Lovefool
By Theka Tsukishiro
Disclaimer: Saint Seiya não me pertence... Pertence sim ao tio Kurumada e etc, etc e etceteraetal. Se você não gosta de Yaoi e Lemon (cenas de sexo entre homens) não comece a ler essa fic. Pode fechar ali em cima no xizinho, ou mesmo clicar em voltar, pois não vou aceitar nenhum tipo de reclamação ou comentário maldoso. Essa fic é sem fins lucrativos, e apenas para diversão. Gostaram? Já sabem... Reviews... Mesmo que sejam apenas pedradas. Krikrikrikri...
Agradecimentos: Quero agradecer primeiramente a minha amiga Lhu-chan... Foi de nossa conversa maluca pela madrugada e ouvindo The Cardigans que a idéia para essa fic surgiu. Luzita, obrigado por contribuir com os acessos de loucura que há muito tempo eu não tinha para escrever uma fic. Continuo te agradecendo por ter ficado até muito tarde escolhendo imagens para fazer uma capa e, por último por aceitar betar essa fic que vai servir de presente para muitos enamorados nesse dia 12 de Junho. Obrigado a Athenas de Áries por me aturar de manhã pedindo dicas e ajuda. Adoro tu muito mesmo e, por último, mas não esquecida, agradeço a minha irmã Tay-chan pelo apoio. Valeu sister!
Explicações: Os sobrenomes Lykourgos, Deschamps e Ferruccio e o nome Enzo (Máscara da Morte) são de minha autoria, o sobrenome Larson é de autoria de Tay-chan – que me deixou usar -, plágios serão punidos com um belo Execução Aurora no meio das fuças. Se quiser usar, peça, por favor.
A fic se passa logo após a Saga de Hades.
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: Capítulo 1 :
: Dear, I fear we're facing a problem :
Querido, acho que estamos tendo um problema
Mais um dia de treinos cansativos havia se encerrado. O sol se despedia no horizonte deixando tudo o que tocava com uma cor avermelhada. Subindo as escadas devagar, o ruivo seguia pensativo e imaginando o porquê seu excelentíssimo namorado se ausentara a tarde toda. Aquilo não era do feitio do escorpiano e começava a deixá-lo preocupado.
Ao terminar de passar pelo templo de Capricórnio, o francês parou um pouco admirando o seu próprio. Por mais que já estivesse acostumado com o que via sentia-se bem por saber que de todos os doze dourados, ele, Camus de Aquário, era o cavaleiro mais prestimoso com sua moradia. Já até sonhava com o bom banho relaxante e de água fria... Sim, adorava que fosse daquele jeito, pois o calor da Grécia o castigava mesmo com ele usando seu cosmo gelado para se refrescar.
Continuou a subir devagar até que finalmente passou pelas colunas e adentrou ao salão grande. Parou de chofre e respirou profundamente. Alguma coisa não estava certa e, havia algo de mal cheiroso no ar. Arqueando uma sobrancelha seguiu o cheiro de queimado até a cozinha e, no forno encontrou o causador do mau cheiro. Algo literalmente estava torrando.
- Mon Dieu... – Camus correu para desligar e retirar o que quer que estivesse sendo "carbonizado" do forno. Abriu as janelas e a porta da cozinha para que a fumaça e o cheiro ruim saíssem do local. Somente após ter feito isso, foi que reparou em toda bagunça em que sua cozinha se encontrava. Respirou puxando o ar com força, contou até dez mentalmente para não explodir e, pensou em quem poderia causar toda aquela devastação em algumas poucas horas. Tentou se convencer do contrario e seguiu para seu quarto que ficava no andar de cima.
Ao abrir a porta do quarto seu coração falhou uma batida. Roupas espalhadas por todos os lados, a cama desfeita. Fechou as mãos e tentou controlar-se, mas era impossível... Em menos de uma semana novamente algo inusitado acontecia em sua vida regrada e sossega. Mas o que ele esperava quando começara a namorar o ativo e brincalhão escorpiano? Abaixando juntou uma peça de roupa e ao olhá-la com maior atenção pode notar as manchas de tempero, óleo e mais algumas coisas que preferia nem saber o que era. – Milo... – Murmurou antes de entrar no banheiro. Ao abrir a porta deparou-se com o escorpiano imerso em águas tépidas e com sais na espaçosa banheira, ele ressonava a sono solto.
Olhando para os lados, Camus sentiu vontade de sentar no chão e chorar de raiva e frustração. Pela manhã havia saído e deixado seu templo em perfeito estado de arrumação e limpeza e, agora parecia até que um furacão havia passado por ali. Quantas vezes já havia pedido e quase implorado para que o escorpiano não bagunçasse sua casa? Ele já nem lembrava mais, mas sua raiva e decepção já estavam chegando ao limite.
Tocando a água levemente com a mão a esfriou um pouco, o que fez com que Milo abrisse seus lindos olhos azuis assustado.
- Camy! – Pulou para fora da banheira molhando o chão e contribuindo mais ainda com a bagunça. – Por que você não pode me acordar sem querer me matar congelado? – Perguntou puxando uma toalha e começando a se enxugar.
- Por que você non consegue fazer nada sem quase incinerar a casa dos outros e a bagunçá-la? – Camus perguntou calmamente. A voz baixa e fria, os olhos sem expressão alguma.
- Como? – Milo perguntou confuso e, ao lembrar-se da carne de carneiro assando arregalou os olhos. – A carne vai...
- Non se preocupe... Já a tirei do forno.
- Oh... Camy, que bom eu...
- Torrada e esturricada. – Completou cortando o namorado.
Milo o olhou sem graça. – Era para ser uma surpresa...
- Milo, todas as suas surpresas têm o dom de me deixar maluco. – Camus o encarou sério.
- Ora, não fale assim. Você bem que gostou de quando enchi meu quarto com aquelas velas e incensos. – Milo lembrou-o ao colocar a toalha na cintura e cruzar os braços a frente do corpo.
- Oui... Até que uma das velas caiu e quase colocou fogo em tudo. – Camus também cruzou os braços.
- Foi apenas um erro de calculo... Não sabia que naquela noite teríamos uma leve brisa para balançar a cortina e... Você conteve o fogo rapidinho. – Milo fez um bico ao terminar de falar.
- Mas e se não tivesse percebido a tempo? Milo, você é um perigo quando tenta me agradar. – Camus fez uma pausa e respirou profundamente. Sabia que estava pegando muito pesado com ele, mas era preciso dizer-lhe quando estava errado. – Você faz algumas coisas que me irritam profundamente. – Dando as costas para o louro voltou para o quarto.
- Isso não é verdade. – Milo protestou o seguindo. Tirou a toalha molhada da cintura e a jogou sobre a cama enquanto escancarava a porta do guarda-roupa.
- Tem certeza? – Pergunto apontando a toalha jogada na cama.
- Hei... Você tirou o dia para pegar no meu pé, Camy? – Milo perguntou ao terminar de vestir a boxer.
- Non, você que parece non se emendar. Aqui non é seu templo para que o deixe parecendo uma praça de batalha.
- Mas eu ia arrumar e limpar tudo...
