Renesmee está fazendo 16 anos, o dia que elas mais temia! Ela odeia chamar qualquer atenção, mas hoje será inevitável. Aqui escrevi um pouco da vida dela, não só o momento do aniversário. É meu ponto de vista da minha personagem preferida, além da Bella, que embora não fale muito dela na história de Stephinie, eu quis escrever como eu imagino a "garota dos cabelos com anéis de bronze". Espero que gostem da fic! Sejam sinceros!
1- Surpresa
Eu estava chegando ao chalé, não me lembrava de onde eu vinha, mas sei que estava chegando a minha casa. Quando entrei foi estranho. Havia espalhado por toda a sala flores, lindas flores vermelhas, principalmente rosas, muitas rosas e um perfume intenso que chegava ser enjoativo. Sabia que minha mãe adorava flores, mas não tão excessivamente. Meu pai devia ter dado a ela.
A minha atenção foi desviada quando ouvi um barulho vindo de um dos cômodos da casa. Parecia que alguém estava sofrendo. Fui avançando pelos conhecidos corredores e percebi que o grito agonizante vinha do quarto de meus pais. Tinha receio de entrar, aquele grito parecia familiar, isso que mais me agonizava. Quando entrei, percebi uma cena que eu ainda tinha muito vaga em minha memória e que eu não gostava muito de lembrar ela. Minha mãe deitada sobre a cama, a cena no momento em que eu nasci estava se repetindo. Eu me sentia mal, eu quase matei minha mãe naquele momento, era doloroso olhar novamente aquilo. Eu podia ver o sofrimento do meu pai, a dor que ele sentia a vendo sofrer. Sabia que minha mãe era louca de fazer isto, ela devia ter ouvido meu avô e meu pai quando ela engravidou. Como ela podia desperdiçar a vida, morrer e deixar de viver ao lado do homem que ela tanto amava. Mas, no fundo eu sabia que ela não era tão insensata assim. Eu sabia que se fosse eu que tivesse no lugar dela, eu teria feito o mesmo. Mas mesmo assim parecia incompreensível para mim. Quando comecei a analisar bem a cena novamente percebi que havia algo diferente da cena original, pelo menos, algo diferente do que eu me lembrava vagamente e que meus pais haviam me contado: Carlisle estava auxiliando Edward no momento do parto, o que não havia acontecido realmente, Edward fez tudo isso sozinho no passado; e minha mãe não estava com aparência humana que eu havia visto em fotos, estava como uma vampira, mas sagrando e sentindo muita dor. Em meio de toda aquela angústia aconteceu, eu havia nascido. Minha mãe estava quase morrendo, Carlisle foi tentar salva-la enquanto Edward me enrolava no que parecia ser uma manta de textura suave. No colo meu pai sussurrou para mim, na verdade para o bebe: "Nossa Nessie, nossa linda filha!". Minha mãe sorria de felicidade apesar da dor que ela aparentava sentir e pedia desesperada a Edward que me colocasse em seu colo. O momento era lindo e ao mesmo tempo doloroso e estranho. Eu me virei para o lado e vi um grande calendário com a página no dia 10 de setembro. Tudo estava cada vez mais confuso, não estava mais conseguindo pensar no que estava acontecendo. Tentei falar com meu pai, mas quanto mais eu o chamava, mais parecia ele me ignorar. Por que ninguém me ouvia? Eu começava a ficar desesperada e esse perfume das flores estava me deixando nauseada. Eu não conseguia alguma resposta e a cena parecia ficar cada vez mais dolorosa.
Eu perdi, mas quando foi que meu pai havia mordido minha mãe? Seus gritos que já eram agonizantes antes, agora provocavam uma dor mais intensa tanto em mim quanto nela. Eu comecei a procurar o bebê. Onde eu estava? Carlisle havia sumido! De repente só encontrava aquela cena: meu pai de joelhos e segurando a sua mão com a agonia estampada em seu rosto. Eu não conseguia ficar parada sem fazer nada, eu queria falar com ela, dizer que tudo ficaria bem, que eu estava junto com ela, mas não conseguia. Eu gritava, mas não conseguia ouvir minha própria voz. Eu queria fazer algo. Eu necessitava fazer algo. O desespero e a agonia daquela cena estavam ficando insuportáveis.
Foi quando abri meus olhos. Foi um alivio para mim, sair daquela cena que me provocava sensações desesperadoras. Mas algo ainda me incomodava muito. Olhei para os lados e localizei a causa do meu estresse logo de manhã, o perfume de flores não era fruto da minha imaginação, havia um enorme e exagerado buque de rosas nos dois lados da cabeceira da cama. Perfume era bom, mas eu passava mal quando havia o cheiro em excesso.
Eu ainda estava sob efeito do sonho, ou pesadelo. Eu não sabia definir bem o que havia acontecido. Comecei a respirar bem fundo para ver se meu coração se desacelerava e eu me acalmava. Eu simplesmente não conseguia. Aquelas imagens martelaram em minha mente como pingos de água em uma torneira mal fechada. Olhei para o teto, procurando um ponto fixo para olhar e me acalmar, esquecer aquela agonia.
Foi quando eu percebi que aquele teto não era branco como o do meu quarto do chalé, mas um lavanda bem claro, que não sei se para olhos humanos haveria diferença. Eu havia mudado a cor do meu quarto ou eu estava com os olhos embaçados? Sentei lentamente, e comecei a observar. Nada naquele cômodo parecia familiar para mim. A cama king-size a qual eu estava sentada; a cor lavanda, mais clara no teto e mais definida nas paredes; a escrivaninha, na qual se encontrava em minha frente com um computador sob ela e uma televisão de plasma pendurada na parede acima dela; pufes em frente à parede de vidro que dava para a floresta e... um piano!? Em um quarto? Onde é que eu tinha me enfiado essa noite? Já não bastava eu não estar muito certa por causa daquele fruto imaginativo que tive antes de acordar, e agora estava em um lugar que eu nem fazia idéia onde era. A única coisa que amenizou meu desespero, que não era pouco, foi o familiar campo, e um pequeno e familiar bosque que estava depois da parede de vidro. Mas não durou muito. Como eu havia vindo parar aqui!? Não me lembro de ter entrado em nenhum cômodo parecido em toda a minha vida. Não conseguia lembrar como eu havia chegado ali. Comecei a formular teorias para ver se minha mente clareava, mas elas serviram somente para ocupar espaço mental. As teorias eram: eu ainda estava dormindo, o que eu achava meio impossível; eu havia sido seqüestrada ou eu era sonâmbula e nem sabia, então tinha vindo parar na casa de outra pessoa. Claro que as três teorias eram bastante improváveis e bestas, mas por precaução, se a última teoria estivesse correta era melhor eu começar a criar uma história para contar quando eu atravessasse aquela porta. Sinceramente eu estava tão sonsa que eu nau sabia nem o que pensar.
