Saint Seya não é meu, mas a fic sim!
Espero não ofender ninguém...
Capítulo 1 – A Carta
Aquele era um dia nublado, mas extremamente agradável. Todos os cavaleiros estavam reunidos na arena, quando um dos soldados chegou, com vários envelopes em sua mão. Eles sabiam do que se tratava, mas esperaram a reação do grande mestre: Dohko de Libra.
- Amigos, sei que estamos em meio a uma reunião, mas pedi para que os soldados trouxessem todas as correspondências da semana. Depois de tanto treino e tanto esforço, vocês merecem um pouco de distração. Espero que não tenham nenhuma notícia desagradável!
O velho ancião sorri e faz um gesto de cabeça, autorizando a distribuição de cartas. Afrodite é o único que não reage, pois sabe que ninguém costuma mandar carta, principalmente nessa época do ano.
- Afrodite? Afrodite de Peixes? – chama o soldado.
- Sim! – responde Afrodite, se aproximando.
- Tenho uma carta para o senhor, não vai pegar?
- Carta para mim? Ninguém me escreve, principalmente agora, que está fazendo um frio extremo na Suécia... E conta não pode ser, pois não andei comprando nada no mês passado, mas estou curioso!
- Ei, Dite! Deve ser algum fã. – brinca Aioria.
- Se for, deve ser bem bonito, assim como você, meu leãozinho... – Afrodite provoca o cavaleiro de Leão, que fica roxo de vergonha.
O soldado entrega a carta para Afrodite, que logo lê o nome do remetente. Ele fica branco e quase tem um ataque cardíaco. Os cavaleiros percebem e correm até ele.
- Dite? – Gritam os amigos.
- Nossa, parece que viu um fantasma! Está bem?
- Eu... não pode... – ele chora compulsivamente.
- Você está precisando de alguma coisa, Afrodite? – pergunta um preocupado Dohko.
- De quem é a carta? Você nem abriu... – Máscara da Morte a questionar.
- Por favor, não me perguntem nada ainda. Depois de tantos anos sem ouvir falar nela, não posso parar de pensar no que a faria escrever para mim justo agora. Só pode ser uma tragédia... – Afrodite desabafa.
- De quem está falando? Você ainda parece em transe! – Máscara da Morte gela ao ouvir as palavras de seu amor.
- De uma mulher, Máscara. A mulher! – ele fala como se lembrasse de algo belo.
- Dite? Como assim... – Máscara da Morte fica inconformado.
- Uma amiga que me ensinou o que é o amor e fez com que eu me transformasse no cavaleiro de Peixes, mas pensei que estivesse morta. Se me dão licença, tenho muita coisa para pensar agora... – O cavaleiro de Peixes levanta a cabeça, ajeita o corpo e respira fundo.
- Dite... – Máscara da Morte chama choroso.
- Não agora! Você viu o estado que o peixe ficou? Nem parecia o mesmo. – Mu impede Máscara da Morte de ir atrás de Afrodite.
Depois da saída do cavaleiro de Peixes, todos ficam agitados.
- O Afrodite amou alguma mulher? – Perguntava um assustado Shura.
- Todos têm direito ao amor, não importa com quem seja. – Afirma Milo.
- Coitado do Máscara. Será que o Afrodite vai abandoná-lo? – perguntava Aioria.
- Certamente! Do jeito que Afrodite reagiu, aquela não era uma simples mulher. – comentava Saga.
- O amor é lindo, mas às vezes é tão nefasto... – Falava Aldebaran.
- Seja como for, o Máscara precisará de nós. – afirmava Mu.
Já no templo de Peixes, Afrodite fica largado em sua cama, com a carta jogada ao lado, ao alcance das mãos. Ele chora muito, mas faz o impossível para ninguém ouvir. Na arena, os cavaleiros começam a se dirigir para casa, ainda chocados com a reação de Afrodite e o estado emocional de Máscara da Morte, que está terrivelmente triste.
- Alegre-se, Máscara, tenho certeza de que o Dite não irá deixá-lo. – afirma Shakka.
- Amigos, sei que estão tão confusos quanto eu, por isso acredito que estejam sendo sinceros quanto ao respeito que estão tendo por mim. – Fala Máscara da Morte. – Respeitarei o Afrodite e hoje ficarei em casa...
- Daqui a uma semana treinaremos os novos pretendentes a cavaleiro de ouro. – Saga tenta desviar do assunto.
