Disclaimer: Os personagens são da J.K. E a história, bom, a história é minha. : )

Sorrisos

Não, não chovia. E não, seus olhos não estavam vermelhos e não estavam marejados – estavam vazios. O chá já estava frio em sua xícara trincada. Diziam que não havia nada que uma boa xícara de chá forte –preto, tinha que ser preto- não curasse. E talvez fosse verdade, mas ela nem o havia tocado então não tinha como saber.

Não havia nenhuma carta em suas mãos, nem no chão, nem em lugar algum que dissesse "Sentimos muito, mas ele está morto". Ele não estava e ela saberia caso ele estivesse, sem carta alguma.

Ele se fora e não havia nada o que fazer, agora. Ela sabia que ele não voltaria; não para uma casa e, principalmente, para uma família que o tratara do modo mais humilhante e degradante por 16 longos anos. E, para lhe dizer a verdade –algo que Narcissa não tinha muita experiência em fazer- ela também não fora nenhum anjo, nenhuma salvação ou companheira pro seu primo. Andy fora seu apoio, sem dúvida, e ela também fugiu. Mas Andy fugiu a noite, quando o relógio tocou 12hs. Sirius fugiria, com a coragem de um Grifinório -de um maldito Grifinório- a olhos vistos.

Ele olhou para trás (isso, Narcissa sabia que Sirius nunca admitiria por orgulho) e quando viu Narcissa na janela olhando para ele com seus grandes olhos azuis surpresos e tristes, ele sorriu. Não sorriu com desgosto, como ela pensava que faria, nem fora aquele sorriso sarcástico que ele reservava para seus familiares. Era um sorriso livre e feliz.

Ele já se fora há dois dias e seu nome já não era mencionado; aliás, tinha sido apagado da Tapeçaria. Este seria o maior insulto para um Black, mas quando ela viu a chama verde queimando o nome Sirius Black (escrito em cores tão, mas tão vermelhas), Narcissa jurou ter visto um sorriso. Agora sim ele estava livre.

º

Por anos, Narcissa sorria para o espelho. Um sorriso sutil outro sensual, outro triste, outro amigável, um manipulativo; mas nunca o sorriso de Sirius.

Lucius dizia que Draco tinha seu sorriso e isso quebrava seu coração. Não!, berrava uma voz dentro dela, que seja o do Sirius! Mas era o seu sorriso, ela tinha certeza. Era impossível confundir o sorriso frio e distante dela própria com o verdadeiro de Sirius – o mesmo daquele garoto Potter e de seu filho.

º

Quando a segunda guerra acabou, Narcissa se perguntava como foi que ela conseguira sair viva de mais uma venenosa guerra. Ao seu lado corpos estendidos encontravam-se frios. Mas o sorriso que surgiu em seus lábios, quando viu Draco vivo, era quente e feliz. Era livre!

Talvez, pensou, Sirius também não nascera com aquele sorriso. Talvez o tivesse aprendido com os anos, com as dificuldades e os sofrimentos. Mas nada importava mais; eles estavam vivos e, acima de tudo, sorrindo.

º º º

A/N: Acho que eu estava um pouco cansada de traduções. : ) - apesar de eu ter duas só esperando para serem postadas. E outra a caminho.

Narcissa é uma ótima personagem para oneshots, em minha opinião. Gostei bastante dessa fic, pra dizer a verdade! Mas vocês já sabem, eu quero saber a opinião de vocês! Foi muito angustiante? Irreal? Tosca? Bonita?

Review?!