N.A.: REPOSTANDO!

Quem me conhece bem sabe que eu não tenho um problema, eu tenho vários, e essa fic comprova mais um pouco isso. Eu tive o plot, perguntei-me se queria novamente aprofundar-me em um trio, e se queria ultrapassar o que já fiz com relação a esse tipo de relacionamento. Afinal, já trabalhei isso em Harry Potter, em Twilight e agora farei isso aqui.

Não é promessa de que vai deixar de ser igual a alguma de minhas fics, mas ao menos vou tentar deixar bem mais trabalhado, ok?

Sem betagem, sorry! Li o capítulo algumas vezes para tirar os piores erros, mas vocês sabem, né?!

Nada disso me pertence, apenas o plot. Usei o nome de uma música da Miley Cyrus. Não que eu goste da cantora, ou da música, mas achei que o nome encaixava como uma luva. Agradeço Kirkman ou não teríamos TWD pra brincar, e AMC pelo Daryl e Merle!

Boa leitura, povo!

Wrecking Ball

Prólogo

Era um constante barulho de explosão. Um constante barulho de tiro. E mesmo que já tivesse visto e ouvido tudo isso antes, parecia mais alto, mais real. Abaixou a cabeça novamente ouvindo Maggie gritar seu nome. Respirou fundo olhando devagar por alguns buracos de bala feito no compensado. Eles estava partindo. Eles estavam deixando-a para trás. Viu Maggie segurar a barriga já proeminente, como escondendo-a e olhar para onde Beth estava, mas Glenn a arrastava rápido.

Pensou em gritar, mas então mais tiros. Mais tiros estouraram mais partes do compensado e Beth teve que esconder atrás do latão e atrás das madeiras. Não havia saída. Se Maggie e os outros ficassem por ela, a esperasse, morreriam. Encostou-se o máximo que podia na parede, vendo o corpo de alguns homens de Woodbury a sua frente, sangue escorrendo de suas feridas. Sabia que Maggie veria aquilo e pensaria ser dela. Precisava que ela acreditasse que estava morta e fosse embora.

Ouviu quando os pneus do carro cantaram e os homens atiraram contra o carro. Mas Beth vira, vira que o carro saíra ileso, escapara e levara todos. Respirou fundo. Lembrou-se de que nem todos haviam saído dali, Merle e Daryl não estavam ali na hora do ataque. Eles estavam atrás do Governador, e com certeza já estavam mortos se o ataque ainda acontecera. Daryl nunca deixaria isso acontecer se estivesse vivo.

Apoiou-se na parede, ouvindo apenas dois passos arrastados perto de onde estava. Temeu que fosse encontrada e o que aqueles homens poderiam lhe fazer. Mas então, sabia exatamente o que fazer. Tinha que ter coragem. Salvara a vida de Maggie, não deixaria que lhe tirasse a vida e não visse seu sobrinho nascer. Respirou fundo e moveu-se, olhando para cima, vendo apenas a noite chegando. Fechou os olhos e apurou os ouvidos, prestando atenção em qualquer som ao seu redor. Beth sabia que precisava ser forte. Precisava sobreviver. E precisava lutar se quisesse ver sua família novamente.

Ouviu novamente os passos próximos de si e abriu os olhos, vendo que precisaria da arma do homem caído perto de si. Engatinhou tremendo até ali. O medo era visível em suas mãos que tremiam a todo momento. Soltou a arma da mão do homem, vendo que ele tinha várias perfurações no corpo, mas nenhuma na cabeça. Arrastou-se novamente para o canto, sabendo que logo ele voltaria. Logo ele seria um daqueles monstros e ela teria que matá-lo.

Começou a chorar. Se atirasse no homem que voltaria, chamaria a atenção dos homens do Governador. Se atirasse nos homens do Governador, poderia não ter balas para aquele homem. Lágrimas quentes riscavam seu rosto e Beth fez algo que não lembrava-se de fazer há alguns dias: rezou. Rezou e pediu para que algum anjo a salvasse.


