Disclaimer – "Inuyasha" pertence a Takahashi Rumiko.
Pequeno aviso – Hum... Com a nova "adorável" regra do site, não é permitido mais o uso de letras de músicas nas fanfics (Logo agora que estou fazendo uma fic assim T-T). Então, para evitar problemas, estarei só citando o nome da música tema do capítulo, ok?
Notas da autora – Minna-san! Bem, essa é a primeira fanfic que escrevo Rin e Sesshy. Gosto muito desse casal, mas somente agora consegui escrever algo com os dois /o/. Espero que gostem, e digam o que acharam, ok? Comentário são sempre bem-vindos :-D.
Agradecimento especial a Shampoo-chan, que me fez o favor de revisar o capítulo. Beijos, moça!
Kisus no Lis-sama
Ja ne
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Ensina-me a Amar
By Palas Lis
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Música – "Nobody's Home", Avril Lavigne.
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Parte I
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Todos estavam animados naquela tarde quente de primavera. O vento sobrava refrescando e o sol começava a se pôr no horizonte, e mesmo assim muitos continuavam a festejar. Era um dia muito agradável e, se dependesse da vontade dos presentes, a festa não acabaria tão cedo.
As crianças brincavam no jardim, junto com a pequena aniversariante. Era o sexto aniversário dela e todos seus amigos próximos e parentes estavam presentes para a homenageá-la.
Era uma criança muito querida. O jeito meigo e sorriso alegre dela não conseguiam passar despercebidos pelas outras pessoas. Os olhos ingênuos e brilhantes eram outro destaque na menina. Era muito bonita e inteligente. Conversava com todos, desde adultos a crianças.
Os pais estavam sentados em um canto com outras pessoas, conversando animadamente. Vez ou outra olhavam a filha se divertir com um sorriso satisfeito. A irmã mais velha de Rin estava próxima à mesa onde se encontravam os doce e pegou um deles, sem tirar os olhos da caçula, sorrindo ao ver que ela estava gostando da festa.
Rin estava sendo o centro das atenções naquele dia e estava gostando muito disso. Além de ganhar presentes das pessoas que foram a sua festa, ainda se divertia com a presença das crianças que foram.
Era um dia perfeito.
Olhou a irmã mais velha e acenou, passando depois a mão na testa para tirar a franja que teimava em cair nos olhos castanhos. Arrumou o cabelo que estava preso em dois rabos e olhou para o amigo que estava com a bola, e lhe dava um sorriso arteiro.
– Não deixem Rin-chan pegar a bola! – um menino gritou, bracejando para as outras crianças. – Não deixem!
Rin sorriu, correndo na direção dos amigos para pegar a bola. A menina de belos cabelos lisos, curtos e negros estava no centro da roda de crianças, tentando pegar a bola colorida que eles jogavam por cima da cabeça dela, rindo ao conseguir.
– Eu peguei, Shippou-kun, eu peguei! – Rin se gabou, dando pulinhos de felicidade, a voz infantil saindo entre risadas. – Eu falei que conseguia! Eu falei!
As gargalhadas de felicidade que dava alegrava todos os adultos que a olhavam brincar. Como ela estava gostando de ter todos presentes em sua festa. Era muito bom sentir-se querida e amada. Estava se divertindo mais do que nunca e tinha que agradecer a Kikyou – que havia organizado a festa.
– Agora todos tentem pegar a bola de Rin-chan! – ele falou, apontando para a menina que estava com a bola em uma das mãos e a outra arrumou a barra do vestido rosado que usava, desdobrando-a. – Peguem-na!
– Ah! – ela exclamou, deixando o vestido de lado e segurando a bola com as duas mãos para sair correndo pelo quintal da casa, desviando das pessoas que estavam nele. – Não vou deixar, Shippou-kun!
– Cuidado para não cair, aka-chan. – a irmã mais velha alertou, preocupada, desviando-se de Rin e das outras crianças que corriam atrás dela. – Está me ouvindo?
– Não vou cair, nee-chan! – Rin falou, correndo para o outro lado, desviando de Shippou que estava logo atrás dela. – Estou brincando... – deu um gritinho infantil e estridente ao ser quase agarrada por uma amiga, mas se desviou a tempo. – 'Tá divertido, nee-chan!
