Naquela noite Carlisle e Esme sairam para se divertir. Como sempre, ele foram a algum lugar onde tivesse dança e depois, quando voltassem, seus filhos teriam deixado a casa para eles.

Esme usava um vestido "tubinho" preto, com saltos da mesma cor, os cabelos caramelos presos com um pouco solto, uma maquiagem leve e seu batom vermelho de sempre. Perfeita. Nada menos para uma vampira.

A noite tinha tudo para ser perfeita, eles dançaram, conversaram, riram.. Enfim, estavam juntos, nada melhor para ambos, mal sabiam eles que suas existências estavam perto de virar de cabeça para baixo.

- Vou pegar uma bebida para disfarçar. - Carlisle falou baixinho no ouvido de Esme para que só ela escutasse e saiu em direção do bar. Esme se encostou no banquinho em que estava sentada para espera-lo.

Ela sentiu a mão em sua cintura e se virou sorrindo para seu marido, mas seu rosto desmoronou. Não era Carlisle, era outro homem, alto, bonito, olhos azuis intensos, cabelos pretos, mais ou menos vinte sete ou vinte oito anos de idade. Esme o conhecia, conhecia muito bem.

- Eu não consigo te esquecer, tinha que vir aqui busca-la, pelo menos para dançar. - O homem disse mais proximo à ela.

- Charles? - Ela sussurrou, caindo no reconhecimento do rosto cruel que aterrorizara sua vida humana.

- Como sabe meu nome? Nos conhecemos de algum outro lugar? - Ele perguntou. Então ela entendeu. Não era Charles, mas era alguém com o mesmo nome e muto, muito parecido com ele. Seu rosto cruel a amendrontava.

- Não.. Eu.. Pensei que fosse outra pessoa. Com licença, meu marido está me esperando. - Ela falou tentando sair dali o mais rapido possivel, mas o homem a puxou pelo pulso. Seu primeiro impulso foi puxar a mão mais forte, afinal ela era mais forte, conseguia muito bem se soltar, mas, não se sabe se por medo ou por saber que aquilo o machucaria, ela não o fez.

- Calma, eu só queria te chamar para dançar, hm? O que você acha? - Ele a puxou mais para perto e tentou beija-la, mas Esme apenas o empurrou com a outra mão.

- Já te disse, meu marido está me esperando. - Ela deu enfase na palavra "marido", mas não adiantou. Charles estava realmente envolvido com aquela mulher, mesmo sem saber o por quê, e o joguinho estava ficando cada vez mais divertido.

- Ele não precisa saber.. - Esme sentiu sua presença antes mesmo que Charles o visse. Carlisle estava atras dela e pegou o pulso do homem, torcendo-o para que ele largasse sua esposa.

- Ela tem marido, vá procurar outra. - Carlisle tentava não usar muita força para não arrancar a mão do homem fora, mas ele enxergava tudo vermelho, o ódio possuindo-o ao ver aquele humano imbecil dando em cima de sua mulher.

- Carlisle! - Esme se escondeu atras do marido e apoiou as mãos em sua cintura, não se sabe se para segura-lo ou para se manter inteira, já que os fantasmas do passado voltaram com tudo para sua mente ao ver aquele homem tão parecido com seu sadico ex-marido.

Carlisle se controlou e soltou o braço do homem e os amigos de Charles o puxou para ir embora, querendo evitar a briga. Atras do marido, Esme começou a chorar.

- O que houve, Esme? Ele tocou em você? - Carlisle ficou desesperado.

- Não.. Não é isso, Carlisle, ele.. Ele era a cara de Charles. - Ela disse.

- Impossivel, Charles já morreu, faz muito tempo. - Ele a puxou, abraçando-a.

- Então é a reencarnação identica dele, Até o nome era o mesmo. Por um momento parecia que ele queria dizer que voltou para me buscar..

Esse acontecimento estragou a noite e eles resolveram sair dali, antes que algo mais acontecesse. Esme não conseguia tirar aquilo da cabeça e terriveis flash-backs de sua vida humana passavam diante de seus olhos, fazendo-a ainda mais aterrorizada. Ela se manteve quieta todo o caminho e Carlisle ficou preocupado.

