A Visita!
Um dia como outro qualquer no PTTH, a clínica estava cheia como sempre. Lisa Cuddy tentava ajudar como podia: atendendo pacientes. Mas como esse não era seu trabalho principal, após atender uma senhora, ela engatou uma quinta, direto para seu escritório. Lá sentou em sua cadeira, tirando os sapatos para relaxar um pouco. Mas ela não descansou nem 1 minuto, já que furacão House apareceu.
House: Bom dia boss! – falou com bom humor.
Cuddy: House são 2 da tarde! – disse com um tom irritado em sua voz.
House: Ah... Meu relógio deve ter parado – disse sentando-se no sofá
Cuddy: Não sei se você reparou, mas a clínica esta cheia.
House: Aquele bando de gente está esperando para serem atendidos? – bem sarcástico
Cuddy: É, são pessoas que precisam de atendimento médico. Você se importa em para lá? – no mesmo tom dele
House: Você se importa em tirar a blusa?
Cuddy: Clínica agora! – irritada novamente.
House: Ok mommy.
E saiu da sala. Cuddy voltou aos seus afazeres. Aquele dia seria corrido: reuniões com doadores para a ala pediátrica e neurológica, reunião do conselho, mostrar o hospital para três grupos de calouros e assistir uma palestra de apresentação das três. E tudo isso na parte da tarde... Varias coisas e ela não tinha tempo para lidar com House no momento.
Algumas horas depois e as duas reuniões com doadores terminadas bem, ainda restavam à reunião do conselho e o tour com os alunos. Cuddy sabia que esses tours demoravam mais do que o planejado, então foi até sua sala para desmarcar a reunião do conselho. Na saída de sua sala, passou na clínica para assinar alguns papéis, quando viu House saindo de uma das salas com um paciente saindo logo em seguida.
Cuddy: Você estava trabalhando? – perguntou meio confusa
House: Não é pra isso que eu sou pago?
Cuddy: É...
House: Então – e pegou outra ficha.
Cuddy ficou um pouco chocada, mas se recuperou logo e foi conhecer a 1ª turma.
Flashback on
Lisa estava ansiosa para conhecer a faculdade. Tinha arrumado as malas dois dias antes para não esquecer nada. Colocou todos os despertadores da casa para tocar às 5 da manhã. As 04h55min ela estava acordada, olhando para o relógio pra ver se estava funcionando, como havia feito três vezes durante a noite. Às 5 horas, como numa sinfonia, todos os oito despertadores tocaram acordando os pais e irmã de Lisa.
Sarah: Ah? O que...? O que aconteceu? – levantou assustada
Lisa: Nada, só o despertador fazendo seu trabalho.
Sarah: Credo – olhando pra irmã – como você é chata. Com certeza não sentirei falta disso quando você for embora – deitando novamente.
Lisa: Fica quietinha pra eu gostar de você, fica?!
Dizendo isso, um travesseiro atravessa o quarto em direção de Lisa.
Lisa: You're so dead... – um olhar raivoso foi lançado contra Sarah
As irmãs começaram uma guerra de travesseiros que sempre acontecia quando estavam de bom humor. Com todo aquele barulho a mãe das meninas foi ver o que acontecia naquele quarto.
Emma: Que gritaria é essa? São 5 da manhã! Lisa, você não tem que arrumar suas coisas? Pegar suas roupas...
As meninas riam agora.
Emma: Do que vocês estão rindo? – falou brava com a mão na cintura
Sarah: Seu cabelo...
As duas caíram na gargalhada, Emma foi ver o quão engraçado estava seu cabelo: como ela tinha o cabelo curto, seu cabelo estava amassado de um lado e o outro estava em pé. Vendo que estava realmente engraçado, Emma começou a rir também.
Emma: Como vocês são bobas, agora chega e vão se arrumar – e saiu do quarto tentando domar o cabelo.
Lisa e Sarah estavam com a barriga dolorida de tanto rir. Sarah aproveitou a vulnerabilidade da irmã e começou a fazer cócegas nela.
