Bem... Eu sei que é um pouco de irresponsabilidade minha não terminar uma história e já postar outra, mas é uma justa causa, afinal, eu já estava com essa idéia há mais ou menos três meses... Não conseguiria guardá-la por mais tempo...

Então, Ler no jutso!!


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Passado Doloroso

O vento frio percorria sem piedade alguma as desertas ruas de uma cidade.

Passava da meia-noite, poucas pessoas ainda se arriscavam a andar sob o escuro céu, limpo de estrelas e coberto por um manto de nuvens que ameaçavam derrubar uma tempestade torrencial.

Alguns bares se encontravam com as portas ainda abertas, recolhendo assim, algumas figuras bizarras que mal agüentavam ficar em pé, mas que insistiam em brindar a mente e o corpo com litros de álcool, em uma frustrada tentativa de esquecer todos os problemas que possuíam morando naquela pequena cidade afastada de qualquer metrópole.

Algumas gotas começavam a cair timidamente da imensidão negra, escorrendo suavemente pela pele branca, quase fantasmagórica de um garoto que caminhava lentamente pelos becos desérticos e aterrorizadores da cidade, indo em direção a um estabelecimento, onde vários homens e algumas mulheres conversavam animadamente.

Seu passo era arrastado, como se não tivesse pressa alguma de chegar em seu objetivo, em seu caminho encontrava algumas pessoas, que ao passar a seu lado, tapavam a boca, afogando exclamações de pavor, para logo em seguida se distanciarem o máximo possível da figura despreocupada que se dirigia a um pequeno bar.

O garoto de pele pálida como a neve não parecia se importar com toda demonstração de medo que era causado por sua figura, ao contrário, parecia se divertir, gostava de causar essa sensação nos demais, eles pareciam pequenas presas assustadas que não viam outra alternativa a não ser fugir. Sorriu.

Seus passos se detiveram em frente as grandes portas do estabelecimento que não condiziam com seu verdadeiro tamanho.

A essa altura as grossas gotas encharcavam sem clemência alguma todos os seres que habitavam aquele lugar, miserável e sujo na sua opinião.

Levantou um pouco o rosto até poder ver escrito, com letras luminosas e chamativas, o nome do lugar.

- Suna... – murmurou, aumentando um pouco o sorriso sádico que carregava na face, adentrando finalmente o bar.

O ambiente lá dentro podia ser facilmente diferenciado do anterior.

Uma música brega era tocada alegremente por um conjunto de senhores que se encontravam em cima de um palco improvisado, sendo de vez em quando aplaudidos por um grupo de pessoas que ainda dedicavam seu tempo escutando a melodia, já desafinada há muito tempo, executada pelos mesmos.

Alguns casais dançavam festivamente no centro do salão, ao mesmo tempo em que várias rodinhas eram formadas em torno das maiores mesas, fazendo com que as conversas sem um tema fixo se juntassem a música ruim do lugar.

E tudo isso irritava consideravelmente o garoto de pele pálida.

O vento bateu fortemente contra sua nuca, fazendo com que os cabelos vermelhos se remexessem, dançando o ritmo imposto pela fria e molhada ventania.

Deu um passo, no mesmo instante todos os olhares foram voltados em sua direção, isso apenas aumentou sua impaciência. Não gostava que todos o olhassem, ninguém tinha o direito de encarar sua figura.

E todos aqueles olhares luxuriosos voltados para seu corpo... Isso causava um nojo de enormes proporções na mente já perturbada do ruivo.

Com certeza não sabiam quem ele era... E iriam se arrepender amargamente disso pelo resto de suas vidas... Mas claro, nenhum daqueles seres asquerosos teria a chance de ver novamente o sol brilhar, porque a partir daquele dia, viveriam eternamente na escuridão do sofrimento, e ele se certificaria pessoalmente disso.

Retirou uma pequena faca de um dos bolsos de seu casaco, avançando rapidamente em direção as pessoas do local, que gritavam desesperadas enquanto sentiam sua carne ser cortada sem compaixão alguma pela arma branca tão afiada.

Era dado o inicio do maior espetáculo daquele ano.

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New York, dez anos depois.

Um homem de cabelos negros e brilhosos corria desesperadamente pelas ruas apinhadas de gente.

"Eu não posso chegar atrasado de novo!" – pensava enquanto olhava insistentemente o relógio de pulso, apertando cada vez mais a pequena maleta que levava em uma das mãos, enquanto a outra embolava de qualquer forma as chaves do carro.