- Oui... Assim como da vez que remexeu em todos os meus livros a procura de um gibi mesmo sabendo que eu non o tinha. – Camus o fuzilou com os olhos. Na época segurara sua raiva, mas não desta vez... Tudo seria diferente.
Milo não tinha o que reclamar, pois o francês não estava dizendo nada que não fosse verdade. - Eu limpo tudo... – Propôs ao terminar de vestir-se.
- Non... Non é necessário. Eu faço isso. – Camus o olhou friamente.
- Mas eu quero ajudar... Eu sujei, eu limpo. – Milo estava ficando irritado.
- Milo, non. Eu mesmo faço isso e sozinho. – Camus frizou as últimas palavras dando maior ênfase.
- Bem Camus, se você quer fazer tudo sozinho, não vejo motivos nenhum para ficar aqui. Quando esse teu mau humor e sua mania de limpeza passar, você sabe onde me encontrar. – Milo encarou o namorado e sem dizer nada saiu pisando duro como se ele fosse a vítima. – "Oras... Isso é o que eu ganho por tentar agradar aquele iceberg ambulante." – Pensou bravo e descendo as escadas rapidamente.
Sozinho, Camus suspirou e devagar começou a recolher as roupas do chão e a colocar sua casa em ordem. Não gostara de ter discutido com Milo por uma coisa tão infantil, mas ela era sua casa e, ele não gostava de nada bagunçado ou fora do lugar. Sabia que Milo tinha sempre as melhores intenções, mas quase nunca as coisas que ele tentava fazer saiam como ele queria.
"Milo... Quando vai aprender que non precisa tentar sempre me agradar? Eu me contento com tão pouco, mon scorpion." – Pensou ao finalmente começar a dar um jeito na cozinha que estava em pior estado que o quarto.
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Com raiva, Milo nem percebera que já havia passado por sua casa e continuava descendo as escadas. Ao passar por Gêmeos foi obrigado a parar, pois Kanon e Saga conversavam animadamente e, mesmo assim não deixaram o escorpiano passar sem o fazer parar.
- Hei, Milo! – Kanon o chamou. – Onde vai com tanta pressa? Por acaso vai tirar o pai da forca? – Gracejou com um sorriso sacana nos lábios.
- Não amola, Kanon. Apenas preciso de ar puro. – Milo grunhiu em resposta.
Saga arqueou uma sobrancelha, lembrou-se do passado. Ele sabia que quando o escorpiano ficava daquele jeito é por que havia brigado com Camus. Levantando-se rapidamente do sofá, segurou Milo pelo braço e o fez olhar em seus olhos.
- Milo, não adianta ficar bravo... Você e Camus...
- Discutimos se é o que quer saber. – Milo o cortou. Estava irritado e ao mesmo tempo muito bravo. – "Por que ele tem que ter essa mania de tudo nos seus devidos lugares?" – Pensou.
Saga trocou uma rápida olhadela com Kanon e, com um sorriso de canto voltou sua atenção para o amigo. – Não sei qual foi o motivo Milo e, nem quero saber, mas o que eu sei é que de nada vai adiantar você ficar remoendo as coisas. Kanon, os rapazes e eu vamos sair hoje à noite, venha conosco. Garanto que você não se arrependerá e te ajudará a esfriar a cabeça. – Convidou.
- Não sei, Saga... – Milo o encarou pensativo. Desde que estava com Camus e que haviam sido trazidos de volta à vida pela Deusa que ele não saia sem o namorado. Suspirou pensativo.
- Milo, é um lugar tranqüilo e garanto que você irá arejar um pouco a cabeça. – Kanon interveio. Recebeu um olhar mortificado do irmão mais velho, mas continuou. – Deixe o gelinho esfriar um pouco a cabeça. Você sempre gostou das baladas. Só vamos beber, ouvir boa música e jogar conversa fora. Se te interessar, sairemos daqui às nove.
- Vou pensar no assunto. – Milo sorriu e, em vez de seguir em frente, deu meia volta e voltou pelo mesmo caminho. Em seu templo seguiu para o banheiro. – "Tenho tempo de sobra para terminar meu banho, me trocar e ir me encontrar com eles. Mereço isso e, se Camy não me quer por perto, não vou ficar em casa sozinho." – Pensou retirando a roupa e as jogando de qualquer jeito no chão.
Algum tempo depois, Milo se olhava no espelho de corpo todo que ficava na parte interna da porta do guarda-roupa. Analisava se o "look" estava bom e, com um sorriso satisfeito observou-se novamente dos pés a cabeça. A calça jeans escura colada ao corpo, à camisa azul petróleo, nos pés os sapatos pretos confortáveis e para completar colocou um cinto combinando com os calçados.
- Perfeito, Milo! – Falou dando uma piscadela para si mesmo. Fechou a porta do guarda-roupa e, com as mãos massageou o couro cabeludo e aproveitou para dar mais volume aos cachos.
As nove em ponto surgia na casa de Gêmeos chamando a atenção de quem já estava lá. – Cortem o assunto, pois o assunto chegou. – Riu divertido.
- O que? Resolveu sair da toca, bichinho? – Enzo abraçado a Afrodite gracejou com uma pitada de ironia.
- Engraçadinho... – Milo o fuzilou com os olhos.
- Cabron, usted está careca de saber que Milo após começar a namorar Camus pegou certos hábitos do francês... – Shura alfinetou. Um sorriso debochado nos lábios.
Milo os encarava com os olhos, queria saber até onde aquelas brincadeiras iriam.
- Claro... Ele acabou tornando-se um anti-social. – Afrodite, enrolando uma mecha de seu cabelo entre os dedos, o olhou malicioso.
Sem responder nada, Milo sorriu irônico, fez uma careta ao levantar o dedo médio.
- Mona que falta de classe seu mal-educado. – Afrodite riu debochado mal se abalando.
- Ok crianças... Acabou o intervalo. – Kanon que chegava naquele momento sorriu. – Vamos parar com o mercado de peixe e sair?
Saga parado ao lado do irmão sorria ao encarar os demais. – Kan tem razão, vamos ou não conseguiremos um bom lugar na boate.
Em pouco tempo já estavam seguindo para o centro de Atenas. Kanon, Saga e Milo em um dos carros e Enzo, Afrodite e Shura em outro. Conseguiram parar os carros próximos à boate e em pouco tempo já estavam procurando uma mesa para sentarem.
A música alta, o ambiente agradável, não demorou muito para que os amigos se separassem. Tentando esquecer-se da discussão boba com o namorado, Milo bebia uma taça após a outra de vinho. Sobre o olhar indignado de Saga, o escorpiano saiu da mesa para dar uma arejada.
Algum tempo depois, Milo voltava para mesa com outro drinque sentando-se a frente de Afrodite. Os olhos azuis piscina o olhavam felinamente com interesse.
- Escuta Milo... Por que o Camyu não veio? – Perguntou. Apoiou o queixo sobre as mãos aguardando a resposta.
- Ele não quis vir. – Milo respondeu o encarando.
- Ah sei... Ele não quis vir... Interessante. – Afrodite baixou os olhos, pegou a taça de Milo e bebericou um pouco do líquido vermelho encorpado. – Que decadência Milo... Bebendo vinho forte e barato? Não checou a marca não? – Revirou os olhos. – Você não está acostumado com isso.
