Nota da autora: AU. Essa é uma adaptação de uma obra que adoro. Espero que gostem. Serão no total d fics da série. Mudei o título e alguns pequenos trechos, mas nada de muito significante.
CAPÍTULO I
Hermione Granger perguntava-se por que os ladrões tinham sempre que escalar alguma coisa. Prisões, prédios, parques, muros de jardins ou até mesmo da magnífica propriedade a sua frente, numa das mais belas regiões da Flórida. Tanta segurança para evitar que um arrombador de categoria entrasse no santuário de privacidade de um proprietário cheio de dinheiro...
Sorriu de leve, olhando para o muro ao redor da mansão conhecida como Hogwarts. Alguns ladrões eram mais determinados e talentosos que outros, pensou.
Tirou a arma do coldre que trazia sob o braço e, mirando a câmera logo acima do muro, atirou, manchando-a com uma bola de tinta branca, a lente delatora. Uma coruja branca que estava em uma arvore próxima, voou, assustada, mas, além disso, não houve sinal de alarde. Tornou a guarda a arma e a sorrir. O horóscopo dizia que aquele dia seria um dia de sorte. Não que acreditasse em nada disso, mas sabia que o pensamento positivo lhe ajudara muitas vezes atrás.
Enfiou o par de espelhos portão adentro e abriu parte dele o suficiente para poder adentrar na propriedade. Não fora fácil decorar o posicionamento de todas as câmeras e dos sensores de movimento. Graças a plantas e desenhos, sabia onde se achava cada porta e janela da mansão; além, claro, de todo o tipo de fechadura e conexão elétrica.
Hogwarts fora construída à quase dois séculos, e cada novo proprietário acrescentara cômodos e pisos novos, sempre procurando mais grandeza, modernidade e segurança para a casa. O dono atual parecia ter muito gosto, pois cada canto da propriedade era impecavelmente bem cuidado. Na parte de trás, por onde Hermione entrara, havia duas quadras de tênis e uma enorme piscina. O mar ficava a pouca distancia e podia-se ouvir o tranquilizante barulho das ondas. Ela admirava cada detalhe. O proprietário devia ter muito, muito dinheiro. E um ego maior que sua conta bancaria. Alguém que, ela sabia, estava fora do país no momento.
Voltou-se para a janela pela qual estava prestes a adentrar a mansão. Com cuidado e pericia, pegou a ferramenta de cortar o vidro e fez um círculo, que retirou logo em seguida, jogando-o na grama. Ao se separar da janela, o pedaço de vidro causou um leve ruído.
"Alguém poderia ter ouvido?", Mione se perguntava. Decerto não o guarda do piso superior, de frente para o monitor, mas havia mais dois seguranças ali dentro.
Aguardou mais alguns instantes. Nada. Decidida, entrou. Seguiu até a escadaria, junto ao topo da qual se via um precioso e genuíno Picasso. Sabia que havia outro no piso superior e que as duas obras eram protegidas por sensores ópticos, mas os quadros não eram o motivo que a levara até ali.
Parou no piso do terceiro andar, curvando-se e escondendo-se nas sombras para observar a escada. Nada ainda. Apenas silencio. Passou o olhar ao redor, vendo armas penduradas no hall. Notou os cantos escuros, onde um segurança poderia estar escondido. Ninguém ali também.
Seu alvo se encontrava no meio do corredor espaçoso, depois de uma porta do lado esquerdo. Prestou atenção redobrada aos sensores ópticos, evitando-os com elegância. Aproximou-se de uma armadura completa do século XV, que mais, que mais parecia com um cavaleiro medieval vestido para uma justa. Adorava a sensação de adrenalina correndo nas veias. Adorava cada instante que sua capacidade era colocada à prova.
Parou mais uma vez a dez passos de seu objetivo. Notou algo cruzando o ar. Um facho de luz...talvez um fio... "Bobagem!" Ninguém seria estúpido o suficiente para deixar um fio atravessando o meio do corredor. Seria perigoso para quem por ali andasse.
