A moralidade do amor
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
soluçando nas trevas, entre as grades
do calabouço olhando imensidades,
mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
quando a alma entre grilhões as liberdades
sonha e sonhando, as imortalidades
rasga do etéreo Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
nas prisões colossais e abandonadas,
da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?
Dedicado, acima de tudo, à Beatriz Cunha Dias, afinal fora ela a razão do meu sofrer sutil; uma amiga que jamais esquecerei. Pois somente com sua morte pude sentir o mesmo que o Sirius, preparando-me para melhor interpretá-lo. Uma dor insuportável mas benéfica, quem sabe.
Padfoot
