Autora: Sheyla Snape.

Pares: Severo/Lílian, Severo/Bella.

Beta: Gabrielle Briant.

Censura: M – cena de sexo no final da fic.

Gênero: Drama, Romance.

Resumo: Numa noite de insônia Severo relembra como quase foi feliz. Uma garota, um coração partido, um inimigo satisfeito e a promessa de um novo amor. Fic baseada na musica "A Cruz e a Espada – Renato Russo e Paulo Ricardo".

Observação: Esta fic foi escrita para o SnapeFest 2005, (SIM você leu certo, 2005!! Rsrs) e foi reescrita/ revista depois de todo esse tempo.

Lembranças de um Sonho.

Capítulo 1.

Severo estava sentado em frente a uma lareira, bebendo uma taça de firewisk enquanto observava as chamas trepidarem lentamente, queimando a madeira. Os estalos eram o único som ouvido naquela sala... A luz e o calor do fogo pouco aqueciam o mar escuro de solidão e frio que sentia. Absorto, ele apenas lembrava de um tempo em que seus sentimentos eram diferentes, um tempo em que seu coração batia de maneira diferente.

Sorriu sem emoção ao pensar se já o teve um algum dia...

Sim ele teve um coração, e esse até já amou! Amou, mas fora arrancado de seu peito, despedaçado e jogado fora sem piedade ou consideração pela pessoa a quem ele se entregou de corpo e alma. Como conseguiu ser tão infantil e tolo ao acreditar numa sangue-ruim?

Quando ele a viu pela primeira vez, ainda estavam no trem para Hogwarts em seu primeiro ano. Não pôde deixar de notar o quanto era... Merlin, ela era fantástica! Cabelos, olhos, sorriso, tudo. Tinha um jeito meigo e decidido, ao mesmo tempo; chegava até a parecer mandão - o que foi comprovado durante os anos que estudaram juntos. Lílian Evans era a pessoa mais meiga e decidida que conhecera em toda sua vida. Infelizmente o destino desejou que seus caminhos divergissem desde o começo. Ela foi para Grifinória, ele para Sonserina. Ela nascida trouxa, uma sangue-ruim, ele um bruxo mestiço tentando provar-se digno a sua tradicional família. Mas isso não os impediu de serem amigos, confidentes e...

Ele suspirou profundamente a lembrança. Amantes.

Severo amou Lílian desde o primeiro instante, e isso o fez passar por cima de todos os conceitos aos quais estava acostumado, sofrer incontáveis castigos e torturas por parte de seu avô quando este descobriu o romance. Enfrentar o mal que havia os impedia de ser feliz com todas das forças que conseguiu reunir. Não se importava com nada, tudo que importava era o que sentia por Lílian.

Ele sempre fora um garoto quieto, tímido ao extremo, hoje qualquer um riria se visse tal palavra associada a seu nome. Severo Snape, tímido? Nunca...! Arrogante, sarcástico, pretensioso, esses sim eram adjetivos comumente relacionados à pessoa dele, jamais o chamariam de tímido. Mas um dia ele o foi..., sua mente jovem e brilhante apenas se preocupava com seus livros e poções. Escondia-se por traz de uma máscara de indiferença e superioridade. Em seus anos de escola tentou passar desapercebido pelo grupinho de grifinórios populares, mas não obteve sucesso, e, mesmo mantendo-se distante e recolhido em seu mundo particular, era o alvo favorito dos assim chamados "Marotos" Tiago, Sirius, Remo e Pedro. Ao menos uma coisa de bom lhes devia: o motivo para sua aproximação com Lílian Evans...

Numa bela manhã estava andando pelos jardins do castelo depois dos NOM's quando foi atacado pelo grupo, e mais uma vez ela o defendera. Sempre ficava calado na sua presença, mas dessa vez a humilhação ultrapassara qualquer limite suportável, ele estava de ponta cabeça, as vestes levantadas num amontoado de tecido que o impedia de defender-se. Tremeu de ódio a lembrança da humilhação, suas entranhas reviravam-se apenas em imaginar tudo aquilo outra vez. Hoje ele os mataria sem pestanejar, mas o garoto franzino e retraído, que sempre, a seu modo é claro, esquivava-se de tais encrencas e aguardava o momento certo para agir, daquela vez ele explodiu, porém, com a pessoa errada.