Tensa, aproximou-se mais para examiná-lo. Tudo o que tinha a fazer era passar por cima, pegar o que queria e sair dali o quanto antes. Tanta tecnologia por toda parte e de repente, naquele corredor, um aramezinho...
Curiosa, abaixou-se para ver melhor. Um fio, sim, corria de um lado ao outro do corredor e pela parede. No piso, porem, não estava encostado, mas a centímetros de altura.
- Parado aí! – Alguém ordenou.
Mione sentiu-se gelar. Entre dois cavaleiros em armaduras reluzentes, uma sombra apareceu.
- Não mexa sequer um músculo! – avisou. Mione notou que lhe apontava um revolver.
- Não estou armada.
- E o que é isso embaixo do seu braço?
Ela sabia como lidar com uma situação assim. Precisava ficar calma e manter o sujeito calmo também. Já o fizera antes.
- É uma arma de tinta.
- Coloque-a no chão. E essa pequena mochila também.
- Não se exalte. Estamos do mesmo lado. – respondeu, obedecendo.
- Estamos nada. – o sujeito tocou no ombro direito. – Clark? Estou com um intruso no terceiro andar. Na galeria. Chame a polícia.
- Isso não será necessário. Seu chefe me contratou para testar a segurança.
- Certo. Conta outra. Pode dizer essa para a polícia.
Mione moveu as mãos, obedecendo os movimentos que ele fazia com a arma.
- Se você soubesse, não seria um teste. – insistiu. – Olhe, eu poderia ter pego o Picasso lá de baixo, ou o Matisse da sala de leitura, ou qualquer outra coisa. Minha missão é testar a segurança central. Acenda as luzes e lhe mostrarei minha identidade.
As luzes se acenderam, sim, de imediato, fazendo- estreitar um pouco os olhos. Notou, no entanto, que o guarda ficou um tanto confuso.
Pronta para sair correndo a qualquer instante, Mione o viu olhar para trás dela.
- Sr. Potter, encontrei...
- Estou vendo. – Hermione engoliu o pouco de saliva que tinha na boca.
- Harry Potter, presumo. – ela comentou, sem se voltar para ver o dono da casa.
- Ora, ele não a tinha contratado? – ironizou o guarda, que agora se sentia bem melhor.
- Ele, não. – Mione pretendia levar até o fim. – A companhia de seguros. Thomas e Finnigan. Seus patrões.
- Duvido. – a voz que vinha de trás dela agora lhe parecia bem mais próxima. – Ela não está armada, Samuel. Baixe esse revolver antes que machuque alguém. Vamos resolver isso lá embaixo.
- Sim, senhor.
- Agora, por que não dá uma olhada na senhorita...
- Smith. – Mione ofereceu.
- Ah, tão incomum... – ironizou o dono da casa.
Mione não estava prestando a mínima atenção a ele. Observava enquanto o Samuel se afastava.
- Cuidado! – chegou a grita, mas em vão.
Ao se voltar, então, bateu contra o peito nu, que levou para o chão com seu movimento inesperado.
Uma explosão tremenda e uma onda terrível de calor os atingiu. A mansão toda estremeceu, e o som de vidros se partindo foi intenso. E as luzes se apagaram de novo.
Harry Potter despertou com uma luz intensa que direcionaram em seu olho esquerdo.
- Solte-me! – resmungou para o segurança.
- Sr. Potter, tem de se acalmar e repousar, se não...
- Bloody hell! – e tornou a deitar-se, devido à forte dor que o atingiu na nuca. Suas costelas doíam também, tornando respirar uma atividade inacreditavelmente difícil. De repente, tudo lhe veio a memória. A explosão, o guarda e a garota. – Onde está ela?
- Não se preocupe com nada, senhor. – outro guarda se aproximou. – Já entramos em contato com sua médica particular e ela está a caminho.
- Não. Onde está a garota? – Não precisava perguntar por Samuel, pois a lembrança do calor das chamas e dos destroços que voaram por toda parte falava por si só.
- Não temos certeza de nada, senhor. O esquadrão antibomba, o departamento de homicídios, os peritos, estão todos aqui, mas temos de esperar pelo relatório dos bombeiros. O senhor viu o apetrecho?
