"Será destino?
Talvez ironia...
Quem sabe sorte?
Ou, até azar?
Magia?
Bruxaria?
É isto!
Os laços que me prendem a ti,
São finas teias de aranha,
Fortes como a vida,
Transcendendo os tempos,
Amarrados com zelo místico.
E são mais que isso:
São fatais como a morte,
São doces como um veneno."

(Daynor)

Capítulo 1

A Passagem Secreta

- Tiago... – sussurrou Lilly ao seu ouvido, fazendo-o se arrepiar, ao mesmo tempo em que apertava com mais força a mão dele que a guiava.

- Sim? – disse parando ao perceber uma porta redonda coberta de veludo vermelho com um ferro negro que a cortava na diagonal e estava incrustado de pedras preciosas.

- Você tem alguma idéia de onde estamos? – perguntou incerta, olhando dele para a pequena e imponente porta.

- Não... Nunca tinha visto essa passagem no mapa. Quer tentar abrir? – disse quando a viu soltar sua mão delicadamente.

- Não temos nada a perder, não é? – sorriu docemente colocando os fios da franja atrás da orelha – Vamos pelo básico, então – ele concordou com um gesto da cabeça – Alorromora! – nada aconteceu, constataram.

- Bem... Não tem fechadura então nem o canivete do Sirius daria jeito. – parou pensativo – Podemos tentar juntos, como na entrada.

- Certo – disse estendendo a mão direita na direção da porta enquanto ele fazia o mesmo com sua própria mão esquerda.

- No três. – falou concentrado – Um... Dois... Três!

- Comperio! – disseram juntos, e uma incrível luz prateada envolveu suas mãos e cada uma das pedras girou numa direção, o ferro desapareceu e a porta se abriu obedientemente possibilitando-os ver uma sala grande de aparência convidativa, estava cheia de armários, mesas com objetos estranhos, alguns sofás rosa claro com babadinhos brancos e um enorme lustre transparente no teto que iluminava tudo, atrás do qual se via uma espécie de segundo andar cheio de estantes de livros, mas não havia escada para alcançá-lo.

- Uau! – disse Tiago – Me lembre de agradecer ao Filch. Aquele velho maluco finalmente serviu para algo – comentou sorridente.

Há cerca de quinze minutos, eles voltavam da Dedosdemel, Lílian tivera um desejo de comer borboletas de caramelo e Tiago a acompanhara, apesar de já ter passado o horário no qual é permitido sair dos salões comunais. Ele sabia exatamente que o que mais queria era tê-la para si. Sabia bem que o que sentia por ela era muito mais que uma paixão fútil ou mera atração, mas não poria em risco a amizade que tinha com ela há quase um ano, pelo menos não até ter alguma certeza.

Conhecia bem demais aquela ruiva para saber que um mero "quer sair comigo" jamais seria suficiente para convencê-la de seus sentimentos. Ele se martirizava dia após dia por não ter valorizado sua amizade, por ter sido infantil a ponto de não perceber que aquelas que ele julgava o adorar só viam nele beleza e popularidade e ter perdido o carinho, o respeito e a admiração de Lílian no fim de seu quarto ano em Hogwarts. No quinto ela fora merecidamente nomeada monitora e tentara claramente pôr algum juízo em sua cabeça e, apenas no sexto ano, quando Sirius levara Severo Snape para o lugar onde Remo Lupin estava transformado em lobisomem e ela o ajudara a salvá-los é que os dois puderam reinstalar, a trancos e barrancos, sua amizade. Jamais perderia uma oportunidade de ajudá-la, apoiá-la ou, simplesmente, estar com ela.

Quando voltavam da maravilhosa loja de doces do povoado de Hogsmead, Tiago viu no mapa do maroto que Filch estava muito próximo, ao avisar Lilly ela derrubou um quadro e eles se viram frente a uma porta redonda coberta de veludo vermelho com uma fechadura. Instintivamente estenderam as mãos e disseram um encantamento do qual não sabiam da existência, a porta se abrira, e lá estavam eles dentro de uma passagem secreta desconhecida, inclusive aos marotos. Lílian sussurrara um feitiço e logo o quadro estava em seu lugar e a porta, devidamente fechada. Silenciosamente eles haviam seguido um pequeno corredor apenas à luz da varinha de Tiago e chegado àquele cômodo.

- Vou lembrar. – ela sorriu com cumplicidade – Você conhecia esse feitiço?

- Não. Pensei que você conhecesse... – explicou vagamente enquanto pulava para dentro do cômodo e lhe estendia as mãos – Daria a esse cavalheiro a honra de me acompanhar no desbravamento desse lugar? – gracejou.

- Claro. – permitiu-o pegá-la pela cintura e pô-la no chão delicadamente.

- Por favor? – ofereceu-a o braço no que ela meneou a cabeça e pegou sua mão indo até um armário cor de marfim.

- Você não existe, Tiago. – ela mirou o armário e puxou a porta vagarosamente, mas ela viera sem resistência – Essa porta parece realmente mais fácil de abrir e... Ai! – virou para trás de encontro ao peito de Tiago quando a fumaça saiu de dentro do armário fazendo seus olhos lacrimejarem, ele a abraçou e abaixou a cabeça de modo a também se proteger.

Quando a fumaça se dissipou, eles puderam ver de onde ela viera, havia uma caixa vinho e uma azul escura.

- Está melhor? – ele perguntou visivelmente preocupado com os doces olhos cor de esmeralda que tanto admirava.

- Sim, sim, obrigada, Ti... – disse se afastando e pegando a varinha – Locomotor caixas!

- Disponha, ruiva. Que você acha que tem aí?

- Não faço idéia. Mas seja o que for a gente vai descobrir – e moveu as caixas para cima do sofá.