Ela não tinha culpa nenhuma, mas foi ela o alvo de sua ira. Ver aqueles olhos verdes e profundos cheios de dor por suas palavras o incomodou profundamente. Por que ele tinha que perder sua timidez e revidar justamente daquela maneira? E contra ela! A única em toda escola que não o tratava como uma aberração. Tinha que pedir desculpas. Reparar o erro, apesar de tal ato não condizer com sua natureza sonserina.

— Hei, Evans! – ela andava a passos largos pelo corredor do segundo andar. Evans espera! EVANS! – os passos pesados e duros demonstravam sua raiva e o esforço em fingir que não ouvia seus gritos, então, Severo apressou o passo até alcançá-la e agarrou seu braço. — Você por acaso é surda Evans?! Estou te chamando desde o primeiro corredor!

— É claro que não sou surda, apenas não quero falar com você... Snape! — os olhos verdes ainda estavam em fúria, porém havia algo mais... Dor?

— Pensei que fosse mais educada que o seu amiguinho Potter? — o sarcasmo foi mais forte, ele se arrependeu ao ver o olho dela se estreitar em puro ódio ao ser comparada ao Maroto, mas ele não queria brigar, estava ali por outro motivo. — Escuta, não estou aqui pra brigar com você.

— Ah é? E o que veio fazer aqui? Continuar sua prelação sobre sangues puros e ruins? Muito obrigado Sr. Snape, eu passo! - virou de costas e tentou sair, mas foi impedida.

— Não Evans, eu vim te pedir desculpas! - ela virou de uma vez para ele, confusa.

— É isso mesmo, vim pedir desculpas! Você é a única pessoa nessa escola que não ri das brincadeiras que Potter e seu bando fazem, é a única que me defende quando sou atacado. E hoje eu... Eu... - baixou a cabeça... confuso com o que estava fazendo ali, não queria encará-la. — Bem... hoje eu não agi de maneira correta. - levantou a cabeça e disse olhando-a nos olhos, decidido. — Desculpe!

Era inacreditável, Severo Snape estava diante dela pedindo desculpas. Lílian estava sem palavras, mas via a sinceridade nos olhos negros.

— Você é um sonserino, Snape, por que está se desculpando?

— Sim sou, mas também sei reconhecer quando estou errado, e eu errei agora pouco. Não devia ter agido assim.

Lílian não sabia o que pensar, o olhar dele possuía um magnetismo incomparável, ela sempre se perdia nos olhos negros do sonserino, mas ele era recluso, isolado e não permitia aproximação nem de seus colegas de casa quanto mais de uma grifinória. Ponderou se deveria considerar o pedido, talvez ele estivesse mentindo... mas o olhar decidido a fez ver que não.

— Tudo bem! Desculpa aceita. - viu-o sorrir, um sorriso sincero, mesmo que contido, demonstrando um alivio que fez o rosto se iluminar, mostrando uma beleza que nunca notara.

E antes de se perder nos olhos negros ela forçou-se a dizer:

— Eu tenho que ir a Biblioteca agora, tenho um ensaio de poções pra terminar.

— Posso te ajudar? Já terminei o meu e... Se você quiser, eu posso... "Droga Snape, o que você pensa estar fazendo? Você enlouqueceu?"

— Claro! "Mas o que em nome de Merlin eu disse?" Quem não gostaria da ajuda do melhor aluno de Hogwarts em poções? - brincou. — Mas acho que seus amigos sonserinos não vão gostar de vê-lo com uma grifinória sangue ruim.

— Eles não são meus amigos, e eu não devo satisfações a ninguém.

— Ok, então vamos!

A partir desse dia tornaram-se amigos. Não inseparáveis, pois, mesmo que quisessem negar, não seria seguro andarem juntos pelo castelo.

Se Tiago Potter desconfiasse que por causa do que ele fez "sua" querida Lílian tornou-se a melhor amiga de Severo Snape naquele mesmo dia, ele mesmo teria ensinado o caminho para o salgueiro lutador ao sonserino.

Apesar das torturas constantes, das humilhações, tanto em casa quanto na escola, ele não se importava. Se ela estava com ele tudo terminaria bem, tinha plena certeza disso. Ao menos na época era assim que sentia.

