Percy no país das maravilhas
Tive um sonho fora do comum. E isso é uma coisa muito difícil, quando você é um semideus e todos os seus sonhos são, bem, perturbadores, e geralmente são premonições.
Eu estava dormindo tão profundamente que devia estar até babando de novo. Um barulho estranho me acordou, como um zumbido grave, como se todos os mosquitos do mundo tivessem resolvido se abrigar no meu chalé. Levantei da cama, bêbado de sono, e chequei a fonte de água salgada, presente do meu pai. Estava absolutamente normal. O barulho vinha de fora. Cambaleei em direção da porta e a abri... só para ser cegado pela luz intensa de meio dia.
Era o Acampamento meio-sangue, mas não era. Todas as construções haviam desaparecido, restando apenas o meu chalé, as colinas verdejantes, o pinheiro de Thalia e os campos de morango. Pequenas criaturas coloridas pastavam, e fugiam quando eu me aproximava. Coelhos, muitos coelhos, milhares deles. De todas as cores, desde o branco algodão até o preto puro, passando por vermelho sangue e azul céu.
Mas o que mais me surpreendeu foi Grover. Sua pelagem de bode estava branca, e ele usava um ridículo par de orelhas de coelho brancas na cabeça, mas com certeza era Grover, o sátiro
- Ei, Grover! - Corri até ele, mas ele fez exatamente o mesmo que todos os coelhos: fugiu.
- Béé!
Eu o persegui pela colina, o que dever ter sido bem ridículo. Ele berrava apavorado, fugindo aos pulinhos. Até que ele se enfiou em uma toca escura. E eu fiz a estupidez de entrar atrás dele.