Lisa: Não! Para! – rindo muito – chega! A gente está ficando velha pra isso. – disse ofegante
Sarah: Velha está você, Isa. Eu estou na minha melhor idade – as duas estavam deitadas encarando o teto.
Lisa: Você tem 16 anos, como pode estar na melhor idade?
Sarah: Estando! Ontem o pai me deixou dirigir até a escola.
Lisa: Serio? Que legal!
Sarah: E tem mais: eu vou ao show da Madonna sexta-feira!
Lisa: WHAT? – dando um pulo da cama – o show da Madonna? E você vai sem mim?
Sarah: Sorry sis, mas eu vou e você não! – rindo da cara de decepção da irmã.
Lisa: Tomara que chova – fazendo como se não se importasse
Sarah: Não importa. Pode chover canivete que eu não ligo – balançando os ombros.
Lisa: Eu queria ir. Droga! Eu queria ter 16 de novo. Como eu era feliz e não sabia...
Sarah: Lisa, você tinha 16, 2 anos atrás! Falando assim parece que já tem uns 60 – disse um pouco irritada com a irmã – você pode muito bem ir ao show!
Lisa: Coisa fofa da Isa – disse sarcasticamente – hoje é quarta-feira e eu estou indo para a faculdade hoje. Amanhã eu estarei lá também e consequentemente sexta-feira. Então acho que não vai dar.
Sarah: Isa querida – usando o tom da irmã – você não disse que sexta-feira será o dia do trote?
Lisa: Sim.
Sarah: E você vai? Não creio!
Lisa: Eu não vou ao trote, vou ficar arrumando minhas coisas, conhecer o campus...
Sarah: Pelo o amor, Lisa! – agora sim muito irritada – não acredito que você seja minha irmã. Você vai ter cinco anos para conhecer o campus e arrumar suas coisas. Você tem que aproveitar a vida, sair mais e mais! Sua vida é muito parada, você vive enfiada nos livros, e o pastel do seu namorado ainda te incentiva te dando mais livros – Lisa abaixou a cabeça – saia desse casulo e vire uma linda borboleta!
Sarah estava certa, Lisa era muito fechada, tinha poucos amigos e um namorado mais parado que parede. Ela tinha que fazer algo a respeito.
Lisa: Você está certa – ela tinha que concordar com a irmã.
Sarah: Eu sempre estou certa!
Lisa: Cala boca!
E começaram a guerra de travesseiros de novo.
Flashback off
Já se passava das 11 quando finalmente o 3º grupo de estudantes havia deixado o hospital. Cuddy estava exausta, foi pra sua sala pegar suas coisas. Tudo o que ela queria era chegar em sua casa e ficar com sua filha. O engraçado era que quando ela se lembrava de Rachel, House rondava seus pensamentos. "... você fracassaria com mãe..." ou "... você daria uma ótima mãe...". O que tudo aquilo queria dizer? Essas e varias outras perguntas foram interrompidas pelo causador das mesmas.
House: O que você esta fazendo aqui? – perguntou curioso
Cuddy: Desculpa, eu não posso ficar na minha sala?
House: Claro que pode. Só que você tem me avisar antes, assim posso vim xeretar sem dar de cara com você – disse como se fosse à coisa mais normal do mundo.
Cuddy: Então faz o seguinte: vai lá fora, conta até mil em japonês e de trás pra frente ai você volta e mexe aqui à vontade – ela só pegou a bolsa e foi embora.
House: Não! Perdi a vontade de xeretar... – disse indo atrás dela
Cuddy: Good!
House: ... Então vou te seguir.
Cuddy: O que? – parou e se virou pra ele – Por quê? – perguntou com uma cara assustada
House: Porque é divertido – disse com um sorriso no rosto.
Cuddy nada respondeu, foi em direção à garagem e House também. Nenhuma palavra foi trocada no percurso até o carro.
Cuddy: Tá bom até aqui?
House: Não.