- Nem todos, Saga! Shiryu já ganhou a armadura de Libra e agora está treinando um garoto para ser o novo cavaleiro de Dragão. Hyoga, Seya, Shun e Ikki ganharão as armaduras referentes aos seus signos depois de derrotar o guardião delas e treinarão novos garotos para ser cavaleiros de bronze... – Comenta Kamus.
- Se Kamus, Aioros, Shakka e Aioria perderem as suas armaduras terão que ir embora, não é mesmo? – pergunta Milo, com certa tristeza.
- Na teoria sim, mas a prática é diferente... Atena acha um desperdício treinar os garotos só para a guerra, então ela usará as nossas habilidades para que possamos ajudar de alguma forma os rapazes. Eu os ajudarei na concentração e meditação, Kamus os ajudará na responsabilidade, respeito e quem sabe na cozinha... – Kamus olha feio para ele – Desculpe, não foi por mal! Os irmãos gregos darão aulas de gramática grega para quem veio de fora. Também ajudarão com outras coisinhas, não é mesmo? – Shakka pergunta.
- Sim, é isso mesmo! Como não poderemos mais ficar nas casas zodiacais, moraremos no templo do mestre, nos quartos reservados para os cavaleiros que não têm condições de lutar ou que resolveram se aposentar. – Debocha Aioros.
- Quer dizer, os doentes e velhos? – pergunta Shura.
- Quer ver quem é velho? Estilete enferrujado! – Aioros parte para cima.
- Vou sentir falta da briga desses dois... como sempre foram vizinhos, se pegavam nas escadas mesmo e da casa de Aquário podíamos ver o espetáculo... – comenta Kamus.
Com tanta confusão e descontração, até Máscara da Morte esquecera de Afrodite, ou pelo menos era o que aparentava. Os cavaleiros caminhavam sorridentes e faziam suas brincadeiras. Cada um ficou em sua casa, até que num determinado horário, Máscara resolveu ir à casa de Peixes.
- Afrodite, posso entrar? – pergunta Máscara da Morte.
Ninguém responde.
- Dite?
Preocupado, Máscara da Morte corre para o quarto do cavaleiro de Peixes, que está dormindo. Seu rosto ainda está inchado e a carta que deixara cair da mão esquerda, estava borrada e isso eram provas de que ele havia chorado muito. Ao ver a situação, Máscara pensou em ler o conteúdo da carta misteriosa, mas conteve-se, pensando:
"Não. Ele nunca me perdoaria, além do mais, se for algo muito grave, ele me conta. Acho que vou ajeitá-lo na cama, antes que ele acorde todo quebrado..."
Assim o fez. Com todo o cuidado do mundo, Máscara da Morte removeu a carta da cama, colocando sobre a penteadeira no quarto. O cavaleiro de Câncer voltou à cama e delicadamente ajeitou o amigo, fazendo o impossível para ele não acordar. Assim que ficou satisfeito com a nova posição de Afrodite, deu uma boa olhada em suas roupas: a mesma que usara no treino, nada confortável para dormir e sorriu, pensando consigo mesmo:
"Dite, você e essa mania de produzir-se até para treinar..."
Sem pensar duas vezes, Máscara decidiu retirar a roupa: primeiro os sapatos, depois as meias... Era incrível, mesmo depois de tanto esforço, seus pés ainda eram cheirosos. Era impossível alguém dizer que ele havia treinado pesadamente neste dia e não tomado pelo menos um banho.
Logo Máscara da Morte despertou de seu transe e começou a retirar a camiseta, tão delicada e que revelava um abdômen em perfeito estado. Não havia marcas e seus músculos eram bem definidos sem exageros, é claro! Não queria concorrer ao prêmio de Mister Universo, como alguns cavaleiros pareciam querer.
"Tudo em você é tão delicado e belo, parece um verdadeiro deus grego! O meu deus e amante."
Máscara não consegue conter um leve carinho no abdômen do cavaleiro de Peixes. Agora só falta a calça! A última e mais trabalhosa peça. Precisaria ter muito cuidado para não acorda-lo. O canceriano encarou o desafio com coragem e despiu a última peça que parecia incomodar o sono de seu amor.
Finalmente Afrodite estava livre para dormir. Apenas uma cueca cobria o corpo do cavaleiro de Peixes, uma cueca azul claro, que combinava com a cor de seus olhos. Máscara foi até o armário, de onde retirou um fino lençol e cobriu o corpo da pessoa que mais amava.