- Dite queridinho. – Fuzilou-o com os olhos. – Para quem está acostumado a beber ouzo, vinho barato fica parecendo água.
- Se você pensa assim... A cabeça é sua na manhã seguinte. – Afrodite deu de ombros e sorriu de lado.
Sem dizer nada, Milo bebeu de um gole só a taça de vinho e levantou-se feito um furacão para ir dançar sozinho na pista de dança.
- O que o bichinho recém saído da toca quer provar? – Enzo perguntou baixinho próximo ao ouvido do amante.
Afrodite sentiu seu corpo se arrepiar todo e suspirando olhou para o homem que amava. – Amore, assim você me deixa todo arrepiado. – Gracejou dando um selinho e voltando seus olhos para a pista de dança localizando Milo que dançava próximo de algumas mulheres que o devoravam com os olhos. – Juro que não sei o que ele quer fazer ou provar, só acho que ele ainda pode se arrepender de hoje.
- No pensemos nisso, depois eles se resolvem, além do mais creio que temos coisas mais interessantes a fazer do que falar da vida alheia. – Enzo aproximou seus lábios dos de Dite, beijou-o com volúpia e paixão.
Na pista, Milo dançava sensualmente esbanjando charme. Não havia mulher ou homem que não o notasse. Ainda motivado pela raiva, bebia muito entre uma dança e outra. Quando voltou para a pista, uma jovem morena o puxou pela mão. Perdendo o equilíbrio, o louro a abraçou parando seu rosto a milímetros do dela. Olhando para os lábios rubros e carnudos que o destino tão insistentemente colocava a sua frente, o escorpiano não resistiu ao convite mudo feito pela jovem, que deslizava lenta e provocantemente a língua pelos lábios, umedecendo-os. O beijo exigente foi ganhando proporções que para o local não seriam apropriados. Bastou apenas um convite da linda morena e já estavam no espaçoso escritório da dona da boate.
Os lábios experientes dela, entre sussurros, beijos e gemidos explicaram a Milo que ela era dona do local e que estava de olho nele desde que o vira. As provocações estavam surtindo efeito, pois Milo sentia mais tesão a cada momento. As roupas eram atiradas longe com tal sensualidade e rapidez que em pouco tempo já estavam nus. Milo soltou um gemido alto ao sentir seu membro ser abocanhado e sugado com tal maestria. Seus dedos brincavam com os cabelos da mulher, a acariciando e quando já estava quase para atingir o clímax, a forçou a continuar, mas esperta a mulher desvencilhou-se dele e, colocou-lhe um preservativo.
- Agora venha comigo meu anjo louro... Quero que você me faça chegar aos céus. – Sorriu sedutora ao deitar na chaise longe.
Inebriado pelo desejo e pelo vinho barato, Milo não se lembrou de nada. Felinamente avançou para cima da morena que se oferecia tão descaradamente.
- Meu bem... Se prepare para andar nas nuvens. – Murmurou ao se ajeitar entre as pernas longas e macias.
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- Onde Milo está? – Saga já estava impaciente. O escorpiano já havia sumido há mais de duas horas. Todos estavam cansados e queriam voltar para casa.
- Yo no o vi mais... Será que o cabron voltou para casa de táxi e foi pedir desculpas ao gel...
- Shura... – Afrodite chamou-lhe a atenção. Milo acabava de surgir bem atrás do espanhol. Estava com os cabelos desgrenhados, a roupa amassada e ainda aparentava estar bem alto. – Quanto daquele vinho vagabundo você tomou, Milo? – Dite perguntou preocupado.
- Vinho... Dite, você não é minha mãe para me dar sermão ou querer saber da minha vida. – Milo respondeu sendo malcriado. A voz arrastada e pastosa.
Afrodite iria responder-lhe, mas Enzo com apenas um olhar o impediu. – Talvez mia Flor no precise passar-lhe sermão ou querer saber o que andou fazendo, mas garanto que o signore Iceberg no vai gostar de saber o que fez. – Sem esperar puxou Afrodite pela mão para longe do escorpiano.
Apesar de estar ainda sobre o efeito dos muitos drinques que misturou com o vinho, Milo havia entendido o que o canceriano queria dizer, mas agora não adiantava chorar pelo vinho derramado, no outro dia contaria tudo a Camus e, colocaria a decisão de qualquer coisa nas mãos do namorado.
- Venha Milo... Não ligue para o que o carcamano disse. – Kanon passou o braço pelo ombro dele e o levou para fora. – Diz para mim, Lucrecia é de matar, não é?
Milo arregalou os olhos e o encarou surpreso... – Lucrecia?
- Deixa para lá, Milo... Não vale a pena gastar muita saliva contigo agora. – Kanon gargalhou e o empurrou para dentro do carro. Conhecia muito bem Lucrecia e não se admirava se ela tivesse meio que drogado Milo. Com ele havia sido daquele jeito e, por que não com o escorpiano. Sorriu de lado.
Saga e Shura que seguiam atrás calmamente, não entendiam como Milo tinha se deixado levar tão facilmente pela mulher. Todos na boate sabiam que ela era uma verdadeira caçadora de homens. O pior não era ela ter caçado Milo e, sim saber que o grego tinha colocado seu relacionamento à prova.
Pouco tempo depois Milo já estava tirando sua roupa e a deixando esparramada por todo o quarto. Deitou-se apenas com a boxer azul escura e, assim que encostou a cabeça no travesseiro adormeceu.
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Camus sabia que havia sido grosseiro com o namorado, mas tinha vezes que Milo conseguia o tirar do sério. Mesmo depois de ter arrumado toda a bagunça feita pelo escorpiano, ele não tinha conseguido relaxar como queria. Sentia vontade de ir atrás dele, pedir para que ficasse ali com ele, mas seu orgulho bobo e seu jeito de ser não deixavam que ele fizesse algo do gênero.
"Ficando sozinho talvez ele pense um pouco. Merecemos isso. Talvez amanhã cedo sentemos para conversar e, nos entendamos. Isso... Nada melhor que um pouco de tempo." – Pensou Camus ao preparar-se para deitar.
Era estranho dormir sozinho após tanto tempo tendo Milo ao seu lado e, até mesmo por isso custara a pegar no sono. Dormira mal e acordara cedo demais. Depois de fazer sua higiene pessoal e de tomar seu café da manhã, o ruivo dirigiu-se a oitava casa. Sem cerimônias foi entrando e seguiu para o quarto do amado. Abriu a porta devagar e espiou para dentro. Na penumbra conseguiu vislumbrar o corpo escultural de Milo, ele estava dormindo de bruços e somente de cueca.
Camus acendeu a luz do abajur na cabeceira da cama torcendo para que o louro não acordasse. Recolheu o jeans do chão e do bolso traseiro um papel caiu sobre a cama. Pegando-o para ver o que era, seus olhos arregalaram ao ler o nome, telefone e mais algumas obscenidades. Furioso olhou para o corpo adormecido no meio da cama. Marcas de arranhões se estendiam pelas costas do louro. Segurando-se para não fazer nenhuma besteira, o ruivo pegou a camisa do chão e a cheirou.