Ao invés de ficar desesperada, comecei a fazer algo mais lógico: dar atenção aos barulhos que vinham do andar inferior. Então percebi que lá embaixo, na sala de estar, uma televisão ligada, e alguém assistia, acho que um canal que parecia ser de esportes, devido aos gritos de torcida e um narrador que gritava muito. Na cozinha, havia alguém cozinhando algo que pareciam ser ovos, a julgar os estalos e o cheiro que eu sentia o que fez minha barriga roncar. Alguém estava na garagem consertando obviamente um carro, essa pessoa parecia impaciente com algo, pois batia uma chave inglesa, eu acho, em um ritmo rápido e perfeito. Mas não havia nenhum coração batendo, somente respirações. Sem som de pulsação! Como eu era idiota! Idiota! Idiota! É claro! Como eu não tinha percebi onde eu estava. Mas eu não lembrava da existência desse dormitório na casa de meus avós, quando foi que ele apareceu?
- Ela já acordou? - Perguntou a doce voz feminina e familiar, em um tom preocupado.
- Já! E ela parece bem confusa! – Respondeu a voz masculina meio preocupa, mas mais relaxada que a primeira.
- Não devíamos ter feito isso. A coitadinha deve ter se assustado! – Minha mãe, Bella, sempre preocupada demais comigo.
- Não se preocupe amor! Ela só estava confusa, não reconhecia o lugar. – Acho que meu pai era mais calmo em relação a mim, devido ao fato de ele poder ler minha mente sem eu ter que tocá-lo. Ele sabia do sonho que eu havia tido, mas não falaria para minha mãe para não preocupá-la ainda mais, embora a preocupação dela fosse meio tola.
-Podemos subir? – Perguntou a voz animada de Alice.
- Sim. Acho que agora ela está mais calma. – Claro que ele sabia que eu estava ouvindo tudo, e o que era pior, ele tinha ouvido todas aquelas teorias doidas. Ter um pai lendo sua mente não era ruim quanto parece, quando se podia ter um tio como Emmett lendo sua mente. Sinceramente, se fosse ver por esse ponto de vista não era tão ruim. Ele me ajudava quando eu não queria falar dos meus problemas. Tinha alguns pontos negativos, como não poder pensar em algumas coisas que eu e Jake fizemos. Nada demais, mas Edward podia saltar na garganta de Jake com esses pensamentos. Como tudo na vida, como se eu tivesse uma vida normal, tinha pontos negativos e positivos
Ouvi os oito passos familiares subindo a escadaria. Faltava um, que eu sentia falta. Só que esse teria acompanhado junto com o som dos passos o som da pulsação. Eu não ouvia o som de sua pulsação em cômodo algum da casa. Jake não estava em casa. Onde será que ele havia ido? Ele geralmente estava aqui quando eu me acordava. Não nesse cômodo desconhecido que eu estava, mas no chalé ou na casa de Carlisle e Esme. Jake Havia se mudado e tinha o seu próprio quarto no chalé. Mas para variar, eu e Jake às vezes dormíamos juntos, e Edward, digamos que ele não se sentia muito confortável quando Jake dormia comigo no mesmo cômodo e na mesma cama, mas nunca ocorreu nada de mais significativo entre nós dois, por isso minha mãe o convencia que não tinha nada demais naquilo.
Ele viria hoje, eu tinha certeza, pois gente não passava um momento separado desde o dia em que nós começamos a namorar oficialmente. Na verdade ele sempre estava grudado em mim, mas antes era como se fosse um "irmãozão" e não como namorado.
Tentei tirar minha expressão de sonsa o máximo possível, uma coisa a menos para Emmett debochar já que ele teria vários durante o dia.
Emmett era um tio diferente, na verdade ele era como um irmão mais velho para mim, ele era legal, mesmo. Ele é muito debochado, mas acho que isso vinha em todo gene masculino, alguns vinham mais, em outros menos. No caso de Emmett tinha vindo em excesso. Só que eu não podia deixar de admitir que suas gracinhas às vezes me fizessem sair do tédio. Geralmente eu saia correndo atrás dele, fazia alguma aposta ou brigava com ele, mas só na esportiva. Seus temas preferidos de deboche comigo eram as minhas tentativas de encenação e meu namoro com Jacob, mas principalmente o meu relacionamento com Jake, suas piadas eram bem, digamos, muito íntimas. Isso só ocorria quando Edward ou Bella não estavam por perto para me livrar. Por ele, as coisas seriam bem mais interessantes. Só não ia além porque Rosalie não deixava.
Rosalie. Rosalie era do tipo de tia coruja. Na verdade, ela e Alice eram. As duas viviam me paparicando com roupas de grifes caras e penteados "modernos" em meu cabelo, que elas praticamente o endeusavam. Diziam que ele era perfeito com aqueles "anéis de bronze" nas pontas. Na maioria das vezes em que elas mexiam em meu cabelo, eu acabava desmanchando o "estrago". Sempre estavam me arrastando para lojas em Londres ou quando tinham oportunidade, voavam até Nova York comigo. Eu as adorava, mas essa coisa de comprar roupas não era comigo. Eu gostava de comprar, mas uma vez a cada um ou dois anos, e não de mês em mês, como seguia o calendário delas. Alice estava sempre falando que eu não devia ter seguido os passos de Bella: "Eu devia ter te ensinado desde o início, acabei deixando para Edward e Bella, e olham o que eles fizeram". Dramática, pensava. Só Jasper para aturar os dramas de Alice.
Jasper era o tipo de tio 'reservado'. Ele era legal comigo, quando eu queria lutar, ele me ensinava uns golpes ou algo do tipo para derrubar Emmett, um objetivo que tínhamos em comum, tentar ganhar de Emmett, mas ele não era de fazer escândalos ou brincadeirinhas. Eu gostava disso. Gostava também quando eu estava nervosa ou ansiosa e Jasper vinha com aquela onda de tranqüilidade, eu adorava. O ruim era quando eu estava escondendo algo, então ele pressentia antes de qualquer um a minha farsa, não que precisasse ter poderes como os de Jasper para ver que eu estava mentindo, minha cara sempre declarava isso. Em todo caso, odiava quando isso acontecia, mas quando se vive numa família onde um é um leitor de mentes ambulante, outro mudava suas emoções e uma baixinha lia o futuro, tinha que saber contornar certas situações.
