Pandora Hearts © Jun Mochizuki.


Aqui é frio e escuro, além de solitário.
(Bem condizente com alguém indigna como você.)

Sinto as lágrimas saírem dos meus olhos, mas eu não as enxergo. Não consigo ver nada além de mim mesma, meu reflexo me assombrando a cada instante na poça d'água que se encontra logo abaixo de meus pés.
(Exceto que esse reflexo não é seu.)

Olho para baixo e me vejo sorrindo, mas não se trata de mais do que mera ilusão. É a minha imagem e é o meu rosto que sorri, mas não sou eu. Não tenho qualquer razão para sorrir.
(É tão divertido vê-la chorar, sua imprestável!)

Estendo a mão para o horizonte negro que não sou capaz de enxergar, o mesmo que me prende toda vez que venho parar aqui. Já não consigo mais sentir a presença daquele a quem sirvo e muito menos a de quem... Qual seria a palavra certa? Gosta de mim?
(Mas é claro que não. Você é inútil. Ninguém seria idiota a ponto de se importar com você.)

Sou jogada ao chão para dar lugar a ela, mas a água não me molha e o impacto com o solo não me machuca. É etéreo. Escuto, mas não há som. Olho, mas não vejo mais do que a noite. Grito, mas o que sai dos meus lábios não é nada. Estou presa no cárcere que eu mesma sou. O sorriso daquele menino de olhos tão verdes já não mais me alcança. A escuridão se fecha mais ainda ao meu redor e me sufoca, mas não de uma maneira tão ruim. Não me dói, e mesmo que doesse, também não teria o direito de reclamar. É parte de quem sou e não sou.
(É parte de nós.)

Eu sou o eco.
(Eu sou o barulho.)

Nós somos tudo, ainda que nada.

Nós somos o silêncio.


[N/A] Eu ia escrever uma Oz/Echo e saiu isso aí, nada a ver com a ideia original. Reflitam.

Mandar review não tira pedaço do seu dedo e me deixa feliz. s2