- Feminino... Perfume feminino. – Sem muito a pensar, parou ao lado da cama e esticando os braços puxou Milo pelas pernas com tudo o fazendo cair no chão.
Desorientado, o escorpiano sentou-se e o encarou. – Camy é cedo, não precisava me derrub... – Milo parou de falar ao ver um pedaço de papel ser agitado a frente de seus olhos. Demorou a recordar-se da noite de bebedeira e sexo selvagem.
- Você tem poucos segundos para explicar quem é Lucrecia. – Camus falou calmamente. O tom de voz baixo e frio ferindo mais que um soco ou golpe.
- Camy, eu posso explicar... Não foi nada...
- Nada, Milo? – Perguntou sem se alterar. – Bom saber que agora uma boa "foda" significa nada. – E o encarou, os olhos rubros agora opacos e sem emoção nenhuma. – Pois para mim significa muito, cavaleiro. Posso suportar qualquer coisa...
- Não foi isso que pareceu ontem. – Milo retrucou ficando em pé e cambaleando. Foi seguro por Camus, que o colocou rapidamente sentado e o soltou como se a pele morena pudesse lhe transmitir algum tipo de doença.
- Realmente foi por isso que vim... Para conversarmos, mas vejo que estava enganado. Non temos o que falar. – E abrindo o guarda-roupa começou a retirar as roupas que sabia serem suas. – Se ficou alguma coisa me envie por uma de suas servas, non se preocupe com suas coisas, mais tarde eu as mando entregar.
- Camy, por favor vamos conversar direito. Eu posso explicar... – Milo tentou levantar-se inutilmente, mas caiu sentado. Ainda estava meio zonzo e a cabeça parecia que iria explodir de tanto que doía.
- Já falei, non temos mais o que conversar... Se ao menor sinal de uma discussão boba você age assim, o que não faria em uma briga.
- Eu errei... Me perdoe...
- Non... Non suporto traição, Milo. Adieu. – Camus sentia seu coração em pedaços, mas não voltaria atrás. Amava aquele escorpiano cabeça dura, ciumento e bagunceiro, mas uma traição como aquela não seria facilmente esquecida.
Ao ver-se sozinho, Milo deixou-se cair para trás e tapando o rosto com um travesseiro, gritou a plenos pulmões e desandou a chorar. Nunca imaginara que Camus pudesse fazer aquilo com ele.
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Não demorou muito para que a notícia de que Camus e Milo não estavam mais juntos se esparramasse pelo Santuário. Por semanas os dois se evitaram. Era evidente que Milo sofria mais. Camus como todo bom aquariano, estava sendo reservado e em hipótese alguma demonstrava fraqueza ou qualquer outra coisa que fizesse com que alguém percebesse o que lhe ia na alma, em seu ser... Em seu coração.
Doía ver Milo triste, mas ele fizera por merecer e, os mais atentados se aproveitavam disso para conseguirem deixá-lo mais arrasado ainda.
Era fim de tarde, poucos cavaleiros encontravam-se na arena treinando, entre eles Camus com Hyoga. Milo observava os dois, sentado na arquibancada de pedra. Desde que parara de treinar com Aioria, havia ficado por ali. Queria muito falar com o aquariano, mas há dias estava evitando um maior contato. Quando percebeu que o "pato" havia sido dispensado, o escorpiano levantou-se de um salto e correu até onde Camus estava, mas antes mesmo de chegar até o ruivo, Hyoga o parou.
- Mestre Camus não quer falar com você, Milo. Deixe-o em paz. – Grunhiu entre dentes o louro mais novo.
- Quem você pensa que é, Cisne? Um guarda-costas ou garotinho de recados? – Milo falou mordazmente sem o encarar, não queria perder o francês que se afastava de vista.
- Não eu não sou nada disso, sou apenas uma pessoa que sabe respeitar os sentimentos dos outros. – E ao perceber que seria ignorado e deixado falando sozinho, Hyoga segurou o escorpiano pelo braço. – Não você não vai.
- Ponha-se no seu lugar, rapaz... Eu posso me esquecer que um dia poupei sua vida e aplicar-lhe Antares... – Milo deu-lhe um safanão e libertou seu braço.
- Tente, não sou mais aquele garoto que te enfrentou alguns anos atrás. Talvez tenha uma grande surpresa. – Sorriu desdenhoso.
Milo percebeu que o jovem não estava brincando quando este fez seu cosmo queimar e começar a gelar o local. Apontando o dedo indicador já com a unha comprida, o escorpiano também queimou seu cosmo assumindo posição de ataque. Todos os que estavam ainda pela arena sentiram os cosmos dos dois cavaleiros se elevando. Afrodite que treinava com Enzo, arregalou os olhos e parou de treinar assim como seu sisudo namorado, mas não sem antes um dos golpes ter acertado o peixinho que olhou torto para o italiano.
- Hahaha... Deixarei você me golpear primeiro... – Milo queria descontar sua frustração em alguém e por que não em Hyoga?
- Milo, você não quer fazer isso. – Hyoga o encarou. – Esqueça o mestre Camus. Ele não te quer mais.
- Isso é você quem está dizendo. – Milo destilava veneno pelos poros. – Mudei de idéia... Agulha Escarlate!
- Pó de Diamante!
Hyoga já estava pronto para defender-se quando percebeu o cosmo mais gelado que o dele. Olhando para Milo o viu ser arremessado longe e bater com as costas na parede das arquibancadas.
- Mestre...
- Se quer lutar com alguém, Cavaleiro de Escorpião, que seja comigo. – Camus o encarou sério. Seus olhos frios o ferindo.
- Camy, por... – Milo levantou-se e o encarou.
- Non me chame de Camy, você perdeu esse direito há algum tempo. Vamos, se quer lutar eu serei seu oponente. Se está com raiva desconte-a em mim, mas aqui quem deveria sentir-se assim, seria eu e non você. Mas sabe... Eu tenho pena de você... Você não sabe o que quer... Acho que nem sabe amar.
- Cam... Camus...
- Vamos cavaleiro, lute.
- Não quero lutar com você. – Milo baixo os olhos cheios de lágrimas. – Camus, me deixe te explicar.
- Explicar o que, Milo? – Perguntou parando a frente dele e com uma das mãos segurando em seu queixo, fazendo-o olhar-lhe nos olhos. – Dizer que foi a bebida? Que estava bêbado? Non precisa, Milo... Isso eu já sei... Tente entender... Non te amo mais. Então, faça uma coisa boa para nós dois. Esqueça-me. – Pressionou o queixo do escorpiano e o soltou rapidamente.
- Camy... – Balbuciou Milo entre as lágrimas, mas o francês já ia longe. Sem se importar com quem quer que estivesse ainda na arena, o escorpiano deixou que as lágrimas corressem soltas por seu belo rosto. Sentindo as pernas bambas, cedeu ao peso do corpo e caiu sentado com o rosto coberto pelas mãos.
Um pouco mais afastado, Afrodite olhou para o escorpiano e sentiu uma grande pena. Olhou para Enzo e o canceriano pareceu entender o que o namorado iria fazer. – Mia Flor, no sei se vai compensar ir até lá, Milo procurou e acabou achando. – A voz séria e baixa.