Cuddy: House fala logo o que você quer? – ela já estava impaciente.
House: Quero saber se você quer tomar alguma coisa?
A cara que ela fez após ouvir aquela pergunta foi engraçada para os olhos de House.
House: É uma resposta simples, sim ou não – disse rindo.
Cuddy: Por que isso agora? – ela estava ficando chateada
House: Porque mais cedo você estava ocupada e...
Cuddy: Cretino – e entrou no carro e largou House sozinho.
House era inacreditável, como ele se atrevia a propor isso agora? Depois que eles se beijaram, quando Cuddy "perdeu" Joy, eles só conversavam o necessário. Mas Cuddy não queria pensar nisso agora, ela queria ficar com Rachel.
Era quase meia noite quando chegou a sua casa; a babá babava em seu sofá.
Cuddy: Pamela? – Lisa disse baixo para não assustar a menina
Pamela: To acordada – disse a babá visivelmente sonolenta, que de tão sonolenta nem abriu os olhos.
Cuddy: Se você quiser dormir aqui, não tem problema, eu já avisei sua mãe.
Pamela: Nesse caso... – virou pro outro lado do sofá e dormiu novamente.
Cuddy riu. Pegou um cobertor e cobriu a menina. Pamela era sua vizinha desde que mudou para Princeton, Cuddy até foi babá dela algumas vezes, então sempre que ela precisava Pamela ficava com Rachel sem problemas.
Lisa foi ver sua pequena que dormia serenamente em berço. Ia pegá-la, mas decidiu tomar um banho primeiro. Após o banho, pegou Rachel no colo que abriu os olhos, deu um sorriso "vazio" e voltou a dormir. Cuddy não acreditava na sorte de ter aquela linda menina em seus braços. "Eu não vou fracassar!" pensa ela quando a campainha tocou.
Flashback on
Gregory House era o mais popular na escola. Todos queriam ficar perto dele. Mas essa fama começou só no 1º ano, foi quando seu corpo tomou forma de homem, já que até os 13 anos ele parecia um pau de virar tripa, magro de tudo. A única coisa que sempre chamou a atenção das pessoas eram aqueles olhos azuis. Ele sempre fora inteligente. E mesmo magrinho tinha sua melhor amiga, Kelly, que sempre estivera ao seu lado quando os meninos implicavam com ele. Kelly não era a mais bonita da escola, mas estava entre as 10 mais; cabelos castanhos escuros com algumas ondas, olhos verdes e era alta. Todos perguntavam a ela por que ficava com aquele magrelo e ela sempre respondia que ele era seu melhor amigo. E eles eram mesmo. Greg e Kelly se conheciam desde 1ª série. Eles ficavam no recreio juntos, fazia a lições juntos, tudo junto. E com o passar dos anos essa amizade foi ficando cada vez mais forte. E agora no 2º ano os dois eram o casal badalação do colégio. Agora com 15 anos Greg era o capital do time de lacrosse e Kelly era a zagueira do time de futebol. Eles começaram a namorar na 8ª série e quando Greg 'se tornou ficável', muitas menininhas se ofereciam para ele, mas ele nem dava bola. Agora com quase três anos de namoro, Kelly e Greg já não tinham ciúmes um do outro.
Greg: Recebi mais um convite para o baile da primavera. Esse povo me ama – fazendo pose de galã.
Kelly: Pena que você já tem companhia – cortando o barato do namorado.
Greg: Não precisa ficar com ciúmes – disse deitando sobre a amada – eu só tenho olhos para você.
E se beijaram. Eles estavam na casa de Kelly, onde passavam a maior parte do tempo, já que o pai dela era bravo e não gostavam que eles ficassem perambulando na rua. Apesar disso os pais de Kelly adoravam Greg.
Agnes: Pombinhos, o jantar está pronto – gritou a mãe de Kelly da ponta da escada.
Kelly: Ta – gritando de volta – vamos comer – disse tentando sair de baixo do namorado.
