Insistente
Desistir não é uma opção quando se ama!
Apaixonados 1,5
~*S2*~
Betado por Arê-chan (Nyah)/ Sensei-Arê (FFnet; Spirit.
~*S2*~
Essa história e todas que serão interligadas são a minha singela homenagem à escritora que adoçou minha vida com seus romances, a saudosa Penny Jordan.
~*S2*~
Prólogo
23 de Janeiro, seis e dez da manhã.
Os números piscavam no relógio digital da cabeceira. Era o dia, não qualquer dia, era, literalmente e amedrontamente, O Dia. Com um enorme e significativo D.
Após uma noite insone – em parte por culpa de seu companheiro – se revirando na cama, criando mil imagens do que aconteceria até o fim daquele dia, Kiba Inuzuka desistiu de forçar o sono e uma tranquilidade que estava longe de sentir. Afastou as cobertas e tirou devagar o braço pousado em sua cintura para levantar. Ouviu um resmungo as suas costas. Olhou para trás e viu Shino Aburame, seu namorado ha mais de dez anos, se virar para o outro lado, ressonando.
"Desgraçado!" Soltou mentalmente ao se encaminhar ao banheiro. Enquanto se remoía de preocupação, o outro dormia como um bebê.
Sendo justo, não era culpa do namorado a sua insegurança. Era um mal que o acompanhava desde a infância, junto com a ansiedade. Imaginava ambas se dando as mãos, dançando em volta da fogueira enquanto invocavam seus medos com cânticos.
Bufou. Agora estava sendo dramático.
Depois de fazer as necessidades, lavou as mãos e o rosto e, apoiando-se na pia, olhou-se no espelho. Estava horrendo, com olheiras profundas. Sua pele normalmente morena parecia verde, provavelmente porque tinha vontade de vomitar, e estava destruído fisicamente (a noite anterior influenciava esse último). Sintomas claros de que precisava descansar, ou tomar um rivotril.
— Vamos, Kiba! — murmurou passando os dedos pelos curtos e emaranhados fios castanhos. — Você não é uma criança e eles não são o bicho papão.
Eles, que lhe causavam crises de ansiedade e insônia nos últimos dias, eram sua versão particular do bicho papão: eram seus sogros.
Em quase onze anos de relacionamento só vira os pais de Shino por imagens de webcam. E, mesmo através da tela, eles o apavoravam. Eram sisudos, analisavam tudo e falavam com uma entonação que, aos seus ouvidos conspiradores, parecia criticar as escolhas do filho, principalmente no que dizia respeito a sua vida amorosa.
Jamais tinham dito nada, pelo menos não na sua frente, mas Kiba sentia que não o aprovavam. E agora os teria em sua casa por uma semana inteira. INTEIRA. Arrependeu-se de concordar em tirar férias junto com o namorado para ficarem livres durante a visita. O trabalho o afastaria dos problemas que pressentia virem em alta velocidade em sua direção.
Balançou a cabeça para afastar — em vão — as cenas catastróficas, e pegou a pasta e a escova de dente para se aprontar para aquele dia. De nada adiantaria voltar para a cama, melhor ocupar sua mente com os preparativos para receber os sogros, seus próprios familiares e amigos para o jantar de aniversário do namorado.
É! Se concentraria no que podia controlar!
Balela! Para inicio dos fatos: quando incentivara Shino a fazer um jantar de aniversário pensara em algo íntimo. Os dois, uma garrafa de champanhe e algumas brincadeiras para apimentar o novo ano de vida do companheiro. Em momento nenhum planejou uma reunião com direito aos pais dele voando do estado em que moravam para participar da comemoração! Isso foi ideia de Shino. Se seus sogros soubessem o que planejara mentalmente para o evento retornariam antes mesmo de entrar na aeronave.
O pior é que o Sr. e a Sra. Aburame ficariam no quarto de hóspedes, ao lado do deles, uma parede fina separando-os. Definitivamente nada de sexo durante aquela semana. Odiaria olhar na cara dos sogros no dia seguinte. Os pais de Shino não precisavam de provas sonoras do que faziam.
Retornou ao quarto para colocar uma camiseta e short, percebendo a movimentação do namorado que finalmente dava sinais de que iria levantar da cama, encaminhando-se em seguida para a cozinha. Kiba precisava de café reforçado para se manter acordado até o fim do dia. Também precisava de lasanha.
"É, vou fazer uma lasanha!", decidiu movendo-se para os armários.