Passaram a estudar juntos na biblioteca... todas as manhãs bem cedo antes do café e algumas vezes depois do jantar quando sentiam que ninguém estaria por lá. Ela sempre animada e meiga, ele, sempre tímido e reservado, é claro que ele não deixava isso transparecer, ninguém em Hogwarts sonharia em vê-lo assim; para os demais estudantes da escola ele era Severo Snape, e deveria ser temido e respeitado. Mas Lílian tinha a capacidade de deixá-lo completamente desconcertado, de enxergar sob a mascara de insensibilidade e sarcasmo que apresentava a todos. Ela tagarelava horas sobre qualquer coisa, reclamava dos Marotos, discorria sobre os mais diversos assuntos enquanto Severo apenas a observava.

E assim se passou o restante do ano letivo, seus NOM's terminaram e entrariam de férias. Curiosamente os meses do verão longe dela passaram rapidamente e ao retornarem no ano seguinte a amizade deles tornava-se cada vez mais sólida, e havia uma cumplicidade que nenhum dos dois saberia explicar de onde surgira, talvez estivesse lá desde o princípio. Lílian se divertia ao vê-lo ruborizar levemente toda vez que lhe dava um beijo no rosto ao se despedirem. Mesmo agora, anos depois, sentado em frente à lareira, podia sentir o calor dos lábios dela, o cheiro de seus cabelos, o perfume que dominava qualquer lugar onde ela estivesse. Suspirou.

Lírios...

Olhou para o copo que erguia em direção aos lábios. Vazio. Atirou o com fúria na lareira, quebrando-o.

O rompante não o satisfez e, irritado, sacou a varinha e murmurou um feitiço trazendo uma garrafa que estava sobre a mesa, tomou um longo gole da bebida que desceu queimando sua garganta, ele desejava queimar também o que ainda sentia.

Inferno!

Era um Comensal da Morte agora. Por que diabos ainda pensava na maldita? Cansado, ele apertou os olhos tentando impedir, sem sucesso, as lembranças de virem a tona. Mas o álcool já inebriava sua mente, não permitindo manter sobre sua mente o controle que tanto se orgulhava de ter.

Mais uma vez naquela noite as lembranças o invadiam como o ar frio da noite que penetrava pela janela aberta da sua sala.

Ele estava sentado na biblioteca muito concentrado em seu dever de feitiços. Sempre procurava as mesas mais afastadas na esperança de não ser interrompido, pois, apesar dos protestos de Madame Pince, alguns alunos sempre conseguiam fazer algum tipo de bagunça - e essa tarde não foi diferente.

O burburinho começou baixo, mas logo chegou aos seus ouvidos.

Quem seria dessa vez? – ele pensou sem realmente possuir o interesse de saber quem ou o que acontecia.

Levantou-se, não pra ver o que acontecia, não era de sua conta, só queria um lugar calmo onde pudesse terminar seu dever e estudar mais um pouco antes do jantar. Parou quase à porta quando reconheceu a voz de Lílian, que discutia com alguém. Potter com toda certeza, e não estava errado quanto a isso. Será que o imbecil não via que ela jamais sairia com ele? – foi o pensamento que lhe ocorreu antes da voz irritante de Tiago chegar mais claramente aos seus ouvidos.

— Calma minha flor, eu só quero saber quem foi o atrevido... Quero dizer... o panaca... Opa, perdão...! O Cavalheiro que te mandou esse pergaminho. Porque se você não quer me mostrar só pode ser de algum pretendente que queira proteger.

— Não é da sua conta Potter, mesmo que tivesse sido enviado por algum garoto. Você não é nada meu, agora desinfeta!

Severo conseguiu definir um tom diferente na voz dela, irritação, certamente, mas havia algo mais e ele não soube o que.

— Eu prometo que não vou fazer nada, só quero adverti-lo sobre algumas... regras básicas. E a propósito, você adoraria sair comigo esse fim de semana, não é? Haverá uma visita a Hogsmeade e... bem, nós podemos nos divertir muito, o que acha?

— Potter. - ela falou baixo. — Eu não estou com humor para agüentar suas cantadas hoje. Se me dá licença. - falou séria, a voz um pouco embargada por algum motivo e saiu apressada empurrando-o de seu caminho.

Severo não observava a cena, virou para trás quando sentiu a voz dela falhar, parecia nervosa demais, mas não era por causa do Potter, alguma coisa naquela carta. Lílian passou por ele a passos largos e ele pôde ouvir um soluço quando ela alcançou a porta e saiu pelo corredor.

