Disclaimer: Castle e seus personagens não me pertencem.
N/A: Volto a escrever sobre Castle, mas de uma forma diferente. Minha primeira longfic da série e espero que gostem.
Teremos bastante drama e peço que tenham paciência.
Quero agradecer imensamente a minha beta MarySBarros que tem sido essencial e as meninas do Castle Fanfics pela paciência e ideias incríveis, Elaine, Michelle e Leydi.
Obrigada, vocês são incríveis!
It Will Rain
Bruno Mars
"If you ever leave me, baby
Leave some morphine at my door
'Cause it would take a whole lot of medication
To realize what we used to have
We don't have it anymore"
Primeiro Capitulo - Broken
A casa de Castle era a mais ou menos dez minutos de onde o policial a havia orientado a ir, mas aquele trajeto parecia durar horas. Nesse meio tempo, sua mente trabalhava furiosamente.
A sua perspectiva diferente de ver as coisas ajudou-a com muitos casos. Castle era sem sombra de dúvida o melhor parceiro que poderia ter, às vezes suas ideias pareciam absurdas, mas grande parte das vezes acabavam sendo brilhantes! Exceto quando eram somente absurdas e a enlouqueciam.
Porém, mesmo nesses casos ela não podia negar que as teorias dele transformavam o ambiente, tornando-o menos pesado para todos.
Kate já não podia imaginar sua rotina na delegacia sem Castle.
No começo foi insuportável conviver com alguém tão invasivo, Kate não estava acostumada com ninguém observando cada expressão, palavra ou reação sua. Às vezes tinha a sensação de que Castle podia ler além do superficial e enxergar sua alma e seus sentimentos mais profundos. Era assustador. Não era comum para ela compartilhar suas coisas, seus medos, seus desejos, suas angústias, suas alegrias.
Seu pai nunca foi seu confidente, de modo que desde o assassinato de Johanna não dividia nada realmente importante, nem mesmo com Lanie. Ficou tanto tempo fechada em seu mundo que a sua reação instintiva à aproximação de Castle foi afastá-lo.
Não queria que ninguém entrasse, mas ele entrou. Criaram uma disputa por capricho. Desde disputas lógicas até pequenas insinuações sobre o outro. Um tipo de provocação para chamar a atenção. As vezes parecia um tanto imaturo, mas realmente não importava. Precisavam daquilo.
Com o passar do tempo a relação mudou e deixou de ser um flerte superficial para um desejo intrínseco, não era somente sobre a conquista, era muito mais. Era sobre amor. Construíram pedaço por pedaço daquela relação, apaixonaram-se dia após dia por cada detalhe do outro, fosse encantador ou irritante.
O café, o sorriso, quase morrerem juntos ou um pelo outro mais de uma vez, as palavras ditas e não ditas, o muro derrubado e os vários apertos de mão após isso.
A intimidade como casal trazia a sensação de segurança e estabilidade, ainda assim, essa confiança não baixava a adrenalina e paixão.
O relacionamento deles tinha algo extraordinário. E eles podiam passar horas planejando o futuro juntos sem que perdessem a magia do presente.
O mundo era definitivamente um lugar melhor com Richard Castle.
Kate tinha vontade de ser feliz ao lado dele. O escritor era quem sempre via ao menos uma razão para acreditar e ter esperanças no melhor desfecho possível. Somente ele podia reconfortá-la com a sua presença e suas palavras. O único capaz de derrubar seu ceticismo e fazê-la crer no incrível.
Às vezes os planos que traçavam juntos apareciam como algum tipo de brincadeira, mas na sua maioria, soavam mais como pequenas promessas.
Adotariam um cachorro, teriam filhos, comprariam uma casa com jardim, viajariam... Tantas noites brincando de construir o futuro ao lado do homem que amava e agora isso tudo estava queimando diante de seus olhos.
O único que ela permitiu entrar. Aquele que a ajudou a derrubar o muro. O único amor de sua vida. Morto!
