Ela rastejou pelo tubo de ventilação com cautela, observando o local. Sim, todos os equipamentos necessários estavam consigo e sua máscara continuava presa ao rosto. Ali estava o objeto cobiçado. Uma chave feita de ouro estava sendo vigiada por câmeras, alarmes e todo o tipo de segurança para impedir o seu roubo. É claro, ela não iria roubar... Iria apenas... pegar emprestado, só isso.

Abriu uma entrada no tubo, sobre a chave, e se posicionou. O objeto estava protegido pela pequena caixa de vidro, onde ficava exposto, no museu. Possuía a forma de uma labareda de fogo, símbolo da vida para os gregos. Para ela, era símbolo de coragem, e até mesmo poder. Quem mais conseguiria pegar aquela chave? Apenas ela...

Sorriu diabólica. Agora!...

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Ele acordou com o bipe nauseante do despertador. Resmungando, jogou o aparelho no chão, mas para irritá-lo ainda mais, o bipe continuou frenético. Inuyasha rugiu de raiva e pulou da cama para pisoteá-lo. Após verificar que os cacos restantes estavam quietos, suspirou.

"Não tinha como começar o dia pior..." resmungou enquanto andava até o armário de mogno rústico. Escolheu uma camisa de manga comprida azul escura, uma calça jeans meio desbotado e um sapato qualquer. Jogou as roupas em cima da cama bagunçada e entrou no banheiro.

Tirou o pijama e ligou a ducha fria. Enfiou a cabeça embaixo da água corrente e deixou que o líquido clareasse seus pensamentos. Acho que tudo está pronto para o roubo... Vou pelos tubos de ventilação. A chave será minha! Aquele pensamento o alegrou. Lógico que ele era o melhor... Ninguém mais poderia roubar aquele objeto, apenas ele. Apenas eu posso... Um sorrisinho percorreu seu rosto com o pensamento. Afinal, só o despertador estragara seu dia... O resto seria maravilhoso, não?

Desligou a ducha e enrolou-se numa toalha. Caminhou de volta ao quarto, imerso em seus devaneios. Sem ligar muito para o que fazia, colocou a roupa e pendurou a toalha molhada num suporte. Sim, aquele dia seria dele e de mais ninguém, afinal, ELE seria famoso e poderia continuar a busca. Perfeito. Sem nenhum empecilho, nenhum. Nada.

Olhou-se no espelho e um sorriso brotou no seu rosto. Estava irresistível... Nenhuma garota pode comigo... Estão todas em minhas mãos... Eu sou demais... E serei rico... Vida maravilhosa... Seus olhos âmbar brilharam com os planos futuros. Seriam magníficos.

Deu as costas para o espelho e caminhou até a porta do quarto, pensando em desejos que realizaria após o roubo. Nada vai dar errado... Depois de pegar a chave, vou completar a busca, e serei o melhor... Uma lenda!

Abriu a porta do quarto e caminhou até a sala. Um perfume masculino importado estava impregnado no local... O hanyou torceu o nariz sensível e se virou para o sofá.

"Miroku?... O que faz aqui a essa hora da manhã?" Inuyasha resmungou, cruzando os braços.

"Como dorme... Sabe que horas são? A manhã já passou faz muito tempo, Inu-chan" Miroku riu, olhando o amigo.

"Feh! Vá cuidar de sua própria vida, e nem pense em usar esse apelido meloso, ou sua vida será bem, bem curta... O que você quer?" o meio-youkai girou os olhos e sentou no braço do sofá.

"Eu queria ver sua reação pessoalmente. Aqui..." Miroku lhe jogou o jornal do dia, com uma cara divertida.

"Ahn? Minha rea... O QUÊ!" o hanyou gritou ao ler a manchete "COMO ASSIM A CHAVE FOI ROUBADA!".

"Raposa é o nome do ladrão. Simplesmente sumiu com a chave sem deixar vestígios... Não há uma pista dele sequer..." o humano comentou sério.

"Eu ia roubar aquela chave... Maldição!" Inuyasha amassou o jornal e o jogou na parede, frustrado "Eu pesquisei todos os sistemas de segurança... Tudo estava planejado... Aí chega o cara e rouba... Baka, Baka, BAKA!".

Miroku se encolheu no sofá. Ver Inuyasha bravo e gritando não era muito bom, agora ser o motivo daquela raiva, era muito, muito pior...

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Raposa riu ao olhar o jornal. Não, seu dia não poderia ficar melhor, não mesmo...

Andava pela rua, sorrindo com o jornal em mãos.

"(...) Um ladrão que não deixou um vestígio sequer, perspicaz o suficiente para enlouquecer a polícia e o dono do museu. Será ele nosso novo pesadelo? Apenas o próprio dirá..." ela riu ao terminar de sussurrar o comentário feito pelo crítico na reportagem.

O melhor de tudo é que pensavam ser um homem. Não corria risco algum de ser pega, ninguém se atreveria a pensar que uma frágil garota seria o ladrão.

Entrou na biblioteca pública e percorreu alguns corredores até chegar a um balcão. Trabalhava numa ali por algumas horas, meio-expediente. Era o suficiente para poder sobreviver, afinal, não gastava quase nada e a faculdade já estava terminada. Quem iria pensar que uma bibliotecária inocente era um ladrão perverso e calculista?... Não não, fora de hipótese...

"Foi você que roubou a chave!" ouviu um grito atrás de si.

Naquele momento sentiu seu sangue cristalizar dentro das veias. Como?...

"Pois não?" virou-se sorrindo gentilmente.

Fora o ato mais corajoso que fizera em toda sua vida. É claro, depois de roubar a chave, mas não vem ao caso...