Estava na terceira xícara e com a lasanha no micro-ondas quando Shino entrou descalço na cozinha, concentrado em abotoar os punhos da camisa verde, ocultando as tatuagens que cobriam seu braço e carregando o ambiente de tensão sexual. Com 1,93 de altura, seu namorado era a tentação em forma de homem. Vestia a calça social chumbo pendendo nos quadris, o cinto desafivelado dando ideias inconvenientes ao Inuzuka, a camisa aberta deixando a mostra o tórax forte.
Uma semana contendo o desejo seria o inferno.
— Bom dia! — ele saudou erguendo o rosto.
Shino parou ao perceber o recipiente rodando no aparelho eletrônico, os olhos cobertos pelos costumeiros óculos escuros fixando-se em Kiba.
Não era preciso o namorado encara-lo com a testa franzida para o Inuzuka tomar consciência de sua aparência decadente. O fato de que nem a atração pelo outro afastava a nuvem de medo sobre sua cabeça era indício o bastante. Precisava agir rápido para despistá-lo!
— Já vai buscar seus pais? — Kiba questionou por causa do traje e dos fios úmidos, que entregava o banho recente, o estomago se contorcendo.
— Não — Shino respondeu ao se aproximar para beijar o namorado nos lábios antes de servir-se de café. — Tenho que buscar uma encomenda no centro, como é caminho seguirei de lá — informou buscando no armário o pote de biscoito e um prato. — O que está acontecendo? — O Aburame perguntou sentando de frente para Kiba, enquanto abria o pote e pegava uma quantidade considerável de biscoito de aveia. — Faz dias que espero que me diga por vontade própria, mas começo a me preocupar com sua saúde.
— Por que pergunta? Estou ótimo! — soltou, se levantando para ver a lasanha, embora estivesse no começo do processo de aquecimento.
— Você não tem dormido direito — retrucou Shino. — E está mais agitado que o normal.
— Não durmo direito por sua culpa — Kiba o despistou indo lavar a louça, embora odiasse essa tarefa. — E minha agitação continua a mesma.
— Que eu saiba o sexo sempre te fez relaxar, não o contrário — relembrou Shino fazendo Kiba se censurar pela mentira óbvia. — E você jamais preparou lasanha às seis da manhã e odeia lavar louça. E não é só isso, você fez todas as tarefas que evita ha anos, incluindo aparar toda a grama do jardim e arrumar o seu lado do guarda-roupa.
— Não é nada! Eu tinha que fazer isso um dia... — retrucou esfregando com força a vasilha que usara para preparar o molho da lasanha.
— Sim — Shino murmurou aparecendo do seu lado, uma mão o impedindo de continuar a lavar. — Só me pergunto por que, depois de mais de dez anos procrastinando, decidiu fazer tudo em menos de uma semana.
Podia inventar uma nova desculpa, contornar o assunto, adia-lo, mas sabia que cedo ou tarde Shino descobriria a verdade.
— Eles vão me odiar — desabafou consternado.
— Quem?
— Seus pais. Aposto que eles sonhavam em vê-lo com uma garota bonita, prendada e que lhe desse vários filhos, não com um cara que não consegue nem manter as próprias roupas em ordem!
— Ei, ei, calma! — Shino o girou em seus braços fazendo-o ficar de frente para ele. — Meus pais vão te adorar porque você me faz feliz — garantiu abraçando-o. — Tem tanta criança em busca de um lar, podemos ter filhos a qualquer momento que quisermos — argumentou centrado, acariciando o rosto de Kiba. — Quanto à desordem... é só não mostrar o guarda-roupa e tudo ficará bem.
— Não tem graça — queixou-se com um muxoxo.
Shino soltou um dos raros e belos sorrisos.
— Eu te amo, eles te amaram também — declarou beijando-o.
Kiba esperava que isso ocorresse, embora sua mente maquiavélica e insegura recordasse que nem sempre o amor de Shino pertencera a ele.
~*S2*~
NA: Quem é que não resisti a lançar fics? Euzinha, Lucy Moon, rs.
Agora que terminei de escrever Ensina-me, primeira fic dessa saga em homenagem a PJ, tinha planejado voltar meus olhos e dedos para as demais histórias que postei, mas essa não saia da minha cabeça e, por fim, decidi posta-la.
Assim como as outras, não é preciso ler todas para compreender essa, até porque, como perceberão a partir do próximo capítulo, a trama de "Insistente" acontece antes das outras.
Preparando o coração dos leitores: Vai ter lemon, só que sou uma autora que gosta de desenvolver os personagens e a história antes, então vai demorar.
Espero que curtam, que comentem, critiquem e me digam no que devo melhorar.
Sem vocês sou um rascunho de autora.
Boa Leitura!
Big beijos,
Lucy