- Não vi nada. – Harry tossiu.
- Tem certeza? – quem perguntava agora era um homem de terno cinza.
- E você, quem é? – Harry quis saber.
- Moody, da Homicídios. Seu segurança nos avisou sobre a explosão e sobre um intruso. Ou devo dizer intrusa? A garota a quem se referiu? – Harry apenas assentiu.
- Bem, ela queria mesmo vê-lo morto. E matou seu segurança e quase se matou no processo. Teve sorte de rolar pela escadaria. Pode descrevê-la?
Pela primeira vez, Harry olhou ao redor. Estava no segundo andar, ao pé da escadaria e sua cabeça doía mais por ter batido contra o solo.
- Ela disse chamar-se Smith. – Sentou-se devagar. – É pequena e magra. Usava roupas pretas, mas estava de costas para mim e usava um boné de beisebol. Talvez tivesse olhos castanhos... Enxerguei pouco. – Vira os olhos quando ela se lançara sobre seu corpo.
"Quando salvara sua vida!"
- Não é muito, mas vamos investigar. Não deve ter escapado sem um ferimento. Levaremos o senhor para um hospital e depois conversaremos melhor.
Harry cerrou as pálpebras. A imprensa iria adorar aquilo tudo.
- Não. Não vou
- Vai sim, sr. Potter. Se morrer agora, serei demitido. – deu por fim o policial.
Assim, duas horas mais tarde, ouvindo o barulho causado pela mídia e vendo os flashes pipocando no corredor branco do hospital, Harry desejou ter teimado e ficado em sua propriedade.
A imprensa já sabia o que ocorrera e armara um verdadeiro espetáculo. Explicou isso ao médico enquanto costuravam um rasgo no seu peitoral.
- Está reagindo bem, sr. Potter. Nem será necessário a anestesia que pedi. – A Dra. Pomfrey sorriu-lhe.
- Posso estar reagindo bem, mas estou extremamente furioso.
O analgésico que os paramédicos lhe tinham dado estava com o efeito por um fio, mas não queria pedir mais porque se sentia um tanto grogue. Tentaram matá-lo, e não iria dormir enquanto a polícia tentava descobrir de quem se tratava.
- Onde está Weasley?
- Aqui. – O advogado inglês deixou o canto da sala de emergência em que se mantivera até em tão. – Nossa, você não parece nada bem, Harry...
- Quem era ela, Ron? E onde enfiaram minhas roupas?
- Ainda não sabemos, para a primeira, mas vamos descobrir. E aqui. – Abrindo uma maleta esportiva, ele tirou uma calça jeans, uma camiseta preta e uma jaqueta de algodão.
- Suas, suponho...
- Não me deixaram entrar na mansão, mas estas vão lhe servir. – Weasley mostrou um par de tênis e franziu o nariz para mais um ponto dado pela médica. – Mas, afinal, o que está fazendo aqui? Devia estar em Stuttgart. ALEMANHA – fez uma pequena pausa e por fim terminou enfatizando a última parte.
- Gregory tentou me convencer a ficar mais um dia. Devia tê-lo ouvido. Ligue-me com Thomas e Finnigan.
- São quatro da manhã. Poderei demiti-los amanhã de manhã cedo.
- Quero falar com eles antes.
E não antes de saber se tinham ou não enviado um mulher esperta para testar o sistema.
- Harry, os policiais acharam uma das câmeras bloqueadas com tinta, um par de espelhos atrapalhando o sinal do portão e um buraco na janela do pátio. Isso, para não mencionar o segurança que se resumiu a partículas.
- Não pense que ficarei parado aqui. Sentado esperando. Quero estar presente quando interrogarem aquela mulher. – Embora soubesse o quão difícil seria encontrá-la primeiro, e depois interrogá-la.
- Esqueça, Harry. Essa mulher não foi a primeira a tentar pegar um pedaço de você. E, acredite, os repórteres vão querer levar-lhes mais alguns.