No horizonte, erguia-se imponente um prédio, era adornado por vários espelhos que captavam brilhantemente a luz proveniente do sol e a dispersava nos carros parados nas ruas, causando um espetáculo de cores.

Mas ele não tinha tempo pra perder com isso, seguramente teria mais chances de apreciar esse show que lhe era apresentado todos os dias.

Aproximou-se da porta de vidro, entrando no enorme salão onde várias pessoas se encontravam sentadas, esperando sua vez de serem chamadas aos confortáveis escritórios do lugar.

- Bom dia Iruka-san!

- Bom dia senhor Lee! – saudou de volta o recepcionista do prédio.

- Não precisa me chamar de senhor... – disse timidamente o homem de cabelos negros.

- Mas você é um médico...

- Mas não é necessário! – disse brindando com um belo sorriso um desconcertado Iruka – E então, onde está o Kakashi-san?

- Ah! Ele ainda não chegou... Está atrasado... Como sempre!

- Assim como eu? – perguntou divertido Lee.

- Mas o se... – deu uma pausa, lembrando de todas as vezes que o médico havia lhe pedido pra chamá-lo apenas pelo nome -... Mas Lee, você nunca chegou atrasado...

- Mas hoje foi a segunda vez que isso quase aconteceu! – explicou um pouco bravo, para logo em seguida soltar um suspiro resignado – Iruka-san...

- Sim? – respondeu o outro sorrindo.

- Quem é a primeira viti... Digo, paciente de hoje?

- Ah! É mesmo! – gritou enquanto revirava alguns papéis no balcão - O senhor Uzumaki deixou um recado para o senhor – disse entregando um pequeno envelope ao médico, que o olhou com ar de reprovação por não ter usado novamente seu nome.

- Obrigado... - falou contrariado, abrindo delicadamente a carta e rolando os olhos pelas letras – Não acredito...

- O que foi? – indagou curioso o recepcionista, observando a expressão de assombro de Lee.

- Iruka! Preciso das chaves do meu escritório!

- Mas...

- Rápido, por favor! – pediu desesperado, e assim que conseguiu o que queria, começou a correr pelos corredores luxuosos.

"Eu não acredito que o Naruto-kun fez isso comigo!" – pensava chateado, abrindo a porta de seu consultório e pegando o telefone, começando a discar o número que estava rabiscado na folha de papel que ainda sustentava, enquanto colocava o jaleco branco que o identificava como um médico.

- Alô?

- Alô, Naruto?

- LEE!!

- Naruto-kun! Onde você está?

- Ah! Sabe o que é?

- Hum?

- Eu tive que fazer uma viajem de última hora...

- Mas você deixou três pacientes SEUS pra MIM cuidar! – elevou um pouco a voz, seu tempo livre já era bem curto, e agora que seria responsável por mais alguns clientes quase não conseguiria respirar.

- Mas Lee-kun... Você é um dos melhores psiquiatras do país! – disse alegremente a outra voz, em uma tentativa de confortar o outro.

- Mas Naruto-kun...

- Por acaso está com medo de não dar conta? – provocou o médico do outro lado da linha. Sabia que seu amigo nunca recusava um desafio, e ele não pouparia esforços para convencê-lo a ajudá-lo.

- Não mesmo!

- Ótimo!

- Mas Naruto... Fala a verdade... Essa viajem é mesmo a serviço? – perguntou recuperando o bom humor, se sentando na confortável cadeira atrás da mesa, que proporcionava uma vista espetacular para imensidão azul através da janela.

- Hehe! Você me conhece mesmo né? Eu estou com o Sasuke-kun!

- Sabia... Mas eu desejo que vocês façam bom proveito!

- Valeu Lee!!

- Só tenha juízo viu?

- Ah! Essa é a única coisa que você não pode me pedir!

- Hehe... Naruto-kun... Quem é o primeiro cliente?

- Eu deixei uma ficha dele na sua mesa...

- É? – perguntou percorrendo com os olhos o objeto de metal, encontrando um amontoado de papéis – Ah! Achei! – exclamou recolhendo as folhas, lendo-as rapidamente e retirando a essência do enorme texto.

- E ai?

- Hmm... Ele era um assassino?

- Aham... Foi preso depois de matar uma cidade inteira... Há dez anos...

- Credo!