- Mas eu não sei ficar parado vendo-o sofrer daquele jeito. Deixe-me tentar colocar um pouco de juízo naquela cabecinha loura. Se não quer me ajudar, peço apenas que não me atrapalhe, amore. – Sorriu de lado e, ao ver o canceriano de olhar taciturno apenas dar de ombros, deu-lhe um selinho e murmurou em seu ouvido. – Vou cobrar o sopapo que me acertou mais tarde. – E saiu com um leve sorriso malicioso. Com passos decididos aproximou-se do louro. Agachando ao lado dele tocou-lhe devagar no ombro e esperou um pouco até que o escorpiano tirasse as mãos do rosto e olhasse em sua direção. Sem dizer nada, o pisciano ajoelha-se ao seu lado e o abraça carinhosamente. – Tenha calma, Milo... – Falou baixinho tentando fazer o com que ele se acalmasse.
Milo não esperava que ninguém fosse em seu auxílio, sentia-se terrivelmente mal e uma dor horrível parecia querer dilacerar-lhe o coração. Queria que o chão abrisse embaixo de seus pés para poder esconder-se no buraco, mas ao sentir que alguém o tocava levantou os olhos e deparou-se com Afrodite que o abraçava. Tentou desvencilhar-se do abraço do pisciano, mas não conseguiu. Engolindo seu orgulho deixou-se abraçar e escondeu seu rosto no ombro do amigo.
- Venha comigo, vamos sair daqui. – Afrodite levantou-se e ajudou o escorpiano a ficar de pé. Olhou na direção de Enzo que já vinha se aproximando. – Vamos levar o Milo para o templo dele.
- Hmm... O que foi que Io te disse naquela noite, bichinho? – Enzo perguntou ao parar ao lado dos dois.
Milo arregalou os olhos, lembrava-se muito pouco da noite de sexo e bebedeira. Iria responder ao italiano quando ouviu a voz levemente alterada de Afrodite.
- Enzo, agora não é hora para isso. – E olhou para Milo. – Vamos... Você precisa de um bom banho, e de se acalmar. Ninguém consegue pensar direito em seu estado.
- Afrodite...
- Agora não, Milo... Primeiro vamos fazer o que eu já te falei... – Sorriu docemente.
Afrodite e Enzo acompanharam Milo até o oitavo templo. Os dois podiam ter sido os mais sanguinários dentre todos os cavaleiros de ouro, mas após a batalha de Hades e com a volta a vida, estavam vivendo pacatamente. Nunca o pisciano iria deixar alguém sem ajuda se lhe fosse permitido ajudar.
Com muito jeito ele conseguiu fazer o arisco escorpiano ir tomar banho e, enquanto isso ele convencia Enzo a preparar alguma coisa para o jantar.
- Amore... Você sabe que a conversa flui melhor depois de estarmos bem alimentados. – Gracejou Dite com um leve sorriso matreiro nos lábios.
- Hmm... – Grunhiu o italiano em resposta. – Mia Flor, depois da janta Io sinto sono e quero estar em nostra cama.
- Amore... Temos tempo para isso e, eu não conseguiria deixar Milo daquele jeito. Por favor, vamos tentar ajudar. – Pediu fechando os olhos e fazendo beicinho.
- Hmm... Você ajuda... Io no sou muito bom em dar conselhos. Prefiro apenas escutar, mas ajudo se for necessário. – Sorriu ao receber um beijo estalado próximo aos lábios. – Agora me deixa terminar, daqui a pouco o bicinho aparece e...
- Podem para de falar de mim, eu já estou aqui. – Milo aproximou-se dos amigos. Já estava de banho tomado, mas seus olhos continuavam vermelhos.
"Oh! Minha Deusa... Me ajude a dar bons conselhos." – Pediu Dite em pensamento e, indicou um lugar a mesa já posta. Esperou até que os três estivessem sentado para começar a falar. – Escuta Milo... Será que agora você pode nos dizer o que foi que aconteceu na boate aquela noite?
Milo o encarou chateado e depois olhou para Enzo. O canceriano o olhava atentamente. – Nem eu lembro direito.
- Baa... – Enzo deixou escapar. – Va benne que você no se lembra...
Dite fulminou o namorado com o olhar. Este deu de ombros e apenas resmungou.
- Acho melhor conversarmos após o jantar, ou periga sofrermos uma indigestão. – E olhou para Milo e por último para o namorado, que olhando para seu prato, fingiu que não era com ele.
Ficaram em silêncio e após arrumarem à cozinha, os três cavaleiros seguiram para a sala e acomodaram-se nos sofás de três e dois lugares. Com calma, o escorpiano contou o que havia acontecido e é claro, não contando os pormenores do que havia feito com a dona da boate.
- Milo, eu nem vou dizer que te avisei para não beber aquele vinho barato. Mas o vinho apenas ajudou... O que te deu para cair nas garras daquela devoradora de homens? Eu sei muito bem o que Camy deve estar sentindo. – Dite falou enérgico olhando para o canceriano.
Enzo tossiu olhando para o outro lado, o que não passou despercebido aos olhos atentos de Milo.
- Mask, você...?
- Queridinho, não é esse assunto que está em questão e, sim o que o senhor aprontou. Eu no lugar de Camus teria feito muito pior. – E olhou para o namorado com os olhos faiscantes. – Não tiro a razão de Camus...
- Dite, você veio para me dar conselhos e ajudar, ou veio para me deixar mais para baixo? – Milo perguntou chateado.
- Vim te ajudar, tolinho... – Sorriu. – Agora vou te alertar... – Parou de falar para fazer suspense. – Reconquistar aquele francês teimoso vai ser muito difícil e trabalhoso. Você está disposto a tentar?
- Se eu disser que não, estarei mentindo. – Milo suspirou. – Eu o amo, mas por mais que tente me explicar não consigo... Ele não deixa nem eu começar.
- Hmm... Talvez seja o caso de você começar a agir como você mesmo e não como um derrotado. – Enzo falou o encarando.
- Diz isso por que não é você... – Milo retrucou.
- Milo... O amore tem razão... Você não pode se abater tanto na frente de Camus. Tente sorrir, jogue seu charme... – Dite falou pensativo. – Que tal agradá-lo com algo que seja romântico e que ele goste?
- Flores... Chocolate... Presentes... – Milo enumerava as opções, mas em sua voz ainda se podia notar o desanimo e a tristeza.
- Ânimo bichinho... Desse jeito o signore Iceberg no vai nem prestar atenção em você. – Enzo o encarou.
Milo suspirou deixando os ombros caírem para frente.
- Milo, Enzo tem razão... Se você não se animar e começar a confiar em você e em seu poder de sedução, Camus pode nunca mais voltar para você.
- Dite, mas ele disse que não me ama mais! – Milo choramingou.
Dite levantou o dedo indicador a frente do rosto do louro e o moveu de um lado para o outro. – Na, na, ni, na, não... Ninguém deixa de amar uma pessoa tão rápido. Tenha certeza que no fundo ele fez e disse tudo para que você não tente mais nada com ele, mas... – Abriu um sorriso que poderia ser considerado diabólico. – Ele que aguarde... Pensei em algumas coisas. – E sorriu de lado. – Você vai... – E começou a falar baixo.