- Acho que ela salvou minha vida. – Com um resmungo, Harry vestiu a camiseta. – Estranho para alguém que quer me ver morto.
Ronald Weasley pensou um pouco antes de perguntar.
- Por que não me conta o que houve?
Harry o fez, começando pela máquina de fax que algum imbecil programara para chamar seu número a cada dois minutos desde as duas da manhã. Falou também da ligação dos seguranças, que ouvira, informando a Clark que Samuel havia descoberto alguém dentro da casa. Descreveu como a moça tentara evitar que Samuel avançasse e depois se jogara em cima dele, Harry, quando houve a explosão.
- Disse que o nome dela era Smith... – Weasley observou.
- Um nome falso, com certeza.
- Com certeza? Ela sabia da bomba!
- Ela sabia de algo! Vi sua expressão quando se jogo por cima de mim. Estava apavorada.
- Eu também estaria se um imbecil detonasse a bomba antes que eu saísse da cena...
- Ela podia ter passado por mim antes da detonação, mas preferiu me lançar longe. Ela me EMPURROU. – dando ênfase no final.
Ron ficou pensativo por um instante.
- E depois, ela me arrastou escada abaixo.
Harry sabia que a mulher estava ali para roubá-lo; que queria, até, querer matá-lo, mas alguma coisa mudava sua linha de pensamento. E queria saber o que, de fato, acontecera.
O detetive que estivera na mansão apareceu na enfermaria, apresentando logo o distintivo.
- Tem certeza que o fato de ela se chocar com o senhor não foi um mero acidente?
- Tenho. – Harry não pretendia falar com o policial no momento. Queria suas próprias respostas. Não estava acostumado a trabalhar para os outros, ou a ajudar a vida alheia.
- Bem, ela deve aparecer em algum lugar. Para assistência medica. – explicou Moody. – Sugiro que procure um lugar para ficar. Providenciarei vigilância 24 horas para o senhor.
- Não quero gente me seguindo pra toda parte.
- Mas é o procedimento padrão, senhor. Pode usar o distrito Palm Beach ou até o escritório do xerife.
- Não vão me tirar de minha casa. E tenho minha segurança particular.
- Com todo respeito, senhor, mas a segurança de sua casa não me impressiona.
- Eu sei. – mais um gemido, e ele vestiu a calça jeans.
- Trarei a cadeira de rodas.
- Não, Ron, irei andando. – Harry sofria, mas era teimoso por demasia. – Quero Thomas e Finnigan no telefone agora! E não venha com um atendente qualquer. Quero a diretoria ou os próprios donos!
- Certo. – Ron saiu e retornou alguns segundos depois, com uma cadeira de rodas e o celular no ouvido.
Mantendo-se firme, mas sentindo muitas dores, Harry se dirigiu a Moody:
- Se... Quando encontrarem a srta. Smith, quero ser avisado. Estarei presente.
- As coisas não são assim, senhor...
- Dane-se como são as coisas da policia! – Harry deixou-se cair na cadeira. – Meus impostos pagam o dobro da folha de funcionários do departamento inteiro junto. Se vai falar com ela, quero estar junto.
- Bem...verei o que posso fazer.
- Ele o quê?!
- Calma, Bottom! Esse braço é importante, sabia? — Hermione protestou.
Os dedos grossos de Bottom tornaram-se suaves, na costura do corte.
- Tem de ir a um hospital, querida — aconselhou, passando uma linha de supercola sobre o ferimento do ombro.
- Preciso é de algo para bater em sua cabeça dura! — Mione se rebelava para conter a dor. — Não disse que Potter ficaria mais um dia em Stuttgart?
- Foi o que saiu nos jornais. Culpe o jornal ou culpe Potter por mentir aos repórteres.
Ei, por que não pegou um dos Picassos? O alarme já tinha disparado, mesmo...
- E onde arranjaria compradores? E eu estava bem ocupada. No caso, com o corpo pesado de Harry Potter. Vira algumas fotos dele nos tablóides, quando de seu divórcio conturbado, no ano anterior, e quando o moreno doara uma quantia obscena de dinheiro para uma causa qualquer mantida por um astro de Hollywood. Sabia que ele era um milionário reservado, divorciado e imprevisível, nada mais.