"Eu farei de tudo para não vê-lo sofrer, mesmo que isso signifique a nossa separação... Meu amor, se algo o estiver preocupando ou ameaçando eu serei o primeiro a ajudar, pode confiar, meu peixinho!"
Máscara da Morte sai do quarto e volta com uma cadeira nos braços. Ele a coloca delicadamente perto da cama, cuidando para não fazer o mínimo barulho e começa a velar o sono do amigo. Constantemente, Máscara confere a temperatura de Afrodite e a respiração. Sabe que é besteira, mas não consegue se conter.
Passam-se das 9 horas da noite quando Afrodite desperta. Máscara da Morte já se entregou ao cansaço e acabou dormindo na cadeira. O cavaleiro de Peixes percebe o que está acontecendo e dá um pulo da cama, o que faz Máscara acordar.
- Não queria acordá-lo, desculpe! – Dizia Afrodite.
- Tudo bem, esqueça. Vejo que está mais calmo agora. Não quer se abrir?
- Você me perdoa? – Afrodite parecia muito apreensivo.
- Por quê? – Preocupa-se Máscara da Morte.
- Por ter te preocupado e ter feito você...
Máscara da Morte o interrompe com um beijo. É um beijo ardente e selvagem. Suas línguas se roçam, fazendo um belo balé. Alguns diriam que estavam tentando dar um nó entre as duas, tamanho o contato e a fúria de seus movimentos. Os braços também não conseguiam parar, principalmente os de Máscara, que estavam acariciando as costas nuas de seu amado. Sem mais nem menos, Afrodite empurra o corpo de Máscara para longe do seu, abaixa a cabeça e grita:
- Não!
- Dite, o que foi? Você sempre gostou...
- Eu não posso mais.
- Porque não?
- Tenho outras responsabilidades agora.
- Que responsabilidade?
- Não posso contar ainda e... Cadê a carta? – Afrodite treme de tanta tensão.
- Eu guardei, mas não li. Eu te conheço e não quis ofendê-lo. Sei que confia em mim e se estiver precisando, falará.
Afrodite sorri sinceramente para o amigo e se levanta da cama.
- Você é a melhor pessoa com quem convivi nesse Santuário. Sei que não preciso deixar de dizer o quanto amo você e a importância que tem na minha vida, não é mesmo, mas está na hora de revelar a verdade, de falar sobre o meu passado e sobre a Bianca, uma italiana que foi muito especial em minha vida.
- Italiana? Hnf! É coincidência demais para ser verdade...
- Espero que não tenha ciúmes e nem me julgue mal, pois na época eu era um garoto de 12 anos e ela uma adolescente de quase 14. Apesar da diferença de idade, nos demos muito bem, mas ela se foi, deixando uma lembrança muito especial e inesquecível. Parece ridículo e um pouco estranho o que eu li, mas agora tudo se encaixa...
- Pode desabafar, estou aqui para o que der e vier, amore mio!
- Eu sei! – Ele sorri, mas algo chama a sua atenção – Eu falo depois de jantar! Já são quase 10 horas da noite e estou com muita fome.
- Devo confessar que o meu estômago também está reclamando. Vamos, cozinharemos juntos hoje, que tal? Eu faço a bagunça e você limpa!
- Só para variar, né? – Sorri Afrodite.
Na cozinha, Máscara separa e prepara os ingredientes, as panelas e todos os apetrechos necessários. Suas habilidades na cozinha são invejáveis a muito chef famoso. Seu ponto fraco é a organização. Afrodite pensa:
"Não entendo como ele consegue sujar tantos recipientes para fazer um único prato! Às vezes usa todo o meu estoque de panela para fazer refeição para 2 pessoas."
O cavaleiro de Peixes sorri e logo que um recipiente é desocupado, ele já pega e lava, assim fica mais fácil quando a refeição estiver pronta. Sempre foi assim, mas os dois gostavam, pois Máscara não era muito de fazer limpeza e Afrodite não queria sujar as mãos ou deixa-las fedidas de cebola ou algo parecido. Como sempre, os dois terminam quase juntos seus deveres e comem. Desta vez estão em silêncio absoluto, pois a conversa será muito séria e difícil.
CONTINUA
Oi, voltei a escrever seriamente. Acho que sou melhor assim! Este é um aperfeiçoamento da fic "Encontro Inesperado" e prometo causar muitas surpresas!
No próximo capítulo, conheceremos a história da única mulher que Afrodite realmente amou. Já sabemos que é italiana, mas como aconteceu e que tipo de lembrança pode ser tão especial? Espero vocês no próximo capítulo!