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Seguindo o que Afrodite havia lhe dito, Milo voltou a agir como antes. Sorria quando sentia vontade de chorar... Esbanjava seu charme toda vez que o francês estivesse por perto e fazia-se notar ao máximo.
Certo dia pela manhã, o escorpiano conseguira acordar cedo e, colocara sua toga mais provocante. Ficara sentado a frente de seu templo esperando pela passagem do francês. Não demorou muito e passos chamaram a atenção do louro, que ficou em pé e recostou as costas em um dos pilares de seu templo. Esperou por pouco tempo, pois logo Camus e Shura surgiam. Bufando, Milo quase soltou um palavrão, não esperava que o espanhol estivesse junto.
- Bom dia!
- Bon jour. – Camus respondeu seco mal olhando para Milo, que começou a andar ao lado deles.
- Cabron, onde você comprou sua toga não tinha para hombres? – Shura perguntou com um sorriso.
- Não Shura... Ainda não descobri a grife que você usa para comprar igual. – Milo o fuzilou com os olhos.
- Hahaha... Mui bueno... Vai treinar sozinho?
- Vou correr um pouco. – Milo respondeu pedindo interiormente aos deuses que os dois também fossem.
- Que coincidência, nós também vamos, cabron... Corra conosco. – Convidou.
Camus revirou os olhos e olhou de lado, ao reparar em Milo segurou-se para não dizer-lhe que fosse vestir algo menos chamativo e provocante. Ele não poderia se trair, não queria que o escorpiano soubesse o que de fato ele sentia. Continuou com seu jeito frio e fechado.
Quando finalmente terminaram de descer as escadas e rumavam para a praia Milo teve uma idéia. – Que tal apostarmos corrida até a praia?
- Somos cavaleiros de ouro, non vejo por que fazer isso, nunca teríamos um vencedor. – Camus o encarou desdenhoso.
- Camus tem razão, cabron, mas também seria interessante pelo lado da competitividade. – Shura sorriu. – Yo topo. – E olhou para os dois.
- Vão vocês, eu non vou correr à toa. – Camus falou sério.
Milo o encarou desapontado, mas enfim correu com Shura até a praia. Pouco tempo depois, o francês chegava onde eles haviam parado.
- Quem ganhou? – Perguntou.
- Ninguém... Deu empate. – Milo respondeu sorrindo divertido.
- Non disse que seria perda de tempo. Já non somos mais crianças para termos certos tipos de atitudes. – Camus olhou friamente para Milo.
Sem graça, o escorpiano revirou os olhos. – Mas valeu pela diversão.
- Conheço seu jeito de se divertir e de extravasar, cavaleiro. – Camus o fuzilou com os olhos. – Vamos Shura, eu ainda não corri e acho que preciso respirar um pouco desse ar marinho. Non estou com a disposição para brincar, já non sou mais um garotinho. – E sem esperar, saiu correndo, deixando para trás o pobre escorpiano.
- Cabron... Usted no deu sorte... Ele ainda está muito magoado.
- Ah! Mas ele vai me ouvir... – Milo saiu correndo desembalado. Não fora preciso muito para alcançar o ruivo, mas ao emparelhar com ele e olhar de lado, não viu algumas algas e prendendo os pés foi ao chão.
Olhando para trás Camus revirou os olhos, balançou a cabeça e voltou a correr sem se importar com o louro. Shura parou ao lado de Milo, riu e voltou a correr.
- Droga... Serei motivo de piada por todo o Santuário. – Reclamou Milo. Livrou-se das algas e devagar começou a andar pela praia sozinho.
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- Milo, confesso que isso foi muito infantil... – Dite cortou mais uma bonita rosa vermelha e a colocou junto das outras. – O que acontece com você?
- Não sei... Fico bobo quando estou perto de Camy. – Milo baixou os olhos envergonhado.
- Amor... – Suspirou Dite com um sorriso bobo nos lábios. – Você o ama, é natural, mas precisamos pensar em algo... Alguma coisa que não seja vista com infantilidade pelo senhor Pingüim... Mas o que? – Encarou o louro, suspirou e voltou sua atenção para a roseira. Um estalo o despertou e com um sorriso, bateu palmas feliz. – Já sei... Tenho certeza que não vai falhar.
- Assim espero. – Milo encarou o pisciano.
- Garanto que ele vai gostar. – Dite cortou mais uma bonita rosa.
Milo não fazia idéia do que o Cavaleiro de Peixes tinha na cabeça, mas alguns dias depois, lá estava ele novamente no décimo segundo templo conversando com o amigo.
- Não se preocupe, ele não sabe que estou te ajudando. – Dite sorria ao ajeitar o laço branco de cetim. – Agora vá e lembre-se de sempre sorrir.
- Obrigado, Dite!
- Não agradeça agora, agradeça depois... Quando já estiverem juntos novamente. – Dite sorriu e fez-lhe um gesto com as mãos para que fosse logo.
Milo sorriu e saiu apressado. Descendo as escadas que ligavam os templos, implorou aos deuses que Camus não estivesse nos fundos do templo dele, ou mesmo na janela, para que pudesse dar a volta pelo lado de fora e entrar como quem estivesse chegando vindo da décima casa.
Dite entre suas rosas observava o louro a distância. Suspirou. – "Minha Deusa, ajude aquele cavaleiro." – Pediu Dite, antes de voltar sua atenção para seu jardim, pois o escorpiano já havia sumido de sua visão.
Milo parou a frente do templo do aquariano, respirou fundo e entrou devagar. Fez com que seu cosmo queimasse um pouco para chamar a atenção do aquariano. Abriu seu melhor sorriso e ajeitou melhor o que carregava.
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Camus estava arrumando algumas coisas em seu quarto quando sentiu o cosmo conhecido. Seu coração disparou no peito, mas controlou-se, não queria dar falsas esperanças. Já havia tomado a decisão de não mais aceitá-lo de volta, mas o difícil estava sendo fazer seu coração deixar de amá-lo.
Rumou com passos firmes para a sala e parou surpreso. – Mas o que...? – Deixou escapar.
Tirando o buquê de rosas mais vermelhas que Dite pudera colher da frente do rosto, Milo o encarou. Não desanimou perante o olhar frio do ex-namorado.
- Vai à algum enterro? – Camus perguntou mordasmente.
- Não Cam... Camus... – A voz quase falhando. Milo o encarou e estendeu o buquê. – São para você.
- É alguma data especial? – Camus perguntou com indiferença.
- Não, não é... – Milo deu alguns passos na direção dele. – Aceite... Como prova do meu amor.
Camus arqueou uma sobrancelha, estendeu as mãos e pegou o buquê. Milo sorria pensando que tudo estava indo bem, mas parou de sorrir assim que viu as rosas ficando esbranquiçadas e com uma camada de gelo.
- Milo... Entenda... – Falava pausadamente. – Aqui você não encontrará mais o amor. Desista... Non te amo mais.
- É mentira... Eu sei que você me ama... – Milo o encarava incrédulo. – Eu te conheço.