– É, percebi que está se divertindo. – a morena riu, rodando o corpo para acompanhar com os olhos a menina. – Só tome cuidado, sim? – ela pediu e olhou na direção que a menina corria. – Não vai querer ficar com os joelhos ralados, né?
– 'Tá bom, nee-chan! – Rin falou. – Rin-chan não vai cair e nem ficar com os joelhinhos ralados.
A mais velha sorriu, afastando-se para ir conversar com uma das primas que estava presente. Apesar de estar distraída, viu quando a caçula parou subitamente. Ficou olhando-a para saber o que aconteceu.
Estava tudo perfeito, até que a menina morena sentiu o seu pequenino corpo vibrar. Sentia algo muito estranho percorrer sua pele internamente. Ela fechou os olhos, tentando fazer sua vista – que ficou nublada – voltar a focalizar normalmente.
– O que... Está acontecendo? – ela falou, olhando para o próprio corpo, vendo tudo distorcido, e fechou os olhos novamente.
Assim que ela reabriu os olhos, as crianças que estavam junto a ela recuaram. Seus olhos tinham adquirido uma tonalidade avermelhada e ficaram assustadoramente frios. Ficaram totalmente diferentes do olhar meigo e alegre de Rin.
– R-Rin... Rin-chan? – Shippou gaguejou, olhando para a amiga, muito confuso. – O-o que está acontecendo com você, Rin-chan?
– Eu... Não sei... – ela murmurou, piscando. – É... É e-estranho...
– Rin-chan? – uma senhora a chamou, quando seu filho se escondeu atrás de suas pernas, com medo da amiga. – O que fez, menina?
Todos olharam para a criança, tentando saber o que estava acontecendo. Estavam apreensivos com Rin. A bola que segurava começou a levitar – para espanto dela e das outras pessoas. Ela estava com medo e ninguém parecia notar. Estavam preocupados demais em fugir para se importarem com o que a menina sentia.
– Algum espírito mal deve ter se apossado do corpo dela! – um dos tios de Rin gritou, correndo com o filho nos braços, querendo ficar longe de Rin. – É um espírito mal!
Gritaria. Tudo o que ela ouvia era gritaria e as pessoas correndo. Quando um de seus amigos tentou se aproximar dela, ela levantou a mão e a criança foi arremessada longe, sem sequer ela ter tocado nele. A menina arregalou os olhos e estremeceu com a cena que viu. Não queria machucar seu amigo, não queria que tudo isso estivesse acontecendo.
– Itai... – Shippou choramingou ao cair no chão pesadamente.
– Shippou-kun... – Rin ficou com medo do que acabara de fazer e tremeu de medo.
O que antes era paz e calmaria, agora estava uma calamidade. Tudo ao redor da franzina menina começara a levita com uma incrível velocidade e direções diferentes. Os balões coloridos que estavam enfeitando a casa começaram a estourar e a mesa com o bolo e outros doces virou, fazendo os pratos e talheres flutuarem. As cadeiras estavam todas sendo jogadas contra a parede e as pessoas que não conseguiam se desviar delas eram acertadas com violência.
A irmã mais velha de Rin, Kikyou, tentou chegar até ela, mas foi acertada no ombro por uma cadeira e agachou ao chão, levando a mão ao local ferido, gemendo de dor ao tentar mexer o braço e não conseguir.
– A-aka-chan... – Kikyou balbuciou, não conseguindo chegar até a irmã e ajudá-la. – Kami! O que está havendo?
Os pais pegaram seus filhos que antes estavam brincando com a criança e corriam para fora do jardim da casa, atemorizados com a demonstração de paranormalidade descontrolada da pequena aniversariante. Sua festa estava arruinada e agora todos tinham medo dela.
O que era o dia perfeito tornou-se um assombroso e real pesadelo.
– E-eu... Não consigo parar! – ela falou angustiada. – Eu não...
A menina levou a mão à cabeça, soltando um grito de desespero. Ela piscou e seus olhos voltaram à cor castanha amendoada, com meiguice de sempre. Ela agachou ao chão, arfando e tudo que levitava caiu pesadamente no chão, fazendo um terrível estrondo.