Meus avós tinham idade para ser bem mais que meus avós, mas tinham aparência para ser no máximo irmãos mais velhos. Mas isso não mudava nada, minha família era completamente anormal, então qual a importância de alguns anos a mais? Esme adorava conversar comigo e eu com ela. Nós duas falávamos dos mais diversos assuntos, parecíamos duas melhores amigas quando nos juntávamos. Eu adorava ver seus criativos projetos de decoração, achava um máximo a sua criatividade. Sempre que possível ela me mimava com algum presente nada modesto que ela encontrava em alguma loja em alguma viagem que ela e Carlisle faziam de férias.
Já meu vovô adorava meu dar aulas, e sinceramente, eu gostava também. Ele me explicava de um jeito fácil e carinhoso, e eu adorava quando pequena, ficar horas com ele em sua biblioteca particular e no seu escritório no hospital, mania que eu ainda mantinha. Ele disse que eu tinha uma vocação para medicina, sinceramente eu não me imagino tocando em órgãos de outras pessoas. Talvez eu faça isso quando me restar poucas opções de carreira, afinal eu tenho uma eternidade pela frente, o que significa muito tempo. Isso me lembrou uma vez quando ele me deu aulas de anatomia e o assunto foi reprodução humana, dando o ponta pé inicial para Bella ter a conversa franca comigo, o que foi muito constrangedor, eu, Bella e 'o assunto'. Foi o ano passado, acho que sob pressão de Edward. Eu via que ela não queria ter falado aquilo comigo, na verdade, as aulas de corpo humano com Carlisle e minhas futuras aulas na escola sobre o assunto em Ciências Humanas já me bastariam, mas ela como papel de mãe era obrigada a fazer isso. Pior não foi tocar no assunto, foi aturar Emmett depois: "Como seu tio eu também tenho que te passar alguns conselhos sobre o assunto Ness: Por experiência própria, acho que vocês dois terão que fazer isso ao ar livre, se não a casa terá risco de cair", disse ele logo no dia seguinte da conversa, ele falou mais alguns "conselhos", mas eu nem me atrevo pensar de novo.
Ouvi uma batida suave na porta branca e cuidadosamente trabalhada com detalhes que pareciam ser flores, que eu só tinha percebido agora.
- Toc-toc, podemos entrar? – Perguntou Bella com a porta entreaberta.
- Claro, mãe.
A minha família entrou devagar, como se não quisessem me assustar. Tá! Não era para tanto, eu não era tão retardada assim.
Eu me levantei rapidamente, com as minhas perguntas pipocando em minha mente.
- Sinceramente, não estou entendendo nada! O que está acontecendo? O que é tudo isso? Alguém pode me explicar?
- Você não sabe que dia é hoje, Ness? – Perguntou Alice incrédula.
- Não! Deveria saber?
- Claro! É seu dia Ness! – A empolgação de Alice me assustou, seus olhos faiscavam.
E com razão ela me assustava. Diversas vezes ela me fez passar por experiências traumáticas, como por exemplo, ir caçar com uma sandália Louis Vuitton prata que ela quase soldou nos meus pés a três meses atrás.. Só me lembro de ter arrebentado a sandália enquanto corria e ter caído, coisa que ocorre quase nunca, na verdade foi somente aquela vez. Seus olhos cintilavam quando ela apareceu com aquelas sandálias nas mãos. Motivo para eu ter medo daqueles olhos naquele momento.
- Meu dia? Como assim?
- Nessie, você ainda está dormindo? – Perguntou Rosalie indignada. Não era minha culpa se o meu calendário mental não estava sincronizado.
- Nessie, amor, é o seu aniversário – Falou minha mãe enquanto me abraçava. Adorava o abraço de Bella, o frio dela na minha pele era reconfortante. – Parabéns, querida!
- Meu aniversário? – Meu aniversário? Quando? Como assim? Como eu pude esquecer?
- Não acredito que você esqueceu Renesmee! – Respondeu Edward aos meus pensamentos, enquanto me abraçava e beijava-me na testa.
- Tem certeza que é hoje?! – Não podia ser!
- Claro! Eu não esqueceria seu aniversário de 16 anos de jeito nenhum – Disse Alice novamente com aquela empolgação de dar medo.
Espera. Aniversário. 16 anos. Não. Não! Não! Não! Não! Não! Essa era uma das datas que eu mais temia depois daquele dia em que os Volturi vieram até Forks com a finalidade de me matar. Esse era o dia em que Alice, Rosalie, Esme e até não duvido que meus pais também, fariam com que eu nunca esquecesse devidos os presentes caros e, provavelmente uma festa gigantesca que eu teria nessa data. Eu achava um absurdo! Para que tudo isso? Eu iria fazer com certeza várias festas de 16 anos em minha vida. Eu era imortal! Além disso, eu detestava chamar atenção. Detestava não era a palavra certa, eu odiava. Mas isso era meio que inevitável, já que eu era a pequena da casa, a filha única, a única sobrinha, a única neta, em fim, quanto mais eu evitava, mais atenção eu tinha. Esse era o principal motivo de eu temer essa data. Não consegui evitar fazer uma expressão de medo.
- O que houve Ness? Por que a cara de nojo? Lembrou dos seus beijos com Jacob? Deve ser mesmo repugnante beijar algo com tanto pelo! – Eu somente fuzilei Emmett com os olhos, não começaria uma briga logo de manhã.
Na verdade nem tive tempo de pensar em uma resposta, porque braços já me envolviam dizendo "parabéns" ou "feliz aniversário". Meus avós foram os primeiros, depois vieram Emmett, Jasper e Rosalie e Alice ao mesmo tempo me abraçando e me puxando para trás. O que deu nelas?
- O que vocês estão fazendo? – Perguntei desesperada a elas.
- Levando você ao resto do seu presente, que na verdade é só parte do que você verá hoje. – Disse Rosalie empolgada. Tudo o que estava relacionado a mim, fazia Rose ficar super empolgada.
Olhei suplicante para meus pais.
- Não se preocupe filha. Você vai resistir. – Não eram essas palavras que eu queria realmente ouvir de Bella, esperava mais dela.
Olhei para meu pai para ver se eu tinha mais alguma chance de ser salva. Mas ele somente sorriu e balançou a cabeça em um não ao meu pensamento. Droga!
As duas me levavam em direção a uma porta no próprio quarto.
- Espera, deixa-me ver se eu entendi. Esse quarto é meu presente de aniversário?!
- Só agora que você entendeu Nessie?! – Perguntou Alice incrédula enquanto me parava diante a uma porta semelhante à porta da entrada do quarto. A diferença é que essa porta era dupla, o que queria dizer que havia algo bem grande atrás dela.
Um quarto de presente? Que humilde. O que mais eu veria hoje? Uma mansão de 5 andares ou uma cidade inteira só para mim? Não me surpreenderia se esses fossem meus próximos presentes.
- Preparada? – Perguntou Rosalie.
