoje, uma família importante e renomada no mundo bruxo. Por anos a fio o atual patriarca Harry Potter lutou contra Aquele-que-não-deve-ser-nomeado e indo contra o que muitos achavam, ganhou e tornou-se o maior herói do nosso mundo.

Embora a família Potter tenha uma tradição de ser honrada e de junto com a família Weasley serem os mais numerosos membros em uma única casa em Hogwarts, um filho quebrou a tradição.

Albus Serverus Potter, contrariando anos de geração Weasley/Potter, foi selecionado para a casa das Serpentes. Ora, não seria de se espantar, uma vez que embora seja tradição não é uma obrigação, mas todos sabemos as qualidades necessárias para ingressar nessa ala de Hogwarts.

Esse artigo não tem a intenção de prejudicar ninguém ou de algum modo difamar alguém, mas e de conhecimento geral que da Sonserina, saíram os maiores e mais perigosos criminosos da historia e como uma família tão prestigiada com os Potter não podem e nem devem ser difamados.

- Bom, isso é um monte de merda! – Scorpius falou na sua usual voz arrastada.

- Eles dizem que não querem difamar ninguém ,mas o texto esta repleto de indiretas, quero dizer ''Os maiores criminosos' ou 'O que se precisa para entrar la'? eles praticamente disseram que todos os sonserinos são bruxos das trevas – reclamou Gwen exaltada.

- Isso é uma crença que muitos acreditam – afirmou Albus, completamente envergonhado.

- O que fazemos a respeito disso? – perguntou Gwen

- O que sonserinos fazem de melhor – explicou Scorpius tomando o jornal da mão de Al – ignoramos – e com um movimento de varinha o jornal se consumia em chamas.

E ali, quando os olhares se juntaram por cima das chamas do jornal estava selado um pacto que duraria por toda a vida.