– O que eu fiz? – ela perguntou-se, encolhida, abraçando o próprio corpo. – Foi sem... Querer... Eu...
Olhou ao seu redor e assustou-se com o desastre que tinha acontecido ali. O desastre que havia sido causado por ela. O jardim antes impecável e bem preparado para receber as visitas, agora estava deformado e sem vida.
– Aka-chan... – Kikyou chegou até ela e a abraçou, também tremendo. – Você está bem, aka-chan?
– Eu... – ela deixou a irmã apertá-la nos braços e deitou a cabeça no ombro dela, amedrontada. – Nee-chan... Foi sem querer... Não queria e...
– Eu sei, eu sei. – ela conformou a menina, passando a mão pelo cabelo dela, chorando. – Estou aqui com você, aka-chan... Não se preocupe.
Atrás de onde as irmãs Nakayama estavam, os pais de Rin olhavam-na com se fosse uma aberração, o que deixou a criança mais deprimida. Olhavam-na acusadores, como se ela quisesse que tudo aquilo tivesse acontecido. Como se tivesse feito tudo de propósito.
Levando as mãos ao rosto para cobri-lo, a criança chorou, sentindo o corpo fraco e as mãos trêmulas. Sua mente trabalhava rápido demais e ela não conseguia assimilar as coisas que acabaram de acontecer. Ela olhou as próprias mãos, não entendendo o que havia acabado de acontecer... Não entendendo por que estava acontecendo com ela...
– RIN!
A jovem abriu os olhos de uma só vez ao ouvir a irmã mais velha gritando da cozinha. Esfregou os olhos e sentou na cama, limpando a testa que estava suada e respirou fundo, sentindo o coração acelerado no peito e as mãos levemente trêmulas.
"Novamente esse sonho...", Rin pensou, respirando fundo para sua respiração estabilizar. Passou a mão nos cabeços para ajeitá-los, voltando os olhos para a janela coberta pela cortina. Já havia amanhecido.
Já fazia algum tempo que não sonhava com 'aquilo'. Chamava de maldição, mas a irmã insistia em dizer ser um dom e fazia de tudo para ela acreditar ser um presente inato. Chegava a ser engraçado: como ela poderia acreditar que 'aquilo' pudesse ser uma benção?
Como havia sido horrível aquele dia. Se fechasse os olhos e relembrasse a cena, ainda podia ouvir a irmã apavorada chamando pelo nome dela e tentando ajudá-la enquanto todos os outros fugiam. Foi, sem dúvida, o pior dia da vida dela, que nunca mais sairia da mente. Era impossível esquecer tal fato.
Naquele dia descobriu que tinha telecinesia da pior forma possível. Tudo aconteceu frente às pessoas que amava e que, pensava, a amavam. Tolice, esse amor nunca existiu. Ao descobrir que era paranormal, nenhum deles nunca mais ousou se aproximar dela.
O único que, mesmo sabendo dos poderes telecinéticos dela, ainda queria ser amigo, era o jovem Inoue Shippou. Porém, os pais do menino ruivo não permitiram que eles tivessem amizade. Rin nunca mais o viu depois que se mudara da cidade natal, Kitami, ao norte do Japão.
Tempo depois, os pais de Rin se afastaram dela. Apesar de não dizerem o real motivo, tinham medo do que ela fosse capaz de fazer. Temiam os poderes telecinéticos da filha. A única família que sobrou foi à irmã, Kikyou.
Kikyou nunca a abandonou. Sempre estava disposta a confortá-la e decidiu levar a irmã ao médico que, infelizmente, não ajudou em nada. A parapsicologia apenas afirmou que ela tinha poderes telecinéticos e que eles eram regidos pelo que sentia.
Com isso, Rin nunca mais pôde sentir alegria ou triste. Tinha que se manter neutra, se quisesse que nenhum incidente acontecesse. Sua vida tinha que ser impassível. "Se é que isso é viver...", ela pensou, frustrada.