- Tem certeza? – Perguntou fazendo seu cosmo gelado fazer a temperatura começar a cair. – Você non me conhece, Milo... Tudo de bom que sentia por você, morreu e você foi o causador disso. – E sem esperar reação jogou-lhe o buquê congelado. – Tome, leve isso com você... E me deixe em paz... Non temos mais nada a falar. – E o encarou bravo. – Se me dá licença... Gostaria de ficar sozinho.
Milo não acreditava naquilo. Segurando fortemente o que restara do lindo buquê, machucou a mão, pois o mesmo quebrou-se em milhões de pedacinhos. – Você não é assim... Eu te conheço melhor que todos nesse Santuário.
- Pois é Milo, mas as pessoas mudam. Adieu. – E indicou a saída. Ao vê-lo ainda parado serrou os punhos. – Milo, non me obrigue a te expulsar.
- Eu vou... Eu vou... Mas eu não vou desistir de você. – Milo falou ao sair do templo do aquariano. Longe das vistas do ruivo, finalmente ele deixou que as lágrimas rolassem por seu rosto.
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No outro dia pela manhã, Milo não apareceu para os treinos o que preocupou Afrodite. – Amore, será que aquele cabeçudo fez alguma besteira?
- No sei, mia Flor... Camus está treinando com Dohko e, no parece que esteja feliz. Aos meus olhos parece que está mais frio que antes. – Enzo olhou-o preocupado.
- Amore... Eu já volto...
- No, io vou contigo... – Sorriu decidido.
Afrodite lhe sorriu de volta e dando uma piscadela para o namorado, saiu correndo sendo seguido pelo canceriano de perto. Ao chegarem ao oitavo templo não encontraram nem as servas. Trocando um rápido olhar com Enzo, Dite começou a subir as escadas que levavam para o segundo andar e para o quarto de Milo. Quando abriu a porta, levou um susto, a fraca claridade que entrava pela janela meio aberta iluminava parcamente o aposento. A bagunça era geral, coisas quebradas, roupas espalhadas e o cheiro de ouzo era terrível.
- Ouzo... – Enzo torceu o nariz. – Ele tinha de tomar logo um porre de ouzo? - Perguntou vendo algumas garrafas espalhadas pelo chão e outras quebradas.
- Droga, o que o Camus fez com ele? – Perguntou Afrodite se aproximando da cama e vendo marcas de sangue. – Milo... Milo acorde. – Chamou-o sem conseguir reação do mesmo. Sentiu-lhe o pulso e suspirou. – Esse cabeçudo tomou um porre violento... Está dormindo. – E olhou para o namorado. – Me ajude amore, vou curar esse maluco dessa ressaca. – E estreitou os olhos.
- Mia Flor... Deixa que Io dou um jeito no bichinho. – Enzo falou baixo e com olhar decidido. – Vá para a cozinha e faça um café bem forte... Milo vai se arrepender de ter bebido tanto. – E sorriu de lado.
Afrodite nem questionou quais seriam os meios que seu querido italiano usaria para despertar Milo, mas teve uma vaga idéia. Rumou para a cozinha no andar de baixo do templo e começou a procurar pelo café nos armários do escorpiano. Já havia colocado a água para esquentar quando ouviu um grito alto e um palavrão em grego. Sorriu irônico.
Pouco tempo depois, Afrodite ouviu os passos do namorado e de Milo se aproximando. Riu ao ver a cara com que o escorpiano aparecia na cozinha. Enzo por sua vez sorria de orelha a orelha, o que era muito raro de se ver.
- Posso saber o que aconteceu? – Dite perguntou curioso colocando uma xícara enorme de café a frente de Milo.
- Esse carcamano dos infernos quis me afogar com água fria na banheira. – Milo grunhiu raivoso.
- Io apenas estava te curando de sua bebedeira, bichinho. – Enzo sorriu de lado. – E vá... A água nem tava tão gelada assim, diz que você no gostou? Io sei que ela te fez lembrar o signore Iceberg... – E riu debochado.
Milo o fuzilou com os olhos e voltou-se para Afrodite. – Um dia o furo todo. – Colocou as mãos nas têmporas e suspirou. O perfume de café entrando por sua narina fazendo com que seu estômago revirasse. Com uma das mãos empurrou a xícara para longe.
- A não senhor, você vai beber o café sim. Vamos... Beba, Milo! – Dite cruzou os braços a frente do corpo e encarou o amigo. – E não adianta fazer cara feia para mim. Você vai beber e ponto final.
Milo torceu o nariz e bebeu um golinho. – Eca... Quer me matar, Dite... Isso aqui está forte e sem açúcar.
- É para o seu bem, beba e depois vamos conversar novamente. – Dite estava bravo. – Ou melhor, vamos conversar agora. O que aconteceu ontem? O que te fez ficar tão ruim assim?
- Camy congelou o buquê, machuquei minha mão nele quando se quebrou. – Milo falou mostrando-lhe a palma da mão direita.
- ELE FEZ O QUE? – Gritou Afrodite arregalando os olhos. – Pingüim de uma figa... Minhas bonitas rosas... Como ele... – Mas parou de berrar ao ver Milo gemendo de dor e por sentir os braços protetores de Enzo cingindo-lhe a cintura.
- Calma amore... O Iceberg no sabe dar valor as pequenas coisas... As coisas feitas com o coração. – Suspirou dando um suave beijo próximo à orelha do peixinho. – Duvido que ele tenha um coração.
- Ele tem sim, Mask... Mas eu acho que eu simplesmente o fiz voltar à era glacial novamente. – Milo baixou os olhos e deixou que as lágrimas rolassem por seu rosto.
- Não, não... Não pode desanimar, Milo... Você não o fez voltar à era glacial... Sei que Camus deve estar fazendo isso para te castigar... Não pode ter te esquecido tão fácil.
- Dite tem razão, Milo. – Enzo correu ajudar. – Hoje no treino ele parecia triste... Non era o mesmo de sempre... Acho que ele se esconde... No tem outra explicação.
- Hora de tentarmos o plano dois... – Dite sorriu. – Eu me recuso a deixar que você desista... A não ser que você queira, Milo. – E olhou para o amigo, sentou-se ao seu lado e lhe enxugou as lágrimas. – Vamos... Você o quer de volta, não quer?
Milo sorriu entristecido e balançou a cabeça. – Sim, eu quero. Pode dizer qual é seu segundo plano.
Dite sorriu e olhou para Enzo que bebericava um pouco do café. – Você vai tentar agora isso... – E começou a falar baixinho. Seu coração se aquecia cada vez que via o amigo começar a sorrir confiante.
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Parado as portas do templo do aquariano, Milo arrumava novamente a roupa que usava. A calça de couro preta marcando-lhe as coxas grossas, a camisa de seda vermelha transparente, que Afrodite havia lhe dado para aquela ocasião, mais mostrava do que escondia o peito escultural do louro. Os cabelos caindo em cascata ondulados pelas costas. Nas mãos uma bonita caixa de bombons finos que sabia serem os preferidos do ruivo. Respirou profundamente e entrou no templo. Não fazia idéia de onde Camus poderia estar, mas seguiu direto para a biblioteca do francês. Era sexta a noite e tinha certeza absoluta que o mesmo estaria enfurnado naquela sala cheirando a mofo e sentado na poltrona lendo algum livro enfadonho.
