Em um universo alternativo, até que ponto a sede pelo poder pode superar os ideais de honra e justiça aprendidos desde a infância e perpetuados por gerações? Uma adaptação de um clássico francês, na visão desta autora que vos escreve...

Importante: Cavaleiros do Zodíaco e seus personagens relacionados pertencem à Masami Kurumada e às editoras licenciadas. Quanto ao clássico "D'artagnan e os Três Mosqueteiros", foi escrito por Alexandre Dumas no século XIX e seu espólio hoje pertence ao domínio público.

Bem, pelo aviso acima já deu para perceber o que eu quis dizer com o resumo, né? Tipo, da mesma maneira que sou fã de CDZ eu também amo histórias de capa e espada e o Dumas escrevia dessas como ninguém. Eu idealizei essa fic depois de ler pela centésima vez o livro, espero que gostem!

Para quem conhece a história dos Três Mosqueteiros, esta é uma livre adaptação, a minha visão dos fatos, misturada com uma boa dose de insanidade em um pouco mais de romance e alguns personagens originais (eu sempre achei a Constance meio sem sal, o D'artagnan merecia coisa melhor).

Só mais uma coisa: um agradecimento especial para a Juli Chan, se não fosse por uma valiosa ajuda (e empréstimo), metade dessa fic não seria escrita! Muito obrigada, menina! Ó, mas para frente vocês vão entender o que quero dizer com isso...

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Prólogo

A massa estava eufórica e dividida com a execução que aconteceria dali a alguns minutos. Da cela que ocupava na Bastilha, o jovem rapaz podia ouvir os gritos de culpado que a multidão bradava. Não havia mais o que fazer, seu destino estava selado. Ninguém acreditara em sua inocência, apenas seus quatro fiéis amigos. O rei, a quem servira com tanta devoção que chegava a beirar a fidelidade canina, tinha lhe virado as costas.

-Coragem, Raul... Você não pode baixar a cabeça, é isso que o Cardeal quer! - dizia-lhe um dos amigos, o único que recebera permissão para visitar o condenado antes da sentença ser executada.

-Diz isso porque não é a sua cabeça que vai rolar naquele tablado... - Raul disse, tentando amenizar o clima de desconforto. O outro sorriu, meio de lado.

-Se nós pudéssemos fazer alguma coisa para evitar essa execução...

-Mas não podem, meu amigo... Toda a guarda do Cardeal estará presente, os mosqueteiros foram proibidos de assistirem. E vocês estão na mira daquele desgraçado do Rochefort, ele ainda vai pedir a cabeça dos quatro.

-Pois que peça! Eu juro Raul, que iremos provar que você estava certo e que o verdadeiro conspirador é aquele pulha do Cardeal!

-Eu quero que jure outra coisa para mim, meu amigo... - Raul pediu, encarando os olhos negros do homem à sua frente - Quero que procure por minha...

Nesse momento, dois guardas vieram pelo corredor, indicando que a hora da execução tinha chegado. Os dois amigos mal tiveram tempo para se despedir, Raul foi praticamente arrancado da cela. E nem chegou a dizer o que queria.

Da saída da Bastilha até o tablado montado nas margens do rio Sena, a multidão gritava palavras de ordem. Nos arredores, disfarçados de pessoas comuns, os mosqueteiros reverenciavam o companheiro em silêncio. E, de pé ao lado do tablado, o cardeal Richilieu e o capitão Rochefort aguardavam o prisioneiro, o carrasco já a postos na guilhotina.

-Essa eu não quero nem ver... - comentou um rapaz de olhos e cabelos azuis, com um outro também de cabelos e olhos azuis, só que muito mais escuros, ambos afastados do local.

-Que Deus seja generoso com Raul e o receba com alegria em Seu reino... Pai nosso que estais no céu... - um terceiro (de olhos verdes e cabelos castanhos) rezava, segurando um crucifixo. Quando o homem que estivera com Raul se juntou a eles, o capitão Rochefort começou a ler os trâmites legais da execução.

-Por ter cometido crime de traição contra vossa majestade, o rei Luís XIV, e conseqüentemente, contra a França, o réu Raul de Montparnasse foi condenado à morte pela guilhotina. Que Deus tenha piedade de sua alma.

Raul foi colocado na guilhotina. Esperando pela morte, o rapaz percorreu com os olhos todos os rostos na multidão, até que seu olhar pousou em uma garota, afastada dos demais. Ela chorava silenciosamente, apenas as lágrimas correndo por seu belo rosto.

-Adeus... - ele disse, entre dentes. Nesse instante, o carrasco soltou a guilhotina e a cabeça de Raul rolou pelo tablado.

-Já acabou? - o rapaz que não queria ver nada perguntou, de olhos fechados.

-Já...

-Então me deixe ir até lá e socar a cara do desgraçado do Cardeal! Pulha! Traidor! - o rapaz precisou ser segurado por dois de seus companheiros, dando pulos e socando o ar.

-Pare com isso, não podemos chamar a atenção de ninguém! Andem, vamos embora.

Dispersando-se junto da multidão, os quatro rapazes foram embora. Silenciosos, voltaram à sede dos mosqueteiros. E o de olhos negros seguia pensativo, tentando compreender o que aquele caco de frase dita por Raul queria dizer.

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Bom, acho que já dá para saber quem são os mosqueteiros, né? Também pelas descrições... Quando eles forem revelados com nome, endereço e RG, eu coloco uma nota explicando quem seria quem e o porquê das escolhas, beleza?

Mandem reviews, a opinião de vocês é de extrema importância para essa pequena Margarida de um jardim sem flor...