Depois vieram as constantes mudanças de casas e até de cidades. Rin não conseguia conviver com todos a chamando de anormal, quando o que mais queria era ser normal. Sempre que um acidente acontecia e outras pessoas descobriam os poderes dela, Rin virava a piada de todos. Além a olhavam como se fosse um monstro ou uma criatura desprezível, que não merecia atenção. Kikyou queria sempre proteger Rin e, para isso, era melhor que outras pessoas desconhecessem os poderes da menina. A mais velha evitava todas as maneiras que isso acontecesse, para o bem da mais nova. E tudo se tornou um grande vazio para a pequena criança Rin.– Rin, eu não vou chamá-la de novo.
Olhou a porta ao ouvir a voz da irmã mais perto, sendo despertada daqueles pensamentos. Esfregou os olhos novamente e olhou para o relógio digital no criado-mudo. Estava atrasada – e muito –, já que era para estar pronta há quase vinte minutos. Espreguiçou-se tranqüilamente, esperando Kikyou entrar e lhe dar uma bronca pela demora.
– Eu já vou, Kikyou-chan. – ela respondeu, ainda com voz mole de sono e procurou na bagunça do quarto pela roupa com a qual iria ao colégio.
Tinha arrumado o dormitório no dia anterior – depois de Kikyou insistir muito – e com o sonho intenso que teve, sua telecinesia se manifestou, jogando os pertences dela no chão, causando uma imensa desordem no local.
Rin agachou e pegou um porta-retrato no chão, tirando a foto dos pais do vidro quebrado. Por um minuto ela olhou os dois, que estavam sorrindo e abraçados no jardim da casa que moravam. Como sentia falta de tê-los perto dela. Como sentia vontade de voltar antes daquele dia e congelar o tempo. Naquele tempo, ela sentia alegria.
Balançou a cabeça para os lados várias vezes e jogou a foto na gaveta do criado-mudo, fechando a gaveta com força maior que a necessária.
Tinham a abandonado quando ela mais precisou deles e ainda era uma criança. Eles não mereciam seu amor, não é mesmo? Não mereciam que gostasse deles... Mas, se eles não mereciam, então por que sentia-se daquela maneira? Por que ainda gostava deles?
"Porque você é uma garota tola...", Rin concluiu, suspirando. "Uma garota tola!".
– Rin-chan. – Kikyou falou ao abrir a porta e entrar no quarto, vestindo um avental. Ela olhou para as coisas bagunçadas de Rin, disfarçadamente, para não deixá-la sem graça, mas já imaginara o que havia acontecido ali. – É seu primeiro dia de aula e não quero que se atrase, menina.
– Não vou – ela falou, virando um pouco o rosto para a irmã mais velha, procurando entre as suas roupas jogadas no chão o uniforme que teria que usar no novo colégio. – Já vou descer, Kikyou-chan.
Kikyou levantou uma sobrancelha, pousando uma mão na cintura, olhando para a menina de maneira desconfiada.
– Eu não vou me atrasar, Kikyou! – Rin fez um gesto de impaciência. – Pode descer que já vou.
– Ok. – Kikyou respondeu. – Você tem dez minutos.
Rin sorriu, fazendo um 'sim' com a cabeça e vendo a irmã puxar a porta. Trocou-se o mais rápido que pôde e desceu para a cozinha olhando as próprias mãos, analisando as linhas das palmas.
Às vezes chegava a temê-las... No momento que seus poderes mentais se manifestavam, com apenas um movimento leve de mão arremessava coisas de grande peso longe.
Não tinha domínio sobre seu poder e tinha medo de machucar alguém. Ainda não tinha se acostumado com isso, não era uma coisa freqüente e nem se manifestava quando queria. Somente sabia que não podia ter sentimentos fortes. E isso era um grande problema...
– 'Hayo, Kikyou-chan. – ela falou ao cruzar a porta da cozinha, desviando a atenção das mãos e olhando a mesa farta em alimentos.
A jovem morena levou a mão no estômago e puxou uma cadeira para ficar à mesa, escolhendo o que comeria naquela manhã.
Usar 'aquilo', ainda que dormindo, a deixava com fome e, algumas vezes, sono, mas sorte que dessa vez estava simplesmente com fome. Não queria dormir na sala de aula logo no primeiro dia na nova escola. Kikyou não ia gostar de receber uma reclamação desse tipo do diretor.