Ela estava chorando, mas por quê? - lançou um olhar frio na direção do rapaz a suas costas e saiu em seguida.

Ele andou apressado pelos corredores tentando alcançá-la, ouviu duas Corvinais comentando sobre o que acontecera com a monitora da grifinória e correndo em direção a sala de Astronomia. Pensou se deveria seguí-la, provavelmente queria ficar sozinha, mas algo o fez prosseguir.

— Lílian? - falou baixo entrando vagarosamente na sala vazia. Olhou melhor a sala, mas não a viu. — Lílian você esta aí? – não houve resposta.

Por segundos ele imaginou ter se enganado.

Talvez ela ter ido pra outro lugar! - pensou desanimado.

Já estava saindo quando ouviu um choro baixinho próximo a uma estante no fundo da sala.

Aproximou-se devagar procurando não assustá-la. Ela estava sentada no chão ao lado da estante... abraçada as pernas, escondendo o rosto nos joelhos, o corpo tremendo.

— Hei, o que foi? - sentou ao lado dela. — Ouvi você discutir com Potter na biblioteca. Não esta chorando por causa dele, não é? Isso não faz o seu feitio.

— Não tem nada haver com o idiota do Potter.

— Então, o que foi? Qual o motivo para tudo isso? - na verdade ele não sabia o que fazer naquela situação, mas Lílian era sua melhor e única amiga, a única pessoa além de... Não queria lembrar dela agora, a única pessoa viva que ele realmente se importava. — Posso ajudar em alguma coisa? Vamos, diz alguma coisa, vai? - perguntou novamente.

Sem responder, ela puxou um pergaminho do bolso e entregou a Severo. Seus olhos percorreram tudo ficou claro e se arregalaram imediatamente ao compreender as razoes dela, ele os sentiu arderem.

— Ela esta morrendo Severo. Talvez não passe desse fim de semana... - a voz embargou.

— Calma. Você não pode ter certeza disso... e... E pelo que diz a carta nem os Médicos tem! Talvez ela só esteja com saudades de você e a queira por perto, só isso. – nem ele tinha convicção no que dizia, mas precisava acalmar a amiga.

— Você é um excelente mentiroso Severo, pode enganar qualquer um nessa escola, menos a mim. - um soluço mais forte e Severo a puxou para junto de si.

Abraçou-a com carinho afagando os cabelos avermelhados que tanto o encantavam, sentindo o cheiro de lírios que emanava dela. Ela o abraçou de volta como se sua vida dependesse disso.

— Vai acabar tudo bem. - ele acariciou novamente os cabelos e as costas. Ela levantou o rosto para encará-lo, os olhos verdes inchados, o rosto vermelho e molhado pelas lágrimas. "Merlin! Como estava linda". O coração dele falhou uma batida.

— Como você pode ter certeza?

— Eu não tenho. - respondeu simplesmente. — Mas mesmo que ela... - não completou a frase ao ver as lágrimas descerem pelo rosto alvo. — Sei como esta se sentindo Lílian. Eu já perdi a única pessoa que me amou nesse mundo e... - a voz dele falhou. — Tudo o que podemos fazer é estar presente, nos despedir se for a hora e principalmente, guardar na lembrança os momentos felizes pra... pra... que nunca... nos esqueçamos... dela.

A voz dele foi perdendo força até que não saiu mais. Sentiu os olhos arderem, mas por Merlin, ele não queria chorar, contudo a dor da perda de sua mãe era muito recente; ela se foi, e ele nem pode se despedir. Fechou os olhos na esperança de evitar as lágrimas, trincou os dentes tentando permanecer firme, apesar de tudo, sabia que perto de Lílian não precisava de máscaras, mas ainda assim era um sonserino e tinha seu orgulho.

Sentiu a mão dela no seu rosto, pequena e morna, ao mesmo tempo em que uma lágrima escorria. Ele abriu os olhos imediatamente, e encarando-a surpreso ele desfrutou do sorriso meigo que ela tinha nos lábios. De alguma forma sentiu vontade de continuar falando.

— Eu nunca pude me despedir dela, meu... Avô - falou um pouco ríspido a última palavra - nunca permitiu que eu chorasse a morte dela. Na verdade eu acho que ele sempre teve ciúmes de mim.