O tempo parou por um instante. A mesma sensação de quando levou o tiro. Podia ouvir algumas sirenes e as luzes de ambulâncias, carros de bombeiros e policia causavam ardência em seus olhos. Sentia-se enjoada e zonza. Sua visão estava embaçada pelas lágrimas que corriam livremente em seu rosto. Suas pernas a traíram quando institivamente correu em direção ao incêndio e tropeçou em seus pés.
"Hey, cuidado!" – Esposito a amparou para que se levantasse. "Não devia ter saído daquele jeito, saímos como loucos atrás de você-".
Um grito agudo rompeu o lugar e ela passou a mão sobre o cabelo.
"Martha?! Vocês a trouxeram."
"Alexis veio também, não conseguimos evitar."
Kate olhou para o grupo que caminhava em sua direção, Ryan, Lanie, Martha, Alexis, Gates e seu pai. Vinham acompanhados de um oficial.
"Sou o novo delegado, Ronald Stabler."
"Sou a detetive Kate Beckett, NYPD. O que vocês sabem sobre o que aconteceu?"
"O que sabem sobre meu pai?", a voz de Alexis estava carregada de angústia.
"Preciso que procurem se acalmar. Temos muito pouco até aqui. O que podemos dizer com certeza é que não encontramos nenhum corpo ainda."
"Por Deus, meu filho não está morto!", Martha constatou aliviada.
"Estou dizendo, que ele não morreu neste acidente.", corrigiu o oficial. Não foi gentil, mas não queria alimentar falsas esperanças na família da vítima. "Mas de qualquer modo, te ligamos detetive Beckett, por uma razão. Encontramos no terno da vitima esse bilhete direcionado a você. Estava a alguns metros do carro.", o oficial esticou a mão para Kate entregando o bilhete. "Isso tem algum significado para você?"
"Detetive Beckett,
A questão não é sobre quem tem a arma. É quem tem o poder.
Ainda acha que é você?".
As mãos de Kate tremiam, não podia acreditar, tinha certeza de que aquele pesadelo havia terminado. Esposito novamente deu suporte à sua amiga.
"Maldito seja!"
"Do que se trata?", Gates questionou pegando o papel das mãos de Beckett.
"Bracken!"
Precisava se recompor, mas a sua vontade em simplesmente sucumbir ao desespero era tão grande. Seus olhos ardiam e Kate sentia dificuldade em respirar.
"Kate, ele está preso. Acabou!", Jim colocou a mão no ombro de sua filha para reconfortá-la, também não podia acreditar que aquele desgraçado ainda pudesse causar mais mal do que já havia causado.
"Ele me falou essa frase no dia que nos conhecemos pai. Tenho certeza que é ele.".
Ela sabia que se William Bracken estava envolvido não teriam muito tempo. O homem era impiedoso e havia acabado de provar que ainda tinha poder. Kate endireitou-se e olhou para os seus parceiros. "Vamos, vou me trocar e precisamos ir à prisão falarmos com-"
Foi muito rápido, antes que pudesse sair do lugar, Alexis, enfurecida, empurrou Kate com brutalidade.
"É sua culpa! Tudo isto é sua culpa! Desde o dia que meu pai te conheceu não temos um único minuto de paz! Tiroteios, tanques de gelo, bombas, afogamento e até um tigre já colocou a vida dele em perigo."
Todos estavam perplexos e provavelmente por isso não houve qualquer reação ao comportamento da filha do escritor, que novamente avançou contra a detetive, dessa vez com mais força.
"Isso sem contar quando ele tentou levar um tiro em seu lugar e você simplesmente sumiu por meses!"
Ao recuperar-se do choque, Martha tentou conter a neta. Aquele não era o momento, aquelas também não eram as palavras certas. "Controle-se Alexis, você está sendo injusta".
"Injusta?", a ruiva olhou transtornada para sua vó. "Injusto foi ela fingir que não se lembrava da declaração do meu pai por um ano e depois trocá-lo pelo emprego em Washington.". O rosto de Alexis estava tão vermelho quanto seu cabelo quando se voltou para Kate novamente. "Meu pai sempre foi sua última prioridade, não é Beckett?"
