Aonde quer que eu vá__ Srta. Maya

-- Gabrielle ande depressa! Seus amigos a esperam!—gritou sua mãe, dona Rosa, como sempre preocupada com bem-estar da filha.

Desceu rápida a escada de casa e depois de cumprimentar seus amigos, decidem ir ao parque da cidade. Foram conversando muito no caminho até pararem no banco da praça, onde prosseguiram com seus debates animados. A adolescente não prestava atenção no que eles diziam. Seus pensamentos estavam focados em outra coisa. Mais propensamente, em algum lugar no Japão. Se pudesse, queria fechar os olhos para encontrá-lo mais uma vez ou quem sabe, seguindo seus passos ou sonhar...

Olhos fechados
Prá te encontrar
Não estou ao seu lado
Mas posso sonhar
Aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá...

-- Aonde você vai?—perguntou Shun ao seu arrumado e bem vestido irmão Ikki, que vestia a última peça de roupa: Um casaco leve masculino de cor cinza.

-- Sair com a Shizune, como sempre. – em tom de pouca e humorada arrogância que ele sempre faz. – Cada dia que passa amo essa mulher.

Shun nunca duvidou do amor verdadeiro que seu irmão tem por Shizune. Desde ano passado, suspeitara de Ikki quando falava na secretária de Saori, visto que uma vez flagrou-o se exaltando com um dos funcionários que convidava a jovem para um encontro. E para completar, Shun o vira muitas vezes intimidando alguns desses funcionários para que nenhum se atrevesse a convida - lá para sair. Esses motivos acabaram se tornando verdade e finalmente naquela noite de natal, foi assumida a paixão e a felicidade dura muito bem.

Logo que o irmão saiu, Shun decidiu ouvir um pouco de música no quarto. Esse hábito se tornou freqüente depois de conhecer aquela menina brasileira. Gabrielle. Muitas vezes sofreu com as saudades dela. Às vezes tinha a impressão da garota estar bem ao seu lado e quando tentava confirmar era apenas uma miragem criada na sua cabeça.

Não sei bem certo
Se é só ilusão
Se é você já perto
Se é intuição
E aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá...

-- Ah, Shun... Sinto tanto sua falta... -- a saudade por seu namorado nipônico era tão dolorosa que a menina acabou voltando para casa antes do horário imposto por seus pais. Foi-se para o quarto e ali chorou baixo todas as suas mágoas. Um único consolo era a chegada do fim do ano. Tinha botado na cabeça que iria ao Japão vê-lo novamente. Em seus devaneios, ela era um lindo anjo de asas tão brancas bem como a neve japonesa e ela buscava seu amado e assim viver seu amor.

Longe daqui
Longe de tudo
Meus sonhos vão te buscar
Volta prá mim
Vem pro meu mundo
Eu sempre vou te esperar

-- Me espere Gabrielle. Me espere, minha amada...

Os dias passaram mais uma vez voando como os pássaros. Neste meio tempo, o mais jovem dos Amamiya ainda tinha a leve ilusão da presença da namorada brasileira. Achou serem loucuras de um cavaleiro carente, mas a realidade era outra mesmo: amava muito sua querida Gabrielle e ele mal podia esperar pelo fim do ano para seu reencontro com ela.

Não sei bem certo
Se é só ilusão
Se é você já perto
Se é intuição
E aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá...

Ela pensa nele. Ele pensa nela. Dois sonhos em sincronia perfeita, fazendo com que ambos vejam o que sempre desejavam: estarem juntos, enfim. Conforme os acontecimentos finais antes da chegado do ano novo, os sonhos vão se concretizar.

Onde quer que Gabrielle fosse, o espírito de Shun a protegia. E para o cavaleiro de Andrômeda, a distância só aumentava o amor por ela.

O fim de ano promete na vida desses jovens.

FIM

... Por enquanto.

A música é Aonde quer que eu vá- Os Paralamas do Sucesso