Greg: Não. Aqui tem coisas mais saborosas... – disse bem malicioso enquanto beija seu pescoço.
Kelly: Você deve falar isso pra todas – aproveitando aquele momento.
Greg: Não, só para as que valem à pena.
Kelly: Você não presta Gregory House – dando leves tapas nele.
Greg: E você adora.
E os dois ficaram lá até o pai da garota dar uns três berros para eles descerem. Na mesa estavam o pai, a mãe e o irmão gêmeo de Kelly.
Junior: Que demora. Eu to com fome – reclamou o irmão.
Kelly: Cala a boca.
Samuel: Kelly! – ralhou o pai – vocês demoraram mesmo. O que vocês estavam fazendo lá em cima, afinal? – disse olhando fixamente para o casal
Junior: O que você acha? – disse rindo.
Agnes: Vocês dois deixem eles em paz. Aqui querido, pode se servir – disse estendendo o prato pra Greg.
Greg: Obrigado. Ele fala isso por que esta com inveja, já não têm namorada – disse olhando pro cunhado.
Samuel: É verdade – disse rindo do filho.
Junior: Pai!
Kelly: Pare de amolar meu irmão – defendo-o – ele é lindo, engraçado e vai encontrar uma moça que goste dele – dando um beijo no irmão.
Junior: Obrigado Kelly! – retribuindo o beijo.
Kelly: Vai encontrar alguém bem melhor que a Lucy.
Todos da mesa: Amém!
Junior: Vai começar... – colocou o rosto entre as mãos.
Agnes: Eu não gostava daquela garota – disse visivelmente irritada – menina chata.
Samuel: Chata e feia – completou.
Greg: Chata, feia e perturbada.
Samuel: Muito perturbada – concordou com ele – ela tem sérios problemas, devia se tratar.
Enquanto mãe, pai e cunhado discutiam intensamente sobre a "pior" namorada de Junior, o mesmo disse:
Junior: Obrigado – disse sarcasticamente para irmã.
Kelly: Não há de que! – respondeu sorrindo.
E aquela noite era como outra qualquer, conversas sobre vários assuntos e que geralmente chegavam ao assunto "Lucy". Junior já não ligava mais para isso, às vezes destilava seu veneno sobre a ex, mas outras vezes fingia que não estava lá.
Junior, assim como a irmã, tinha os olhos verdes, cabelos castanhos, só mais enrolados do que o da irmã, dando um look angelical e também era alto. Fazia parte do time de lacrosse com Greg. Eles eram grandes amigos. Junior ficou muito feliz quando a irmã começou a namorar seu amigo. Ele tinha varias meninas disposta a namorar com ele, mas ele era sossegado, preferia ficar sozinho do que com qualquer uma. Sua paixão mesmo era a Astronomia. As estrelas o fascinavam.
Agnes era professora de inglês na Universidade de Michigan. Todos os alunos gostavam dela. Ela era um tipo de mãe para todos, apesar de ser muito rigorosa. Seus filhos herdaram dela o cabelo cacheado e castanho escuro.
Samuel era um homem alto e forte. Seus olhos verdes combinavam com o tom de pele clara que ele tinha. Ele era reumatologista e patologista. Brilhante. Passava maior parte do dia em seu consultório, mas quando o assunto era sua família, ele largava tudo para ficar com eles.
A noite passara rápido e Greg tinha que ir para casa.
Greg: Ta ficando tarde, preciso voltar para o inferno – disse se referindo mais ao pai do que a mãe e a casa.
Kelly: Não fala assim – disse o abraçando. Sabia que a relação pai e filho era ruim.
Greg: Ok! Preciso voltar para onde não sou bem vindo – sarcástico.
Kelly: Como você é bobo – rindo – pensa assim: você vai, mas amanhã eu estarei te esperando com um sorriso assim – e sorriu lindamente para ele.
Greg: Eu te amo – e a beijou carinhosamente – boa noite.
Kelly: Eu também te amo. Boa noite.
Flashback off