A detetive abriu a boca para responder, mas sua voz não saia. Não podia negar que as suas ações não tinham sido as melhores, mas ele nunca foi a sua última prioridade. Eles se resolveram sobre aquilo tudo há algum tempo. Quanto ao fato de quase morrerem juntos tantas vezes era porque ele a seguia. Ela sempre tentou deixá-lo fora da zona de perigo, mas Castle sempre fazia exatamente o contrário do que ela pedia.
O ponto é que Alexis a acusava de coisas que aconteceram há praticamente três anos atrás e o maior "choque" para Kate, era a jovem ter guardado aquilo tudo todo esse tempo.
Entender-se apenas com Castle não era o bastante, Alexis e Martha, ainda que indiretamente, faziam parte daquela situação.
"Não tem resposta, não é mesmo? Veja o lado bom disso, não precisa lidar com essa situação agora, já que meu pai pode estar morto! Não vai precisar arrumar qualquer desculpa para fugir."
Seu sangue subiu e instintivamente Beckett levantou a mão para acertar um tapa no rosto da ruiva, mas parou.
Ainda que não viessem se entendendo desde que ficou com o escritor, Kate a amava. Não podia dizer que como uma filha, porque não sabia como era isso, mas desde sempre, Alexis foi a parte mais linda de Castle.
Seu comportamento com a menina foi o que mostrou a detetive que ele não era àquele playboy irresponsável que aparentava ser, mas um homem doce, amoroso e preocupado. O amor de Castle pela filha era tão profundo que era impossível estar com ele e não estabelecer sentimentos de proteção, orgulho, carinho e admiração por ela.
Kate não conseguia definir o quão machucada ela se sentia com tudo que estava acontecendo, mas certamente as palavras de Alexis Castle eram como um último revirar do punhal em seu peito.
"Melhor assim Kate, não faça algo que vai se arrepender depois.", Lanie estava com a mão em seu braço e a impediria se realmente fosse deferir-lhe o tapa. "Alexis e você não têm o direito de dizer essas coisas. O que está acontecendo aqui" disse apontando para a ruiva e a detetive. "não vai ajudar ninguém."
Kate olhou mais uma vez nos olhos de Alexis, olhos tão parecidos com os de Castle. Estava procurando algum sinal de arrependimento ou de aceitação, mas tudo o que seus olhos azuis refletiam era raiva. Aquilo lhe causou tanta angústia que sentiu seus olhos encherem novamente d'água.
Virou-se então para Esposito e Ryan. "Vamos! Não temos tempo a perder."
Os detetives preparam-se para segui-la, porém o delegado interveio.
"Chega! Ninguém vai a lugar algum. Esse caso é meu e vai ser tratado aqui.", sentenciou Ronald. "Preciso de seus depoimentos, vamos todos para o meu distrito."
"Para o inferno! Não vou com você!". Kate havia saído do transe e retomado um pouco de sua cor. "Não posso perder tempo, Bracken não costuma fazer reféns, ele vai matar Castle."
"Sabe que posso prendê-la detetive?"
"Vá em frente delegado! Tente."
Ronald era um homem de aparência dura, em torno dos cinquenta anos, aproximadamente da altura de Castle, com a pele morena e olhos profundos, mas no momento em que colocou os olhos em Beckett, sabia que não a intimidaria tão facilmente em uma situação normal, muito menos com o que estava passando.
"Não me faça perder a paciência. Posso imaginar pelo o que está passando, não complique mais as coisas. Encontrar o senhor Castle é a minha prioridade também."
"Vamos Beckett, não nos resta muito a fazer.", Gates a direcionou pelo ombro para que caminhassem juntas e ao afastarem-se dos demais, a capitã complementou. "Não precisamos citar Montgomery."
Resignada, Kate seguiu com os demais para a delegacia.
Bem, minha ideia é que sejam capítulos relativamente curtos e pretendo postar semanalmente.
Me digam o que acharam. Criticas, elogios ou sugestões serão bem vindas! ;)
Comentem please! xD