- Para enfrentar o dia que eu vou ter hoje ou para ver o que tem atrás da porta? – Todos riram atrás de mim, menos Rose e Alice que pareceram não gostar da brincadeira, que para mim foi uma indireta que eu havia dado e não uma brincadeira.
- Engraçadinha – Disse Alice em um tom nada engraçado. – As piadas não vão te salvar Renesmee.
- Podemos abrir a porta? – Perguntou de novo Rose impaciente.
- Na verdade, não! – Eu podia sentir os olhares do resto da minha família atrás de mim, as risadinhas discretas de todos e a risada escandalosa de Emmett.
- Deixe de fiasco Nessie, é seu aniversário! – Como se o que Alice me falou tivesse feito eu me sentir melhor.
- Tá bom, abre a porta! – Eu teria que abrir ela agora ou depois mesmo!
As duas abriram na maior empolgação.
- Nossa!
Mas um "nossa!" de espanto e ao mesmo tempo de desespero. Um cômodo maior ou do mesmo tamanho que o quarto se encontrava atrás das portas. Um closet gigantesco. E o que me surpreendia, totalmente ocupado com roupas. Como é que caberiam mais roupas do jeito que elas compram pra mim! Meu pai riu com esse pensamento.
- Concordo com você Ness! – Disse Edward.
- O que foi? – Perguntou Esme curiosa.
- Ela estava pensando como caberiam mais roupas no closet se Alice e Rosalie compram roupas novas para ela todo mês – Respondeu.
Todos riram em sincronia e discretamente.
- Ah! A gente dá um jeito! – Falou Alice. Não era problema pra ela, claro! Sua solução seria colocar todas as roupas foras cada vez que eu usar elas uma única vez.
- Aqui ficam os seus vestidos. Bom, eu e Rose escolhemos uns incríveis em Nova York semana passada – Alice entrava na maior empolgação naquele cômodo gigantesco, indicando como uma guia turística as minhas novas roupas e onde elas se encontravam. Rose me puxava pelo pulso atrás de Alice para poder acompanhar, pois meus pés não se mexiam.
- Ness, você iria ficar linda nesse vestido! – Ela me apresentou um vestido vinho balone cheio de bordados na parte superior. Eu juro que tentei fazer uma cara que parecesse que havia gostado, mas pelo olhar de Alice ela percebeu, como todo o resto da minha família que não era uma peça que havia me agradado muito.
- Ai Nessie – Disse Alice em um suspiro. - Definitivamente você não sabe mentir nem quando tem que mentir. Mas hoje você vai ter que vestir o que eu e Rose decidirmos.
Eu congelei. O que elas quisessem! Definitivamente hoje seria o pior dia de todos. Rose já estava indo para o lado leste do grande cômodo para, certamente, me mostrar uma peça que eu provavelmente teria que vestir hoje, quando Bella deu um pigarro.
Aquele pigarro foi uma música para os meus ouvidos. Ela tinha acabado de me salvar de uma das muitas leis que seriam decretadas se Alice e Rose continuassem a mostrar o closet.
Alice e Rosalie pareciam ter ignorado facilmente o pigarro que Bella deu, fingindo que nem tinham ouvido (como se isso fosse possível).
- Ãhn... Alice, Rose?! – Chamou Bella em uma segunda tentativa.
- Sim? – Responderam as duas entregues a insistência.
Minha mãe fez um olhar estranho para elas.
- Agora a gente vai deixar você sozinha para aproveitar o presente, Ness. - Falou Bella para mim, dando uma leve piscadela para Alice que eu percebi. Isso era para ser bom, porque meu plano era de voltar para cama depois que todos saíssem, mas aquela piscadela não me fez relaxar.
- Sinceramente eu acho que não. Eu quero mostrar a Ness o closet – Disse Rose em um tom de voz firme.
- Rose! Deixe Ness aproveitar o presente - Às vezes Carlisle era o único que Rose ouvia.
Edward me observa como quem não queria me deixar sozinha. Quando ele percebeu através de meus pensamentos, ele mudou para uma expressão relaxada.
O que eles estavam aprontando?
- Ah! É a gente tem que... arrumar umas coisas lá embaixo, né pessoal? – Disse Rose, em um tom mal-humorado, como se estivesse esquecido alguma parte do plano que eles haviam planejado, mas com certa má vontade.
Todos me observavam, parecendo esconder algo.
- Isso. – Respondeu Alice rapidamente. Na verdade rápido demais. Eu acho que eu estava ficando paranóica.
- Aproveite Nessie! – Disse Emmett em um tom debochado com uma risada exagerada.
- Não abuse Ness,... Do presente - Advertiu Edward. Por que meu pai falou isso?
Eles saíram rápido demais. O que estava acontecendo? Era melhor um me preparar, coisas desse tipo aconteceriam hoje pelo resto do dia. Ou simplesmente eu estava ficando paranóica, quem sabe eles não estavam escondendo nada? Que ilusão minha! É claro que estavam!
Eu respirei fundo, esperando que quando eu movimentasse no closet alguma coisa fosse acontecer ou que visse alguma coisa inesperada.
Com aquela situação toda que havia ocorrido, tinha até me esquecido do sonho que eu tive. Ele veio de repente em minha mente e eu fiquei pensando na cena do grito agonizante. Com certeza aquela imagem me perturbaria pelo resto do dia. Fui então explorar meu closet, na esperança de espantar a lembrança. Não haveria nada ali, se não já haveria ocorrido. Eu tinha que parar com essa paranóia de desconfiar de tudo hoje. Quem sabe elas iriam pegar leve comigo. Talvez meus pais tenham conseguido controlar eles mesmos e as duas doidas para o dia de hoje.
Comecei pelas blusas, para me distrair. Eram inofensivas! Até que elas não haviam exagerado tanto. Viu! Eu estava me precipitando. E ainda bem, se não aquele gigantesco cômodo seria de nenhuma utilidade. E funcionou, eu comecei a relaxar e a esquecer daquelas imagens. Fui olhar as calças, vestidos, sapatos. Alice tinha razão, eu estava fazendo muito escândalo para nada. De certo minha mãe devia ter ajudado Rosalie e Alice comprando as roupas também, por isso havia roupas que eu gostava. Comecei a abrir as gavetas, que por sinal não eram poucas. Nunca tinha visto tantas gavetas em um cômodo só. Mentira, o closet de Alice tinha mais gavetas do que qualquer closet no mundo. Ela devia colocar no Guinness Book. Comecei a vasculhar as gavetas da direita para esquerda, de baixo para cima. Estava na quarta coluna da parede do fundo: meias, óculos, roupas intimas e... Espera. O que... Cheguei à quarta gaveta, que por sinal era bem grande. Eu não acredito no que eu estava vendo: Lingeries! Ousadas, vermelhas, de cetim e seda, pretas, de renda, transparentes! Eu tinha bastante motivo para temer de entrar naquele closet! Eu sabia que eu não estava errada! Elas exageraram muito desta vez! Lingeries! Elas acham que eu já... Eu iria me controlar, não perderia a cabeça por causa disso hoje, já teriam bastantes coisas pra surtar durante o dia. Talvez surtasse com elas amanhã. É amanhã é melhor. Eu não deixaria essa passar. Aquelas duas doidas! Será que minha mãe viu que elas haviam comprado grandes quantidades daquilo?! Será que ela tinha ajudado? Não que eu achasse lingeries coisas humilhantes e sem utilidade, mas tipo eu pretendia eu ir comprar sozinha, sem ter ninguém como aquelas duas escolhendo para mim! Elas não estariam se precipitando demais?! Como eu prometi a mim mesma, somente amanhã eu me estressaria com elas. Agora, sinceramente, não sei se devia continuar a olhar o que tinha no resto das gavetas. E ainda faltavam mais quatro colunas de gavetas.
