Titanium
Capítulo I
por Ms. Liddell


Em mais uma etapa do dia, mais papeladas eram postas em cima de sua mesa. Fichários contendo os perfis de réus e suspeitos. Um já abrira para folhear e ter uma rápida visualização do caso que viria a seguir. Fez breves anotações em seu caderno sobre do que se tratava aquele fichário. Sua concentração se intensificava cada vez mais.

Foi tirado de seu transe ao ouvir batidas na porta de madeira da sua sala. Chegou a se assustar, mas olhou, percebendo a silhueta que o vidro translúcido delineava. Reconhecia sem pensar duas vezes. –Entre.

O sorriso dele misturou os seus pensamentos, dando lugar a outros. –Sabe que não precisa bater, maninho.

Como de costume e treinamento, Saga apoiava a mão direita em cima da pistola em sua cintura. Depois que adentrou, fechou a porta e encostou-se nela. –Muito ocupado? - Sorriu.

-A minha secretária trouxe esta pilha para mim agora. Terei uma boa tarde nesses fichários. Hm. Mas manterei a cabeça ocupada com isso. – Viu o gêmeo manear com a cabeça, compreendendo a sua situação.

-Posso lhe trazer um café. – Cruzou os braços e sorriu mais uma vez.

-Não vou recusar café seu, Sa. – Deu um pequeno riso, enquanto a caneta dançava entre os seus dedos. –Vai sair com a sua parceira hoje? – Nesse momento, deixou de olhá-lo, um tanto quanto enciumado nas palavras e fingiu escrever alguma coisa.

-Não, Kan. Eu vim ver como estava. – Começou sério, em tom profissional. –Pois precisarei de sua ajuda. Separei algumas fichas de um suspeito e quero saber o seu parecer. E tem mais uma coisa... Hum...

-O que seria...? Irmão travesso. – Debochou, sorrindo ao canto dos lábios. Saga sorriu, amava esse tipo de sorriso do gêmeo.

-Tem companhia para almoçar?

-Mesmo se eu tivesse, eu iria com você de qualquer forma. – O olhou e sorriu, carinhoso.

No mesmo tique, Saga pousou a mão na pistola e olhou para a mesa de Kanon, que notou discretamente o gesto dele e foi inegável algo lhe provocar em seu interior. –Combinado então, irmão.

-A propósito. Traz sim a ficha. Darei prioridade, porque presumo que estejam caçando-o.

-Claire está em campo nesse momento.

-Realmente achei que teria saído com ela. – O olhou, estranhando-o estar ali.

-Dessa vez, ela não quis ninguém a atrapalhando. Tsc.

-Você faz um serviço melhor que ela. – Falou, como se fosse óbvio o significado de suas palavras.

Deu de ombros. –Ela tem os mistérios dela. Estamos nessa parceria a pouco menos de uma semana. Aliás, desde que recebi o caso Collins. – Caminhou alguns passos para apoiar as mãos na mesa, inclinado à ele.

Kanon parou o que fazia para olhar o irmão em seus olhos, silencioso e tenso. A vida profissional que tinham se consistia em uma linha tênue.

Já a alguns anos, ambos, nesse emprego; o mais novo tinha o cargo de advogado e Saga, investigador. Por uma conexão do destino, ambos tiveram a oportunidade de trabalharem juntos na mesma delegacia e em muitos momentos, trabalhavam em um mesmo caso.
Porém, Saga atuava na maior parte do tempo, em campo. Diretamente, enquanto Kanon, indiretamente. Amavam o que faziam, isso, não era discutível, por nenhum.

Mas para o mais novo, que escondia a aflição e medo que todo dia lhe tomavam. Tensão que só melhorava quando o dia de trabalho acabava e voltavam para casa, juntos. Ou quando via a silhueta única dele pelo vidro da porta de sua sala.

Superar lembranças tristes foi uma tarefa dura para ambos, e para Kanon, não estava preparado a revivê-la com Saga.


Depois de um bom tempo e por culpa da faculdade, tento retornar a escrever. Muitas idéias, mas não consigo associá-las e escrever. Outras, para outros propósitos. Mas enfim, quero me educar para escrever com um tema diferente. Desacostumei a escrever em capítulos, mas essa precisa ter essa pausa de um a outro.

Espero que goste, baby. É um tema que sei que lhe agrada, mas espero ter a competência para pôr no papel para você, já que escrevê-lo sozinha eu acho que nunca fiz, sendo ele o foco, pois os protagonistas... ah! s2 continuação o mais breve que eu puder sim.