Entrou devagar e sorriu por ter tido a idéia de ir para lá primeiro. Sentiu o perfume almiscarado que somente Camus usava e foi acometido por um desejo enorme. Parou um pouco observando o jeito como o ruivo estava. O roupão de seda negra realçando sua pele alva e os cabelos vermelhos. Milo mordiscou o lábio inferior e quando pensava em falar-lhe, quase deu um pulo com o susto que tomou.
- Vai ficar ai parado me olhando até quando? – Camus perguntou o olhando por cima do livro. Os olhos rubros frios o fuzilando.
- Não seja anti-social, Camy... – Milo falou suavemente não se importando com o azedume do ex-namorado. – Vim te fazer uma surpresa... – E mostrou-lhe a caixa de bombons... – Estava passeando pelo shopping hoje a tarde e vi essa caixa de bombons... Sei que você gosta e pensei em lhe fazer um agrado. – Sorriu sedutor se aproximando um pouco de onde o francês estava sentado.
Arqueando uma sobrancelha, Camus olhou para a caixa reconhecendo-a. – "Espertinho... Quer tentar me ter de volta comprando os meus chocolates preferidos... Engenhoso, Milo... Muito engenhoso, mas non desta vez." – Pensou fechando o livro e levantando devagar, com algumas poucas passadas parou a frente do escorpiano e pegou a caixa de bombons de suas mãos. Jogou-a sobre a poltrona e inclinando-se um pouco para frente, sentiu o cheiro do perfume amadeirado francês que ele havia lhe dado. Sentiu uma onda de raiva o invadir e sem pensar falou bem próximo ao ouvido do louro. – Sei... E onde pensa que vai depois de vir tentar me agradar? Essa roupa por acaso é para ir 'comer' a dona da boate novamente? – A voz fria e baixa o alfinetando sem dó nem piedade.
- Como você só enxergar coisas más em mim, não é Camy... – Falou magoado. - Eu me vesti assim apenas para te ver. – E antes que o francês pudesse revidar, ou mesmo tentar se afastar, cingiu-lhe a cintura o puxando para si e o beijou ardorosamente. Mordeu-lhe o lábio inferior exigindo que ele abrisse a boca para dar passagem a língua atrevida. Ao ouvir o suspiro do ruivo em seus braços, o empurrou para longe olhando-o nos olhos com frieza. – Sabe Camy, eu não ia sair... Mas já que você faz tão mal juízo de mim, vou fazer jus ao que pensa. Talvez encontre alguém que me dê o devido valor.
- Valor? Milo, você non é valoroso... Non passa de um corpo bonito que todos querem usar. – Camus sentia vontade de voar no pescoço do escorpiano. Como ele tinha tamanha audácia de o beijar e fazer com que às feridas já quase cicatrizadas abrissem novamente. Fazer deseja-lo de novo... Aquela roupa era por demais provocante.
Milo notou o olhar de Camus sobre si, sentia ganas de jogar aquele francês empoado no chão e dar-lhe uma bela lição... Sorriu irônico e resolveu que daria a última palavra. – Posso ser apenas um corpo bonito que todos querem usar, mas pelo visto você ainda não esqueceu como posso te dar uma boa foda. – E passou a língua pelos lábios provocando-o. - Você me deseja, Camy... E veja a ironia do destino, por puro orgulho não me tem mais.
Era evidente o choque que havia causado no francês. Os olhos esbugalhados pareciam duas labaredas, sorrindo o escorpiano deu meia volta e com altivez saiu da pequena biblioteca. Como se saindo de um transe, Camus balançou a cabeça e rapidamente correu atrás de Milo.
- Espere ai, Milo Lykourgos. Está se achando o último brigadeiro da festa? – Perguntou Camus enraivecido.
- Não Camy, não me acho o último, mas sim o melhor. Se me dá licença já se faz tarde e eu tenho um compromisso muito importante com a diversão, algo que você não sabe o que é... – Riu debochado e saiu a passos rápidos.
- Milo, volte aqui non terminamos...
- Não? Achei que foi isso que fez ao tirar suas roupas de minha casa... terminar! Adeus, Camus! – Milo falou calmo, mas com uma vontade enorme de socar as fuças do ruivo.
Sozinho, Camus baixou os olhos e deixou que grossas lágrimas corressem livremente por seu rosto. Voltando para a biblioteca, pegou a caixa de bombons esquecida e abraçou-a como se fosse sua tábua de salvação. Saindo devagar rumou para a sala e ligou a TV sem nem notar o que estava fazendo. Abriu a caixa de bombons e colocou o primeiro na boca. Fez como sempre fazia, deixou o chocolate derreter em sua língua com calma. Fechou os olhos e, bem no fundo de seu ser queria que o chocolate, que agora derretia, fosse à saliva de seu escorpiano a beijar-lhe... Os sabores misturando-se em um intrincado bailado atrevido de um beijo. Queria sentir o sabor do veneno viciante de seu querido escorpião. Viciante como o chocolate. Mas o que estava ele a pensar? – Droga Milo... Por que fui te mandar sair? – Praguejou alto. Deixou a caixa de bombons sobre o sofá e seguiu até a cozinha. Refundiou um dos armários e encontrou o que queria. Abriu a garrafa e a levou para a sala. Colocou outro bombom na boca e tomou um pouco do líquido incolor... – Droga... Está sem gelo... – Gelou um pouco a garrafa e voltou a beber no gargalo. – Agora sim... Muito melhor. – Baixou os olhos para os bombons... Era impossível não lembrar-se do que havia feito. – Milo, mon ange... Você tinha de seguir tudo o que eu falo ao pé da letra? – E bebeu mais um pouco. – Como eu fui burro, joguei meu único e verdadeiro amor nos braços de outra pessoa... Merde!
Continua...
N/B: Nem tenho palavras para expressar minha alegria por te ajudar com essa fic! Amiga, como sempre mais uma linda história... quem diria que dos nossos surtos na madrugada saísse algo assim! Me diverti bastante com a cena da briga (que juro não ter culpa nenhuma em nadica!) e em todo o resto!
É um prazer enorme poder te ajudar, espero que não tenha passado nada... sempre que precisar estou aqui! Você além de uma ótima ficwriter é uma amiga mais que especial! Para quem está lendo... aguardem o próximo, vocês nem imaginam o que a mente louca da Theka está preparando! XD
Beijos!
N/A.:
Olá para todos. Feliz dia dos Namorados!
Agora sim a fic está betata como o prometido... E Luzita você sabe que você e a Tay tem 100 de parcela de culpa por minhas loucuras estarem voltando. Como já havia dito antes, era para essa fic ser uma oneshot que acabou ficando do jeito que vocês estão vendo. Agradeço já antecipadamente o carinho de quem já leu a fic e deixou seu review e mesmo aqueles que não deixaram. Valeu!
Mas, por favor... Façam uma ficwriter feliz. O botãozinho ali embaixo não morde, deixem um review...
P.S.: Os palavrões desta fic, não são de minha autoria, são da beta maluca. Mas eu adorei... Podem dizer... I'm bad! Real bad!
Beijos
