NA: Fic escrita para o Projeto Broken do da seção DG do fórum 6V.


Pele.

Branca, pálida, lisa, salpicada de sardas claras nos ombros, no começo das costas.

Ele deslizou os dedos por aquela pele vendo-a se arrepiar.

Sabia que seus dedos eram demasiados frios naquele corpo quente, mas Ginny sorriu.

Os dedos de Draco se voltaram para o piano, deslizando pelas teclas frias, apagando o calor que sentia em Ginny.

Olhos cinzentos e olhos castanhos em silêncio.

Não havia muito o que dizer.

Nunca havia muito pra dizer. Todas as palavras terminavam em brigas. Lágrimas nos olhos castanhos dela. Raiva e tristeza nos olhos dele.

Talvez os bons tempos chegassem e não precisassem se esconder, não precisassem da tensão.

Draco fechou os olhos enquanto deslizava os dedos com maior velocidade pelas teclas.

Ginny recostou-se no ombro dele.

Aquela pele quente em contato com a sua.

Os lábios de veludo vermelho. Aquela respiração doce e quente.

- Draco.

Ele errou a nota. Seus olhos se voltaram para Ginny. Presos nos lábios. Aquilo era deveras encantador para ele.

Pele fria, quente.

Olhos cinzentos. Sorriso de veludo, os lábios vermelhos.

Talvez fosse por isso que estavam ali. Que se escondiam. Draco queria aqueles lábios, aquela pele quente, até mesmo as sardas lhe pertenciam.

Ginny lhe pertencia. Pertenceria para sempre.

Ela se inclinou lentamente, tocando-lhe os lábios. Um beijo lento, calmo.

Sem emoção.

Draco suspirou. Acariciou o rosto dela, passou os dedos pelas mechas de cabelo vermelho, admirou as tonalidades por alguns segundos, ela tinha um cheiro tão doce...

Caminhou até o armário pegando um pequeno vidro que exalava o mesmo cheiro que ela.

Pingou algumas gotas na água e entregou o copo a Ginny.

Ela bebeu sem dizer nada.

- Eu te amo – ela falou.

Draco fechou os olhos respirando fundo. Ela o abraçou. Permaneceu com os olhos cerrados, deslizando os dedos nos cabelos e então beijando-a.

A textura era fascinante como sempre, todo o veludo do mundo não passava de uma imitação daqueles lábios. Todo o calor era uma sombra da temperatura dela.

E pertencia a ele. Apenas a ele. Puxou-a para si com violência, mantendo-a próxima, sentindo-se desesperado.

Aquele corpo, aquele calor, aqueles lábios. Tudo pertencia a ele.

- Queria que me amasse – ele sussurrou.

Os olhos castanhos em silêncio, sem brilho e apenas encarando os olhos cinzentos. Não havia amor dentro deles.