Respirei fundo. Do jeito que eu estava respirando hoje, acabaria gastando o oxigênio da casa. Comecei a me concentrar nos barulhos a minha volta para me esvaziar do constrangimento. Um espira, dois inspira. Comecei a fazer essa seqüência para me acalmar e comecei a dar mais atenção aos barulhos a minha volta. Percebi leves barulhos, muito discretos, dentro do meu cômodo. Não havia mais ninguém além de mim, pelo que eu saiba. Os barulhos eram muitos discretos, tão discretos que um ouvido humano nunca perceberia. Pareciam penas tocando o chão, virei para ver o que era.
- ÁÁHH! – Dei um berro absurdamente alto, mas parece que lá embaixo ninguém parecia preocupado com o motivo do berro. Pelo ao contrário, riram!
Duas mãos quentes cobririam meus olhos. Aquelas mãos quentes! Não teria como não reconhecer elas. Com ela veio o doce som da pulsação dele que eu adorava ouvir. Nem sei bem porque eu havia gritado. Eram elas que nos últimos meses me abraçavam com freqüência, eram elas que tocavam em meu rosto para me acariciar, eram elas que iam até minha nuca quando ele me beijava, que me provocavam arrepios e faziam eu ficar em estado de êxtase.
Eu abri um sorriso gigantesco, eu não consegui me conter! Quando Jacob aparecia, com certeza meu dia não se tornaria mais um pesadelo, eu parecia uma criança quando ganhava doce. Coloquei minhas mãos sobre as de Jacob e elas se moveram junto com as minha, libertando minha visão e me dando a oportunidade de virar e olhar seu rosto. Seu rosto que para mim era perfeito, com seu tom de pele avermelhado estava radiante, seus olhos castanho-escuros brilhavam tanto e seus lábios grossos se retorciam num sorriso tão grande quanto o meu. Ele estava diante de mim. A pessoa que eu mais amava, a pessoa pela qual eu não conseguia explicar meus sentimentos de uma forma coerente, a pessoa a qual me amava de um jeito impossível e inacreditável, que eu só sabia que esse tipo de amor era real porque vivia ele com Jacob. Aquelas mesmas mãos que havia me cobrindo meus olhos, agora uma estava acariciando lentamente minha nuca e a outra acariciando minha bochecha esquerda. Meus braços envolviam seu pescoço que era muito quentes, só aquilo já me deixava absorta. Quando eu desci meu braço direito, até seu peito, pude sentir sua pele arrepiar e seu coração a acelerar como o meu. Minha pulsação já era totalmente fora do normal, rápida demais para o considerado normal, mas quando Jacob me olhava daquele jeito radiante, eu tinha a impressão que iria enfartar. Eu adorava sentir o coração dele pulsar abaixo de minha palma, não sei bem por que, mas era uma sensação boa para mim e para ele.
Ele olhava-me, seguindo cada traço do meu rosto com seus olhos e seus dedos, provocando arrepios em mim por todo meu corpo. Seus dedos pararam quando ele colocou-os atrás de minha orelha pra arrumar uma mecha. Depois disso ele começou a se aproximar lentamente. Eu conseguia contar os centímetros de distancia que faltavam para seus lábios tocarem em mim. Seu hálito me deixava totalmente fora de órbita. Ele sabia disso, por isso que ele me beijava na nuca, no pescoço até chegar a minha boca, para eu ficar totalmente em êxtase. O beijo dele era tão... Eu não sei explicar! Parecia aquelas comédias românticas que as garotas voam quando beijam o homem ao qual elas estão apaixonadas. Eu voava como elas. Eu esquecia tudo, o que me interessava somente era Jacob e o que eu sentia por ele. A sensação era incrível, seus lábios macios, sua língua explorando minha boca lentamente. Não era a toa que depois disso eu precisava de um momento para recuperar meu fôlego e meu coração, que parecia querer quebrar minhas costelas. O tempo que ele ficou me beijando pareciam horas, horas incríveis. Eu poderia ficar horas beijando aquela boca, sem comer, caçar ou dormir. Seria mais fácil isso do que viver sem Jacob.
Ele começou a lentamente a se afastar de mim, encostando levemente os lábios nos meus. Eu tentei resistir, mantendo seu rosto, com minhas mãos, mais pertos da minha boca o possível. Mas ele não me soltou, continuou a me envolver pela cintura. Só se afastou um pouco, acho que percebendo que minha pulsação estava rápida demais, para que eu recuperasse o meu fôlego e o dele.
- Feliz aniversário! – Disse ele delicadamente ainda acariciando meu rosto, entre um selinho e outro.
- Adorei presente!
O beijo de Jacob era o melhor presente possível. Ele pôde ouvir isso porque eu estava com minhas mãos segurando seu rosto. Seguidamente Jacob podia desfrutar dos meus pensamentos enquanto eu o beijava, e não me importava, eu gostava que ele soubesse o que eu sentia enquanto ele tocava em mim.
- Presente? Eu nem o dei ainda. Sinceramente, não acho que um beijo seja o suficiente para você.
- Para mim é suficiente. Não precisa me dar mais nada!
- Por que você sempre quer o mínimo possível? Isso não facilita as coisas para mim!
- Deveria facilitar! Eu estou te dando menos trabalho. E quem disse que isso é pouco? – O beijo dele era suficiente para fazer o meu coração quase saltar para fora do meu corpo. Isso não bastava?
Ele deu uma risada baixa. Como se eu tivesse contado uma piada.
- Desculpa! Mas eu não concordo. É muito difícil dar um presente a você, sem contar que você é muito teimosa, nunca me deixa dar algo que não seja mais de 100 dólares! Mas não hoje, você não vai ter opção. – A segunda parte que eu era teimosa eu até concordava. Com certeza hoje eu não teria opção, eu era fraca demais para resistir a aquele tom de voz doce e convencido.