"Perdão, meu amigo está em estado de choque... Sabe como é... Ele adorava aquela chave que estava em exposição no museu..." um rapaz sorriu-lhe de volta, dando palmadinhas no ombro de um hanyou enfurecido.

"Ah, compreendo... Eu também admirava aquele artefato... É uma pena ter sido roubado..." Kagome fingiu uma cara de desconsolo genuína.

"Ah... Tudo bem, logo a polícia achará o bandido ruim... Não se sinta infeliz..." e Kagome recebeu um sorriso interessado do rapaz.

"Miroku, vamos pegar o livro e ir embora logo..." o hanyou ao seu lado resmungou, emburrado.

"Ah Inuyasha... Não vê que estou consolando a pobre garota?..." Miroku falou num tom conquistador.

"Feh... Vamos logo..." Inuyasha puxou o amigo até sumirem atrás de umas prateleiras.

Ao notar os dois sumirem de vista, Kagome respirou fundo. Meu Deus... Quer pregar uma peça em mim? Quase tive uma parada cardíaca... O que será que aqueles dois queriam com a chave? O tarado não me pareceu convincente... Os pensamentos preencheram sua mente enquanto digitava a relação de livros locados por algumas pessoas.

"Perdão novamente... Mas sabe onde está o livro de arqueologia que fala sobre Deuses e artefatos gregos? Não conseguimos encontrar..." o garoto reaparecera, olhando para ela com segundas intenções.

Ainda bem que existe um balcão entre nós... Baka... Suspirou e levantou os olhos do computador.

"Esse livro foi locado, está indisponível... Deseja mais alguma coisa senhor?" perguntou, tentando não deixar transparecer o interesse repentino.

"Sabe de algum outro livro sobre artefatos gregos?" ela tentou ignorar o sorriso provocante dele.

"Posso procurar para você..." deu a volta pelo balcão e caminhou por um corredor entre duas prateleiras de livros antigos, sendo seguida de perto pelo Miroku.

Parou em frente a uma prateleira afastada, cheia de livros antigos e mofados. Puxou uma grossa enciclopédia que conhecia de cor e salteado. É claro, fez faculdade de História e gostava de estudar. Quer melhor combinação?

"Aqui está. Se não me engano, essa é a melhor enciclopédia sobre artefatos gregos que a biblioteca possui..." ela entregou a enciclopédia ao rapaz, que a olhava interessado.

"Muitíssimo obrigado, senhorita..." ele a olhou, procurando algum crachá.

"Kagome. Prazer em lhe conhecer..." ela estendeu a mão para que ele a apertasse.

"Chamam-me Miroku, o prazer é todo meu, senhorita Kagome..." ele beijou a mão da garota, lançando-lhe um olhar conquistador.

"Miroku, larga de dar em cima da bibliotecária e venha com essa enciclopédia aqui! Já!" o hanyou aparecera no corredor, nenhum pouco contente.

"Ah... Aquele é o Inuyasha... É um cara nada interessante..." Miroku cochichou para Kagome num tom de deboche.

"Miroku! Eu escutei!" Inuyasha rosnou, pronto a pular no pescoço do amigo.

"Bom, devo ir... Foi bom conhecê-la, Kagome... Até mais!" e Miroku desapareceu por entre as prateleiras com Inuyasha rosnando ao seu lado.

Que dupla mais estranha... E estavam atrás da enciclopédia de artefatos... Será que são da polícia? Tenho que tomar cuidado... Kagome suspirou ao voltar para o balcão, teria uma longa tarde pela frente...

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Miroku e Inuyasha entraram no apartamento algum tempo depois de passarem na biblioteca pública. Inuyasha se sentou no sofá e apoiou o rosto nas mãos, ignorando o amigo sentado ao seu lado.

"Inuyasha... Vamos dar um jeito... Se esse ladrão roubou a chave, sabe o que fazer com ela... Vamos esperá-lo no segundo passo da busca, e então iremos surpreendê-lo. O que acha?" Miroku comentou, colocando a enciclopédia em cima da mesinha a sua frente.

O hanyou o olhou, pensando no assunto.

"Pode ser... O próximo passo é pegar aquela caixinha de ouro no museu dessa cidade próxima... Certo?" ele analisou.

"Isso... Mas acho que o Raposa não vai agir agora, já que estão fortificando todos os museus da região..."

"Pelo contrário Miroku. A melhor hora para agir é agora. Isso não passa de uma tentativa de colocar medo no ladrão, e se ele for do jeito que penso ser, vai agir nessa semana. Temos de ir" Inuyasha se levantou, destemido.

"Tudo bem... Vou pegar as coisas e volto para cá..." Miroku olhou o relógio na parede "Daqui a duas horas, apareça lá embaixo com seus equipamentos." Ele caminhou até a porta, não sem antes pegar a enciclopédia.

"Ah, Miroku..." o hanyou lembrou.

"Sim?"

"Nunca fale mal de mim para uma garota... Qualquer que seja... E muito menos dê palmadinhas no meu ombro... Na próxima, você será retalhado. Até mais" e ele bateu a porta na cara do humano.

Miroku engoliu seco. Realmente, ter um parceiro tão esquentado não era muito bom para sua saúde...


Bom, aqui termino o primeiro capítulo desta fanfic. Não sei se está ficando boa, mas está interessante escrevê-la... Não sei o que vai acontecer, não sei nem que busca é essa, XD...
Eu quero continuar a escrever, mas para isso, vou precisar da opinião de vocês. Este estilo de texto está bom, ou está muito idiota? E a história? Está faltando algo para ser complementado?
Peço humildemente a opinião de vocês, e é claro, reviews... Não estou afim de escrever mais se ninguém for ler... É chato...
Bem, fico por aqui...

Lua