Não achava que já havia corrido tanto em toda sua vida. Parecia que estava correndo há horas. Horas e horas de uma corrida que parecia deixá-lo ainda mais longe de seu destino. Olhou para trás vendo Merle correr atrás de si, os olhos cansados, o corpo curvados, sangue pingando da lâmina, o braço vermelho sangue. Virou-se novamente quando viu por detrás das árvores a fumaça negra que subia em direção as nuvens. Por um momento Daryl sentiu todo seu corpo travar. Mas então correu mais. Veria o ombro baleado de Merle depois, pararia para recuperar o fôlego depois, agora tinha que ir atrás do restante de sua família. Tinha que ajuda-los.

Passou pelos portões encontrando corpos para todos os lados. Queria acreditar que nenhum daqueles corpos eram dos seus. Aproximou-se e viu que não eram. Nenhum daqueles era de sua família. Nenhum daqueles corpos pertencia a sua família, mas isso apenas significava duas coisas. Ou eles estavam mortos, ou eles haviam sido levados.

Balançou a cabeça enquanto apoiava as mãos nos joelhos, os pulmões ardiam. Precisava continuar, precisava procurar vestígios de luta, vestígios de quem fora levado a força. Precisava saber quem fora perdido e quem ele precisaria buscar. Rodou alguns passos, e então decidiu parar. Algumas partes estavam cravejadas de bela. Alguns corpos dos errantes ainda debatiam-se no chão. Matou alguns e então ouviu. A respiração era fraca, como que querendo não ser notada. Ouviu a arma ser engatilhada e virou-se a tempo de uma arma ser apontada para sua cabeça. Abaixou-se e levantou o arco.

"Beth!"

Seu grito chamou atenção de Merle, que veio correndo do portão, uma arma levantada, a lâmina suja de sangue pronta. Viu que a menina abaixava a arma rápido, saindo de detrás do compensado e latões. Olhou para ela, vendo-a chorando e tremendo. Ela era instintiva. Jogou os braços ao redor de sua cintura, sabendo que ele a protegeria.

"O que houve?"

"Eles… eles foram embora." Não queria sofrer por isso, não mais. Daryl estava ali. E se ele estava ali, tudo ficaria bem. "Eles… Maggie está grávida. Eles acharam que eu tinha morrido. Mas o compensado e os latões me ajudaram."

Daryl olhou do local em que Beth estivera. Buracos de bala haviam perfurado tudo, haviam deixado tudo parecendo um queijo suíço. E mesmo assim, ela estava ali, sem um único buraco de bala.

"Bem, menina, agradeça seu Deus, porque você não virou uma paneira por sorte."

Merle aproximou-se ao ver que a garota não soltava Daryl, e que seu irmão não parecia importar-se com aquilo. Observou-o mira-la atentamente, olhando em seus olhos.

"Viu para que direção eles foram?" Beth negou, os olhos começando a encher de lágrimas.

"Só que eles conseguiram escapar. Eles já devem estar longe. Não sei se fiquei muito tempo aqui. Perdi… noção." Respirou fundo soltando Daryl e afastando-se. "Pareceu pouco, mas… não sei. Sei que todos eles conseguiram escapar."

Daryl assentiu. Era como ouvir a melhor notícia do mundo. Todos eles estavam em fuga. Era melhor que estivessem separados e vivos, do que juntos e mortos. Os encontraria, era o que fazia de melhor. Não deixaria sua família. Eles estavam vivos.


Nunca chorara em toda sua vida como estava agora. Não queria pensar no que acontecera a ela, mas era inevitável. Vira o local onde ela estava ser atingido por tantos disparos, por tantas balas. Vira o local onde Beth havia se escondido ser alvejado e não vira movimento, não ouvira pedido de ajuda. Sua irmã mais nova estava morta. Sua irmã mais nova não havia resistido. Apoiou a cabeça para trás, encontando-a no apoio do banco. Glenn dirigia rápido, ouvia os outros carros atrás deles.

Não sabiam para onde iriam, não sabiam o que fazer agora que haviam perdido dois dos seus. Apenas queria chorar. Queria apenas que Beth pudesse ter sido salva. Seu pai deveria estar inconsolavel. Perder a filha mais nova, não poder fazer nada para ajudá-la. Maggie alisou a barriga e respirou fundo. Não havia nada que pudesse fazer agora, apenas pedir para Deus que um dos tiros tivesse acertado Beth na cabeça, e que ela não pudesse transformar-se naqueles monstros. Que ela tivesse morrido, e ficasse daquele modo.