- Para que dar algo com tanto valor assim?! Você já tem um valor muito grande para mim. – O que não é nada além da verdade.
- Até pode ser, mas isso não vai mudar nada hoje! Você vai aceitar um presente meu! – Com aqueles olhos me olhando na maior ternura, não teria como resistir. Fraca!
- Que bom que meus olhos fazem isso com você. – Disse ele.
Eu fiz uma expressão de quem estava sofrendo. O olhar dele funcionava comigo, o meu deveria dar certo. Deveria.
- Não vai me convencer com encenação Renesmee Cullen!
- Eu sei que não! Mas não custava tentar! – Nós rimos, mas acho que nós não estávamos tendo uma simples conversa furada. Uma discussão sobre a minha teimosia. Bem típico.
Nós dois ficamos nos olhando, mas seus olhos desviaram dos meus como se ele tivesse se lembrado de algo. Ele olhou por trás de meus ombros. Eu acompanhei seu olhar, curiosa para saber o que havia chamado sua atenção e o levado a lembrança. Percebi que era a gaveta a qual havia me causado certo constrangimento antes de ele ter me dado aquele susto. Perguntei inocente como se eu não soubesse o que ele estava pensando:
- O que foi?
- Nada, só parece que Alice e Rosalie já estão te incentivando. – Disse ele entre uma risadinha maliciosa e debochada.
- Eu sei! É ridículo. Vou me livrar delas amanhã! Além de exigir muitas explicações.
- Não, elas podem ser úteis no futuro. – Ele me olhou. Sua voz era disfarçada em um tom de brincadeira, mas no fundo ele estava falando sério em um tom irresistível. – Se você quiser?
Eu olhei constrangida para ele, certamente tinha ficado vermelha!
- Só estou brincando com você! Se quiser se livrar delas, não tenho nada contra. – Sempre fazendo a minha vontade, para não me deixar triste. Depois daquela indireta, não sei se levaria na brincadeira.
- Claro, claro! Vou pensar. – Depois da proposta, não sei colocaria elas fora. – Então, por onde você entrou?
- Janela. Por onde mais teria sido? – Que pergunta obvia!
- Você estava sabendo de toda essa maluquice? Quer dizer, você sabe de tudo que vai acontecer hoje? E onde você foi hoje?
- Não posso revelar segredos, Ness.
- Não?!
- Não! – Disse ele em um tom firme.
- Por favor, eu imploro! – Fiz outra encenação mal feita.
Ele somente riu.
- Não posso!
- Jake, minha vida depende disso.
- Boa tentativa. Não vou falar.
- Não?!
- Não!
- Vai se arrepender Jacob Black.
Eu comecei fazer um percurso semelhante ao que ele tinha feito antes. Comecei a beijar seu pescoço, fui até sua orelha e repeti o caminho umas três vezes. Isso sempre funcionava quando eu queria que Jake falasse algo que ele não queria me contar ou quando eu queria convencer ele de algo. Era justo. Ele fazia o mesmo comigo. Não que eu achasse ruim, pelo ao contrário. Quando cheguei à boca na última volta, perguntei sobre seus lábios:
- Então? Não vai me falar nada?
Ele riu baixinho.
- Você... aprendeu com quem... chantagear... desse jeito? - Ele mal conseguia elaborar as suas palavras, isso era bom.
- Com meu namorado, ele é mestre nesse tipo de coisa. Conhece ele? - Eu ainda estava a um centímetro de sua boca sussurrando as palavras.
- Nunca o vi. Que homem sem educação. – Disse ele sob sua respiração ofegante.
- Até que não! Eu gosto de homens com atitude! – Eu sabia que pelo seu coração acelerado e suas palavras gaguejadas, eram os principais indicadores que ele falaria algo.
- Pode ter certeza que eu vou mudar a minha depois dessa! – Ele afastou meu rosto delicadamente.
- Que houve? - Achava que ele queria continuar?
Ele me ouviu mentalmente.
- Eu quero, só não acho que seu pai vá agüentar mais um segundo. Eu creio que quando eu aparecer na frente dele, ele vai se controlar para não pular em meu pescoço.
Imediatamente eu me lembrei do que ele falou quando saia do quarto "Não abuse Ness,... do presente". Fazia muito sentido agora. Tradução: Não se agarre muito com Jake. Esse era um dos pontos negativos de seu pai ler sua mente.
- A gente tem todo direito de a gente fazer o que quiser! – disse emburrada.
- Até pode ser, mas sinceramente você iria querer Emmett comentando?! Não que eu me importe, já que era só eu dar um murro nele – Eu ri quando imaginei a cena. – mas eu não convivo com ele 24 horas por dia, pelo menos ainda não! E não quero correr o risco mortal toda vez que eu entrar aqui em casa.
- Já me acostumei com Emmett. E Edward nunca faria isso! – Suas piadas já faziam parte da minha rotina e meu pai nunca mataria meu namorado sabendo que eu ficaria extremamente depressiva depois. Eu até me esqueci o motivo daquela tentação que provocará em Jacob. – Então não vai me contar?
- O que?
- Não se faça de idiota, Jacob Black. Alice esta armando algum tipo de festa? – Esse era o meu maior medo.
Ele olhou para os lados, como se estivesse procurando por alguém, mas eu sabia que ele estava procurando sonoramente se Alice ou Rose estavam em casa. Pelo o que eu conhecia elas, sabia que elas matariam Jacob (principalmente Rose que teria prazer em fazer isso, ela ainda tinha uma grande implicância com ele) se elas soubessem que ele havia me contado algo que estavam preparando para aquele dia. Eu ainda estava abraçando Jacob pela cintura como ele fazia comigo naquele momento, e junto com ele, segui com minha audição os cômodos da casa e pelo o que parecia, nenhuma das duas estavam em casa.
Ele me olhou decidido que iria me contar.
- As duas estão planejando fazer uma festa para você desde janeiro. Eu e seus pais tentamos convencer elas de que você iria fugir se elas tentassem algo do tipo. Mas Alice quase teve um surto, disse que nem que tivesse que prender você aqui dentro, ela iria fazer essa festa. – Ele riu com a lembrança – Bom, agora está na sua hora? Vai fugir ou não? Acho que você não vai ter outra chance hoje!
Pensei. Era uma boa idéia. Mas mudei de opinião quando pensei nas duas. Coitadas de Alice e Rose. Elas de certo já haviam preparado tudo para que meu dia fosse, no ponto de vista delas, o meu aniversário de 16 anos perfeito. E eu não só magoaria elas. Aposto que todo mundo de minha família queria ver meu primeiro aniversário de 16 anos, principalmente minha mãe, que apesar de dizer que ficaria feliz com qualquer escolha que me fizesse feliz, ela tinha o seu desejo de me ver com um vestido fabuloso. Ela simplesmente falava aquilo porque ela era mãe.