Charles realmente não entendia, mas agora era quase questão de honra continuar com aquela história. Ele queria aquela mulher. Seus amigos tentaram faze-lo desistir dessa idéia, mas Charles disse que ia para casa e acabou pegando o carro e seguindo a Mercedes onde o casal havia entrado.

Quando Esme entrou em casa, sentiu algo ruim. Não um mal estar, obvio, vampiros não passavam mal, mas algo pesado no ambiente, como se sentisse que algo estava para acontecer naquele lugar. A casa estava silenciosa demais, já que todos haviam saido. Era estranho.

- Vamos, vamos subir e tentar relaxar. - Carlisle disse tentando dexa-la tranquila. Esme deixou que ele a puxasse pelas escadas até o quarto.

Então, aos poucos, ela começou a achar que estava sendo boba. Charles, seu ex-marido, estava morto a muito tempo e o Charles da danceteria não passava de um humano, um rélis mortal que resolveu paquera-la. Apenas isso. Nada mais que isso.

Ela tentou relaxar e, mais que isso, tentou fazer Carlisle relaxar, pois ela sabia que ele estava preocupado com sua reação.

Quando eles sentaram na cama ela apenas sorriu e deslizou as mãos pelas coxas dele, querendo excita-lo e funcionou.

Sim, eles fizeram amor, mas Esme estava distante. Sua mente estava em outra época, em outros pensamentos e, como raras vezes haviam acontecido, ela não teve um orgasmo.

Eles apenas ficaram em silêncio após acabar e aquilo já estava deixando Carlisle louco. Ele não sabia o que ela estava pensando, ele não sabia por que ela estava daquele jeito e começou a ficar extremamente irritado.

- Esme, o que há? Você ainda está pensando no que houve hoje? - Ele perguntou.

- Desculpe, desculpe, eu.. Eu..

- Você está aqui comigo, mas sua cabeça está em outro lugar.. Detesto quando você fica assim, não deviamos nem ter transado.. - Ele falou e Esme o olhou chocada.

- Eu só queria te distrair e me destrair também! Desculpe se eu tenho traumas e eles não me deixam em paz. A culpa não é minha. - Ela gritou e Carlisle apenas levantou vestindo a calça e foi para seu escritório.

Do lado de fora, Charles observava tudo da janela do quarto, vendo pela brecha da cortina depois de ter escalado até o segundo andar para a varando do quarto deles. Ele sorria enquanto via os dois brigarem, aquilo dando-lhe prazer e um plano se formando em sua cabeça para aproveitar que ela estava sozinha naquele momento.

Esme levantou-se da cama com o lençol em volta do corpo, ainda sem entender nada. Por que estava tão nervosa? Por que Carlisle foi tão grosso? Havia algo extremamente errado, mas ela não entendia o quê.

Charles aproveitou que ela estava no banheiro destraida e tentou abrir a porta da varanda para entrar no quarto. Destracada, ótimo. Ele colocou o primeiro pé para dentro, mas Esme já voltava e ele recuou, escondendo-se novamente.

Esme olhou a porta semi aberta e tentou lembrar-se se já estava assim, mas o panico e o medo que estava sentindo, não a deixou raciocinar. Ela apenas vestiu a lngerie e a camisa de Carlisle e foi para o escritorio correndo.

- Desculpa. - Ela sussurrou da porta. Carlisle, que também já tinha se acalmado, a chamou para sentar-se em seu colo.

- Eu que devo pedir desculpas, fui um idiota..

- Shhh.. Não quero mais falar sobre isso, não me deixa sozinha. - Ele beijou sua testa e ela encostou em seu peito.

Charles, vendo que nada mais podia ser feito, desceu e entrou em seu carro, dando a partida e saindo em alta velocidade dali. Hoje já não tinha mais o que fazer, mas ele voltaria.

Então? Quem é Charles? Por que ele está tão obcecado por Esme? Seria ele a "encarnação" de seu ex marido? Por que Carlisle e Esme brigaram? Por que Esme está com tanto medo? Será que um simples mortal pode machuca-la? Muitas surpresas vem por ai, fiquem ligados..

(N/A: Sim, eu sou idiota. :p)