- E ele nem ficou abalado por isso... Dizem que ele se deixou levar pelos policias... Por achar que seria mais "divertido" ser preso...

-...Aqui fala que ele tinha várias passagens pela policia... Todas por ter matado pessoas sem motivo aparente...

- Na verdade, ninguém conseguia provar que ele tinha matado todo esse povo...

- Foi por isso que ele ficou solto por tanto tempo?

- É, mas eu ouvi dizer que depois que ele foi preso acabou confessando os crimes... E foi considerado louco...

- Hmm... Qual o motivo dele fazer tudo isso?

- Ele disse que é porque gosta de matar...

- Se sente bem?

- É...

- Quanto tempo ficou internado?

- Durante sete anos.

- Há quanto tempo você cuida dele?

- Dois...

- Então faz três anos que ele leva uma vida normal?

- Quase isso... Ele nunca mais matou alguém... Pelo menos não houve noticias...

- Situação da família?

- Pai e mãe mortos... Por ele...

- Macabro...

- Tem uma irmã e um irmão... Com dinheiro até pra jogar fora...

- Então matava só por prazer...?

- Ao que parece é...

- Complexo... Sofreu durante a infância?

- Bastante... Apanhava todos os dias e era chamado por apelidos nada bonitos...

- Já está metade explicado... Toma algum remédio?

- Não.

- Trabalha?

- Na empresa que era do pai... Ficou pra ele.

- E como?

- Os irmãos acharam que talvez um pouco de trabalho desviasse a mente perturbada...

- Perece que deu certo... Qual o nome dos irmãos?

- Sabaku no Temari e Sabaku no Kankurou...

- Hmm... Personalidade? – perguntou Lee enquanto escrevia rapidamente todas as informações que lhe eram dadas.

- É frio e quieto... Difícil arrancar mais que monossílabos durante as conversas... Às vezes ele parece se desconectar da realidade...

- Vixi...

- Mas não se engane! Ele parece ser louco... Só PARECE! Na verdade ele é muito inteligente...

- Pra matar mais de duzentas pessoas e nunca ser pego... Deve ter uma mente brilhante... – comentou o médico, escrevendo mais algumas palavras em seu caderno.

- Pior que é verdade... Toma cuidado viu Lee?

- Por que?

- Ele consegue manipular a sua mente se não estiver atento...

- Já aconteceu com você?

- Cof, cof... – tentou disfarçar o Uzumaki.

- Hehe... E quanto aos irmãos? Vão vir junto com ele?

- Não... Ao que parece eles não se preocupam muito com ele... Só estão na jogada pra pagar...

- Entendo... A reputação da empresa é mais importante?

- Eles querem o irmão curado pra não por a empresa em risco...

- Crescer com pessoas que pensam assim... Compreensível que ele tenha ficado doido...

- Ele só PARECE doido...

- Ta certo, já entendi... – disse sorrindo, quando percebeu que outra linha estava chamando – Um momento Naruto-kun... Outra ligação...

- Ok!

- Não desliga, por favor! – pediu, para logo em seguida trocar a linha – Rock Lee...

- Senhor Lee, a primeira viti... Digo, paciente está aqui...

- Kakashi-san?

- Eu?

- Conseguiu entrar no prédio a tempo?

- Tive que subornar o porteiro...

- Hehe... Pedi pra ele subir, por favor?

- Ok... – disse por fim o recepcionista, ao mesmo tempo em que o psiquiatra voltava à ligação para a de seu amigo.

- NARUTO-KUN?

- Ah! Não grita! Que foi?

- Ele chegou!!

- Ué... Atende ele...

- Ele sabe que não é você que está aqui?

- Sabe...

- Que bom...

- Fica frio...

- Sei não... Acho que não vou dar conta...

- Ta com medinho é?

- Hã? Não mesmo!! – gritou desligando o telefone, enquanto apertava um dos punhos e sorria – "Eu vou dar conta!!" – tratou de pensar positivo, enquanto a porta se abria lentamente, revelando um homem de pele pálida e cabelos vermelhos – Seja bem vindo, senhor Sabaku no Gaara!


É isso ai... O resto das explicações vai vir nos próximos capitulos... Eu peço um pouco de paciênia para comigo, eu não escrevo muito bem mas estou me esforçando...

Mandem sua opinião por favor, e dependendo da quantidade de reviews, eu posto o outro capitulo o mais rápido possivel n.nb

Obrigado por ler até aqui e Tchau no jutsu!!