- Não Jake. Eu iria magoar todo mundo! Imagina o trabalho que elas tiveram!
- Eu vou ser bem sincero. Eu adoraria ver você com aquele vestido. Você ficaria linda! – Disse ele com seus olhos negros faiscando para mim. Vestido? Tinha mais um vestido além daquele que Alice havia me mostrado? Eu teria que usar um vestido! Eu queria saber mais. Pelo que vi Jacob estava bem informado. Mas não insistiria em mais informações, porque ele com certeza não iria se reter e contaria. Como eu não era boa atriz, elas desconfiariam no momento que eu não fizesse uma expressão de surpresa descente.
- Eu vou fazer um esforço para que esse dia pareça o menos torturante possível. – Revirei os olhos e suspirei.
- Sei que sim. Agora eu acho melhor descer, não acho que Edward agüente que eu fique aqui com você enquanto toma banho. - Segurei-o mais firmemente, não queria me separar dele. Os braços de Jacob eram tão quentes!
- Nessie, vamos poupar confusões hoje, ok?
Fiz uma cara debochada, mas acho que era o melhor a fazer se não quisesse uma briga entre sogro e genro no meu aniversário.
- Te espero lá embaixo com o seu presente. – Ele me beijou levemente nos lábios e deu aquele sorriso radiante que eu adorava antes de se afastar de mim. Eu dei um leve suspiro, queria Jacob comigo. Isso o fez dar uma pequena risadinha antes de ele sair do meu novo quarto. Eu daria muitos suspiros como àquele hoje.
Comecei a busca de algo para vestir, ainda tonta por causa de Jacob. Era sempre assim, eu já estava acostumada. Comecei a entrar mais afundo para descobrir o que realmente havia de roupas que eu usaria. Naquele closet deveria haver algo confortável, na moda e nem um pouco chamativo para eu usar hoje. Depois de uma procura incansável de 10 minutos, acabei por optar por uma blusa meia-manga listrada justa que ia até o quadril e uma calça jeans skynny quase preta. Teria tempo para ver o que eu colocaria nos pés depois do banho. Fui com minhas roupas para o banheiro. Alias, eu nem sabia se tinha banheiro no meu novo quarto. Deveria ser a outra porta que tinha do mesmo lado da porta de entrada do closet, ao lado direito da cama. Essa porta era bem mais discreta do que a do closet.
Eu não tinha percebido, mas o quarto tinha ficado fabuloso. Tudo em uma sincronia perfeita. Esme se superava a cada novo projeto. Não tinha percebido todos aqueles detalhes. Não teria mesmo como perceber com Alice e Rose me atacando daquele jeito!
Eu entrei no banheiro, e fui para a ducha, o banheiro era feito de mármore bege mesclado até o meio da parede e o resto tinha uma pintura suave como a cor do mármore. Tinha uma grande banheira de hidromassagem no canto direito do banheiro, que eu estava muito a fim de mergulhar ali dentro e passar o resto do dia. Mas mesmo assim achei exagerado, já que daqui algum tempo estaríamos indo embora para algum lugar para recomeçar a vida. Seria sempre assim. De país em país, de cidade em cidade, mas eu não reclamaria. Qual pessoa no mundo que não iria querer conhecer todos os países do mundo em sua vida. Bom, mas na verdade nós não faríamos exatamente isso, afinal de contas éramos a maioria vampiros, isso significa lugares com pouco Sol.
Nós nos mudamos quando eu tinha uns 5 anos devido o fato do emprego de Carlisle já estivesse quase no seu prazo de validade. Acabamos vindo para Inglaterra, para a cidade de Oxford já que a cidade tinha um número grande de dias nublados pelo fato de se localizar no centro da Inglaterra. A gente comprou um terreno no campo, perto havia um pequeno bosque, no qual eu passava seguidas tardes com Jake. A casa tinha uns três andares mais a garagem lá embaixo. Esme fez uma casa incrível, o mais parecido possível com a nossa antiga casa de Forks. Como ocorreu lá, eu morava com meus pais em um chalé que Esme fez, só que esse era com um estilo mais contemporâneo, com dois andares e é claro paredes de vidro em vez das janelas. Também era maior devido ao nosso morador extra. Ficava a uns 10 quilômetros desta casa, e em frente havia um lago, era lindo em dias ensolarados para ficar deitada na grama. Mas eu e meus pais passávamos a maior parte do tempo aqui.
Jake estava morando conosco desde os meus 10 anos. Antes disso ele vinha de dois em dois meses, mas estava ficando muito caro e ele não queria ficar dependendo de Edward para ficar indo e vindo, além também de ele dizer que aqueles dois meses de intervalo estavam torturando ele.
Quando nos mudamos para cá Carlisle recebeu várias propostas de emprego, ele optou por dar aulas de noite na universidade de Oxford e trabalhar de dia no hospital da cidade. Como na história espalhada pela cidade, brevemente, os seus queridos filhos que estariam completando o colégio nos Estados Unidos e viriam para a Inglaterra para completar o ensino médio, isso queria dizer que a minha desconhecida tortura seria breve. Desde que vim de Forks, nunca fui para uma escola por motivos meio óbvios: eu crescia em uma velocidade incrível, e é claro que qualquer ser humano perceberia isso. Acabei sendo ensinada por Edward e Carlisle, por Emmett é que não seria! Eu tenho facilidade, então eles não precisaram ficar que nem um cd arranhado repetindo as coisas para eu aprender.
Oxford era diferente de Forks, uma cidade com quantidades de dias maiores de Sol, mas nada muito significativo, as maiores partes eram muitos dias nublados. Era uma cidade bem mais simpática e menos sóbria que a minha antiga cidade. Com maiores quantidades de dias ensolarados eu iria menos ao colégio, e isso era muito bom. Não consigo me imaginar sentada em uma cadeira ouvindo coisas que eu já cansei de ouvir.
Quando nos mudamos, Nosso contato com a família de minha mãe diminui. Isso teria de acontecer algum dia. Bella falava mais com Charlie, por ele saber superficialmente da verdade graças a Jacob. Renné eu nunca falei com ela realmente, e eu nem sabia direito se ela sabia da minha existência, então eu não sabia se ela viria até Oxford para meu aniversário.
Como tínhamos nos mudado, eu tinha esperança de que eu não teria nenhuma festa, mas pelas informações de Jacob, Alice armou uma festa, e isso queria dizer que ela tinha comprado passagens suficientes para trazer toda Forks até mim. Até que não seria tão ruim. Eu adorava os amigos de Jacob e de Billy, sentia falta de Charlie.