- Pronto. A cola já secou. — Bottom tampou o tubo. — Mas colocarei uma bandagem, mesmo assim.
- Como vão minhas costas?
- Bem. Foi bom estar usando uma jaqueta pesada. O que me aflige é o corte na parte de trás de sua perna. A cola não vai durar muito, já que anda tanto.
Mione sorriu, descendo da mesa da cozinha em que estivera sentada.
- Falo sério, Mione. Deve ter perdido sangue, querida. E se fizerem alguma análise de DNA?
- Terão de me achar para terem com que comparar, não? — Mione tentou andar, sentindo a cola repuxar sua pele. — Bem, já passa das cinco. Vejamos o noticiário.
Bottom saiu arrastando os chinelões pela cozinha, para ligar a televisão de cima da pia.
Enquanto isso, Mione vestia o jeans que deixava ali, para casos de emergência como aquele.
- Você disse que o segurança morreu. — Bottom amarrou a tira do enorme roupão. — O que quer ver?
- Não sei... Quero ter certeza de que não fui flagrada por câmera alguma.
- Só isso?
- É que estou curiosa daquele fio no corredor e... seria interessante saber se Potter morreu ou não.
Bottom a conhecia bem, por isso tinha certeza de que Mione estava preocupada. Ela arrastara Potter para o pavimento inferior por puro reflexo, sem a preocupação de que ele pudesse fazer seu reconhecimento para a polícia. Mas a situação era ruim. Todos iriam culpá-la pela bomba, em especial porque o guarda morrera, e, portanto, nada poderia dizer.
O jornalista começou o noticiário falando da fatalidade ocorrida em Hogwarts.
Descreveu o estado da mansão e disse que Potter fora levado a um hospital, sem maiores ferimentos. As imagens mostradas eram a do milionário sendo escoltado por um homem alto, ruivo, para dentro de uma limusine Mercedes. Havia uma atadura na fronte de Potter, mas ele parecia bem. Por um momento, Mione respirou, aliviada.
- Você devia tê-lo deixado lá em cima, Mione.
- O homem iria queimar, e isso não me ajudaria em nada.
- Ele a viu?
- Um pouco...
- Virão atrás de você, querida.
- Eu sei. Mas sou boa em me esconder.
- Dessa vez é diferente.
Mione não ignorava isso. Alguém perdera a vida. Um homem muito rico também quase perecera. E ela nem ao menos conseguira pegar a pedra que queria.
- Fui tola. Devia ter notado que outra pessoa já tinha entrado e colocado explosivos, mas quem poderia querer mandar pelos ares tudo o que havia lá dentro? Para quê?!
Bottom deu de ombros, pensou, e indagou:
- Assassinato?
- Mas por quê? E por que tanta confusão?
- Eu ficaria mais preocupado em ser culpado pela morte do guarda do que pelos motivos de um assassino.
Mione olhava para a televisão, então sem som. Ali surgiam imagens de Potter com uma modelo, Lavender Brow, pelo braço. Pegou a jaqueta e calça rasgadas e pensou em jogá-las no lixo quando voltasse para casa. Vestiu a camiseta, em melhor estado, ajeitando-a sobre o ombro não ferido.
- Ligo para você esta noite — avisou Bottom, seguindo para a porta.
- De onde, querida?
- Não direi.
Bottom assentiu, sorrindo.
- Cuide-se, menina.
- Digo-lhe o mesmo. Seu comprador sabia que você tinha alguém atrás da pedra ontem à noite. Pode resolver pressioná-lo.
- Não faz mal. Gosto de pressão.
Mione sorriu; também gostava, mas não tanto. Sabia que, dessa vez, a polícia daria mais atenção ao caso. Tinha de achar uma estratégia. Quais os motivos que levariam alguém a colocar explosivos na casa de um milionário, no meio de sua galeria de arte? Aquela pedra estaria na lista de coisas destruídas pela explosão ou eles também a culpariam de tê-la levado?