– Ohayo, Rin-chan – ela cumprimentou, colocando duas xícaras sobre a mesa, servindo-as com chá depois. – Posso deixá-la na escola no caminho do meu trabalho.
– Pode ser. – Rin respondeu, pegando torradas, comendo-as de modo esganado. – Que delícia essas torradas, Kikyou.
– Coma de boca fechada, menina. – Kikyou a repreendeu, terminando de arrumar as coisas sobre a mesa. – Depois que você comer, aí você fala.
– Chatinha! – Rin resmungou, mostrando a língua para a irmã. – Eu como da maneira que quero!
– Sempre tão malcriada. – Kikyou torceu o nariz.
Rin, após comer algumas torradas, apoiou os cotovelos na mesa e o queixo na mão, permanecendo com os olhos na irmã. Pensava se devia contar sobre o sonho que teve ou se devia esconder o assunto. Tinha tanta vergonha daquela maldição, até mesmo de Kikyou, que sempre estava disposta a apoiá-la.
– O que foi, Rin? – Kikyou perguntou ao notar os olhos castanhos da irmã postos sobre si. Ela parou de cortar uma maçã para olhar Rin, uma sobrancelha estava levantada. – O que você tem?
– Nada... – a voz não passou de um sussurro e não convencia. Rin desviou os olhos da irmã. Era melhor não dizer nada, como costumava fazer.
Kikyou olhou para a jovem e puxou uma cadeira para si, sentando-se frente à irmã. Conhecia aquele olhar confuso dela, sabia que ela estava querendo contar sobre o sonho, mas faltava-lhe coragem para isso. Kikyou tocou na mão da irmã que estava sobre a mesa, querendo chamar-lhe a atenção.
– Você sonhou com aquele dia de novo, não é?
Rin levantou os olhos para ela, surpresa, encarando o rosto calmo de Kikyou e puxando a mão que irmã segurava. Ela nunca conseguia enganar Kikyou. Ela era muito observadora e a conhecia muito bem.
– Eu... Eu... – Rin balbuciou.
– Pode me contar, Rin-chan. – Kikyou sorriu docemente. – Pode confiar em mim.
– Kikyou... – Rin levantou e ficou de costa para a irmã mais velha, sentindo que os olhos dela ainda estavam sobre si.
– Não se preocupe, Rin – ela falou em tom doce, passando confiança para a menina. – Estou com você. Sempre estarei.
Rin virou-se para ela e forçou um sorriso. Era melhor não preocupar a irmã, mas sentia que aqueles poderes paranormais estavam começando a evoluir novamente. E toda vez que isso acontecia, coisas ruins aconteciam também. Novamente iria esconder o que sentia e guardar os medos dela dentro de si.
Ah! Como Kikyou queria que Rin desabafasse com ela. Era um fardo pesado demais para mais nova carregar sozinha. As coisas poderiam ser diferentes e até mais fáceis se resolvesse abrir o coração para a irmã. Não poderia pedir isso a ela, mas sempre deixava claro que estava pronta para ouvi-la. Rin estavam apenas tentando evitar problemas e Kikyou tentando ajudá-la.
– Então, vamos tomar o café da manhã? – Kikyou perguntou, querendo mudar de assunto. – Você já nos atrasou demais, mocinha.
Respeitava a distância que Rin queria dela, deixando claro que quando quisesse, poderia contar com ela. A mais nova não gostava de falar sobre aquilo, preferia fazer de conta que não possuía tais poderes e Kikyou, apesar de não concordar, entendia.
– Hai. – ela respondeu com um sorriso, sentando-se para tomar o desjejum. Falou com uma careta, em desagrado: – E eu não atrasei ninguém, Kikyou.
– Claro que não... – Kikyou foi sarcástica.
– Sempre tão irônica. – Rin rodou os olhos e sorriu quando Kikyou levou a mão à boca para esconder uma risadinha.
Hoje, pelo menos hoje, não ia mais sequer lembrar que um dia seus poderes telecinéticos haviam despertado. Ia tentar ser uma garota normal... Ser como sempre quis: alguém sem poderes, alguém simplesmente normal...
Mas, será que isso seria possível?
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