Como eu havia dito a Jacob, eu iria me esforçar para não tornar aquele dia o mais suportável possível. Para mim bastaria somente a minha 'família' de Forks aparecer que eu estaria feliz, seria o melhor presente. Mas como era a moda' A La Alice e Rose' eu não teria outra escolha.
Fiquei o maior tempo possível em baixo do chuveiro, a água estava tão quente, o que me lembrava a certa pessoa. Eu fiquei brincando com a espuma do sabonete e do xampu, fiz desenhos na porta do box, que estava úmido e embaçado. Eu estava me comportando feito uma criança de seis anos, se bem que uma criança de seis anos seria mais sensata do que eu. Eu estava fazendo de tudo para adiar a minha saída do banho, na verdade eu queria ficar no banheiro o dia todo. Tudo para não descer aquela escada e ver o que me esperava lá embaixo. Eu acho que fiquei por uma hora embaixo da água, até que minha barriga não deixou mais, pois eu não havia caçado aquela semana, então estava morrendo de fome. Saí com toda má vontade possível e fui me secar e vestir. Fui ver os sapatos no meu novo closet, e localizei, graças aos céus, um All Star branco. Pronto, me sequei e me vesti, e agora o que eu faria? Secar o cabelo seria uma boa ideia para adiar minha descida, e não pensei duas vezes pra buscar o secador. Demorei uns 10 minutos para achar um naquele quarto (ainda bem!). Mais uns 20 minutos secando, e agora o que eu faria? Talvez ficasse dando umas voltas pelo quarto para ver as coisas novas. Até que não era má idéia.
Quando sai, olhei. O que eu faria primeiro? O meu olhar focalizou a coisa mais legal que tinha me chamado a atenção no momento em que eu tinha acordado aquela manhã. O piano. Aquilo era melhor parte do meu quarto, melhor até que o closet. Tomara que Edward não conte isso a Alice!
Fui correndo feito criança quando vê os presentes embaixo da árvore de Natal até aquele magnífico piano. Era lindo! Não era de cauda, mas era preto e brilhava tanto, o poliram até demais! Parecia mais um espelho do que um piano. Eu estava tão ansiosa para tocar nele que eu não tocava. Toquei o dó mais agudo e ri. Tá certo, eu não estava no meu normal hoje. Só estava faltando eu começar a dançar em volta do piano e tocar aquelas música infantis irritantes. Ainda bem que eu nunca fui uma criança com a necessidade de ouvir aquele tipo de música, se não eu acho que o meu retardo teria sido maior, o que eu não achava possível. Tentei me acalmar, e comecei a tocar notas mais definidas, formando uma melodia, que pela minha surpresa, tinha ficado bonita. Notas leves e tranqüilas que me deixaram calma. Não era todo dia que eu me inspirava desse jeito, era melhor tomar nota. Seguidamente eu pegava o piano emprestado de Edward para tentar compor algo, eu ficava às vezes horas sentada na baqueta de couro vermelho dele, impedindo-o de ele tocar no seu próprio piano. Quem mandou ele me ensinar? Na verdade eu é que havia incomodado ele para ensinar. Ele nunca reclamou, mas isso devia ser chato. Deve ser por isso que me deram um piano, para deixar meu pai tocar o dele em paz. Era justo. Peguei uma caneta antes que eu me esquecesse das notas e da melodia, e anotei o que havia tocado, mais tarde eu a aperfeiçoaria.
Olhei para trás, e ali tinha os pufes molengas, e ao lado deles tinha um violão, resisti para não me atirar em um deles e a começar a tocar alguma música. Era incrível como era fascinada pela musica. Qualquer que fosse ela, eu sempre estava ouvindo, tocando ou compondo algo, era umas das maneiras de eu colocar qualquer tipo de sentimento para fora. Já tinha composto uma música para meus pais. Agora estava criando uma para Jacob. Ficava horas presa dentro do meu quarto no chalé criando melodias, tanto tempo que uma vez Jacob teve que me tirar à força, literalmente, para ir caçar. Isso foi semana passada. Está explicada a minha fome, agora me lembrei o porquê não fui caçar semana passada.
Agora eu tinha que me concentrar, mas os objetos me chamavam e cada vez que eu tomava coragem para descer, algo desviava minha atenção, eu que desviava a atenção propositalmente. Eu tinha que me concentrar na porta. Eu não podia desviar a atenção dela. Agora eu vou! Não vou não!
Chega Renesmee Carlie Cullen! Agora você vai abrir essa porta, passar por esse corredor e descer essas escadas, ou essa escada? Eu não sei por que eu não sabia em que parte da casa o meu quarto novo se encontrava. Eu descobriria! Eu era meia-vampira, tinha uma audição incrível, eu não me perderia dentro de casa. Sinceramente, nem eu estava me agüentando hoje. Peguei a maçaneta e abri a porta do meu no quarto.
Quando abri, em frente estava um corredor branco e estreito que só tinha a saída para o grande corredor iluminado pela o Sol, devido às paredes de vidro. É eu estava no segundo andar. Pelo motivo óbvio eu percebi isso. A escada levemente retorcida de mármore descia e havia outra que subia um pouco mais a frente daquele corredor branco, mas lindamente decorado com objetos de decoração e móveis clássicos. O piso de madeira cor mogno o deixava ainda mais bonito. Mas eu ainda não entendia como é que eles haviam feito aquele quarto sem nem eu perceber?
Desci as escadas esperando ansiosa e com receio. O que eu encontraria lá? Vários balões e um monte de gente cantando 'Parabéns'. Ou montes e montes de pacotes de presente? Eu descia as escadas de olhos fechados e coração acelerado. Cair eu com certeza não cairia, somente os sapatos de Alice para me fazer cair! Eu sabia que aquele medo era um medo desnecessário, mas eu acho que era algo misturado com ansiedade.
Quando desci o último degrau abri os olhos. Eu não acreditava no que eu via. Será que eu estava tendo um sonho novamente, Jacob havia me enganado? Foi uma incrível surpresa para mim.
Nota Final: Minha primeira fic! Espero que vocês gostem! E aviso desde já que os capítulos irão demorar um pouco para serem postados, pois é final de ano, tradução: estou cheia de coisas para fazer, mas espero que tenham um pouquinho de paciência, mas prometo que vou tentar demorar o menos possível. Desde já, agradeço por lerem. ÁÁ!! E se deixarem algumas rewiews vou ficar bastante feliz :P, criticas, sugestões, o que gostaram...
Thawarinha, não esqueci de ti!! Vlw por ter me aturado com os meus e-mails "desesperados". Te adro minha assistente-revisora-oficial XD