Sentaram-se um de cada lado das caixas, Tiago pegou a vinho calmamente e Lílian, a azul, havia um cadeado prendendo os feixes dourados, mas os mesmos desapareceram aos seus toques, eles se entreolharam e abriram os feixes, ao fazer isso as caixas levitaram acima de suas cabeças e se abriram. De dentro de cada uma saiu um pequeno pássaro colorido. Da caixa que Tiago segurara surgiu um colar de ouro de três delicadas voltas, com pequenos rubis nas duas voltas internas e na mais externa um coração maior, da mesma pedra, o qual pairou sobre eles. Da outra caixa surgiu um bracelete de prata, também com um rubi, que se manteve parado no ar, à mesma altura que a outra jóia. Um dos pássaros voou até eles e levantou o braço do moreno pela manga longa da capa e o bracelete se prendeu perfeitamente lá, o outro pássaro levantou o rabo de cavalo de Lílian e o colar se prendeu em seu pescoço suavemente.

Segundos depois, os pássaros os fizeram se levantar bicando-os gentilmente e depois os fizeram ir um de encontro ao outro, pararam há poucos centímetros de se chocarem, se olharam confusos quando as duas pequenas aves uniram suas mãos e uma luz vermelha começou a brilhar daquele ponto de união até os envolver por completo sendo necessário novamente protegerem seus olhos com as mãos soltas.

- Mas que diabos... – começou a dizer Tiago antes de ter um sobressalto, a luz diminuiu e passou apenas a rodeá-los lentamente, ele pôde ver como estava Lílian.

- Tiago, de onde veio essa roupa?

- Você... – começou ele procurando as palavras que se perderam no caminho – Você... Você está... Você está... Fabulosa! – finalmente encontrando o adjetivo que buscava.

- Mas eu não... – foi quando ela olhou para si mesma e se viu com o mais belo vestido épico que já vira – como isso... O que foi que... Meu Merlin!

Tiago se aproximou mais ainda dela pegando um delicado cacho recém surgido dos cabelos ruivos deliciando-se com sua textura, passou levemente os dedos sobre a coroa que aparecera para então lhe olhar os verdes olhos, com ternura. Lílian também estava fascinada, nunca vira Tiago tão maravilhosamente belo e ao mesmo tempo natural, a bela roupa azul escura e a capa preta sobre a mesma pareciam ser feitos pra ele. A coroa não ficaria tão maravilhosamente bem em outra pessoa.

- O que foi que aconteceu, Ti? – disse vagarosamente recuperando-se do choque de vê-lo tão maravilhosamente lindo.

- Não sei... Parece algum tipo de magia antiga de reconhecimento. Mas eu não sei, nunca vi nada assim e... – ele perdeu a fala novamente quando seu olhar saiu do rosto da ruiva e logo estava admirado com como aquele vestido vinho caia-lhe de forma perfeita, modelava-lhe as curvas e tornava sua pele alva, com pequenas e charmosas sardas, mais bela que nunca. Nunca pensara que ela poderia ficar tão linda sem mostrar sequer os dedos, que nesse momento estavam cobertos por uma delicada luva negra. E com um vestido rodado aparentemente feito à sua medida.

- Tiago...? O que é que está acontecendo? Eu estou com medo... – ela acordou-o de seus devaneios por seu corpo.

- O que? – então reparou que a luz vermelha estava cada vez mais rápida em torno deles. – Por Merlin, o que é isso?

- Não sei nem se quero descobrir. – ela respondeu, trêmula.

Foi então que, novamente, as aves se aproximaram os empurrando um de encontro ao outro e, parados numa posição de quem valsava, viram a luz acelerar mais ainda e logo estavam girando num céu negro, nebuloso e desconhecido.

Comperio "Abra Completamente", ao pé da letra. (mas eu quis dizer "Abra!", simplesmente)


Bem, aí está o primeiro capítulo que me veio a imaginação. Digamos que, apesar de não dar pra entender a história em si, o enredo, dá pra entender o contexto que ela ocorre.

Tenho que ser BEM sincera aqui, agora. Uma professora minha constumava dizer que não existe uma obra completamente original e eu aprendi que essa é uma das poucas verdades incontestáveis do mundo. O que eu escrevo, escrevi e virei a escrever não é de modo algum apenas meu, é de cada um dos autores de cada história, poema ou artigo que eu li, com o meu toque pessoal, claro.

A minha história é baseada em várias outras que eu li (muitas por sinal) e é indispensável que eu agradeça a eles e peça minha desculpas por usar um pouco do que eles criaram no meu mundo imaginário.

Antes de eu me despedir gostaria de agradecer a três pessoas que me apoiaram com a fic. Amanda, Julio e Dandara, a primeira é uma das minhas melhores amigas (apesar de recentemente ter me sacaneado horrores), o segundo é meu projeto de beta e amigo incondicional e a última tem fic ("Confusão de Sentimentos Marotos"), tá nos meus favoritos, é uma amiga on line, vizinha de estado. Muuuuuito obrigada! D

O poeminha lá do início, que tem muito a ver com a fic, coincidentemente fala de magia, bruxaria, mas o que mais ele tem a ver com essa história vocês só vão descobrir futuramente, se quiserem, claro, é de um cara chamado Daynor. Não é poeta famoso ou qualquer coisa assim, ele simplesmente escreveu e postou na net, eu tive a honra de achar. Não sei se no decorrer da fic eu vou continuar a colocar esse poeminhas, versos ou estrofes, sei que achei que esse merecia.

Enfim, por favor, por favor, por favor, deixem um recadinho só pra dizer o que acharam... vou ficar superfeliz!

Boa semana,

Beijo,

Diana \o/