Sem Perdão
Dean só não podia acreditar, não podia aceitar que Castiel tinha passado para o lado dos demônios.
'_O Crowley? Sério?' a própria voz ecoava em sua cabeça.
Como tinha sido tão estúpido a ponto de pensar que Castiel seria pra sempre o mesmo anjo bom e justo que costumava ser?
Virou o copo que segurava, o liquido desceu queimando sua garganta, mas ele não ligava, nenhum gosto era pior que aquele de decepção.
'_Eu estava lá, Cas, e você onde estava?' apertou os olhos sentindo-os arder.
Queria chorar, queria que todo mundo soubesse o quanto estava destruído e quebrado por dentro, queria que Castiel aparecesse e lhe dissesse que tudo tinha sido uma brincadeira de mal gosto, mas sabia que isso não aconteceria.
Pediu outra dose e tornou a tomá-la de uma só vez.
As memórias daquela tarde ainda vinham em sua mente, o torturando, mostrando a cada segundo aquele novo Castiel que não lembrava em nada aquele anjo bom e destemido por quem Dean lutaria contra tudo e todos.
Saiu trôpego, esbarrando em uma mesa antes de finalmente alcançar a porta.
Não importava o quanto queria apagar aquelas memória elas simplesmente não iam embora, continuavam ali lhe angustiando e torturando, abrindo suas feridas e machucando-as ainda mais.
Queria que Castiel voltasse a ser o que era, queria que ele voltasse a ser seu amigo, seu irmão, seu companheiro... Mais do que isso...
Suspirou, sentindo as pernas amolecerem.
Parou ao lado do Impala e encostou a testa na porta do carro, deixando que as lágrimas rolassem de seus olhos, permitindo-se chorar sem nenhum receio de ser visto, a dor era insuportável demais para tentar disfarçar com um sorriso.
Pela primeira vez ele quis desistir de tudo, porque se até o mais puro anjo do Senhor tinha sido levado para o lado escuro, então não havia mais esperança.
Escorregou para baixo, sentando no chão e encostando as costas na lataria do carro, ergueu os olhos para o céu escuro, sem estrelas, sem nuvens, sem lua, sem nada.
Exatamente como ele se encontrava agora, oco, vazio sem esperança.
Passou a manga da jaqueta pela face, limpando os resquícios do choro angustiado de minutos atrás, levantou-se e limpou a calça jeans, abriu a porta do carro e entrou, fechando a porta em seguida.
Fixou o olhar para frente, mas o que via era Castiel sorrindo.
Balançou a cabeça, tentando afastar aquela imagem e deu a partida, sumindo na estrada, tinha que encontrar o irmão e armar um plano.
Deteria Castiel, mesmo que isso destruísse a si próprio, porque se não fizesse nada, sabia que também acabaria destruído.
De uma forma ou de outra, Dean sabia que seu fim era a morte.
N/a: Então é... Me faça feliz, deixe um review = )