— Dela quem Severo?

— Da minha Mãe. Ela morreu ano passado. Ainda hoje não se sabe a causa, mas... acho que o bastardo a matou, por inveja da alegria dela, ou por nunca ter se dobrado a ele. Ela adoeceu de repente e quando estava quase no fim ela pediu para me chamarem aqui e ele simplesmente ignorou o pedido dela. Eu não pude despedir-me, muito menos ir ao seu funeral. - outra lágrima caiu. — Aproveite Lily, aproveite cada momento que tiver com ela, não desperdice a oportunidade de se desp---.

O que aconteceu em seguida o deixou surpreso. Ela se aproximou lentamente. Olhares fixos um no outro, poderiam se afogar num oceano profundamente verde. Ou seria em negro? Sentiu o perfume de lírios que emanava dela, a respiração acelerada, cada vez mais próxima, até que seus lábios se encontraram. Primeiro num beijo quase infantil. Terno. Carente. Que logo foi tomando intensidade, calor, desejo. Um desejo que talvez nenhum dos dois soubesse que sentiam um pelo outro. Severo deslizou a mão pelas costa de Lílian levando até seus cabelos, segurando-lhe a cabeça, dando continuidade ao beijo. Ela tremeu levemente ao mesmo tempo em que escorregou a mão que estava no rosto dele pra nuca, agarrando o pescoço e trazendo-o mais para si. Ambos gemeram.

O beijo foi ganhando mais ardor, as caricias ficando cada vez mais afoitas. Ela já estava sentada em seu colo, a camisa fora da saia e com alguns botões abertos. Ela mesma já havia desabotoado parte da camisa de Severo enquanto ele beijava seu rosto, pescoço e descia mais buscando o colo antes de se conter e afastá-la num abraço sôfrego.

Ofegante, buscou o ar que lhe faltava nos pulmões ao mesmo tempo em que se inebriava com o cheiro dos cabelos dela. A razão voltando ao seu ser a medida em que se acalmava.

— Por Slyterin, o que estamos fazendo? Nós quase... – a encarou e viu desejo queimando nos olhos verdes assim com deveriam estar queimando nos seus também.

— Eu não faço idéia. Só sei que queria isso há tanto tempo que nem consigo contar. – ela respondeu e ele a olhou, surpreso.

— Muito tempo? Mas...? Você nunca demonstrou que...

— Para um dos alunos mais inteligentes dessa escola você é um pouco tapado pra determinadas coisas, não é Severo? – Lílian sorriu divertida ao vê-lo erguer uma sobrancelha.

— E pelo visto você também, não é Srta. Evans? – sacudiu a cabeça e sorriu, um de seus raros sorrisos mesmo na presença dela. — Será que dei tanta bandeira assim? – encarou-a novamente.

— Claro que não – havia um ar divertido na voz dela — Você só tremia quando eu tocava em você, ruborizava, mesmo que de leve, quando eu elogiava seus ensaios de poções e... – ela parou ao ver o rosto sério a sua frente. — E outras coisinhas mais...

— Está bem, está bem! Eu dei bandeira. A verdade é que nunca me senti assim por ninguém. Simplesmente não sabia como agir, ok? – a encarou, firme. — O que vamos fazer agora? – ele não queria admitir, mas temia a resposta.

A verdade era que não importava a nenhum dos dois o que fariam dali por diante. Haviam encontrado um ao outro.

— Eu não sei, confesso que não faço a menor idéia. Você já é perseguido só por ser sonserino, se Potter desconfiar de nós...

— Eu quero que o Potter vá para o inferno, ele e o grupinho dele! Azar o dele se diz gostar de você. – Severo sabia que teria problemas muito maiores que um grupo de alunos arruaceiros pra se preocupar. Seu avô certamente o mataria se o descobrisse com uma nascida trouxa. — Não se preocupe Lílian, nós vamos dar um jeito. O que eu queria saber era se... bem... O que nós somos agora?

Ela sorriu e o beijou novamente.

— Isso responde sua pergunta?

— Não, poderia repetir, por favor, acho que não entendi direito. – sorriu maroto.

— Ora seu... – mas foi interrompida com mais um beijo.

Continua...

NA: Gostaram? Não gostaram? Bem, só saberei se você deixar um comentário. Portando... Escreva-o!

Beijos a todos,

Shey!